No que diz respeito ao esgotamento sanitário, poucos sabem que todos os efluentes despejados na natureza, em especial aqueles que chegam ao mar, passam por um processo de tratamento chamado terciário. De forma simples, isso significa que todo o esgoto que chega nas estações de tratamento passa por três etapas.
Na primeira, os poluentes como esgoto doméstico, óleo de cozinha e todo o lixo levado pelas chuvas ou descartado inadequadamente precisam ser removidos em grades para a retenção do material grosseiro e caixas de areia para a sedimentação deste material. Logo depois, acontece a remoção da matéria orgânica poluente em grandes tanques, pois é consumida por microorganismos.
Por fim, na terceira etapa, ou terciária, ocorre a desinfecção das águas residuais já tratadas para remoção de organismos que causam doenças. Após essas três etapas, o efluente é devolvido à natureza sem interferir na balneabilidade nas regiões litorâneas e sem alterar as características dos mananciais como os rios. Isso é possível graças ao trabalho de tratamento do esgoto em três etapas que consegue remover cerca de 90% a 98% dos poluentes.
Mas para que esse tratamento aconteça, a residência precisa estar ligada corretamente à rede coletora de esgoto, garantindo que o despejo não seja feito diretamente nas galerias de águas pluviais. Esse despejo irregular, em local onde a rede está disponível para conexão, acontece em cerca de 15 mil moradias em Florianópolis. A informação preocupante é do Se Liga na Rede, programa da Prefeitura Municipal em parceria com a Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan).
Florianópolis vai custear obras para ligação correta do esgoto
O despejo inadequado de esgoto, sem passar pelos sistemas adequados, além de influenciar na saúde da população, é considerado crime ambiental. Por esses motivos, a Prefeitura da Capital lançou em fevereiro deste ano o Pacto Pelo Saneamento, maior programa já visto na cidade voltado à regularização das ligações de esgoto. Segundo o município, a ideia é regularizar cerca de 98% dos imóveis que estão irregulares em Florianópolis.
Para isso, prevê executar as obras de adequação para famílias que não possuem condições, custeadas com recursos do Fundo Municipal de Saneamento Básico. O valor gasto para a execução dos trabalhos poderá ser pago em parcelas e sem juros na fatura de água e saneamento da CASAN. Com tanta facilidade, a prefeitura vai multar quem foi pego despejando esgoto na rede pluvial. O valor pode chegar a até R$ 2,5 mil e auto de infração, ambos garantindo 30 dias para correção dos problemas e pagamento da dívida.
Outra medida do Pacto pelo Saneamento é disponibilizar imagens 24 horas das saídas dos efluentes tratados nas Estações de Tratamento de Esgoto da CASAN. A novidade é para trazer mais transparência ao trabalho das estações.