O boletim semanal da dengue, publicado nesta terça-feira, 1º, pela Secretaria de Estado da Saúde do Paraná, registra 17.267 casos suspeitos, com 782 confirmações. São 60 casos a mais que o informe anterior.
Os dados são do 23º Informe Epidemiológico, do novo período sazonal da doença, que iniciou no dia 1º de agosto e deve seguir até julho de 2022. Até o momento, 312 municípios registraram notificações de dengue. Destes, 127 confirmaram a doença, sendo 91 com casos autóctones, ou seja, a dengue foi contraída no município de residência. Há ainda 3.264 casos em investigação e nenhum registro de óbito neste período. A 6ª Regional de Saúde em União da Vitória não registrou nenhum caso.
A dengue possui um comportamento sazonal em todo o País: em um determinado período de tempo ela ocorre com maior frequência. No caso do Paraná, a sazonalidade inicia em dezembro, com aumento de casos notificados para a doença, permanecendo nos meses de janeiro, fevereiro, março e abril, nos quais o calor e as chuvas são intensificados, colaborando com a proliferação do mosquito que transmite a doença, o Aedes aegypti.
Para auxiliar no combate a essa e outras doenças, o Governo do Estado renovou a frota de campo das equipes de Vigilância Ambiental da Secretaria de Estado da Saúde, que há mais de 10 anos não era atualizada. O governador Carlos Massa Ratinho Junior entregou 42 caminhonetes modelo L200, que vão reforçar trabalhos como a captura e transporte de animais peçonhentos e a aspersão de inseticidas para controle de vetores, o chamado fumacê.
Os veículos vão atender todo o Paraná e serão disponibilizados aos Núcleos de Vigilância Entomológica, às equipes de campo da Coordenadoria de Vigilância Ambiental e à Seção de Apoio Logístico de Insumos e Equipamentos. O investimento da Secretaria de Saúde é de R$ 7 milhões.
O trabalho da Vigilância Ambiental inclui o atendimento e verificação de ocorrências com animais; levantamento de amostragens, pesquisa e investigação de surtos e acidentes; inspeção sanitária de água e de estrutura de unidades rurais; além de ações de combate a insetos como o Aedes aegypti, vetor da dengue, febre amarela, chikungunya e zika vírus.
“A Vigilância Ambiental trabalha com agravos que envolvem situações ambientais, como vetores, zoonoses, animais peçonhentos e também com o sistema de abastecimento de água e a poluição do ar. Todos os fatores ambientais ligados à saúde humana”, explicou Ivana Belmonte, coordenadora da Vigilância Ambiental da Secretaria da Saúde. “Isso inclui doenças de transmissão vetorial, como a dengue, zika, chikungunya, doença de chagas e Febre do Nilo Ocidental”.
Santa Catarina alerta para os cuidados nessa época do ano. Com o verão e o período de férias, as pessoas aproveitam os dias quentes na praia, piscina ou parques, circulam mais e ficam mais expostas a vírus e bactérias. A Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) alerta para os cuidados que a população precisa ter para evitar doenças típicas da estação, como dengue, febre amarela, viroses e intoxicação alimentar. Também é preciso redobrar os cuidados com animais peçonhentos.
O verão, uma estação de chuvas e tempo quente, é propício para a reprodução e desenvolvimento do mosquito aedes aegypti. Por esse motivo, é preciso investir ainda mais em medidas de prevenção. “Uma vez por semana, é importante, que cada um vistorie sua casa, eliminando locais que possam acumular água e servir de criadouro para o mosquito, que transmite dengue, zika e chikungunya”, alerta João Augusto Brancher Fuck, diretor da Dive.
Estudo no País
A pandemia de covid-19 trouxe impactos para o atendimento em relação às doenças tropicais negligenciadas que passaram a registrar aumento da mortalidade, apesar da queda de internações.
Em 2020, a taxa de mortalidade para malária subiu 82,55%, apesar da queda de 29,3% nas internações. Doenças como a leishmaniose visceral e a leptospirose também registraram aumento de mortalidade de 32,64% e 38,98%, respectivamente. O número de internações por essas doenças diminuiu no período, com quedas de 32,87% e 43,59%.
Já a dengue registrou aumento de 29,51% nas internações e de 14,26% na taxa de mortalidade. Os dados fazem parte de um estudo dos pesquisadores Nikolas Lisboa Coda Dias e Stefan Oliveira, da Universidade Federal de Uberlândia; e Álvaro A. Faccini-Martínez, da Universidade de Córdoba.
Eles compararam os dados do Sistema de Informações Hospitalares do Sistema Único de Saúde (SIH/SUS) durante os primeiros oito meses de 2020 com os valores médios do mesmo período dos anos de 2017 a 2019. Segundo os pesquisadores, a queda nas internações é consequência da pandemia e do medo das pessoas de procurarem assistência à saúde nesse período.
Na avaliação da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical (SBMT), houve aumento do número de casos dessas enfermidades durante a pandemia. “Houve redução dos casos notificados e aumento da letalidade”, disse à Agência Brasil o presidente da entidade, Júlio Croda.
“Houve uma desassistência às pessoas que são acometidas por essas doenças e que, geralmente, são populações mais vulneráveis”, destacou.
Dicas de prevenção:
– evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, coloque areia até a borda;
– guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
– mantenha lixeiras tampadas;
– deixe os depósitos d’água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
– plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
– trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
– mantenha ralos fechados e desentupidos;
– lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;
– retire a água acumulada em lajes;
– dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;
– mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;
– evite acumular entulho, pois ele pode se tornar local de foco do mosquito da dengue;
– denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde;
– caso apresente sintomas de dengue, chikungunya ou zika vírus, procure uma unidade de saúde para o atendimento.