Centro de Tratamento e Reabilitação de Animais abandonados em Porto União precisa de sua ajuda

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Porto União ganhou oficialmente um Centro de Tratamento e Reabilitação de Animais Abandonados em fevereiro de 2020.  A estrutura foi montada no terreno da antiga Escola do Pintadinho, na SC 135, km 6, um prédio público sem uso por anos. No local foram construídas instalações para abrigar animais recuperados vítimas de maus tratos, doentes e/ou machucados.

O Centro de tratamento é uma casa de passagem temporária para que os animais recebam todo cuidado necessário para o restabelecimento de sua saúde até que seja possível coloca-los para adoção. Nas dependências da antiga escola foram construídos cômodos para garantir o trabalho como cozinha, lavatório para banho dos animais, escritório, lavanderia, estoque de ração, alojamento para guardião, banheiro e sala para pequenos procedimentos cirúrgicos e curativos.

É importante ressaltar que a obra não é um abrigo permanente e que não é destinado ao recolhimento de animais de rua. Para o problema dos animais sem donos, a Prefeitura de Porto União mantém convenio com a Uniguaçu realizando atendimentos veterinários gratuitos por todos os bairros inclusive fazendo castrações para as famílias de baixa renda.

O local estava aos cuidados dos servidores do município e pelo casal Susete Boiko, junto com seu marido, o conhecido “Zé do Rodeio”, que sempre dedicou a sua vida pela causa. Mas nos últimos dias o casal foi dispensado do trabalho e os cuidados dos animais ficaram a cargos apenas dos servidores. Cerca de 23 cães adotados desde a inauguração do centro, mas o local conta ainda com mais de 50 cães no local.

Mas o local está lotado e os animais precisam ser adotados.  Um grupo de voluntário se prontificou a fazer uma seção de fotos dos animais para serem publicados nas redes sociais da prefeitura para incentivar a adoção. Para dotar precisa preencher uma ficha de adoção e monitoramento para que os animais não sofram maus tratos.  As doações e ajuda para os animais podem ser feitos no próprio Centro de Tratamento.

Pensando em auxiliar e facilitar as doações dos animais do Centrode Tratamento e Reabilitação de Animais em Porto União a protetora Thaynara Morganna com auxílio das amigas Noeli Breginski e de Karine Livian Bohn e conjunto da assessoria de imprensa da Prefeitura, realizaram uma sessão de fotos.

“Eu como protetora, não conhecia o Centro de Tratamento, só tinha contato com a Laís, que era quem cuidava lá do canil, e me ajudava nos resgates. Porém, tinha vezes que precisava de ajuda, pois não tinha mais espaço em casa para lar temporário (LT), um dia indaguei ela sobre o por que não teria. Então ela me convidou para conhecer o Centro de Tratamento (um pouco antes dela sair) e então eu vi, que estava lotado. Não tinha mais onde colocar cães. Comecei a entender como funcionava, como entra e sai cachorros de lá, mas tem alguns que permanecem. Percebemos que é mais fácil adoção de filhotes, e os cães adultos e idosos que ficam lá, tem pouca procura de adoção. Então surgiu a ideia de ajudar o Centro com a fotos, pois a imagem é algo muito importante na adoção, é o que chama atenção por primeiro”, revelou.

Com a ideia na cabeça ela reuniu mais pessoas que lutam por esta causa e então surgiu a ideia de ampliar na divulgação do CT, para que soubessem como o centro funciona.

“Vale ressaltar que ali é um Centro de tratamento dos animais e não um depósito, pois muitas pessoas procuram o centro para abandonar os animais. E não é assim, pois uma pessoa quando compra, ou adota o animal, é responsável por ele, até o fim da vida do mesmo, devendo cuidar, proteger, oferecer uma vida digna com amor e carinho”, reforça ela.

Já foram tiradas algumas fotos, mas ainda uma nova sessão deve ser realizada. Segundo ela o intuito é fazer com que a população conheça como funciona o centro, as adoções, os requisitos básicos para uma adoção responsável, “e saibam que ali tem cães que precisam de um lar, de uma segunda chance. Pois a maioria estava em situação de rua, sofreram atropelamentos, foram vítimas de maus tratos, abandono etc”, completa.

Suas ações como protetora iniciaram há 5 anos, quando salvou uma mãezinha das ruas com seus filhotes, e conseguiu doar quase todos os filhotes e ficando com um filhotinho, a Yoko. Ela despertou o olhar para os cães em situação de rua. “Desde criança aprendi com minha avó e minha mãe a respeitar e cuidar dos animais”, enaltece.

Após a Yoko, começaram os resgates de cães com doenças das ruas, abandonados, atropelados, envenenados, começando o resgatando de 1 a cada 2 meses, e aos poucos esse número foi aumentando. “Somente neste ano, resgatei 16 animais, e não pude resgatar mais por que com a pandemia diminuiu minha renda mensal (sou autônoma) e sempre me desdobrei a trabalhar em 2/3 empregos, para arcar com custos de minha casa, e para sobrar um pouco para os animais, e com esse pouco e com a ajuda de amigas, já fizemos muito”, revelou.

Para ajudar a pagar despesas com veterinários, castrações e ração, ela realiza bazares e rifas no bairro São João Maria, onde mora, com roupas doadas e algumas peças próprias. O valor arrecadado é para os cães, então após o bazar, a protetora posta em suas redes sociais fotos das notas de veterinário, de remédios, como prestação de contas. “Meu trabalho voluntário não seria possível sem a ajuda de muitos amigos empenhados nesta causa, como também aos veterinários de nossas cidades que nos apoiam como o Dr. Guilherme Mattos, e o Dr. Edson. Cada um ajuda de uma forma, seja procurando um bom lar, seja com valores, com ração, enfim, sou muito grata a estas amizades que a causa animal me trouxe”, lembra.

As pessoas podem ajudar um protetor com dinheiro para pagar os custos em veterinários, comprando rifas, todo valor ajuda, “as vezes a pessoa acha pouco ajudar com 2, 5 reais, mas se cada um ajudasse assim, nós protetores, poderíamos fazer muito mais. Ração é algo que também precisamos muito, pois fora os resgates, eu alimento os cães de rua. E roupas também são bem-vindas para doação para a realização do bazar”, afirma.

Thaynara tem um sonho que um dia em não precise mais fazer isso, que não tenha mais cães nas ruas passando necessidades. “Mas enquanto isso não acontece, nós protetores continuaremos com o nosso trabalho, um trabalho onde não visamos lucro algum, pelo contrário, tiramos do nosso bolso para ajudar os animais. E o que ganhamos com isso, é um olhar com gratidão, uma “lambeijo” cheio de amor. Ver um cão resgatado com uma nova família que cuida bem dele, não tem preço, nada me satisfaz mais que isso”, finaliza.

União da Vitória

A equipe da Defesa Animal, que faz parte da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de União da Vitória, está a cargo das médicas veterinárias Juliana Martins e Vanessa Bley Bonato e vem prestando total apoio para as famílias de baixa renda em relação aos cuidados e orientações para o bem-estar dos animais de estimação. Porém, devido ao coronavírus (Covid – 19), têm-se constatando que muitas pessoas estão abandonando os animais em via pública, em destaque os cachorros, e devido a tal ato, vários animais são atropelados ou ficam doent es, sendo um possível transmissor de doenças para outros animais domésticos.

O atendimento as famílias de baixa renda

As famílias de baixa renda do município de União da Vitória, que fazem parte de programas sociais, tem a oportunidade de ter o serviço. Em qualquer dúvida ou ajuda o morador deve fazer contato pelo telefone (42) 3522 32 66 e abrir um processo de solicitação e fazer o repasse do Número de Identificação Social (NIS), o qual será consultado para comprovação que a solicitação está sendo feita por pessoa que faz parte do grupo de baixa renda da cidade e tem o total direito de ser atendido. Segundo Juliana, o atendimento segue a ordem dos protocolos que pode ser alterada somente em casos considerados urgentes ou graves. “A população que precisar do apoio da Defesa Civil, deve fazer o seu contato pelo telefone 3522 32 66, e na oportunidade repassar as informações como o Cadastro de Pessoa Física (CPF), Registro Geral (RG), o endereço e o número do NIS, que fica junto ao Cartão Cidadão, Bolsa Família ou no Programa de Integração Social (PIS). É bom ressaltar que o atendimento para o agendamento é só feito pelo telefone, onde é gerado um número de protocolo. “Informamos que a procura é bem grande e pode haver uma demora, mas abrimos uma exceção em casos graves”, destacou Juliana.

Castração “Um ato de amor”

Segundo a veterinária Juliana Martins, o ato de castração de cachorros e gatos é um ato de amor, pois o proprietário vai evitar que o animal tenha vários filhotes e também poderá evitar que o animal de estimação seja acometido no futuro de várias doenças. “A Defesa Animal de União da Vitória, trabalha numa parceria com a Universidade do Vale do Iguaçu (Uniguaçu), na Clínica Veterinária, para a realização da castração, onde são atendidos animais de rua e da população de União da Vit& oacute;ria que se enquadram como baixa renda. Devido a pandemia causada pelo coronavírus (Covid-19), as atividades da Uniguaçu foram suspensas e as castrações, por hora, não está sendo realizadas, mas quem tiver interesse pode ligar para a Defesa Animal e fazer o cadastro e assim que retornem as atividades na universidade, o programa terá continuidade. “Reafirmo que o ato de castrar o animal de estimação cachorros e gatos é ter amor e carinho pelo animal, pois vai evitar vários filhotes e no futuro evitar vários problemas de saúde”, destacou a veterinária.

Ressaltamos que a Defesa Animal do Município de União da Vitória não faz o recolhimento de animais de rua, pois no município ainda não há um canil para abrigas os animais abandonados.

Castramóvel

A vereadora de União da Vitória Alandra Roveda participa efetivamente de reuniões periódicas relacionadas a causa dos animais, juntamente com a administração pública e os voluntários protetores dos animais. Após muito trabalho e reivindicações relacionadas aos animais, avanços consideráveis já estão acontecendo no município de União da Vitória.

Foram licitadas 3 mil castrações, em decorrência da pandemia o serviço que é gratuito para pessoas de baixa renda, está temporariamente dispensado, entretanto continua vigente. Dois veterinários foram licitados para trabalhar juntamente com a Defesa Animal do município, bem como todos os canis foram revitalizados garantindo uma qualidade de vida mais agradável para todos os animais remanescentes do Coala.

E após um longo período de espera por motivos burocráticos desde a solicitação feita pela vereadora Alandra, o Castramóvel em suma chega em União da Vitória. Será um mecanismo de extrema importância que vai atuar com a Defesa Animal, projetando uma melhora na qualidade dos atendimentos, e com isso ocasionando na diminuição da quantidade desses animais de rua, sendo esse um assunto de saúde pública.

A vereadora enfatiza a importância dessa nova ferramenta que chega no município. “Todos juntos, administração pública e protetores, precisamos fazer uma rede de ajuda, levando mais informação para a população, cada um fazendo sua parte, propondo campanhas e respeitando as limitações desses animais. Buscando cada vez mais um serviço de qualidade para essa causa que ainda está engatinhando”, explica Alandra.

 Lei:

Segundo o site JusBrasil, “O nosso Direito, que se baseia no Direito Romano, define os animais como bens móveis, na subcategoria dos “suscetíveis de movimento próprio”. (Artigo 82 do Código Civil)”. Devido a lei os animais são tratados como coisas, mas apesar disso, temos algumas leis que os protegem. O primeiro decreto foi de nª 24.645 de 1934, que proibiu os maus tratos aos animais.

No ano de 2018, a Câmara dos Deputado aprovou o projeto de lei nº 10.827, que fez alterações na lei de maus tratos de animais. Já em 2019, outra mudança foi feita “Altera a Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 para estabelecer pena de reclusão a quem praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos; e instituir penas para estabelecimentos comerciais ou rurais que concorrerem para a prática do crime.

“Em nosso município da Defesa Animal, está sempre pronta para apurar as denúncias de maus tratos contra animais. Vale destacar que existe lei que pune o crime contra todo os animais. A população ao identificar alguma situação de maus tratos pode ligar para a Polícia Militar 190 ou na Defesa Animal 3522 32 66”, enfatizou Vanessa Bley Bonato.

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