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Estudo indica caminho para tratamento de pacientes com arritmia

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O estudo Augustus, liderado pelo médico brasileiro Renato Lopes, professor da divisão de cardiologia da Duke University Medical Center, define novos caminhos para o tratamento de infarto em pacientes que têm fibrilação atrial que incluem a não utilização de aspirina. O estudo Augustos foi feito com 4.614 pacientes de cerca de 500 centros de 33 países, inclusive o Brasil. Ele foi debatido no 36º Congresso de Cardiologia da Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro (Socerj) e publicado na edição de março no New England Journal of Medicine.

Renato Lopes disse à Agência Brasil que a pesquisa traz uma resposta muito específica para o paciente que tem fibrilação atrial e sofre um infarto do miocárdio ou que coloca um stent (uma peça expansível inserida dentro da artéria para evitar uma obstrução), “porque a gente tem que combinar diferentes remédios para afinar o sangue”. O paciente com fibrilação atrial precisa de medicação anticoagulante e o que apresenta quadro de infarto tem que usar dois antiagregantes plaquetários, cujo principal representante é o ácido acetilsalicílico (aspirina).

Rio de Janeiro - Exposição Vias do Coração, no Museu da Vida (castelo da Fiocruz), divulga o conhecimento cardíaco como forma de estimular a prevenção das doenças cardiovasculares  (Tomaz Silva/Agência Brasil)

Estudo Augustus define novos caminhos para o tratamento de infarto em pacientes que têm fibrilação atrial – Tomaz Silva/Agência Brasil

Lopes explicou que os médicos ficam indecisos em relação ao que fazer quando o paciente apresenta fibrilação atrial, tipo de arritmia mais comum da prática clínica, e infarto. “A gente não pode só ficar somando um monte de remédios porque o risco de sangramento é muito alto”. Segundo Lopes, é preciso tentar descobrir qual é a combinação de tratamento que dá o maior benefício líquido, isto é, que dá maior redução em eventos isquêmicos, como acidente vascular cerebral (AVC), infarto e trombose de stent, com menor risco de sangramento.

Melhor combinação

O estudo mostrou que a melhor combinação é usar um anticoagulante mais moderno, como a apixabana, junto com apenas um antiagregante plaquetário, retirando a aspirina. “Porque ela (aspirina) só causou malefício, provocando muito sangramento, e não trouxe nenhum benefício para diminuir outros infartos ou outras tromboses de stent.

O médico ressaltou que como a aspirina é muito importante para o paciente que tem só o infarto, as pessoas acreditavam que esse remédio deveria ser mantido também para pacientes com arritmia. O estudo mostrou agora que uma das drogas mais antigas da medicina, que é a aspirina, pode ser desprezada, porque vai causar mais mal do que bem.

 A adição de aspirina ao esquema terapêutico aumenta o risco de sangramento em 89%. O  estudo orienta que os médicos adotem a terapia dupla de anticoagulante mais antiagregante do tipo clopidogrel sem aspirina, ao contrário da terapia tripla com aspirina, empregada anteriormente, durante, pelo menos, seis a 12 meses. A partir de 12 meses, é recomendado a terapia única com o anticoagulante, no caso a apixabana.

Custos

Lopes destacou que não usar a aspirina vai evitar muitos sangramentos, que podem levar o doente a ser mais hospitalizado. Sem ela, cessa a necessidade de hospitalização. “Diminui a hospitalização por sangramento e, com isso, reduz os custos com saúde pública”.

Renato Lopes informou ainda que a incidência da fibrilação atrial aumenta diretamente com a idade. Em torno de 1% da população mundial tem fibrilação atrial. Se considerarmos apenas as pessoas mais velhas, acima de 80 anos, a incidência pode chegar até 25%.

No Brasil, existem poucos dados disponíveis. Um registro inédito de fibrilação atrial nacional que se acha em andamento, chamado Recall, liderado pelo médico brasileiro, será encerrado em 2020. A expectativa é que traga dados importantes sobre a doença no país.

Diretrizes de saúde

Outro estudo inédito publicado no Journal of the American Medical Association (Jama) por Renato Lopes e sua equipe fez uma revisão detalhada das diretrizes em cardiologia adotadas pela American College of Cardiology/American Heart Association e pela European Society of Cardiology.

O estudo descobriu que apenas 8,5% das diretrizes americanas e 14,2% das europeias provêm de estudos de nível de evidência A, a mais completa e abrangente.

“Quando a gente tem uma diretriz, o que se espera é que as recomendações venham do que existe de mais forte em termos de evidência, que são ensaios e estudos clínicos bem desenhados, que incluam vários países e tenham bastante dados. Ou seja, que tenham o maior nível de evidência para que haja maior certeza para tratar o doente. Isso é chamado de nível de evidência A”.

Renato Lopes disse que, infelizmente, a maior parte das diretrizes norte-americanas e europeias, de nível A, apresenta média de 10% . “Isso mostra que grande parte das evidências em cardiologia, que a gente faz no dia a dia, não são evidências com grau elevado de certeza que aquela recomendação faz bem ou mal. A gente não tem grande certeza sobre o benefício ou malefício daquela recomendação. Isso é um problema porque a gente tem que tratar o doente e acaba não tendo a certeza que precisa para promover o melhor para o paciente”.

Mudança radical

Lopes indicou a necessidade de haver uma mudança radical no mundo, no sentido de que sejam feitos estudos mais amplos, mais rápidos e mais baratos para gerar mais evidências de alto nível que possam ser traduzidas em diretrizes e recomendações aplicadas pelos médicos objetivando um tratamento mais adequado.

O médico defende que, para que se possa elevar o nível de qualidade das evidências em cardiologia, é importante um movimento que envolva a indústria farmacêutica, agências governamentais de fomento, a academia, e uma parceria público privada para que mude a maneira como se faz pesquisa clínica no mundo.

Segundo Lopes, as pesquisas têm que ser mais pragmáticas e menos burocráticas. “Os órgãos regulatórios têm que estar envolvidos, para que a gente possa fazer pesquisa mais barata, menos complexa e, consequentemente, gere respostas de alto nível mais rápido”.


Source: Agência Brasil

Lituânia elege novo presidente

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A Lituânia vota neste domingo (12/05) para o primeiro turno das eleições presidenciais para sucessão da atual presidente, Dalia Grybauskaite, que não pode se candidatar novamente, após dois mandatos de cinco anos. País báltico e membro da União Europeia (UE) luta contra o rápido declínio populacional, altos índices de desigualdade de renda e de desemprego.

Foram convocados 2,4 milhões de eleitores para escolher entre nove candidatos. As sondagens indicam que apenas três deles têm chance de chegar ao segundo turno: a ex-ministra das Finanças Ingrida Simonyte, 44 anos, apoiada pelos conservadores, o primeiro-ministro de centro-direita, Saulius Skvernelis, 48 anos, e o economista independente Gitanas Nauseda, 54 anos.

Simonyte é popular entre a classe média urbana, enquanto a campanha populista de Skvernelis agrada nas zonas rurais menos favorecidas. Nauseda propõe diminuir o fosso entre ricos e pobres no país com 2,8 milhões de habitantes.

Se nenhum deles conseguir a maioria dos votos válidos, os dois com melhores colocações se enfrentarão num segundo turno, marcado para 26 de maio.

Todos os candidatos são partidários convictos da União Europeia (UE) e da Otan, considerada uma muralha contra o vizinho russo, fonte de temores, principalmente após a intervenção militar de Moscou na Ucrânia em 2014.

Na Lituânia, o presidente não exerce o poder político quotidiano, mas pode vetar leis, estabelecer políticas externas e de defesa e nomear os ministros e os chefes militares, na maioria das vezes, após o aval do primeiro-ministro ou do Parlamento.

A Lituânia luta contra o declínio da sua população, em parte devido à emigração para a Europa Ocidental por pessoas que buscam melhores condições de vida. O crescimento econômico do país do Leste Europeu melhorou, mas a pobreza, a desigualdade de renda e o desemprego continuam altos.

Independente após a guerra de 1914-1918, a Lituânia foi anexada pela URSS durante a Segunda Guerra Mundial e foi o primeiro país a proclamar sua independência em 1990, um ano antes da dissolução da União Soviética.

É membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte e da UE desde 2004, tendo passado a integrar a zona euro em 2015.


Source: Agência Brasil

Completa um mês tragédia da Muzema, no Rio

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Completou um mês hoje (12) o desabamento de dois prédios no Condomínio Figueiras do Itanhangá, na comunidade da Muzema, em Jacarepaguá, zona oeste da capital fluminense, que deixou 24 mortos e centenas de desabrigados. Os prédios eram construções irregulares e ilegais que haviam sido interditados duas vezes, no final do ano passado e em fevereiro deste ano. Duas pessoas feridas no desabamento seguem internadas e têm pacientes estáveis, informou a Secretaria Municipal de Saúde do Rio.

A Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação informou que, até o momento, não recebeu nenhum encaminhamento de moradores da Muzema para receber o Auxílio Habitacional Temporário (AHT) que se enquadram na lei. A secretaria salientou que o AHT, ou aluguel social, é regido por lei e, para recebê-lo, o cidadão precisa atender aos pré-requisitos previstos. Na última semana, foram desocupados pela Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação três prédios na região de Muzema.

No último dia 16 de abril, a Justiça acatou pedido do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) e proibiu a realização de obras e novas construções na região. Foi proibida também a venda de qualquer imóvel ou terreno no local.

O prefeito Marcelo Crivella anunciou que serão demolidos, no total, 16 prédios localizados na região da Muzema. Crivella anunciou ainda a criação no local de um parque em área de preservação ambiental, em memória das 24 vítimas do desabamento.

Balanço

O balanço apresentado pela prefeitura do Rio revela que a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos (SMASDH) permaneceu na Muzema com uma base até o dia 18 de abril. A partir dessa data, as famílias passaram a ser atendidas no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Cidadania Rio das Pedras, em Jacarepaguá.

No dia 24 de abril, a prefeitura carioca demoliu o prédio de três andares que desabou, de forma manual, para evitar abalos estruturais nos edifícios do entorno. No dia 30, iniciou a demolição do segundo prédio que caiu no Condomínio Figueiras do Itanhangá, na Estrada de Jacarepaguá, 370. A expectativa é que os serviços sejam concluídos no final deste mês de maio, envolvendo 60 trabalhadores de diversos órgãos municipais. Laudo da Defesa Civil realizado após o incidente apontou que as duas construções tinham risco iminente de colapso e deveriam ser demolidas imediatamente.

Desde o desabamento dos prédios na Muzema, a Guarda Municipal do Rio (GM-Rio) mantém equipes atuando diariamente na região, informou a prefeitura carioca. Na última sexta-feira (10), o efetivo empregado foi da 7ª Inspetoria, que atua nas ações de patrulhamento dos bairros da região. Os guardas municipais atuam em apoio às ações do Corpo de Bombeiros, da Defesa Civil, entre outros órgãos, focando no isolamento da área, apoio aos agentes e no suporte aos cidadãos.

Após a interdição dos dois prédios vizinhos ao desabamento, a Subsecretaria de Proteção e Defesa Civil do município se mantém em estágio de plantão para atender as equipes da Secretaria de Conservação que realizam a demolição do último imóvel. A Defesa Civil municipal atende a chamados da população pelo número 199. Nos últimos dois dias, o órgão realizou 51 vistorias estruturais em imóveis do conjunto em apoio à Coordenadoria de Operações Especiais (COE), da Secretaria Municipal de Infraestrutura e Habitação (SMIH). Nas duas inspeções não foram constatados riscos estruturais iminentes que apontem para interdições emergenciais, informou a assessoria de imprensa da prefeitura.

O balanço apresentado pela Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlubr) mostra que foram removidas, na região do Itanhangá, 3.300 toneladas de resíduos. Segundo a Comlurb, a rotina na Muzema e Tijuquinha voltou com a coleta domiciliar, varrição e remoção de resíduos diariamente. A operação conta com apoio de um caminhão compactador, quatro basculantes e uma pá carregadeira, além de equipe de até 15 garis.

Suspeitos

Três milicianos suspeitos de construção e venda dos apartamentos irregulares na Muzema estão foragidos. Eles são acusados de homicídio com dolo eventual, ou seja, quando se assume o risco de matar. A polícia está a procura de José Bezerra de Lira, conhecido como Zé do Rolo; Renato Siqueira Ribeiro; e Rafael Gomes da Costa.


Source: Agência Brasil

Na educação indiana, teoria e prática caminham juntas

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Aliar a teoria e a prática é uma das caraterísticas do ensino indiano, segundo o estudante brasileiro de engenharia mecânica, Emerson Nogueira, 20 anos. “O professor ensina a teoria e vamos para o laboratório trabalhá-la na prática”, diz.

Em dez dias, ele completa um programa de cinco meses de intercâmbio na Universidade Sathyabama, em Chennai, capital de Tâmil Nadu, no sul da Índia. Nogueira é estudante do Grupo Unis, em Varginha (MG). Ele foi o primeiro aluno que a instituição enviou para o país.

Todas as atividades práticas, segundo ele, são realizadas em grupo. “O grupo tem que fazer o mesmo trabalho e, se der errado, todo mundo tira nota ruim.” Assim, segundo ele, são trabalhadas também habilidades socioemocionais, como resolução de problemas, empatia e trabalho em conjunto.

Ele conta ainda, que na sala de aula, o professor é a autoridade máxima. Na instituição onde estudou, os estudantes recebiam os docentes de pé. “Uma vez um estudante estava no celular durante a aula. O professor pegou o aparelho e jogou para fora da sala. O aluno ficou parado e não fez nada.”

Apesar do rigor, a maior lição que ele levará da Índia será, segundo ele, o lidar com as pessoas. No segundo país mais populoso do mundo, que com 1,3 bilhão de habitantes perde apenas para a China, com 1,4 bilhões, é quase impossível, nas grandes cidades, isolar-se completamente. “No Brasil, a gente acha que primeiro temos que ser cativados para depois nos abrir para as pessoas. Aqui eles se abrem muito facilmente e tentam agregar. Isso é uma coisa muito forte. Te tratam bem porque é uma pessoa igual a ela.”

Brasileiro explica a inserção de estudantes no mercado de trabalho indiano

 

Brasileiros na Índia

Nogueira viajou 42 horas de trem de Chennai, capital de Tâmil Nadu, no sul da Índia, a Nova Déli, capital do país, para encontrar representantes de instituições privadas de ensino superior do Brasil na noite dessa quinta-feira (9) e contar um pouco da experiência que teve.

Ele é um dos poucos estudantes brasileiros no ensino superior indiano. Segundo a Associação de Universidades Indianas, os últimos dados do governo mostram que apenas 18 brasileiros estão matriculados nas instituições da Índia, sendo dez mulheres.

O estudante fala do país com muito carinho. Foi aqui também que ele conheceu a namorada, Krish Rajma, 22 anos. Nogueira vai voltar para o Brasil para finalizar os estudos. Krish, que é cineasta, não acha ruim. “Vou me dedicar à minha carreira por um tempo. Mas tenho certeza que nosso vínculo vai permanecer.” O casal planeja ainda casar e morar junto no Canadá.

* A repórter viajou a convite do Semesp


Source: Agência Brasil

Indianos vão às urnas na penúltima fase das eleições gerais

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Hoje (12) foi dia de mais uma etapa das eleições gerais da Índia, a sexta de sete fases. O horário de votação começou às 7h e terminou às 18h. Devido à diferença de fuso horário, oito horas e meia a mais em relação ao Brasil, as eleições já foram finalizadas. Quase 40% dos eleitores que participam desta fase votaram até as 13h30, de acordo com dados da Comissão Eleitoral da Índia.

As eleições indianas são as maiores do mundo, com um total de 900 milhões de eleitores. Tamanha a logística necessária para garantir a segurança do pleito, as eleições são divididas em fases de acordo com as regiões do país. Votatam hoje Bihar, Haryana, Jharkhand, Madhya Pradesh, Uttar Pradesh, West Bengal e Deli.

Índia tem mais uma etapa das eleições gerais. Os indianos vão decidir quem serão os membros do Parlamento, que, por sua vez, escolherão o novo primeiro-ministro

Cerca de 900 milhões de eleitores participam da votação na Índia – Mariana Tokarnia /Agência Brasil

Os indianos irão decidir quais serão os membros do Parlamento que, por sua vez, escolherão o novo primeiro-ministro. Esses estados que votaram hoje elegerão 59 dos 543 parlamentares. A contagem final de votos será feita no dia 23 de maio. Dois nomes estão entre os mais cotados para essa posição, o primeiro-ministro Narendra Modi, que concorre à reeleição, e o presidente do partido do Congresso Nacional indiano, Rahul Gandhi.

A votação é eletrônica e, ao participar do pleito, os indianos saem com uma marca de tinta no dedo indicador, o que tornou-se o símbolo das eleições. Após votarem, personalidades posam para a mídia com o dedo levantado. Uma ilustração com a marca virou até doodle do Google neste domingo.

Índia tem mais uma etapa das eleições gerais. Os indianos vão decidir quem serão os membros do Parlamento, que, por sua vez, escolherão o novo primeiro-ministro

Indianos saem das seções eleitorais com marca de tinta no dedo indicador – Mariana Tokarnia /Agência Brasil

Durante o processo eleitoral e antes do pleito, é proibido vender e consumir bebidas alcoólicas. O chamado Dry Day, Dia Seco, em tradução livre, começou às 18h de sexta-feira (10). Este domingo é também feriado e a maior parte do comércio está fechada.

De acordo com a Comissão Eleitoral, 65 delegados de 20 órgãos de Gestão Eleitoral (EMB) foram convidados para participar do programa de visitantes e testemunhar as eleições em Deli. Os delegados são representantes do Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral (Idea) e dos seguintes países: Austrália, Bangladesh, Butão, Bósnia e Herzegovina, Fiji, Geórgia, Quênia, República da Coreia, Quirguistão, Malásia, México, Myanmar, Romênia, Rússia, Sri Lanka, Suriname, Emirados Árabes Unidos, Uzbequistão e Zimbábue. Além de testemunhar o pleito, eles acompanham o fechamento e vedação das urnas.

* A repórter viajou a convite do Semesp


Source: Agência Brasil

Brasil tem 12 aeroportos entre os melhores do mundo

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Doze aeroportos brasileiros ficaram entre os 50 melhores do mundo, de acordo com o AirHelp Score 2019, ‘ranking‘ internacional dos melhores aeroportos e companhias aéreas do mundo. Entre os 25 melhores, o Rio de Janeiro pontuou dois aeroportos: Santos Dumont, que ficou na 17ª colocação e o Internacional do Rio de Janeiro RioGaleão (25º classificado). A classificação é feita pela AirHelp, maior organização internacional dos direitos de passageiros aéreos.

“O Brasil foi o país que mais teve aeroportos entre os 50 melhores do mundo, com representação em quatro das cinco regiões do país: Sul, Sudeste, Nordeste e Centro-Oeste. A pontualidade é o índice em que os aeroportos brasileiros foram mais bem avaliados, sendo que 11 dos 12 aeroportos tiveram nota acima de oito. Em segundo lugar, vem a qualidade dos serviços e, por último, a qualidade do varejo, que leva em consideração opções de alimentação e lojas”, disse Karin Herbsthofer, especialista em direitos dos passageiros da AirHelp. Ela acredita que uma melhora dos aeroportos do Brasil nesses critérios pode ajudar a elevar sua posição no ‘ranking‘.

De acordo com a pesquisa, divulgada ontem (9), o Aeroporto Internacional Afonso Pena, em Curitiba (PR), obteve a quarta melhor colocação, com 8,37 pontos. Os três melhores aeroportos do mundo são o Aeroporto Internacional Hamad, do Catar, com 8,39 pontos, mesma pontuação do Aeroporto Internacional Tóquio Haneda, seguido pelo Aeroporto Internacional de Atenas, com 8,38 pontos. O Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), ocupa a 10ª posição, com 8,25 pontos. O último aeroporto brasileiro listado foi o de Guarulhoo, que ocupa a 45ª posição, com um total de 7,76 pontos.

Lançado em 2015, o   é considerado a avaliação mais abrangente e precisa de companhias aéreas e aeroportos. A partir daí, anualmente, a AirHelp produz um ‘ranking’ global dos aeroportos mais conhecidos do mundo. Este ano, foram analisados e classificados 132 aeroportos do mundo mais conhecidos e mais utilizados.

Metodologia

A metodologia considera três fatores para a pontuação dos terminais aeroviários. A pontualidade tem peso de 60%. Para elaborar o ‘ranking‘ deste ano, foram analisados os voos entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2018. Calculam-se quantos voos estavam no horário e, em seguida, esse número é expresso como uma porcentagem. Quanto maior a pontuação, maior a porcentagem de voos no horário em um dia normal. Por exemplo, uma pontuação de 8,5 significa que 85% dos voos estavam no horário.

Outro critério é a qualidade do serviço, com peso de 20%. Esse item foi perguntado a mais de 40 mil pessoas de 40 diferentes países, dos quais 2,5 mil eram brasileiras. Foi pedido aos viajantes que classificassem os aeroportos em termos de atendimento ao cliente; tempos de espera de segurança; e limpeza, utilizando uma escala de muito boa a muito ruim. A cada classificação foi dado um valor numérico (de 1 a 5). Somando essas classificações, os analistas chegaram a uma pontuação final. Quanto maior a pontuação, melhor o aeroporto em todos esses fatores de serviço.

O terceiro critério é o de varejo, que engloba alimentos e lojas e tem peso também de 20%. Os passageiros foram indagados sobre o que achavam dos aeroportos em termos de opções de compras e de alimentos. Novamente, eles classificaram cada um em uma escala de muito boa a muito ruim, dando a cada classificação um valor numérico (de 1 a 5), para depois fazer a pontuação final. Quanto maior a pontuação, melhores são consideradas essas instalações para o aeroporto. Para chegar ao ‘ranking’ final, são somados os três fatores, considerando porém que o desempenho em termos de pontualidade deve superar a importância do serviço e das instalações do aeroporto.

A AirHelp salientou que não é possível comparar o resultado da pesquisa com anos anteriores, porque a metodologia deste ano deu maior peso à questão da pontualidade, e isso impacta em alterações na pontuação.

Melhores companhias

A AirHelp avaliou também as 72 melhores companhias aéreas do mundo. A mais cotada foi a Qatar Airways, com pontuação 8,23, repetindo a posição do ‘ranking’ de 2018 devido à presteza no processamento de reclamações e à elevada pontualidade. American Airlines ficou na segunda posição, com 8,07 pontos, seguida pela Aeromexico, com igual pontuação.

Para esse ‘ranking’ de empresas, foram considerados três fatores: pontualidade dos voos segundo a base de dados da AirHelp, que avalia o horário de partida e chegada dos voos de todas as companhias aéreas; qualidade do serviço das companhias aéreas segundo avaliação de passageiros; e processamento de reclamações com base na eficiência para o atendimento a pedidos de indenização de clientes. Os três critérios têm o mesmo peso (33,33% da pontuação final).

As empresas brasileiras Azul Airlines e Gol Intelligent Airlines ficaram no 29º e no 58º lugares, respectivamente. Apesar da boa pontuação em termos de serviço e ‘performance’ de partida e chegada no horário, as duas companhias não receberam pontos positivos no atendimento a queixas de passageiros. A Azul recebeu nota 8,3 para qualidade do serviço, 8,4 para pontualidade, e apenas 5 para processamento de reclamações, enquanto a pontuação da Gol foi 8,1 (serviço), 7,8 (pontualidade), e 3,1 (processamento de reclamações).

Entre as piores companhias, estão Ryanair, Korean Air, EasyJet e Thomas Cook Airlines, consideradas n]ao amigáveis em relação aos passageiros.

Na avaliação do diretor presidente da AirHelp, Henrik Zillmer, as empresas aéreas que agradam mais aos passageiros são as que oferecem pontualidade acima da média. Segundo ele, “as companhias aéreas que colocam os passageiros em primeiro lugar e se responsabilizam pela execução das reclamações de indenização de forma rápida e sem problemas ganham a confiança dos clientes neste mercado altamente competitivo”.

 


Source: Agência Brasil

Green Talents busca pesquisadores para intercâmbio na Alemanha

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Até as 9h do próximo dia 22 (horário de Brasília), a competição ‘Green Talents International Forum for High Potentials in Sustainable Development’, promovida pelo Ministério Federal da Educação e Pesquisa da Alemanha (BMBF), estará recebendo inscrições de jovens talentos da pesquisa em todo o mundo.

O prêmio seleciona 25 jovens pesquisadores todos os anos, oriundos de vários países e disciplinas científicas, que são escolhidos pela capacidade inovadora de suas pesquisas, cujo objetivo é tornar a sociedade mais sustentável. Esta é a décima primeira edição do ‘Green Talents’. Desde a sua criação, em 2009, a premiação beneficiou 232 jovens pesquisadores e cientistas de 65 países, sendo 18 brasileiros. No ano passado, por exemplo, destacou-se na competição o pesquisador de Campo Grande (MS) Jamil Alexandre Ayach Anache, doutor em engenharia hidráulica e saneamento pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (USP), com projeto de pesquisa sobre monitoramento e modelagem hidrológica.

Inspiração

Atualmente contratado pela USP como professor temporário, Jamil Anache destacou que ainda este ano ele viajará para a Alemanha para fazer três meses de estágio em uma instituição de pesquisa local, com bolsa paga pelo governo alemão. O plano de trabalho que ele desenvolverá está sendo negociado no momento. “O prêmio foi muito bom, me trouxe uma visibilidade bacana aqui na universidade. Foi um cartão de visita. Além de tudo, foi bom para chamar a atenção para a pesquisa, ainda mais agora”, disse o pesquisador à Agência Brasil. A pesquisa mais ampla com base no projeto que levou para a Alemanha tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) até 2021.

Segundo Jamil, a ideia agora é levar para a Alemanha os dados coletados na pesquisa de pós-doutorado para fazer a etapa de análise e processamento com parceiros alemães que estejam envolvidos no mesmo tipo de estudo. A expectativa é que Jamil viaje no final do ano, no período de férias da USP. Jamil informou que muita gente da universidade foi procurá-lo para saber como ele conseguiu ser um ‘Green Talent’. Ele não tem dúvida que isso vai influenciar outros pesquisadores a participar da competição.

Intercâmbio

Podem se inscrever no certame estudantes de mestrado, doutorado e pós-doutorado, além de jovens profissionais com até três anos de experiência, cujos projetos sejam focados em desenvolvimento sustentável. Boas notas e domínio de inglês são requisitos que contam também para a escolha dos vencedores.

Além de trocarem experiência com outros projetos inovadores nas áreas de sustentabilidade e meio ambiente, os 25 ‘Green Talents‘ selecionados terão a oportunidade de visitar instituições de pesquisa alemãs de ponta e apresentar seus trabalhos de maneira individual a especialistas de sua escolha, visando discutir oportunidades futuras de cooperação e pesquisa.

Julia Kirschner, responsável pela Agência de Gerenciamento de Projetos – Cooperação Europeia e Internacional, do Centro Aeroespacial Alemão, disse que não há limite para o número de candidatos. “Qualquer pessoa que tenha apresentado uma inscrição antes do prazo e atenda aos critérios de elegibilidade será considerada. Os vencedores vêm de numerosos países e disciplinas científicas e são reconhecidos por suas realizações notáveis em tornar nossas sociedades mais sustentáveis. Selecionados por um júri de especialistas alemães, os vencedores do prêmio recebem acesso exclusivo à elite de pesquisa do país”.

Os nomes dos vencedores serão publicados no ‘site’ www.greentalents.de no início do Fórum de Ciência, previsto para meados de outubro. Julia Kirschner informou que durante o fórum, os pesquisadores selecionados farão uma turnê de duas semanas, visitando cinco ou seis instituições mais importantes da ciência e da sustentabilidade no oeste da Alemanha. Segundo ela, “isso oferece a oportunidade única de obter acesso exclusivo ao cenário de pesquisa e inovação do país, aprender sobre projetos inovadores no local e possibilidades de cooperação com especialistas e organizações alemãs”.

Entre as instituições que serão visitadas, destacam-se o Centro de Pesquisa em Inteligência Artificial da Alemanha (DFKI), a Universidade das Nações Unidas – Instituto de Meio Ambiente e Segurança Humana (UNU-EHS ), o Instituto de Clima, Meio Ambiente e Energia de Wuppertal. As instalações de pesquisa mudam a cada ano, segundo informou Julia, com o objetivo de demonstrar o “amplo escopo do ambiente de pesquisa alemão”.

O encerramento da competição ocorrerá em Berlim, com uma conferência que reunirá também representantes do governo daquele país, ex-alunos e pesquisadores-chave do cenário alemão de sustentabilidade e inovação.

Retorno

Julia Kirschner salientou que todos os premiados este ano têm a oportunidade de retornar à Alemanha em 2020 para uma estadia de pesquisa de até três meses, totalmente financiada em uma instituição de sua escolha. Em geral, os vencedores usam os encontros individuais realizados este ano para identificar possíveis parceiros de pesquisa. Esses encontros oferecem a oportunidade para os ‘Green Talents’ de identificar potenciais colaborações de pesquisa.

A estadia do pesquisador é financiada pelo Ministério Federal de Educação e Pesquisa da Alemanha, incluindo os voos de ida e volta da Alemanha, bem como um subsídio mensal que cobre todas as despesas referentes a alojamento, seguros, alimentação, transporte público. Com o objetivo de avaliar o resultado da iniciativa, os selecionados devem entregar um relatório posterior sobre o trabalho realizado na Alemanha, indicando se as metas previamente estabelecidas foram alcançadas.

“Além disso, eles fazem contatos importantes e expandem sua rede profissional “, disse Julia. Acrescentou que o programa visa estabelecer as bases para a cooperação em pesquisa de longo prazo entre o cenário alemão de sustentabilidade e inovação e os principais pesquisadores internacionais, com a intuito de ajudar a tornar o mundo e as comunidades locais mais sustentáveis no futuro. Destacou ainda que muitos dos pesquisadores selecionados estão trabalhando agora em diversos institutos, universidades e empresas alemães.


Source: Agência Brasil

Morre no Rio ator e humorista Lucio Mauro, aos 92 anos

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O ator e humorista Lucio Mauro, nome artístico de Lucio de Barros Barbalho, considerado no meio artístico um dos pioneiros na televisão no Brasil, morreu ontem (11), à noite, aos 92 anos. Ele estava internado há cerca de quatro meses na Clínica São Vicente, na Gávea, zona sul do Rio de Janeiro e tinha problemas respiratórios depois de sofrer, há três anos, um acidente vascular cerebral (AVC).

Lucio Mauro trabalhou nas emissoras de televisão Rio, Tupi, Excelsior e Globo. O ator deixa cinco filhos, cinco netos, dois casamentos. Um de seus personagens marcantes na TV foi o Fernandinho, casado com Ofélia, interpretada pela atriz Claudia Rodrigues, no Zorra Total.

Emocionado, seu filho, Lucio Mauro Filho, também ator e comediante, despediu-se do pai nas redes sociais, onde deixou clara a influência que Lucio Mauro lhe deixou. “Papai foi um pioneiro, saiu do teatro de estudante lá no Pará, foi pro Recife, fez rádio, inaugurou a televisão no Nordeste e de lá, veio para o Rio de Janeiro pra se tornar um dos maiores artistas deste país. Me influenciou em tudo. O homem que sou, o artista, o pai de família, o amigo. Eu nada seria sem seus ensinamentos.

Tivemos o prazer de trabalhar juntos, na TV, no Teatro, no Cinema e na Publicidade. Rodamos o Brasil colocando nossas vidas a serviço da arte, em “Lucio 80-30”, quando ele teve a chance de dividir o palco com os filhos”.

Lucio Mauro Filho disse da alegria que o pai teve de conhecer Liz, “a neta inesperada que chegou pra promover o ciclo da vida. Estava internado há quase quatro meses. A esticada foi longa e sofrida. Agora só restava o descanso que ele tanto merece. Nós ficamos por aqui, celebrando sua existência e seguindo com seu legado. Vai com Deus meu velho. Vai se juntar a Chico, Agildo, Silvino, Rogerio, Miele e tantos outros, para juntos fazerem cócegas nas estrelas. Obrigado por tudo! Viva Lucio Mauro!”, concluiu o filho do comediante.

Ainda não há informações sobre o velório e sepultamento do ator.

 


Source: Agência Brasil

Juan Guaidó busca ajuda do Pentágono para resolver crise na Venezuela

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O autoproclamado presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, pediu ontem (11/05) que seu representante diplomático nos Estados Unidos, Carlos Vecchio, se reúna com o Comando Sul – setor do Departamento de Defesa dos EUA responsável pela América Latina –, para uma possível cooperação para resolver a crise venezuelana.

Guaidó discursou para dezenas de pessoas em uma praça da zona leste de Caracas e reiterou que mantém com governos aliados, liderados pelos Estados Unidos, “todas as opções” sobre a mesa na busca de uma solução para seu país e que inclua a saída de Nicolás Maduro do poder. O líder oposicionista, que preside a Assembleia Nacional (Parlamento) da Venezuela, explicou que com a reunião também pretende “conseguir a pressão necessária” para acabar com a Revolução Bolivariana, no poder desde 1999.

“O tempo todo falei de cooperação (porque) a intervenção na Venezuela já existe”, disse, ao denunciar a suposta participação de cubanos na Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e a presença da guerrilha colombiana Exército de Libertação Nacional (ELN) no país.

As declarações de Guaidó são feitas 48 horas depois de o chefe do Comando Sul dos Estados Unidos, Craig Faller, publicar uma mensagem no Twitter oferecendo ajuda ao opositor venezuelano.

“Quando Guaidó e o governo legítimo da Venezuela convidarem, vamos falar sobre o nosso apoio aos líderes da FANB para que tomem a decisão certa, que respeitem os venezuelanos primeiro, e seja restaurada a ordem constitucional. Estamos prontos”, afirmou o oficial do Pentágono.

O presidente do Parlamento venezuelano, reconhecido como chefe de governo por mais de 50 países, disse na quinta-feira que o seu país já passou da “linha vermelha” para pedir cooperação militar estrangeira, mas destacou que o mecanismo depende dos países que decidam prestar assistência nesse quesito.

Venezuelanos no Brasil

Após a reabertura da fronteira com o Brasil, centenas de cidadãos venezuelanos entraram na cidade de Pacaraima, em Roraima, para comprar remédios e mantimentos ou mesmo para solicitar refúgio, informaram neste sábado fontes oficiais brasileiras. Só na sexta-feira, a Operação Acolhida registrou a entrada de 893 venezuelanos no Brasil.

Desde o início da crise migratória na Venezuela, as Forças Armadas, que comandam a operação, mantêm um posto de recepção e identificação na fronteira, onde os venezuelanos que chegam passam por uma triagem, recebem assistência médica, são vacinados e podem solicitar refúgio ou residência temporária ao governo brasileiro.


Source: Agência Brasil

Pesquisadoras com filhos lutam por equidade no ambiente acadêmico

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Em um espaço de dois anos, a gaúcha Fernanda Staniscuaski enfrentou duas transformações bastante expressivas em sua vida. Doutora em Biologia Celular e Molecular, ela fechava, em 2011, um contrato para integrar o quadro docente da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), após aprovação no rigoroso processo seletivo feito para esse fim em instituições públicas de ensino superior. No início de 2013, nascia seu primeiro filho, fato que, como sua nova fase profissional, também trazia o inaudito para seu cotidiano.

A convocação da UFRGS coincidiu com o encerramento de seu pós-doutorado em Biofísica e, mesmo com esse patamar já atingido, a bióloga, que, com a chegada da criança, tinha novos afazeres, não imaginava que teria de reduzir a marcha a quase zero, durante os seis meses de licença-maternidade. Uma semana depois do parto, ela, um pouco frustrada e abatida pelo cansaço, compreendeu que, mesmo contra sua vontade, produziria menos artigos científicos e permaneceria por um tempo mais curto no laboratório.

De repente, Fernanda, que anteriormente já havia conseguido obter verbas para seus projetos acadêmicos, defrontava-se com diversas recusas de agências de fomento de pesquisa. A justificativa apresentada pelos órgãos, de que ela não estava produzindo o suficiente para merecer o aporte financeiro, era, para ela, produto de discriminação de gênero, uma vez que não consideravam as especificidades da maternidade.

Constatando uma face da violência simbólica contra mulheres, que em outras circunstâncias ainda se perpetua dentro das universidades, como em trotes, na forma de assédio sexual, Fernanda usou o Facebook para compartilhar seu sentimento diante daquilo. Após perceber que a situação pouco mudava com a vinda do segundo filho e, inclusive, perder, com a correria da rotina, o prazo de envio da documentação de um edital que garantiria recursos para seus projetos, resolveu partir para uma estratégica prática de sensibilização. Ela, então, organizou um levantamento do perfil das pesquisadoras brasileiras que também são mães e brigam por igualdade e isonomia nos corredores acadêmicos.

O questionário do projeto, que recebeu o nome Parent in Science – Pai na Ciência, em inglês, que, segundo Fernanda, foi escolhido por incluir tanto mães como pais pesquisadores -, foi respondido, em um primeiro momento, por 1.573 pesquisadores. Desse total, destacavam-se alguns dados: 305 eram alunas de pós-graduação e 41 pesquisadoras haviam feito pós-doutorado. Além das mulheres, 136 dos participantes eram pesquisadores pais.

A amostra foi composta majoritariamente por pesquisadores da região sudeste (35%) e do sul (33%). As regiões centro-oeste, nordeste e norte corresponderam, respectivamente, a 14%, 13% e 5% das respostas enviadas. O resultado, divulgado por Fernanda em janeiro deste ano, será atualizado no 2º Simpósio Brasileiro sobre Maternidade e Ciência,  que terá início na próxima quinta-feira (16), em Porto Alegre. O Parent in Science é representado, hoje, por seis pesquisadoras mulheres e um pesquisador homem, que pretendem concluir, até o final do ano, um artigo com o detalhamento das informações coletadas, que envolvem agora cerca de 2.500 participantes.

Das quase 1.500 mulheres consultadas, 1.120 (78%) afirmaram ser mães. No Instituto de Biociências da UFRGS, ao qual Fernanda está vinculada, a taxa foi de 75%. Na amostragem geral, a maioria das mulheres (56,2%) disse ter apenas um filho, ao passo que 38,55% afirmaram ter dois, 4,67% ter três e apenas 0,5% ter uma família de quatro filhos.

“Surgiu dessa minha experiência, porque a gente não viu ninguém falando a respeito e queria entender. Tive amigas próximas passando pela mesma situação, mas não existia nada [que compilasse os dados]. A gente começou a estudar, notou que não tinha números para fazer qualquer inferência. Havia muitos trabalhos das áreas socais aplicadas sobre maternidade, mas não nesse sentido”, explica Fernanda.

A professora comenta que a iniciativa tem como principal objetivo mostrar a realidade das pesquisadoras que têm de conciliar os deveres que surgem com a maternidade com as da academia, além de subsidiar o governo na estruturação de políticas públicas que deem uma resposta a isso. “É a língua por meio da qual a gente vai conseguir conversar com as agências de fomento.”

Como Fernanda, grande parte das mulheres que preencheram o formulário tornou-se mãe quando ainda começava sua carreira na instituição de ensino. Com o levantamento feito, descobriu-se que que a maioria das pesquisadoras vivencia a maternidade quando tem entre, em média, 2,8 anos de casa e 32 anos de idade. Um número muito pequeno delas passa pela experiência quando já completou sete anos ou mais de contrato.

Mesmo fazendo parte dos 6% das mães pesquisadoras que dispõem de uma babá para ajudá-las, Fernanda teve de se adaptar a uma nova dinâmica, priorizando as obrigações que tem como professora, em detrimento da presença constante no laboratório.

“A primeira coisa foi ter que acabar deixando coisas de laboratório de lado e cumprir casos relacionados à atividade de docente. A outra coisa foi conseguir fazer algo em casa. Não acho mais saudável fazer, mesmo que quisesse, porque às 18h eles [os filhos] estão em casa e primeiro que quero estar com eles, e, em segundo lugar, eles também demandam tempo.”

Virando noites

Na palestra ministrada em janeiro, a bióloga ressaltou que o nascimento dos filhos das pesquisadoras coincide com o pico de suas produções acadêmicas e que somente depois de três ou quatro anos elas conseguem retomar o ritmo que tinham. A pesquisa também mostrou que mais da metade delas (54%) são as únicas responsáveis pela criança, confirmando estatísticas trazidas por sondagens de âmbito nacional, elaboradas pelo governo federal. Em apenas 1% dos casos, outros membros da família dão esse suporte, em 34% ambos pais dividem a responsabilidade e em 5% isso ocorre, mas cada um fica por um tempo limitado.

Um quinto (20%) das pesquisadoras afirmou conseguir executar tarefas em casa, desde que sejam simples, como fazer uma ligação telefônica ou escrever um e-mail, sem ver a possibilidade de escreverem um artigo ou elaborarem um pedido de bolsa, e 21% disseram que só são capazes de fazer isso depois que os filhos dormem, de madrugada. Ao todo, 14% responderam que seu desempenho não é afetado por estar trabalhando em casa, na companhia das crianças.

Observou-se que 4% das participantes reconheceram que, diante das dificuldades, já decidiram não tentar reunir a documentação necessária para editais de fomento à pesquisa, porque não teriam condições de entregá-la a tempo. Ademais, 56% assumiram ter perdido, como Fernanda, o prazo de submissão dos documentos requisitados.

Seis em cada dez pesquisadoras (59%) consideram negativo o impacto da maternidade na progressão de sua carreira, 22% consideram-no bastante negativo e 12% afirmam que não teve nenhum efeito. Na outra ponta, 5% avaliaram-no como positivo e 2% como muito positivo.

Fernanda afirmou que, embora não tenha experimentado isso, soube de casos de membros de bancas de seleção que indagaram se a pesquisadora pretendia ter filhos ou se casar, insinuando que isso seria um obstáculo em sua vida acadêmica e, portanto, um critério para descartá-la para a vaga, se respondesse afirmativamente. Muitas vezes, acontece ainda, segundo testemunhou, de as pesquisadoras terem direito à licença-maternidade e não a solicitarem, por medo de perder a bolsa. Outra prática frequente, de acordo com a bióloga, é penalizá-las com escalas complicadas, pedindo que ministrem aulas que começam muito cedo ou muito tarde, o que as força a procurar alguém com quem possam deixar os filhos.

Ela explicou que a sensibilização visada pelo projeto também se estende a todos, inclusive aos homens. “Uma das coisas importantes do projeto, das nossas vitorias, é levantar essa discussão. Em um dos seminários, um professor homem que assistia disse que de fato nunca pensou no que eu tava falando ali, e ele é uma pessoa que conheço e sei o tanto que refletia sobre tudo. Às vezes, a gente tem que falar as coisas que parecem óbvias.”

Este ano, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico passou a disponibilizar um campo no qual a pesquisadora ou o pesquisador pode informar a data de nascimento dos filhos no currículo lattes, que é adotado como o oficial no meio acadêmico. O preenchimento é facultativo e se encontra na aba de Dados Pessoais.


Source: Agência Brasil

Aposta única ganha R$ 289 milhões na Mega-Sena

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Aposta única ganha prêmio de R$ 289 milhões na Mega-Sena. O sorteio ocorreu na noite ontem (11). O resultado é válido para o concurso 2.150.

As dezenas sorteadas foram: 23-24-26-38-42-49

De acordo com a Caixa Econômica Federal, responsável pela administração das loterias, no mesmo concurso,  a quina deve prêmio R$ 30.450,20 acertadores com 838 apostas.

Também foram registradas 56 994 apostas ganhadoras da quadra (quatro dos seis números sorteados), que foram premiadas com R$ 639,50.

Este é o maior prêmio entre concurso registrado na história.


Source: Agência Brasil

Com envelhecimento de mães, filhos retribuem cuidados e dedicação

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Zelo, carinho e dedicação costumam estar associados à imagem materna. Elas criam, educam e estão ao lado dos filhos quando eles adoecem. Chega um momento, entretanto, que os papéis se invertem. As mães envelhecem e passam a precisar cada vez mais do cuidado dos rebentos.

Neste Dia das Mães, a Agência Brasil ouviu histórias de filhos que “assumiram o lugar das mães” e que, atualmente, vivem esse momento de atenção. É o caso do produtor musical Rodrigo de Freitas que há cinco anos mudou de cidade e deixou a atividade profissional para se dedicar exclusivamente a cuidar da mãe, Anunciata de Freitas, de 83 anos.

O avanço da idade trouxe o Alzheimer e, quando ela ficou viúva, Rodrigo sentiu que era o momento de retribuir o carinho que recebeu ao longo de toda a vida.

“A qualidade de vida que eu trouxe para ela, com a presença familiar, não tem preço. Se você puder cuidar dos seus pais, cuide, eles fizeram isso por você”, ensina Rodrigo.

Ele conta que sempre teve uma relação muito próxima com a mãe e, quando ela precisou, não hesitou em começar a viver uma nova realidade. Ele fez dois cursos de cuidador de idosos e estuda para entender melhor a doença da mãe.

Mesmo com a ajuda de cuidadoras, é Rodrigo quem assume as preocupações típicas de uma mãe com os filhos como alimentação, cuidados de higiene e horários de medicação.

Rodrigo diz que o respeito pela mãe continua o mesmo, apesar da “troca de papéis”.

Ele afirma que ainda a trata por “senhora”, mas conta bem-humorado que às vezes precisa dar umas “broncas”. “Ela não queria comer. Aí eu falei: se não comer, não vai ter sobremesa”, relembra o produtor musical.

“Minha relação com ela continua da mesma forma, tenho o mesmo respeito, só que, agora, quem gerencia a casa sou eu”, completa.

Envelhecimento

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que o envelhecimento da população vem em uma curva crescente. Em 2010, o percentual de pessoas idosas era de 7,32%. Nas projeções do instituto, este índice deve chegar a 9,52% este ano e, em 2060, a 25,5%.

De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), cresceu o número de pessoas que cuidavam de parentes em 2018.

No ano passado, 54 milhões de pessoas de 14 anos ou mais cuidaram de parentes, moradores ou não do domicílio, o que corresponde a uma taxa de 31,8%. As mulheres são as quem mais se ocupam desses cuidados. De 2017 para 2018, a taxa das mulheres permaneceu em 37% e a dos homens passou de 25,6% para 26,1%.

Inversão de papéis

Um quadro de demência também mudou a rotina de mãe e filha da professora universitária e escritora Cinthya Amaral, de 45 anos. A mãe, Miriam Amaral, de 69 anos, começou ter falhas de memória, sair de casa e não saber voltar, além de deixar de lado os cuidados pessoais. Aos poucos, as necessidades foram aumentando até que Miriam ficasse totalmente dependente de ajuda.

A professora universitária e escritora Cinthya Amaral, de 45 anos, ao lado da mãe, Miriam Amaral, 69 anos]

A professora universitária e escritora Cinthya Amaral, de 45 anos, ao lado da mãe, Miriam Amaral, 69 anos – Arquivo pessoal

Cinthya já não morava com a mãe e conheceu um novo tipo de inquietação. “Aquela preocupação que mãe tem com filho de sair de casa, de perigo, tudo isso começou a inverter. Eu passei a ter esse medo, essa angústia”, conta.

“Também passei por aquela situação de quando filho está doente e a mãe larga serviço correndo para cuidar. Tive que fazer isso um dia quando estava dando aula num sábado à tarde e ninguém sabia onde ela estava. Dispensei os alunos todos para acudir.”

Com a rotina de trabalho apertada, a alternativa de Cinthya foi colocar a mãe em uma clínica onde Miriam tem atenção de profissionais em tempo integral. A preocupação com a mãe, no entanto, continua constante, afirma.

 


Source: Agência Brasil

Cazaquistão quer intensificar relações com o Brasil, diz embaixador

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O Cazaquistão tem interesse em buscar um intercâmbio com os setores da indústria e do agronegócio brasileiros e desenvolver projetos na área de alta tecnologia, agricultura, fontes renováveis de energia, maquinaria, uso pacífico da energia nuclear e mineração. A informação é do embaixador daquele país no Brasil, Kairat Sarzhanov.

Ele participou na última quinta-feira (9), no Senado Federal, da reinstalação do grupo parlamentar Brasil-Cazaquistão, com o objetivo de atrair investimentos e elevar os valores do comércio bilateral, hoje em patamares modestos se comparados ao potencial econômico das duas nações. “Nosso comércio bilateral está crescendo muito rapidamente”, ressaltou Sarzhanov.

Em 2018, o Brasil exportou US$ 80,3 milhões para o Cazaquistão, e importou US$ 35,7 milhões, o que resultou em superávit superior a US$ 44,5 milhões. Nos quatro primeiros meses de 2019, as exportações brasileiras somam US$ 28,4 milhões e as importações US$ 11,6 milhões, com superávit de US$ 16,6 milhões.

O senador Jaques Wagner (PT-BA), um dos integrantes do grupo parlamentar Brasil-Cazaquistão, disse que, durante sua gestão como governador da Bahia, de 2011 a 2014, buscou atrair investimentos da empresa cazaque Eurasian Mining Group para o setor de mineração do estado. A empresa decidiu se estabelecer na região e os investimentos já alcançam cerca de U$ 1 bilhão. Recentemente a Eurasian aliou-se a duas empresas estatais chinesas com o objetivo de incrementar os investimentos em Caetité, no interior da Bahia, em mais U$ 1,4 bilhão.

No entanto, o projeto só atingirá sua maturidade depois que os governos estadual e federal chegarem a um acerto sobre a concessão da ferrovia Leste-Oeste, projeto que viabilizará o transporte do minério. Há estudos também sobre a construção de um porto para a exportação do produto.

Sarzhanov disse também que gostaria que a Embraer instalasse um centro de serviços em Nur Sultan, a capital do Cazaquistão. Segundo ele, o desejo do Cazaquistão é de que esse centro de serviços esteja funcionando em curto prazo, incrementando a atuação da empresa no país, que já adquiriu vários aviões da Embraer nos últimos anos. Ele observou, no entanto, que a decisão sobre a instalação do centro de serviço é da Embraer, que está estudando o assunto.

O embaixador também falou sobre a cooperação de empresas dos dois países na área espacial e a recente parceria com a Embrapa, que terá como uma das consequências, maior venda de bovinos vivos ao Cazaquistão.

Investimentos

Sarzhanov afirmou que o Cazaquistão é um país que atrai 80% dos investimentos estrangeiros dirigidos à Ásia Central. Desde a sua independência, em 1991, o país atraiu mais de US$ 300 bilhões em investimentos diretos. Uma das razões que favorecem os investimentos estrangeiros é legislação, que estabelece taxas reduzidas para os investidores de outros países.

Outro ponto favorável é o sistema de transporte do Cazaquistão, que permite o rápido trânsito de mercadorias pelo país graças a uma rede de ferrovias e rodovias entre o território cazaque e a China, Rússia e vários países da Europa.

Participaram da cerimônia de reinstalação do grupo parlamentar Brasil-Cazaquistão os senadores Chico Rodrigues (DEM-RR), Angelo Coronel (PSD-BA), Jaques Wagner (PT-BA) e os chefes do Departamento de Rússia e Ásia Central do Itamaraty, embaixador Ary Norton Quintella e da Assessoria Internacional da Presidência do Senado, embaixador Marco Farani.


Source: Agência Brasil

Militares viram réus em caso de carro alvejado em Guadalupe

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A Justiça Militar aceitou hoje (11) a denúncia do Ministério Público Militar e transformou em réus 12 militares do Exército no caso do carro alvejado em Guadalupe, na zona norte do Rio de Janeiro. No episódio, ocorrido em 7 de abril, o músico Evaldo Rosa dos Santos e o catador Luciano Macedo foram mortos.

Um 2º tenente, um 3º sargento, dois cabos e oito soldados vão responder por homicídio qualificado, tentativa qualificada e omissão de socorro. Eles estão presos em uma unidade militar desde o dia do crime. A denúncia foi aceita pela juíza federal substituta da Justiça Militar, Mariana Queiroz Aquino Campos.

De acordo com o Ministério Público Militar, os militares buscavam autores de um roubo e dispararam contra o carro onde estava Evaldo, um Ford Ka branco. O sogro do músico foi ferido na ação, enquanto sua mulher, seu filho e um amiga que também estavam no veículo não foram atingidos. Já o catador Luciano foi baleado ao tentar socorrer Evaldo e morreu 11 dias depois no hospital.

Em nota divulgada ontem (10), o Ministério Público Militar afirma que os militares não prestaram socorro imediato às vítimas. “Segundo levantamento realizado pela Polícia Judiciária Militar, naquela tarde de 7 de abril de 2019, considerando o primeiro e o segundo fatos, os denunciados dispararam 257 tiros de fuzil e de pistola. Já com as vítimas não foram encontradas armas ou outros objetos de crime”, acrescenta o texto.


Source: Agência Brasil

Vale fará obras para captar água em ponto não contaminado do Paraopeba

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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) e o Ministério Público Federal (MPF) informaram que fecharam um acordo com a mineradora Vale para a construção de um novo sistema de captação de água no Rio Paraopeba. As obras se darão antes do ponto em que o manancial foi contaminado pelos rejeitos que vazaram após o rompimento da barragem ocorrido em 25 de janeiro na cidade de Brumadinho (MG).

A medida é considerada necessária pela Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), estatal mineira responsável pela distribuição de água na maioria dos municípios do estado. Ela afirma que, com a suspensão da captação de água que era realizada no trecho contaminado do Rio Paraopeba, existe risco de desabastecimento de parte da região metropolitana de Belo Horizonte no próximo ano.

A mineradora Vale confirmou o acordo à Agência Brasil. Ele foi assinado na quinta-feira (9) durante audiência de conciliação na 6ª Vara da Fazenda Pública de Belo Horizonte que discutiu os impactos da tragédia de Brumadinho para a segurança hídrica dos municípios mineiros. A construção do novo sistema de captação de água deve ser concluída até setembro de 2020.

De acordo com nota divulgada pelo MPF, as negociações prosseguem pois não houve ainda acordo em relação a uma segunda demanda considerada necessária à segurança hídrica da região metropolitana. “A Copasa indicou a necessidade de que, além da nova captação de água, seja construída uma Estação de Tratamento de Água (ETA) no Rio Macaúbas, afluente do Paraopeba”, diz o texto. Esta obra, segundo o MPF, também seria essencial para evitar o desabastecimento. O juiz deu prazo até a próxima audiência, agendada para 21 de maio, para que a Vale se pronuncie em relação a esse pleito.

O governo mineiro, que também participou da audiência, se comprometeu em agilizar, em caráter emergencial, as autorizações e os licenciamentos necessários para a construção do novo sistema de captação. Há uma semana, a Advocacia-Geral do Estado (AGE) chegou a processar a Vale pedindo à Justiça que obrigasse a mineradora a realizar essa obra. De acordo com a ação, estudos da Copasa apontam a necessidade de serem adotadas soluções imediatas tendo em vista que o funcionamento integral do chamado Sistema Paraopeba está impossibilitado.

Além do início da captação alternativa, o governo mineiro quer que a Vale realize medidas preventivas para impedir riscos de danos ao Sistema Rio das Velhas, que também é usado no abastecimento da região metropolitana. Um laudo da Copasa aponta a existência de riscos de contaminação. Pelo menos seis barragens de rejeito da Vale estariam localizadas nas proximidades do Rio das Velhas e de seus afluentes, incluindo estruturas que tiveram recentemente aumento no fator de segurança. Na ação, pleiteia-se a adoção de medidas de contenção e proteção dos mananciais em no máximo 60 dias. A Vale sustenta que vem adotando medidas necessárias à continuidade do abastecimento nos municípios afetados na tragédia. Essas medidas, segundo a mineradora, estariam sendo discutidas em reuniões periódicas com a Copasa.

Alternativas

Construído em 2015 para enfrentar a crise hídrica ocorrida naquele ano por falta de chuva, o Sistema Paraopeba custou R$ 128 milhões, segundo a Copasa. As obras, realizadas em caráter de emergência, foram concluídas em seis meses e deram segurança hídrica à região metropolitana.

Após a tragédia, a Copasa afirmou que as represas de Rio Manso, Serra Azul, Várzea das Flores e a captação a fio no Rio das Velhas seriam as alternativas para garantir que o abastecimento na região metropolitana não fosse afetado. A água do Rio Paraopeba a partir do trecho em que houve a contaminação está imprópria para uso conforme constam em recomendações da Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).

No final de março, vereadores da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada pela Câmara Municipal de Belo Horizonte após a tragédia realizaram uma visita técnica à estruturas da Copasa. Segundo nota divulgada na ocasião, um gestor da companhia afirmou que, sem poder usar todo o potencial do Sistema Paraopeba, cerca de 30% da população de Belo Horizonte pode ficar sem abastecimento de água em até um ano e meio.


Source: Agência Brasil