Coronavírus assusta a população

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O Brasil já tem dois casos confirmados de coronavírus com local de infecção na Itália, ambos brasileiros, residentes no Estado de São Paulo e os casos não possuem vínculo entre si e foram identificados em unidade de saúde privada. O número de pessoas oficialmente tratadas como suspeitas de ter o vírus no país até ontem, 02, são 433 casos suspeitos e 162 casos descartados em todo o Brasil. Todas ações e medidas seguidas estão de acordo com os protocolos do Ministério da Saúde e da OMS. Informações são divulgadas em coletivas e boletins epidemiológicos.

Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, esse aumento se explica em virtude do aumento do número de países com fluxo migratório intenso com o Brasil, e que têm pessoas com o vírus. Um exemplo é o primeiro caso confirmado no Brasil. O homem de 61 anos não esteve na China, que concentra a maioria dos casos no mundo, e sim na Itália. Após a confirmação desse caso, pessoas com histórico de viagem à Itália, à França e à Alemanha e que apresentem febre somada a um sintoma respiratório também são tratadas como suspeitas de ter o coronavírus.

O Diretor Clínico e Infectologista do Grupo Fleury, Celso Granato, esclarece que as informações não estão totalmente consolidadas por se tratar de um novo vírus. “Então, algumas das coisas que falamos hoje podem mudar daqui alguns dias, então vamos continuar nos atualizando”.

“O número conhecido de pessoas infectadas é um pouco acima de 4.500 pessoas. Por outro lado, o tempo de duplicação deste número de casos tem sido de mais ou menos 24 horas, o que é uma velocidade bastante rápida e é essa razão da preocupação de todas as organizações de saúde”, diz.

Segundo o médico infectologista, Marcelo Nardi Pedro, a capacidade de transmissão dessas viroses é muita alta. “Anualmente é elaborada vacina para vírus influenza (gripe) para tentar conter a transmissão da doença. No caso do coronavírus COVID-19, todos estão suscetíveis a doença, a qual se propaga rapidamente”, explica.

“Não há nenhum produto que impeça o contágio. Apenas é necessário reforçar a necessidade de lavar as mãos, podendo ser usado álcool gel para este fim. A etiqueta da tosse também deve ser efetuada. Não há ainda tratamento preconizado oficialmente, mas alguns antivirais estão sendo testados e, eventualmente, podem ser usados no tratamento em um futuro próximo. Vacina também não está disponível no momento”, reforça o médico infectologista.

De acordo com farmacêutico e professor, Eduardo Nolasco, até o momento, tudo indica que o vírus deve se espalhar mais. “Mas, nada de pânico. A capacidade de matar é muito baixa. Você sabia, por exemplo, que no Brasil em 2019 morreram mais de 700 pessoas pelo vírus H1N1? E existe vacina para H1N1”, compara.

Critérios

O ministério tem usado como critérios de determinação de casos suspeitos: ter viajado para um dos 16 países da Ásia, Europa e Oriente Médio com casos da doença; não ter viajado, mas ter tido contato com esses viajantes ou ter tido contato com o caso confirmado no Brasil. Em todas as hipóteses, a pessoa é considerada como um caso suspeito se apresentar febre somada a um sintoma respiratório.

Os 16 países considerados na definição de casos suspeitos são: Austrália, China, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Japão, Malásia, Vietnã, Singapura, Tailândia, Itália, Alemanha, França, Irã e Emirados Árabes Unidos.

O secretário-executivo do ministério reforçou ainda a importância das medidas de prevenção para reduzir os riscos de contaminação da doença. A lavagem constante das mãos e evitar levá-las ao rosto e, principalmente, à boca; o uso de álcool em gel para esterilização das mãos e o não compartilhamento de utensílios de uso pessoal, como talheres, copos e travesseiros, entre outros.

Ampliação da capacitação de laboratórios

O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Wanderson de Oliveira, afirmou que será ampliada a capacidade laboratorial dos estados brasileiros para a detecção do coronavírus. “Atualmente, os laboratórios centrais (Lacen) realizam testes para os vírus respiratórios mais comuns no país. Na próxima semana, os Lacens dos estados do Rio Grande do Sul, Espírito Santo, Sergipe, Minas Gerais e Amazonas irão receber um kit para validação e capacitação para que possam realizar o teste específico para o COVID-19. Depois, sistematicamente, iremos ampliar para todos os laboratórios centrais do país”, afirmou.

Atualmente, são considerados laboratórios de referência nacional para diagnóstico do coronavírus a Fiocruz, no Rio de Janeiro, o Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo, o Instituto Evandro Chagas (IEC), no Pará e o Lacen Goiás, em Goiânia. Esses laboratórios já capacitados irão ajudar no esforço nacional de ampliação da capacidade laboratorial dos demais Lacens. 

Aquisição de insumos

Na sexta-feira, 28, foi publicado em edição-extra do Diário Oficial da União (DOU) os contratos com as empresas que irão fornecer os Equipamentos de Proteção Individual (EPI). O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, afirmou que, de 21 itens, 16 já foram licitados e devem começar a ser entregues a partir da semana que vem. Ao todo, serão investidos nestes produtos cerca de R$ 14,5 milhões

“Os cinco itens que faltam são, na verdade, três itens que se dividem em dois tipos de máscara, a cirúrgica e a N95, e aventais nos tamanhos P, M e G”, explicou. Os novos editais para compra dos itens restantes (máscaras e aventais) também foram publicados nesta sexta. 

Segundo Gabbardo, foi feita uma alteração para facilitar a compra desses itens que faltam. “Na licitação anterior, prevíamos a compra de um único fornecedor e isso se mostrou inviável pela grande quantidade. No novo edital fizemos o fracionamento dessas aquisições”, esclareceu.

A previsão é que sejam entregues 60 milhões de unidades entre óculos de proteção, luvas, máscaras, álcool em gel, sapatilhas e toucas. A estimativa de investimento é de até R$ 140 milhões para compra desses equipamentos individuais, que irão reforçar a assistência hospitalar e ambulatorial no Sistema Único de Saúde (SUS).

A ação vai garantir o reforço de insumos para os profissionais de saúde, que atuam na rede pública, no período da emergência de saúde. É de responsabilidade dos estados a distribuição dos EPIs aos municípios e suas unidades de saúde.

Santa Catarina

A Secretaria de Estado da Saúde (SES) alerta para a circulação de fake news envolvendo supostos casos do novo coronavírus no Norte de Santa Catarina. A arte veiculada em redes sociais, que alerta para casos na cidade de Joinville, é completamente falsa e utiliza de forma indevida a logomarca do Governo do Estado.

Vale ressaltar que atualmente Santa Catarina conta com dois casos suspeitos da doença e outros quatro que já foram descartados. Os números constam na Plataforma Integrada de Vigilância em Saúde (IVIS) do Ministério da Saúde, responsável por compilar os dados no país.

Na página da SES é possível encontrar dicas de prevenção, explicações sobre o novo coronavírus e a a doença (Covid-19). Para se manter informado, consulte as fontes oficiais. Não compartilhe notícias falsas.

Paraná

A Assembleia Legislativa do Paraná vai tomar uma série de medidas de prevenção contra o avanço do novo coronavírus (COVID-19). As ações foram discutidas na semana passada em reunião entre o primeiro secretário da Assembleia, deputado Luiz Claudio Romanelli (PSB), o chefe do serviço médico da Casa, Dr. Jackson Baduy, a Diretora Administrativa Ivilim Koelbl, e o Diretor de Pessoal Bruno Garofani. O objetivo é se antecipar a um possível crescimento no número de ocorrências, já que o Brasil confirmou nesta semana o primeiro caso em seu território.

O procedimento é necessário, explica Romanelli. “Nós estamos tomando medidas preventivas reconhecendo a gravidade do coronavírus. Cuidados básicos, como lavar constantemente as mãos e utilizar o álcool gel, ajudam a evitar a transmissão. A prevenção sempre é o melhor remédio”, diz. 

Entre as medidas está a criação de campanhas, com orientações sobre higienização das mãos e o aumento da disponibilização de álcool gel. Cuidados simples podem evitar na transmissão do vírus, como cobrir nariz e boca ao espirrar ou tossir. “Quando falamos em evitar doenças, a prevenção sempre é a melhor medida. Com estas ações, estamos assegurando que o vírus não se espalhe”, alertou o médico Jackson Baduy.

Outros cuidados também são importantes, como evitar o compartilhamento de objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas; manter os ambientes bem ventilados; evitar contato próximo a pessoas que apresentem sinais ou sintomas da doença e evitar contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações também ajudam na prevenção.

Negativos

A Secretaria de Estado da Saúde do Paraná informa que os resultados dos exames dos dois pacientes considerados suspeitos para a Covid-19 deram negativos.

Os testes realizados nas amostram enviadas para a Fundação Oswaldo Cruz não identificaram a presença do coronavírus. Os dois pacientes que eram considerados como casos suspeitos são do município de Curitiba. Dessa forma, no Paraná todas as nove notificações como casos suspeitos de Covid-19 foram descartadas.

Os governadores dos sete Estados que formam o Consórcio de Integração Sul e Sudeste (Cosud) decidiram buscar, em conjunto, soluções que aliem desenvolvimento econômico à sustentabilidade ambiental. A bioeconomia e o uso de economia criativa foram os principais temas abordados durante o segundo dia do 6º encontro do Cosud, neste sábado (29), em Foz do Iguaçu, na Região Oeste.

Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo assumiram o compromisso de buscar ações para fomentar o desenvolvimento de pesquisa científica e de novas tecnologias capazes de gerar um crescimento econômico sustentável, além de incentivar novas técnicas de produção que eliminem a necessidade de utilização de recursos fósseis no longo prazo.

Agência Brasil esclarece dúvidas sobre o coronavírus

Conhecido desde meados da década de 60, o coronavírus é apenas uma cepa de uma grande família de vírus. Ele tem esse nome por causa de pequenos espinhos que possui na superfície, que lembram uma coroa. Ele ainda não possui um nome científico, mas foi apelidado pelos cientistas de 2019-nCoV.

Ainda não se sabe exatamente a origem do vírus. Ele foi identificado pela primeira vez durante uma investigação laboratorial de casos de pneumonia em dezembro de 2019, na cidade de Wuhan, capital da província de Hubei, na China. Desde então, milhares de casos foram confirmados.

Outras cepas da mesma família do coronavírus possuem a capacidade de contaminar tanto animais quanto humanos. A transmissão entre humanos se dá através do contato físico, pelo ar ou por secreções. Ainda não se sabe exatamente como acontece o contágio, mas sabe-se que o vírus é transmitido com facilidade.

Há registros de casos assintomáticos. Mas a maior parte dos casos apresenta infecções das vias aéreas superiores (semelhante ao resfriado). Em casos mais graves, pneumonia e insuficiência respiratória aguda. Crianças, idosos e pacientes com baixa imunidade podem apresentar manifestações mais graves.

Não há um medicamento específico. Indica-se repouso e ingestão de líquidos, além de medidas para aliviar os sintomas, como analgésicos e antitérmicos. Nos casos de maior gravidade com pneumonia e insuficiência respiratória, suplemento de oxigênio e mesmo ventilação mecânica podem ser necessários.

Evite contato próximo com pessoas com infecções respiratórias agudas. Lave frequentemente as mãos, especialmente após contato direto com pessoas doentes ou com o meio ambiente e antes de se alimentar. Use lenço descartável para higiene nasal. Cubra nariz e boca ao espirrar ou tossir. Evite tocar nas mucosas dos olhos. Higienize as mãos após tossir ou espirrar. Não compartilhe objetos de uso pessoal, como talheres, pratos, copos ou garrafas. Mantenha os ambientes bem ventilados. Evite contato próximo com animais selvagens e animais doentes em fazendas ou criações

Como a doença é nova, não há vacina até o momento. Cientistas, universidades e centros de controle de doenças de vários países estão em busca de formas de neutralizar o vírus. Agência Brasil esclarece dúvidas sobre o coronavírus.

(Com informações da Agência Brasil, Ministério da saúde. Colaboração Paula Partyka)

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