As emergências climáticas e os bons exemplos para promover o avanço econômico, social e ecológico foram temas de debate no I Green Summit 2019, que ocorreu em Florianópolis, nesta sexta-feira, 22. O evento, pioneiro no estado, em uma iniciativa da Secretaria de Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE) por meio da Secretaria Executiva do Meio Ambiente (SEMA), reuniu atores do ecossistema ambiental para uma discussão ampliada sobre soluções, agregando inovação e integração entre governo, universidade e setor empresarial, visando desenvolvimento sem prejuízos ao meio ambiente.
“Nosso intuito é estabelecer conexões e levantar questões relevantes para o desenvolvimento sustentável e, com isso, fomentar políticas públicas para que possam ser colocadas em prática. A integração é peça chave para o equilíbrio e o crescimento aliado à preservação”, destacou o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Lucas Esmeraldino, durante a abertura do evento.
O secretário de administração, Jorge Eduardo Tasca, destacou a importância da iniciativa do debate sustentável para Santa Catarina: “Transparência, Integridade, agilidade, qualidade, eficiência, simplicidade e inovação. Estas são as diretrizes do Governo de Santa Catarina. Portanto, neste evento, a associação da inovação com o tema meio ambiente representa que o direcionamento estratégico que o Governador Moisés deu ao seu governo está sendo colocado na prática”.
“Agregar as questões de biodiversidade e desenvolvimento de negócios nos faz perceber que existem interesses em comum que convergem, mas que precisam ser tratados de forma inteligente, com apoio de políticas públicas e de forma republicana e que possam resultar em entregas para a população”, avalia o secretário da SEMA, Felipe Assunção Alencar.
Alertas
Integrante dos conselhos do Instituto Life (presidente), do Funbio, do Forest Trends (EUA), de O Eco (site de notícias ambientais), da Fundação Neotrópica do Brasil e do Instituto SOS Pantanal, o professor Miguel Milano, doutor em ciências florestais, levou ao debate toda sua expertise sobre os desafios da sustentabilidade no contexto político global e brasileiro.
“Temos que pensar no desenvolvimento das cidades com sustentabilidade. Temos que desenvolver as cidades de forma que sejam resilientes para que sejam capazes de suportar as mudanças climáticas que estão por vir. Temperaturas muito mais altas e chuvas mais intensas, por exemplo. Isso vai impor um conjunto de ações importantes e uma mudança de comportamento, também”, disse.
Pela internet, Michael Jenkins, presidente fundador e CEO da Forest Trends, participou do evento, diretamente Washington DC, de onde falou sobre as importância das infraestruturas verdes nas políticas públicas, soluções de mercado e sobre a perda de biodiversidade. “Em virtude dos incêndios ocorridos neste ano, o Brasil não está com uma boa imagem no cenário global. Realidade diferente de Santa Catarina, onde se vê muito interesse do setor público e privado nas questões com o meio ambiente”, exemplificou.
O diretor da Permian Global Serviços Ambientais, empresa que atua no mercado de carbono e florestas, Fábio Olmos, alertou sobre as mudanças climáticas: “Estamos caminhando para o aumento de até 4ºC na temperatura até o final do século. Alterações como o degelo do Ártico estão se acelerando”.
Impactos positivos
Francisca Gomes Vieira, representante do grupo Natural Cotton Color (NCC), usou sua experiência para expor sobre moda sustentável e contou o processo de criação de peças feitas com um novo tecido, em desenvolvimento industrial. Feito com fibras naturalmente coloridas, em uma variação entre o marrom e o rubi, fruto de uma parceria com o SENAI, iniciada em 2013. “Hoje estamos em todos os salões de moda de todo o Brasil”, frisou.
A diretora executiva do Grupo Boticário, Malu Nunes, reforçou a importância de fomentar e estruturar negócios de impacto: “Não faz mais sentido investir só pensando no lucro, mas em negócios que causem impactos positivos tanto na sociedade quanto em biodiversidade. Santa Catarina tem muito potencial, precisa estimular bons projetos”.
Francisca Gomes
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Fonte: Governo de SC