Colégio Coração de Maria orienta alunos sobre bullying

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O Colégio Coração de Maria de União da Vitória realizou, após as férias escolares do meio de ano, duas semanas de orientação sobre o bullying para seus alunos.

Segundo dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) um em cada dez estudantes brasileiros é vítima de bullying – que se refere a atos de intimidação e violência física ou psicológica continuada de que são vítimas estudantes.

Bullying é um comportamento prejudicial agressivo intencional e repetido em que um mesmo indivíduo é alvo repetidamente. Pode ocorrer de várias formas: Verbalmente (Através de xingamentos ou observações maldosas constantes); Fisicamente (Bater, empurrar); Relações interpessoais (Exclusão social, espalhando mentiras ou boatos); e materialmente (Quebrando ou tomando pertences).

Quando o assédio ocorre através de tecnologias modernas de comunicação é chamado cyberbullying ou intimidação eletrônica. Esta forma relativamente nova pode incluir postagem de fotos constran­gedoras, o envio de e-mails ou textos desagradáveis, mensagens maliciosas ou a zombaria de um alvo em sites ou redes sociais.

A falta de reação das vítimas (compreensível, na maioria dos casos) e a passividade dos espectadores são o principal obstáculo à erradicação do bullying. Para isso o Estado tenta de todas as formas eliminar o bullying e orientar as crianças e adolescentes sobre essa sistemática.

Para a Coordenadora Pedagógica do colégio Franciele Bajuka Alves o aumento de casos no País fez a Escola reforçar o trabalho de bullying. “A ideia da campanha de buscar trabalhar o bullying na volta às aulas é por repararmos que no dia-a-dia vem sendo crescente os casos de agressão e violência, não é o caso de nossa escola, mas é um crescente na sociedade. Acredito que é o papel da escola participar nesse processo de orientação. E é importante começar desde a séries infantis para despertar nas crianças o entendimento do que eu posso e como posso e até onde posso. O meu papel no grupo social que estou inserido. Como posso contribuir para uma melhora e mudanças de atitudes”, relatou.

A diretora do Colégio Coração de Maria, Irmã Juliane Martinhuk, acredita que se deve promover na criança a empatia. “Colocar-se no lugar do outro. Se aquilo que eu falo ou faço causa algum tipo de sofrimento no colega. Foi uma semana de tentativa de conscientizar. No momento que desenvolvemos a empatia podemos crescer em harmonia na nossa convivência, saber que somos diferentes e nas nossas diferenças precisamos viver a questão do respeito”, esclarece.

“Desenvolvemos o stop, com foque no bullying, que fala sobre o conflito e a rotina e o ambiente escolar. Trabalhamos a ludicidade como ponto principal fazendo os alunos compreender brincando como é importante respeitar o colega e quais atitudes deveremos ter no nosso dia a dia para que torne a convivência no grande grupo prazerosa e feliz. Ao finalizar a semana com as dinâmicas pudemos perceber muitos aspectos positivos entre as crianças, pois elas começaram a colocar em prática o que aprenderam na semana que passou. Mesmo pequenos se tornaram grande aos olhos dos outros”, afirma a professora Bruna Woczinski Menegasso que trabalha com a educação infantil.

A professora de Matemática, Deborah de Souza, acredita que a campanha foi um sucesso, “acreditamos que nós professores temos uma missão e além de ensinar devemos conscientizar nossos alunos afim de ser cidadãos que respeitem as pessoas e o meio em que vivem, por isso essa campanha foi muito importante e com certeza atingiu de forma positiva muitos de nossos alunos. Foi muito gratificante de ver também o envolvimento deles e dos professores nessa semana, o que nos mostra que podemos sim através de gestos e palavras auxiliar na forma de agir e pensar das pessoas. Nós temos o poder de mudar a vida delas em um segundo, para o bem e para o mal, que seja sempre para o bem”, completa.

O leitor do Jornal O Iguassú, Leonardo Jorge Iwanko, acredita que é responsabilidade dos pais educar sobre bullying. “Educação e respeito se aprendem em casa, escola é alfabetização”, descreve.

Para a leitora Rosani Maria Durek a escola deve trabalhar bullying sim. “Escola e família, uma parceria que dá certo, até porque cerca de noventa por cento dos casos de Bullyng ocorrem dentro da Escola”, destaca.

Para Maristela Pilar a escola deve instruir, “a educação e o respeito aos semelhantes deve vir de casa. Quando não acontece, a escola deve sim chamar a família e conversar, expor o problema que os alunos causam. Acabar com o constrangimento que professores e colegas são obrigados a suportar”, fala.

Justiça contra o bullying

 “Memórias da Infância: uma necessidade em tempos modernos”, foi a temática abordada pelo Juiz de Direito Carlos Eduardo Mattioli Kockanny juntamente com a Psicóloga Claudia Zaions para pais e mães no evento “Semana da Família” da Escola Saint Joseph de União da Vitória, na noite de 12 de agosto. O magistrado ressaltou que “cada vez mais estudos apontam que a primeira infância é a fase mais oportuna para investimentos, em todos os sentidos, sejam orçamentários pelo Poder Público, seja no cotidiano pelos pais em casa, ou pelos educadores no ambiente escolar, ensejando profundas transformações positivas no desenvolvimento das crianças”.

No dia 14 de agosto no evento de Formação Continuada “Jornada Tuliana da Educação”, promovida pelo Colégio Estadual Túlio de França no período noturno os alunos estudantes acompanharam a palestra “Bullying e outras Violências na Escola: Como identificar e proceder”, proferida pelo Dr. Mattioli.

Lei Federal

O governo federal sancionou uma lei na época pelo então presidente Michel Temer de combate ao bullying nas escolas. O texto sancionado altera um trecho da Lei 9.394, de 1996. A atualização na lei inclui a responsabilidade das escolas em promover medidas de combate ao bullying, além de pensar em ações de promoção da cultura de paz. A nova lei estimula as escolas a combater o bullying e a promover uma cultura de paz.  A lei original, instituída no governo Fernando Henrique Cardoso, estabelece as diretrizes e base da educação nacional. O artigo 12, alterado pela lei sancionada hoje, trata da incumbência dos estabelecimentos de ensino.

Os estabelecimentos de ensino, deverão promover medidas de conscientização, de prevenção e de combate a todos os tipos de violência, especialmente a intimidação sistemática (bullying), no âmbito das escolas; estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas”, diz a lei atualizada. Pais, pedagogos, comunicadores e outros profissionais devem estimular uma cultura de paz, na qual se valorize a tolerância e o respeito às diferenças, se quiserem contribuir para que episódios como o de sexta-feira não se repitam. Um estudo feito em 2016 pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, em parceria com o Ministério da Educação, aponta que 69,7% dos estudantes presenciou algum tipo de agressão dentro da escola.

Semana de Prevenção e Combate bullying no Paraná

Rodas de conversa, palestras, apresentações teatrais e musicais, produção textual, atividades esportivas e recreativas e muita conversa sobre maneiras de prevenir e combater o bullying são algumas das atividades desenvolvidas nas escolas da rede estadual de ensino. O Estado determinou uma semana em abril para uma programação da Semana de Prevenção e Combate ao Bullying desenvolvida pela Secretaria de Estado da Educação.

As ações aconteceram em vários municípios do Estado onde foram desenvolvidas reuniões pedagógicas relacionadas à temática, a Secretaria da Educação, com base na Lei nº 19.678/18, elaborou uma lista com sugestões de ações e estratégias que podem ser trabalhadas em sala de aula e contribuir para construir um clima escolar favorável ao diálogo, empatia e minimização de situações de violências, e para promover a convivência harmônica.

O objetivo é tornar as ações preventivas ao bullying uma prática contínua, permeando o cotidiano e o currículo escolar, orientadas pelo Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, e desenvolver competências socioemocionais nos estudantes, que reflitam na melhoria dos resultados de aprendizagem, uma das funções primordiais da educação.

(Com informações da Agência Brasil, Agência Estado e CEJUSC)

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