Mesmo em um cenário de crise e de cortes no Orçamento, o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) aumentou a concessão de crédito em 3,4% na safra 2016/2017 em comparação com a safra 2015/2016, segundo a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), atingindo R$ 22,7 bilhões. No mesmo período, o crédito rural teve uma redução de 2,7%.
O balanço foi divulgado pela Sead esta semana, quando o Pronaf completou 22 anos. “Mesmo em um contexto de crise, o governo teve essa sensibilidade. Viu que investir na agricultura familiar é estratégico para manter a inflação e a economia em níveis mais aceitáveis. Além disso, é um foco que movimenta a economia local e o setor de máquinas e insumos”, disse o subsecretário de Agricultura Familiar, Everton Ferreira.
O Pronaf financia projetos individuais e coletivos a juros mais baixos praticados no mercado, de 2,5% a 5,5% ao ano, para a produção de alimentos da cesta básica. Para participar, a renda bruta anual do agricultor familiar deve ser de até R$ 360 mil. O último Plano Safra foi lançado no dia 31 de maio. Para o financiamento da agricultura familiar, foram anunciados R$ 30 bilhões para os 12 meses a partir de 1º de julho de 2017.
Segundo o governo, as expectativas são boas para a nova safra, que já apresenta crescimento. Em julho, primeiro mês do ano da safra 2017/2018, agricultores familiares contrataram R$ 2,058 bilhões do Pronaf. Os recursos foram distribuídos em 142.666 contratos. A análise do primeiro mês da safra mostra que o desempenho do Pronaf teve um crescimento de 8,38% no valor das operações, comparando julho de 2017 com julho de 2016. Desse total, R$ 1,4 bilhão foi para custeio e R$ 586 milhões para investimento rural.
De acordo com o subsecretário, a crise pode ter tido um impacto nas contratações. A última safra, que finalizou em junho de 2017, movimentou mais de R$ 22,7 bilhões, dos R$ 30 bilhões disponibilizados no Plano Safra da Agricultura Familiar 2016/2017. O valor da última safra, embora represente um aumento, foi menor do que o valor recorde, atingido em 2014/2015, com R$ 23,8 bilhões em operações.
“Com a economia em baixa, menos dinâmica, é natural que não se tenha chegado a utilizar todo o recurso, ele estava disponível no banco, mas a demanda não chegou a usar esse valor disponível”, diz Ferreira. “Para esse ano, a expectativa é ter essa demanda em maior número”.