Exposição de Pêssankas na Praça Coronel Amazonas resgata história e cultura ucraniana

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Resgatar a cultura, a história e o simbolismo da Páscoa é um dos objetivos alcançados pela Exposição de esculturas gigantes de Pêssankas que é uma das atrações da “Páscoa da União” na Praça Coronel Amazonas. No total 10 Pêssankas de 9 metros de altura fazem parte da exposição que será permanente e deverá ser mais um dos atrativos turísticos da Praça no centro de União da Vitória.

“Quando o prefeito Bachir pediu uma comemoração de Páscoa pensamos logo nas pêssankas e em como poderíamos resgatar toda a cultura polonesa e ucraniana que são uma das etnias mais fortes e representantes na nossa cidade”, contou a secretária da Cultura, Francielle Misturini.

Para definir como seria a exposição, a equipe organizadora fez uma reunião com o Núcleo de Pêssankas do Vale do Iguaçu e os artistas apresentaram as peças que eles mais gostavam e uma comissão fez a escolha das 10 pêssankas que foram reproduzidas em tamanho maior por uma empresa especializada nesse tipo de trabalho.

 

Pêssanka

A arte da pêssanka é permeada por elementos simbólicos, com profunda relação com a cultura eslava. A palavra pêssanka, vem do verbo ucraniano pyssaty (писати), que significa escrever.

Trata-se, assim, de ovos escritos, desenhados, com traços que contam história. A sua origem remonta às antigas celebrações do início da primavera, após o rigoroso inverno. Para as antigas tradições ucranianas, a pêssanka é um amuleto de proteção e, por isso, um presente muito especial.

Artesanato trazido pelos imigrantes ucranianos em meados do século XIX, a pêssanka escrita no Brasil se diferencia das encontradas em outros países da diáspora ucraniana e até mesmo das encontradas no próprio país de origem. Isso porque, na pêssanka brasileira insere em suas composições tradicionais, elementos locais, como pinheiro araucária, gralha azul e Nossa Senhora Aparecida.

A base para as escritas são cascas de ovos de diferentes aves: codorna, galinha, pata, gansa, ema e avestruz. Os ovos são esvaziados por um pequeno furo feito com agulha e higienizados antes da pintura.

A pintura é feita com uma técnica de reserva, ou seja, com cera de abelha isola-se parte por parte do desenho a cada banho de cor. Para isso, a escrita é feita com um bico de pena ou kistka, uma ferramenta especial composta de uma espécie de funil metálico fixado em um cabo de madeira, que é aquecido na chama de uma vela, para manter a cera de abelha derretida e assim fazer os traços das pêssankas.

Por fim, o ovo é aquecido na chama da vela e as camadas de cera derretem, revelando as cores e formas dos símbolos inscritos. Um processo mágico que conecta os fazeres contemporâneos com conhecimentos ancestrais.

 

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