Cresce para 21% o número de empresários do varejo e de serviços que planejam aderir à Black Friday; apontam CNDL/SPC Brasil

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Cada vez mais incorporada ao calendário de datas comemorativas do varejo nacional, a Black Friday deve mobilizar mais empresários neste ano, acompanhando a tendência de recuperação da economia. Dados apurados em todas as regiões do país pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) mostram que 21% dos empresários brasileiros, que atuam no comércio e no ramo de serviços, devem aderir ao dia de promoções da Black Friday 2019, que neste ano será comemorada no dia 29 de novembro. Se as estimativas se confirmarem, haverá um crescimento de adesões, uma vez que em 2018, 16% dos empresários participaram do evento.

De modo geral, os empresários que vão aderir a Black Friday estão esperançosos com a data e veem potencial na edição deste ano. A pesquisa aponta que 43% dos empresários consultados acreditam que, durante o evento, as vendas em 2019 serão melhores do que as do ano passado, enquanto 32% falam em estabilidade. Apenas 11% projetam vendas piores.

A experiência em anos anteriores explica a razão do otimismo desses empresários. Dentre os que aderiram a Black Friday em 2018, a maioria (63%) obteve bons resultados de vendas, seja por terem vendido acima das expectativas (20%) ou obtido um resultado conforme o esperado (43%). Em contrapartida, pouco mais de um terço (34%) dos empresários registrou vendas abaixo do projetado.

Na avaliação do presidente da CNDL, José Cesar da Costa, a Black Friday é uma data ainda recente no comércio brasileiro, mas que vem ganhando espaço conforme os anos. “Inspirada nos Estados Unidos, a data chegou ao Brasil com foco na venda on-line. Hoje, já é possível ver o varejo físico aderindo às promoções. É uma oportunidade para vender mais, comercializar estoques parados e também para o empresário avaliar tendências de compra, tornando a sua marca mais conhecida e fidelizar novos clientes”, afirma Costa.

57% veem na Black Friday oportunidade para ganhar clientes. Promoções serão principal estratégia e descontos serão, em média, de 24%

Considerando os empresários que vão participar da Black Friday deste ano, seis em cada dez (57%) acreditam que a data representa uma oportunidade para divulgar a loja e prospectar novos clientes e 43% veem a chance de aumentar as vendas. Há ainda um quarto (25%) de empresários que querem desovar estoques parados.

Já para os que optaram em não participar da edição, o principal argumento é o fato de não acreditarem que as vendas aumentem no período (60%). Outros 17% pensam que somente grandes marcas participam da Black Friday e, por isso, avaliam que é melhor não competir com elas.

Quanto às formas de preparação, as promoções especiais (55%) serão a principal estratégia dos empresários. Há ainda 42% que vão investir na divulgação da empresa, 23% que planejam aumentar os estoques, 16% que vão apostar na variedade de produtos e serviços ofertados e 11% que irão investir na operação das vendas pela internet, alcançando um público maior. O percentual médio de desconto deve girar em torno de 24%, percentual um pouco menor do que os 29% da pesquisa de 2018.

54% não acham que compras antecipadas da Black Friday prejudicam o Natal. SPC Brasil dá dicas para empresário ter sucesso nas vendas e não frustrar consumidor

Nos últimos anos muito tem se falado sobre a possível interferência da Black Friday nas compras de Natal, a data mais lucrativa do varejo para o ano. No entanto, os empresários sondados dizem, em sua maioria, que uma data não prejudica a outra. Para 54% esse tipo de interferência não existe e para 33%, o evento até mesmo contribui para o Natal vender ainda mais. Outros 8% falam em prejuízo no Natal por conta das vendas antecipadas na Black Friday.

Um indicativo de que as vendas da Black Friday não se sobrepõem as do Natal são as diferentes características de compras em cada uma das datas, avalia o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior. “Na Black Friday é comum o consumidor aproveitar as ofertas para adquirir produtos para si ou para a casa, principalmente os de valor agregado, como smartphones, eletrônicos e eletrodomésticos. Já no Natal, prevalece a força da tradição de presentear familiares e amigos como força de demonstrar afeto e reforçar laços”, explica o presidente do SPC Brasil.

Pellizzaro Junior orienta que para atender bem a experiência de compra dos consumidores, os empresários que decidirem aderir a Black Friday precisam estar devidamente preparados, com estoques organizados e em quantidade suficiente para atender a demanda dos consumidores. “A logística para receber os clientes e entregar os produtos em tempo hábil também são pontos de atenção, assim como uma política transparente de descontos vantajosos. O consumidor que compra na Black Friday está mais experiente e sabe a quem recorrer caso se sinta enganado. Hoje existem diversos mecanismos de verificação de preço e de compartilhamento de opiniões. O empresário que não estiver preparado pode causar uma impressão negativa do consumidor, que não vai querer voltar a sua loja”, afirma.

Já os consumidores se dividem sobre essa promoção.  Alysson Osmar Silveira não costuma comprar no Black Friday e ironiza “comprar nesse período, tudo pela metade do dobro do preço. É só enganação”, comenta.

É o mesmo pensamento de Dagni da Costa “Não, pura enganação e a maioria são os produtos que ficam expostos na “vitrine” da loja”, completa.

Ao contrário de Leonardo Jorge Iwanko é um adepto das compras nessa promoção e faz isso o máximo possível. “Até estourar o limite do cartão, não mais que isso”, brinca.

Procon-PR orienta

Muita gente espera o dia de Ações de Graças comemorado nos Estados Unidos para comprar alguns produtos específicos. A cada ano a promoção, que ocorre na última sexta-feira do mês de novembro, vem ganhando mais espaço entre lojistas e consumidores.

Mas, desde 2015, o Procon do Paraná registra reclamações por parte dos consumidores, após a Black Friday. “Em 2015 foram 50 reclamações. No ano seguinte, foram registradas 72 reclamações e em 2017, 65 consumidores fizeram uma reclamação formal ao Procon”, explica a diretora do Procon, Cláudia Silvano. Ela fala ainda que, na maioria dos casos, a reclamação é porque o prazo de entrega não foi cumprido por parte do fornecedor, ou o produto não foi entregue. “O consumidor precisa sempre pesquisar sobre a loja em que está fazendo a compra. Black Friday mexe com as emoções de quem está comprando, muitas vezes, um produto que estava sendo pesquisado há muito tempo. E nessas horas o desconto acaba falando mais alto”, afirma Cláudia.

Para a secretaria da Justiça, Trabalho e Direitos Humanos, o consumidor está ficando mais consciente na hora de comprar. As pessoas já estão mais cautelosas, pesquisando antes e fazendo escolhas mais acertadas. Mas caso haja algum problema, o Procon-Pr e a plataforma consumidor.gov.br é um canal de ajuda.

Para registrar uma reclamação no consumidor.gov.br, basta entrar no site ou baixar o aplicativo, disponível para os sistemas IOS e Android.

No Procon-Pr, as reclamações podem ser feitas pelos telefones 0800411512 ou (41) 3223-1512, ou por carta, com preenchimento do formulário disponível no site do Procon (www..procon.pr.gov.br).

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