Fui até o banco retirar um dinheiro, pois tinha que viajar naquele instante, já estava um pouco atrasado e esqueci de apanhá-lo na máquina, levei um tremendo susto quando voltei lá, pois a máquina tinha engolido o meu dinheiro de volta. Entrei apressado para comprar uma caneta numa livraria, sai de lá e esqueci no balcão a minha agenda.
Passei rapidamente em casa, fiz as malas na correria, pois tinha um compromisso importante às onze horas, sai apressado e esqueci os documentos do carro.
Voltei para casa para apanhar os ditos documentos, já com bastante atraso, saí às pressas do carro e, ao fechar a porta, prensei meu dedo polegar. Uiii!! Quanta dor!!! Meia hora depois estava lá no hospital, diante de um senhor de branco com um bisturi e uma agulha, teria que extrair a minha unha. Eu só olhava no relógio, pois deveria estar no meu compromisso às onze horas e já eram dez e meia, e eu aí, diante de uma extirpação. Mesmo assim viajei.
Na noite anterior havia levado uma tremenda bronca da minha esposa por ter esquecido o aniversário da minha sogra. Dormi grilado, me culpando pelo esquecimento e por ter esquecido de pagar o IPVA do carro. Como consequência perdi o desconto de trinta por cento se pagasse na data. Após a extirpação da minha unha, pensei, vou fazer uma média com a sogra, já que perdi o horário do compromisso; vamos almoçar juntos em um restaurante, mesmo sendo hoje segunda-feira. Ela ficou feliz pelo convite do genro; o pior veio na hora de pagar a conta, pois eu havia esquecido que a máquina tinha comido o meu dinheiro e eu estava aí, diante do caixa, sem um centavo furado para pagar a conta. O que faço agora? Deixei a sogra empenhada, conversando com o caixa do restaurante e fui apanhar o dinheiro no banco. Que vexame!
Quando cheguei no banco, percebi que havia esquecido o cartão na pasta executiva em casa; corri em casa, peguei o cartão e, desta vez, esperei o dinheiro. Corri no restaurante, paguei a conta com desculpas e saímos, eu e a sogra para a casa, meu dedo doía muito, não queria tomar os calmantes receitados pelo médico, mas me rendi e tomei dois de uma só vez, acabei dormindo até as dezenove horas. Quando acordei, lembrei que havia esquecido de cancelar os compromissos da noite, uma palestra que me aguardava com auditório lotado, sem chance de chegar a tempo.
Somos robôs humanos de um mundo virtual de monitores que nos perseguem e nos prendem como amarras, parecem que mais nos atrapalham do que nos propiciam ajuda. Não sei se estou confuso ou não estou sabendo fazer uso desta parafernália virtual.
Mas que isso tudo está me deixando mais esquecido, está! Ou será que estou ficando velho?
Até a próxima!