Legislativo e executivo buscam soluções para falta de água em Porto União
O vereador e Presidente do Legislativo de Porto União, Paulo Kovalski (PSDB), acompanhado do vereador Fernando Barulho (PSDB), estiveram na tarde desta quarta-feira, 26, no escritório regional da Sanepar, onde conversaram com o gerente regional da Sanepar, Antônio Marco Vieira sobre a falta de água no município.
Vieira relatou que desde a quinta-feira, 20, o consumo de água em União da Vitória e Porto União aumentou em 30%, ultrapassando a capacidade de distribuição da água para as cidades. Segundo ele, por segundo a Sanepar consegue captar e distribuir 240 litros, mas o consumo diário estava em média 280 litros por segundo, chegando em alguns momentos em 300 litros por segundo.
O forte calor ligado ao aumento do consumo e nesta terça-feira, 25, o rompimento de uma rede na rua Helmuth Muller em Porto União, desabasteceu alguns bairros mais altos do município. Segundo o gerente, o conserto foi finalizado na tarde desta quarta-feira, e até a amanhã o abastecimento será normalizado.
“Recebemos várias reclamações e queríamos uma reposta da Sanepar para saber o que estava acontecendo, por isso marcamos junto com o Presidente Paulo essa reunião aqui na Sanepar. O gerente destacou o alto consumo que juntou com o rompimento de uma rede, que causou essa falta de água”,
O Presidente do Legislativo recebeu as explicações do gerente. “Estivemos aqui conversando com a Sanepar para poder entender e dar uma resposta para a população. Existe uma obra par aumentar a capacidade de captação e distribuição de água que sofreu alguns atrasos devido a pandemia, mas que deve ser finalizado esse ano e assim não teremos mais falta de água devido ao alto consumo”, falou o Presidente do Legislativo Paulo Kovalski.
No fim da tarde de quarta-feira, 26, o executivo municipal publicou em suas redes sociais uma nota informando a população que havia conversado com o Ministério Público para que fosse feito uma ação civil pública contra a empresa de saneamento.
Segundo a nota, os munícipes de Porto União, principalmente dos bairros mais altos, vêm sofrendo ano após ano com a falta de água. A Sanepar, estatal que atua na cidade de Porto União e de União da Vitória, é a empresa responsável pelo abastecimento.
A nota continua explicando todo o processo de renovação de contrato com a empresa. Por treze anos a Sanepar atuou em nosso município sem contrato, o que era usado como justificativa para a falta de investimento em melhorias para acompanhar o crescimento da população e o aumento de residências nos bairros mais altos.
Para colocar definitivamente um fim nesse problema, no dia 31 de março de 2018, o contrato com a Sanepar foi devidamente oficializado e com ele, a promessa de investimentos substanciais. O contrato assinado com a validade de 30 anos prevê investimentos acima de 60 milhões de reais e nele a companhia estabelece algumas metas que a empresa deverá cumprir, além de investimentos em diversas áreas, como ampliação do sistema de esgotamento sanitário e melhoria no abastecimento de água.
Na época o prefeito Eliseu Mibach chegou a comemorar “O município estava sem investimento nenhum por parte da companhia, e agora, com investimentos, ganha-se em qualidade de vida para os munícipes, melhorando os índices de Porto União”, completa.
Os problemas não acabaram com a assinatura do contrato tanto que em agosto do ano passado, por ocasião dos repetidos episódios de falta de abastecimento, Eliseu e sua equipe se deslocaram para Curitiba. A comitiva esteve na Sede da Sanepar para a repactuação da meta de tratamento de esgoto.
Aproveitando a ocasião onde estavam presentes Elerian Zanetti, Diretor Comercial; Claudio Stabile, Chefe Executivo e Anderson Coelho, Gerente de Comissões, Eliseu cobrou soluções para os problemas constantes de interrupção do fornecimento de água nos locais mais altos da cidade, como São Pedro e Vice King, onde foi prometido solução imediata com ajustes nos projetos e investimentos urgentes.
Embora soluções já tenham sido apresentadas no papel pela SANEPAR para abril do próximo ano, quando a quantidade de água tratada fornecida deveria duplicar, Eliseu foi taxativo: precisa da solução já!
Frise-se que a Sanepar está com o plano de investimentos e metas contratada atrasada, motivo pelo qual foi objeto de notificação no segundo semestre do ano passado, porém, permaneceram inertes.
Agora o problema se repete. Era previsto. Basta uma onda de calor um pouco mais intensa para que o abastecimento fique comprometido e dezenas de famílias sejam prejudicadas. O motivo ainda é o mesmo: falta de capacidade de abastecimento.
A Sanepar responsabiliza os moradores que lavam calçadas, carros e enchem as piscinas quando na verdade não cumpre as metas de investimentos prometidas e contratadas.
Por esse motivo, o Prefeito Eliseu Mibach explica que é solidário ao problema dos moradores que muitas das vezes não têm sequer uma caixa de água, o que torna a situação ainda mais grave. Eliseu decidiu não protelar mais a situação, e na tarde de hoje, em conversa com o Ministério Público foram discutidas as demandas.
Por isso o Ministério Público após conversa com o Município, instaurou Inquérito Civil n 06.2022.00000766-4. Pelo inquérito, fica à Sanepar a obrigação de apresentar em três dias relatório contendo:
1) os locais afetados e os períodos exatos de interrupção;
2) as razões individualizadas de cada interrupção, de modo documentado;
3) o aviso, prévio ou simultâneo, sobre a interrupção às comunidades e usuários afetados, de modo documentado;
4) o prazo previsto para restabelecimento de todos os pontos interrompidos.
O Município acionará a Agência Reguladora – ARIS para providências tendo em vista descumprimento contratual e falha recorrente na prestação dos serviços.