O projeto, que conta com pista de caminhada e ciclovia, abrange 372 km de ferrovia
No dia 12 de julho de 2021, foi fundado o Instituto Caminho Rio do Peixe, sediado na cidade de Videira, numa assembleia com vinte associados. Um dos objetivos da associação é a implementação de um ‘caminho verde’, que incluiria pista de caminhada e ciclismo, no leito da ferrovia São Paulo/Rio Grande, entre os rios Iguaçu e Uruguai. O trajeto conta com cerca de 372 km, e será chamado de Caminho Rio do Peixe.
Na ocasião da fundação do Instituto, foram eleitos e empossados, no Conselho Diretor: Ricardo Nodari (Diretor-Presidente); Wilson Macedo (Diretor Administrativo) e Carlito Zanotto (Diretor Financeiro). No Conselho Fiscal como titulares Antonio Carlos Bellotto; Yuri Hentz e Claudir Denardi e como suplentes: Claudia Farias Santos; Laudiceia Gewehr e Evandro Novak. No Conselho Consultivo, como titulares Artur Brandalise,; Edson Ziolkowski; Guido Kretschek; Sady Zago e Ricardo Massignani e como suplentes Sergio Prolico; Mauricio Chelest; Elza Bauermeister; Renato Scopel e Elio Weber.
Para conhecer a iniciativa, conversamos com Guido Kretschek, titular do Conselho Consultivo.
O Iguassú: O que é o Instituto Caminho Rio do Peixe?
Guido Kretschek: Uma associação sem fins lucrativos criada para articular e empreender a implementação de um caminho verde em Santa Catarina, no leito da ferrovia São Paulo – Rio Grande. Outros objetivos são, gerir este caminho e promover a preservação da história, da memória neste trecho da ferrovia e promover a conservação e recuperação do patrimônio natural vinculado.
O.I.: Quais são os principais objetivos da associação?
G.K.: O Caminho tem por inspiração as Green Ways existentes na Europa e Estados Unidos, que disponibilizam leitos de ferrovias desativados para o deslocamento não motorizado com infraestrutura. Entenda-se aqui uma via exclusiva para pedestres e ciclistas. A viabilização vira via termos de parceria e convênios com o poder público, contratos e acordos com empresas e agências, doações e recursos de possíveis mantenedores.
O.I.: O que é e como o Instituto pretende concretizar o caminho verde pela ferrovia São Paulo/Rio Grande? Quais serão os desafios do projeto e em que fase ele se encontra atualmente?
G.K.: A ideia surgiu em 1998, no TCC do arquiteto Artur Brandalise de Videira, foi incluso como projeto no plano de desenvolvimento regional das Associações de Municípios AMARP E AMOC em 2018 e atualmente, com a criação da Associação, está sendo institucionalizado com associados representantes dos municípios que integram as instâncias de governança (IGR) Vale dos Imigrantes e Caminhos do Contestado. O principal desafio do momento é catalisar os diversos atores envolvidos, vários dos quais já se mostraram simpatizantes do projeto.
O.I.: Quais benefícios o Caminho Rio do Peixe acarretará para as cidades pelo qual ele passará?
G.K.: Do ponto de vista econômico haverá um incremento em toda sua extensão com os vários serviço e produtos que serão necessários para dar vida ao caminho.
O que é o Instituto Caminho Rio do Peixe?
O Instituto Caminho Rio do Peixe é uma associação civil de direito privado, sem fins lucrativos, de desenvolvimento econômico sustentável, turístico, histórico, de caráter sócio ambientalista, técnico-científico, sociocultural, esportivo, de inspiração universalista, ecológica e pacifista, com abrangência no Estado de Santa Catarina, compreendendo os municípios integrantes das Instâncias de Governança Regionais (IGR) que sediarem o Caminho Rio do Peixe em seu território.
O que são caminhos verdes?
Segundo a Associação Europeia de Caminhos Verdes, “Os caminhos verdes são vias de comunicação reservadas exclusivamente para viagens não motorizadas, desenvolvidas de uma maneira integrada que melhora o meio ambiente e a qualidade de vida da área circundante. Essas rotas devem atender a padrões satisfatórios de largura e condição de superfície para garantir que sejam fáceis de usar e de baixo risco para usuários de todas as habilidades. Nesse sentido, os caminhos de reboque de canal e as linhas ferroviárias abandonadas são um recurso altamente adequado para o desenvolvimento de caminhos verdes”, afirmam em seu website. Ainda segundo a Associação, essas vias fomentam o desenvolvimento rural, a conexão dos cidadãos com a natureza e a atividade física.
Conheça alguns caminhos verdes
O Great Southen Trail Greenway (GST), na Irlanda, é um famoso caminho verde. Construído ao longo de uma antiga linha férrea do país, o trajeto conta com túneis históricos, pontes campestres viadutos que podem ser percorridos por bicicletas.
Já a Cluny Givry, na França, é uma opção de caminho verde que conta com uma ciclovia que permite a visita a vilas construídas em arquitetura românica, que contam até mesmo com castelos.