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Incêndio na Chapada dos Veadeiros ameaça território quilombola

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Um incêndio espalha-se pelo Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, destruindo parte da unidade de conservação localizada no nordeste de Goiás. Em comunicado divulgado nas redes sociais, a Rede Contra o Fogo, que reúne voluntários, afirma que o fogo atingiu cerca de 3 mil hectares no interior do parque e mais 3,5 mil hectares no entorno da unidade de conservação. A Delegacia Estadual do Meio Ambiente instaurou inquérito para investigar as causas do incêndio e apontar eventuais responsáveis.

O incêndio dura uma semana. Desde sexta-feira (27), quase uma centena de bombeiros, brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), além de voluntários da Rede Contra Fogo atuam dia e noite, sem interrupções. Somente ontem (28), foram empregados quatro aviões-tanque para lançar água e retardantes de chamas, um helicóptero, veículos, drones e todos os equipamentos necessários à tentativa de conter o avanço das chamas.

Ainda de acordo com o Corpo de Bombeiros, uma das grandes dificuldades da missão decorre da extensão das áreas atingidas pelo fogo. Só uma das linhas de fogo, na região do Rio dos Couros, fora do parque nacional, chegava a medir cerca de oito quilômetros. O terreno acidentado dificulta o avanço dos bombeiros, brigadistas e voluntários. As chuvas isoladas dos últimos dias enfraqueceram alguns focos, mas foram insuficientes para apagarem as chamas.

Com cerca de 240 mil hectares (cada hectare corresponde aproximadamente a um campo de futebol oficial), o parque abriga espécies e formações vegetais únicas, centenas de nascentes e cursos d’água e é reconhecido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) como Patrimônio Natural da Humanidade.

Kalunga

Além do parque nacional, as chamas também ameaçavam o maior território quilombola do país, habitado pelo povo Kalunga, sobretudo em Cavalcante (GO). Segundo o coordenador da Brigada Voluntária Ambiental de Cavalcante, Rafael de Souza Drumond Farias, as chuvas dos dois últimos dias ajudaram nos esforços, e o fogo, que vinha avançando muito rapidamente, agora está sob controle.

“Há quase um mês, vínhamos registrando, quase diariamente, focos de incêndio no município de Cavalcante. Ontem, começou a chover na região. Com as ações de combate ao fogo e as chuvas das últimas horas, podemos dizer que o fogo está sendo debelado no território Kalunga”, contou Farias a Agência Brasil.

A Brigada Voluntária Ambiental de Cavalcante foi criada em 2017, ano em que a região foi atingida por um incêndio de grandes proporções que destruiu cerca de 90 mil hectares de vegetação. Hoje, a brigada está formalmente constituída, sendo um departamento de prevenção ao fogo subordinado à Associação de Condutores de Ecoturismo de Cavalcante e Entorno (ACECE). A maioria dos brigadistas é formada por guias turísticos que atuam voluntariamente, recebendo cursos de especialização, equipamentos e seguro de vida.

Exposição fotográfica alerta sobre detecção precoce do câncer de mama

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Durante todo o mês de outubro, fotografias de 15 mulheres em tratamento contra o câncer de mama estarão expostas em cinco pontos da capital paulista, além das cidades de Cajamar e Santo André, na região metropolitana de São Paulo, e no município maranhense de Mirinzal. Promovida pela organização não governamental (ONG) Instituto Viver Hoje, a mostra Mulheres no Espelho – Força e Renascimento, tem o objetivo de alertar sobre a importância do diagnóstico precoce do câncer de mama e promover o aumento da autoestima de mulheres em tratamento.

Além de prestigiar a exposição, o público poderá assistir em vídeo aos depoimentos das 15 mulheres que participaram das fotos, falando sobre os maiores desafios no processo de tratamento e de superação da doença. Com mais de 60 mil novos casos por ano no Brasil, o câncer de mama é um dos tipos de tumor mais comuns em mulheres no país.

Campanha, câncer de mama, modelo Celi – foto@carladurante.com.br/Direitos reservados

As 15 mulheres foram fotografadas por profissionais da área. Entre eles, os fotógrafos da Galeria da Studio Trend Simone Silvério, especialista em ensaios de família, e Jaiel Prado, especialista em ensaios de beleza. O projeto também teve a participação da fotógrafa Carla Durante, especialista em ensaio subaquáticos.

Após o encerramento da primeira etapa da mostra, em 31 de outubro, as fotos ficarão expostas na estação de metrô Fradique Coutinho, de 1º a 30 de novembro.

De acordo com a presidente do Instituto Viver Hoje, Cristina Gomes, a Campanha Contra o Câncer de Mama, lançada em Nova York nos anos 1990, cresce pelo mundo com o objetivo não apenas de chamar ao autoexame e à necessidade de controle rigoroso, mas também de compartilhar informação, apoio e carinho.

Cristina criou o instituto sem fins lucrativos após seu marido morrer de câncer de pulmão aos 57 anos, em 2015. Para ela, o objetivo é conscientizar as pessoas sobre a necessidade de prevenir o câncer e de diagnosticar precocemente a doença. Com a mostra sobre o câncer de mama, a ideia é chocar e fazer as pessoas lembrarem-se da importância da mamografia e do exame de toque.

Campanha, câncer de mama, modelo Sueli – Jaiel Prado/Direitos reservados

Autoestima

A primeira exposição foi feita em 2016, repetida todos os anos. A cada edição, é escolhida uma instituição pública, de onde são selecionadas pacientes que passam um dia dedicado totalmente a elas, com massagem, maquiagem, perucas, roupas, almoço e confraternização com outras pacientes. Dali saem as fotos usadas nas exposições.

“Este ano, as pacientes vieram do Hospital Santa Marcelina. Foi diferente porque foi um ensaio fotográfico feito, em grande parte, dentro da água. Foi muito bacana. É importante que elas passem por esse tipo de evento porque é uma forma de elas se sentirem mulheres novamente. Trazer para fora a essência daquela mulher que teve um câncer de mama, que está mutilada e muitas vezes não se sente mais a mesma”, disse.

Conscientização

Segundo Cristina, as fotos são uma maneira de provocar as pessoas para a conscientização e o questionamento. “Ela não é voltada só para a mulher, mas para o público em geral. É interessante quando um homem passa no metrô, vê as fotos, lembra que tem uma namorada, esposa e questiona sobre a prevenção, se ela faz os exames”, ressalta.

A profissional de marketing avaliou que a informação é primordial para a prevenção e o tratamento da doença, porque a palavra câncer ainda assusta as pessoas. “Quando descoberto no começo, há possibilidade de cura. E o câncer de mama é o que tem mais incidência no nosso país. Centenas de mulheres morrem por ano. Se você conhecer seu corpo e fizer os exames, a possibilidade de detectar no início e viver é gigante”, explica.

Campanha, câncer de mama, modelo Edir – Jaiel Prado/Direitos reservados

Cristina levou a exposição para Mirinzal, cidade com quase 15 mil habitantes no Maranhão, depois de conhecer uma professora do município, muito ativa e que aceitou levar as fotografias para movimentar as mulheres e adolescentes da localidade.

“Foi em 2016 e todos aderiram e agradeceram pelo Outubro Rosa chegar à cidade. Esse alcance me emocionou e continuei a fazer ao longo dos anos. Eu gostaria de estender para outras cidades, mas somos uma entidade sem fim lucrativo e precisaríamos de patrocínio para isso. Projetos como esse poderiam estar no país inteiro se tivessem apoio”, declara.

Para mais informações sobre esta e as outras campanhas da ONG, basta acessar o site https://www.viverhoje.org/

Senado acata sugestão popular que libera uso medicinal da cannabis

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A liberação da maconha para uso medicinal deu um pequeno, mas importante passo na última semana no Senado. Em meio a muita polêmica, a Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) acatou, na quinta-feira (26), uma sugestão legislativa (SUG 6/2016) sobre uso da cannabis medicinal e do cânhamo industrial – variante da cannabis com menor concentração de tetraidrocanabinol e sem ação psicoativa relevante. A proposta vai tramitar como projeto de lei na Casa.

Uma espécie de marco regulatório para o uso medicinal dessas substâncias foi sugerido pela Rede Brasileira de Redução de Danos e Direitos Humanos (Reduc). O documento enviado pela entidade ao Senado detalhava, em 133 artigos, normas procedimentais e regulamentares sobre métodos de pesquisa, produção, registro, rotulagem, padronização, certificação, licenciamento, comercialização, circulação, tributação, publicidade, inspeção, controle e fiscalização da maconha medicinal e do cânhamo.

Apesar do voto favorável à sugestão, o relator, senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), apresentou uma nova redação à proposta, muito mais sucinta. Segundo Vieira, o texto mais enxuto tornará mais fácil contornar problemas de inconstitucionalidade e injuridicidade da redação original, principalmente sobre competências e atribuições de órgãos do Poder Executivo, que não devem ser definidas pelo Congresso.

Com a nova redação, o projeto passa a ter apenas seis artigos que tratam dos produtos, dos processos e dos serviços relacionados à maconha medicinal e ao cânhamo industrial. Um deles submete a produção, a distribuição, o transporte e a comercialização da cannabis medicinal à vigilância sanitária, com monitoramento da cadeia produtiva e do mercado.

O texto prevê ainda que normas relacionadas ao plantio, à cultura e colheita do cânhamo industrial sejam de responsabilidade de uma autoridade agrícola do estado. Também devem ser fomentados pelo Poder Público o desenvolvimento científico e tecnológico sobre medicamentos derivados da cannabis e sobre a produção do cânhamo industrial. Segundo Vieira, a proposta não libera o plantio caseiro a famílias com pacientes de doenças nas quais está provada a ação terapêutica da cannabis.

A Mesa do Senado ainda vai numerar a proposta e definir por quais comissões o texto vai passar. Se avançar no Senado, ele terá de ser enviado à Câmara dos Deputados. Se, por um lado, a sugestão com uma proposta sobre uso medicinal avançou, outra sobre uso recreativo, apreciada há duas semanas pela comissão, foi arquivada pelos senadores.

Outro lado

Autor de um projeto de lei (PL 5.158/19) que prevê a distribuição do canabidiol (CBD) pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas que não contempla outras substâncias medicinais produzidas a partir da maconha, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) defendeu que o assunto não pode ser tratado apenas com emoção, mas com responsabilidade. Girão destacou que a ciência tem demonstrado que, para algumas pessoas, a maconha medicinal causa a piora da saúde. O senador também apontou vícios de inconstitucionalidade e problemas de juridicidade para votar contra a SUG 6/2016, que, de acordo com ele, já está contemplada no ordenamento jurídico brasileiro.

Apioada por vários senadores, a senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP), usuária de um medicamento a base de cannabis, fez um apelo emocionado para que o senador não impedisse a votação da sugestão. Segundo ela, rejeitar a proposta seria virar as costas para as famílias que precisam da maconha medicinal e estão sofrendo. A parlamentar falou da própria situação.

“Se a gente aprovar um projeto permitindo só o canabidiol, o medicamento que eu tomo vai ser proibido. Isso vai fazer com que eu perca a minha força laboral. E, poxa, alguém aqui já me viu alucinando em algum canto do Congresso? Alguém aqui já me viu falando besteira? Alguém aqui tem algum senão quanto à minha dedicação, à minha seriedade no meu trabalho?”, questionou Mara.

Centro-direita vence eleições antecipadas na Áustria

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O Partido Popular, do atual primeiro-ministro Sebastian Kurz, venceu as eleições antecipadas na Áustria. Com 92,1% dos votos apurados, a centro-direita obteve 37,1% dos votos. Os social-democratas ficaram em segundo, com 21,7%, à frente da extrema-direita, que obteve 16%. Depois do colapso de 2017, o Partido Verde retorna ao parlamento, com 14% dos votos, enquanto os liberais conseguiram 7,8%.

Afetada pelo desastre eleitoral após um escândalo de corrupção que motivou as eleições antecipadas, a ultradireita está com um pé na oposição. “Nosso partido precisa de um reinício. Certamente não posso sugerir a continuação do caminho do governo, não à luz desse resultado”, anunciou o secretário-geral do partido de extrema-direita Fpoe, Harald Vilimsky.

Com a desistência da extrema-direita, que integrava o governo de Kurz até maio deste ano, o primeiro-ministro terá essencialmente duas opções: uma ampla coalizão com os social-democratas, de centro-esquerda, ou uma maioria com os verdes. A coalizão entre a centro-direita e os verdes seria uma novidade em nível nacional, mas já foi testada em governos regionais na Áustria.

Kurz também pode governar com a maior diferença (15,4%) entre o primeiro e o segundo partido na Áustria desde o pós-guerra. Acolhido como astro do rock no comitê de seu partido, o primeiro-ministro admitiu ter ficado surpreso com a escala do sucesso eleitoral. “Ninguém pensou em tal resultado, mas você pode ter certeza de que usaremos a confiança com prudência que vocês nos deram”, disse.

O Partido Verde ainda não definiu se formará uma coalizão com Kurz. O secretário do partido ambientalista em Viena disse que a legenda conquistou “realizações históricas”. O líder nacional dos verdes, Werner Kogler, mencionou a responsabilidade do partido em relação à juventude, mas ainda não quis se expressar explicitamente sobre uma possível participação no governo.

Kurz estava no poder desde dezembro de 2017. Em relação às eleições anteriores, a extrema-direita está em queda livre e perdeu dez pontos. Os populares ganharam 5,7 pontos. Apesar de terem garantido a segunda colocação, os social-democratas caíram 4,9 pontos em relação a 2017. Depois de um mandato fora do parlamento, os verdes subiram mais de dez pontos. Os liberais subiram 2,1 pontos.

Segundo a televisão pública ORF, Kurz obterá 71 dos 183 assentos do parlamento austríaco. Os social-democratas terão 41 cadeiras; a extrema-direita, 30; os verdes, 27, e os liberais, 14. Mesmo com queda em relação às eleições de 2017, a participação atingiu 76,6%. Há dois anos, 80% dos eleitores austríacos tinham ido às urnas.

* Com informações da RAI, televisão pública italiana

Em cinco meses, 350 empresas simples de crédito são criadas no país

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Nos últimos cinco meses, 350 empresas simples de crédito (ESCs) foram criadas no país, uma média de duas por dia. O novo modelo de pessoa jurídica, espécie de microfinanceiras locais, autorizado por lei desde, possibilita aos proprietários de micro e pequenas empresas obter crédito com juros mais baixos e menos burocracia. Os dados são do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

Segundo a Frente Parlamentar Mista das Micro e Pequenas Empresas, o novo modelo deve injetar cerca de R$ 20 bilhões por ano nos pequenos negócios e na economia do país. O balanço apresentado pelo Sebrae mostra que apenas dois estados ainda não possuem esse novo modelo de negócio: Acre e Rondônia ainda não contam com nenhuma ESC.

São Paulo, onde foi criada a primeira empresa dessa natureza, lidera o ranking com 121 ESCs em operação. Paraná vem na segunda colocação (28), seguido de Minas Gerais (26), Santa Catarina (25) e Rio Grande do Sul (23).  

O balanço mostra que o capital total de todas as ESC no Brasil é de R$ 168 milhões, sendo o menor de R$ 4 mil e o maior de R$ 10 milhões. De acordo com o levantamento, o aporte mais frequente nesse tipo de financeira local é de R$ 100 mil.

Meta é de mil empresas até o ano que vem

A expectativa do Sebrae era de que o número de empresas chegaria a 300 até o fim de 2019. A meta é somar mil empresas até 2020.

“Assim como a criação do Microempreendedor Individual (MEI) e do Simples Nacional, a Empresa Simples de Crédito foi uma das grandes vitórias dos pequenos negócios, que agora têm um acesso mais fácil ao crédito, sem a burocracia das instituições financeiras e os juros altos”, disse o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

Segundo o Ministério da Economia, pessoas físicas podem abrir uma ESC em suas cidades e emprestar dinheiro para pequenos negócios, como cabeleireiros, mercadinhos e padarias. Não há exigência de capital mínimo para a abertura da empresa, mas a receita bruta anual permitida é de no máximo R$ 4,8 milhões, vedada ainda a cobrança de encargos e tarifas.

Conforme pesquisa do Sebrae realizada em 2018, só 14% dos pequenos negócios tomaram novos empréstimos em bancos tradicionais. O levantamento também indicou que 61% avaliam que o serviço é ruim ou muito ruim, sendo a pior avaliação dos últimos seis anos. A principal dificuldade para 47% dos entrevistados é a taxa de juros muito alta.

Vaticano intervém na Associação Internacional dos Arautos do Evangelho

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Pouco mais de dois anos após determinar que a administração da Associação Internacional dos Arautos do Evangelho, bem com o “estilo de vida” dos membros do conselho da ordem apostólica, fossem minuciosamente analisados, o Vaticano decidiu nomear um interventor para “guiar” as ações da associação.

A intervenção foi decidida pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, e aprovada pelo papa Francisco.

Papa Francisco aprovou intervenção na Associação Internacional dos Arautos do Evangelho  (Arquivo/Alessandro Bianchi/Reuters/Direitos reservados

Segundo o portal de notícias do Vaticano, todas as ações desenvolvidas pelos Arautos do Evangelho passarão a ser “guiadas” pelo cardeal brasileiro Raymundo Damasceno Assis, arcebispo emérito de Aparecida que, na última quinta-feira (26), foi recebido em audiência pelo papa, no Vaticano.

Ainda de acordo com o portal Vatican News, “a decisão da Santa Sé não deve ser considerada como uma punição, mas sim como uma iniciativa destinada ao bem das instituições comissionadas para procurar resolver os problemas existentes” – uma alusão às justificativas apresentadas pela Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica em junho de 2017 visando justificar uma “visita apostólica” à associação a fim de analisar “o estilo de governo, a vida dos membros do conselho da ordem, a pastoral vocacional, a formação de novas vocações, a administração, a gestão das obras e a captação de recursos”.

TFP

Fundada em 1999 pelo monsenhor João Scognamiglio Clá Dias, um ex-membro da Sociedade Brasileira de Defesa da Tradição, Família e Propriedade (TFP), a associação Arautos do Evangelho foi reconhecida pelo papa João Paulo II em 2001.

De orientação tradicionalista católica, a entidade afirma estar presente em mais de 70 países onde seus membros podem ser identificados pelo uso de um hábito marrom e branco, com uma grande cruz no peito, parecida com a de cavaleiros medievais.

Em junho de 2017, logo após o Vaticano instaurar a investigação para apurar denúncias da suposta prática de exorcismos e de cultos a pessoas não reconhecidas pela igreja católica, o monsenhor Clá Dias decidiu renunciar ao cargo de Superior-Geral da Sociedade Clerical de Vida Apostólica.

A reportagem tentou contatar representantes da associação Arautos do Evangelho por meio dos telefones informados no site da entidade, mas não foi atendida.

Bombeiros encontram mais um corpo de vítima de tragédia em Brumadinho

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Oito meses após o rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), bombeiros continuam resgatando os corpos de vítimas da tragédia. Na manhã deste domingo (29), os 138 militares que seguem escavando a extensa área atingida pela lama de rejeitos tóxicos que vazaram da barragem encontraram mais um corpo.

Segundo o capitão Paulo Enocke Marques da Silva, ainda não é possível afirmar se os restos mortais são de um homem ou de uma mulher. Além disso, embora o corpo esteja praticamente inteiro, só com a conclusão do trabalho de perícia será possível saber se a vítima já não tinha sido identificada por meio de restos mortais recolhidos antes.

Por esse motivo, o Corpo de Bombeiros manteve os números do balanço divulgado em 31 de agosto, um dia após o resgate e a identificação do corpo do funcionário terceirizado João Paulo Ferreira Amorim, de 31 anos – identificado por meio de comparação da arcada dentária. O número de mortos já chega a 249. Vinte e uma pessoas continuam desaparecidas.

Corpo soterrado

De acordo com Silva, o corpo encontrado por volta das 10h15 de hoje estava soterrado a 2,5 metros de profundidade, a cerca de sete quilômetros em linha reta da barragem que se rompeu, em uma área que os bombeiros batizaram como Remanso 4.

No total, os bombeiros dividiram a área de buscas em 20 frentes. Localizar mais uma vítima após 248 dias de trabalhos contínuos renovou as esperanças dos militares.

“Isto serve para nos reanimar a seguir com as buscas pelos desaparecidos”, disse o capitão à Agência Brasil. Para ele, o deslocamento do efetivo para atender os efeitos da tragédia decorrente do rompimento da mineradora Vale exige sacrifícios de bombeiros de todo o estado de Minas Gerais.

“Não está sendo fácil para ninguém. Estamos enfrentando a temporada de incêndios; daqui a pouco vai começar a temporada de chuvas no estado. Quando você tira toda esta gente de outros locais para atender a uma única ocorrência, você sobrecarrega a todos, que têm que se desdobrar para dar conta de todas as atividades”, declarou ao comentar que a proximidade do início do período de chuvas preocupa também os que estão diretamente ligados aos trabalhos de buscas das vítimas do rompimento da barragem.

Bombeiros usam nova estratégia

Para tentar acelerar os trabalhos, há quase um mês os bombeiros usam uma nova estratégia. Como mais de 90% dos corpos já resgatados foram encontrados a cerca de três metros de profundidade, os homens passaram a cavar até este limite.

“Inicialmente, optamos por escavar prioritariamente os locais onde acreditávamos haver mais chances de encontrarmos corpos. Em alguns destes pontos, chegamos a cavar até 16 metros, 18 metros,” relatou.

Além de máquinas pesadas e cães farejadores, o Corpo  de Bombeiros utiliza um aplicativo que, segundo o capitão, foi desenvolvido pelos próprios especialistas da corporação, em parceria com técnicos da Vale.

“Ele nos permite identificar os pontos já escavados e as áreas em que ainda não chegamos aos três metros. É um aplicativo que indica, inclusive, onde já cavamos um ou dois metros, mas onde ainda não chegamos aos três metros”, explicou Silva, comentando que, até o início da semana, ainda faltava vasculhar um terço de toda a área de buscas.

“Adotamos essa nova estratégia para tentarmos pegar toda a extensão [atingida] pela lama antes do início do período das chuvas”, finalizou.

Irã pede ao setor petrolífero que se prepare para ataque dos EUA

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O ministro iraniano do Petróleo, Biyan Zangané, pediu hoje (29) a todas as empresas e instalações do setor petrolífero do país que estejam em estado “totalmente alerta” face a um possível ataque físico ou cibernético dos Estados Unidos.

Zangané, que recentemente supervisionou a segurança de várias refinarias, ordenou que todas “as medidas administrativas, técnicas e operacionais necessárias para proteger as instalações” sejam adotadas de imediato.

As declarações do ministro iraniano foram feitas na sequência da ponderação que os Estados Unidos admitiram estar fazendo sobre a possibilidade de realizar um ataque seletivo contra o Irã que, entre opções, inclua ataques cibernéticos contra refinarias e outras instalações do setor de energia.

A avaliação dos Estados Unidos surge como represália pelos ataques, em 14 de setembro, contra duas instalações da companhia de petróleo saudita Aramco, pelas quais os EUA e a Arábia Saudita responsabilizam o Irã, embora o governo iraniano negue qualquer envolvimento.

Biyan Zangané disse ser necessário estar preparado para “enfrentar situações de emergência e minimizar qualquer dano, quer nas instalações, quer dos habitantes” da área, informou a agência oficial iraniana de notícias.

Escalada de tensão

A tensão entre o Irã e os Estados Unidos tem aumentado desde o ano passado, quando o presidente dos EUA, Donald Trump, retirou o país do acordo nuclear de 2015 e impôs novamente sanções ao Irã.

O acordo de 2015, concluído após vários anos de esforços diplomáticos, prevê uma limitação do programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções internacionais contra o país.

No entanto, em maio de 2018, os Estados Unidos decidiram retirar-se unilateralmente do acordo e restabeleceram sanções punitivas contra o Irã, impedindo a recuperação econômica pretendida pelo país.

Um ano depois, em maio de 2019, e após ter aguardado sem sucesso que as outras partes do acordo – França, Reino Unido, Alemanha, Rússia e China e União Europeia – ajudassem o país a contornar as novas sanções norte-americanas, o Irã anunciou que ia alterar progressivamente alguns dos compromissos assumidos.

No início de julho, o governo iraniano anunciou o aumento do limite imposto às suas reservas de urânio enriquecido para 4,5%, ultrapassando o máximo autorizado pelo acordo (3,67%).

O chefe da diplomacia iraniana, Mohamad Yavad Zarif, garantiu, numa entrevista dada ontem (28) à estação norte-americana NBC, que os Estados Unidos “começaram uma guerra cibernética”, garantindo, sem fornecer detalhes, que instalações nucleares foram atacadas “de uma maneira muito perigosa e irresponsável, que poderia ter matado milhões de pessoas”.

RTP (emissora pública de televisão de Portugal)

No Dia Mundial do Coração, São Paulo tem exames gratuitos no metrô

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No Dia Mundial do Coração, comemorado hoje (29), a Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp) promove exames gratuitos na estação do metrô República, na região central da capital paulista. A atividade, que se estenderá até amanhã (30), tem treinamento de massagem cardíaca, aferição de pressão e debate sobre estresse e tabagismo.

O treinamento em Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP), realizado com manequins recicláveis, é repetido a cada 20 minutos. Cada sessão tem capacidade para 50 pessoas treinarem simultaneamente.

O médico Agnaldo Píscopo, diretor do Centro de Treinamento em Emergências da Socesp, explica que o reconhecimento de que está ocorrendo, de fato, um infarto e o socorro de maneira correta aumentam as chances de sobrevida dos pacientes de quatro a cinco vezes. “A Organização Mundial da Saúde [OMS] indica que o tempo entre a ocorrência do quadro e a chegada de socorro médico pode ser preenchido por leigos”, diz.

No evento, também são ministradas aulas de exercícios de relaxamento para o cotidiano e de alimentação correta para reduzir o sobrepeso e a obesidade. De acordo com a entidade, a adoção de medidas simples no dia a dia, como deixar de fumar, reduzir o consumo de sal e de açúcar, praticar atividades físicas regulares e ingerir uma dieta equilibrada são as principais recomendações para um coração mais saudável. 

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares, como o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (AVC) tiram a vida de 18 milhões de pessoas por ano, o que representa 31% de todas as mortes. No Brasil, são 350 mil óbitos anuais, um a cada 40 segundos.

Prazo de entrega da Declaração do ITR acaba nesta segunda

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Os proprietários rurais de todo o país têm até esta segunda-feira (30) para entregarem a Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR). O prazo acaba às 23h59min59s.

A Receita está recebendo o documento desde 12 de agosto. Neste ano, o Fisco espera receber 5,7 milhões de declarações, contra 5.661.803 entregues no ano passado.

O produtor rural que entregar a DITR depois do prazo pagará multa de 1% ao mês sobre o imposto devido ou R$ 50, prevalecendo o maior valor. Se o contribuinte constatar erros ou inconsistências depois de apresentar a declaração, poderá enviar declaração retificadora, sem a interrupção do pagamento do imposto apurado na declaração original.

Está obrigada a apresentar a declaração a pessoa física ou jurídica, exceto nos casos de imunidade ou isenção, que seja proprietária, titular do domínio útil ou detentora de qualquer título do imóvel rural. Também deve enviar a DITR o contribuinte que perdeu a posse da propriedade entre 1º de janeiro de 2019 e a efetiva apresentação da declaração.

A DITR deve ser preenchida no computador, por meio do Programa Gerador da Declaração do ITR, disponível na página da Receita Federal na internet. O documento pode ser transmitido pela internet. Caso o proprietário não tenha acesso à rede mundial de computadores, poderá entregar a declaração em mídia removível na unidade mais próxima da Receita Federal.

Furacão Lorenzo deve atingir Açores na 4ªfeira

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O furacão Lorenzo está a 2.200 quilômetros a sudoeste dos Açores, e deverá atingir todo o arquipélago na quarta-feira (2), de acordo com o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (Ipma).

“Mantendo-se as previsões da trajetória, o centro do furacão deverá passar muito próximo do grupo Ocidental [ilhas das Flores e Corvo], afetando assim todo o arquipélago na próxima quarta-feira”, disse nota do instrituto, assinada pela meteorologista Vanda Costa.

Para o grupo Ocidental, são esperados “ventos sueste rodando para noroeste com rajadas de 180 km/h (com uma probabilidade de 20% de a rajada máxima ser superior a 200 km/h), chuvas fortes e ondas de sudoeste com altura significativa entre 10 a 12 metros”.

Já para o grupo Central dos Açores, formado pelas ilhas do Faial, Pico, São Jorge, Terceira e Graciosa, são previstas “rajadas até 180 km/h (com uma probabilidade de 20% de a rajada máxima ser superior a 200 km/h, especialmente nas ilhas Faial, Pico e Graciosa), chuva forte e ondas de sudoeste com altura significativa entre 10 a 14 metros, com altura máxima de onda superior a 20 metros”.

Ondas e ventos

São Miguel e Santa Maria, as ilhas que formam o grupo Oriental do arquipélago, devem ter vento com rajadas até 100 km/h e ondas de altura significativa de sete a nove metros.

Contudo, e devido à distância a que o furacão se encontra, o instituto assinala que “existe ainda incerteza relativamente à trajetória exata e a respectiva intensidade com que poderá atingir o arquipélago”, até porque “está prevista uma diminuição da intensidade do furacão nos próximos dias”.

O furacão é de categoria 4 na escala de Saffir-Simpson, que oscila entre 1 e 5.

O presidente do Governo dos Açores, Vasco Cordeiro, esteve no sábado (28) reunido com diversos membros do executivo para analisar a situação das medidas adotadas tendo em vista a possibilidade de o furacão Lorenzo atingir os Açores.

 

Polícia do Rio investiga morte de três rapazes

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A Polícia Civil está investigando as circunstâncias da morte de três jovens, em Nova Iguaçu, no estado do Rio de Janeiro. Os corpos foram encontrados na madrugada de sábado (28), em um terreno abandonado onde funcionou uma empresa de ônibus.

Os três seriam parentes, sendo dois irmãos e um primo. Maria Anastácia da Silva, mãe de Fabrício Victor Veiga da Silva, de 15 anos, e Luís Felipe da Silva Mesquita, de 17 anos, foi ao Instituto Médico Legal (IML) reconhecer os corpos, achados ao lado do corpo do primo Breno da Silva Pimentel, de 18 anos.

Ela disse, em entrevista do lado de fora do IML, que não sabia a motivação do crime. As investigações estão a cargo da Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense. Não está descartada a hipótese de os jovens terem sido mortos em outro local, sendo depois transportados para o terreno onde foram achados.

Japoneses vão às compras antes do aumento do imposto sobre o consumo

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Várias pessoas no Japão têm corrido para lojas a dois dias do planejado aumento do imposto sobre o consumo, que pulará de 8% para 10%.

Lojas foram tomadas por consumidores no último fim de semana antes do reajuste. Muitos querem comprar tanto artigos de luxo quanto produtos de uso diário.

A loja de departamento Tobu, em Ikebukuro, um distrito de Tóquio, ficou lotada neste domingo (29). Clientes compraram grandes quantidades de produtos como loções e cremes hidratantes.

A seção de cosméticos chegou a prolongar uma campanha especial de pontos para o seu programa de fidelidade. As vendas de cosméticos da loja de departamento subiram 32% em setembro deste ano em comparação ao mesmo mês em 2018.

As vendas de roupa de cama aumentaram 50%, impulsionadas por fortes vendas de edredons que custam 700 dólares. Já as vendas de joias subiram cerca de 67%, catapultadas por colares de pérolas que custam aproximadamente dois mil dólares.

 

Espaçonave japonesa é acoplada a uma estação espacial internacional

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Uma espaçonave não tripulada do Japão foi acoplada à Estação Espacial Internacional. A Kounotori 8 foi lançada do Centro Espacial de Tanegashima, na província de Kagoshima, no Japão, no último dia 25.

Após se aproximar da estação espacial na órbita terrestre, em uma altitude de aproximadamente 400 quilômetros, a espaçonave cargueira foi acoplada com a ajuda de um braço robótico operado por um astronauta. A acoplagem aconteceu pouco após às 3h da manhã deste domingo (29), horário de Tóquio.

Durante a operação, 40 funcionários estavam na sala de controle da Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (Jaxa, na sigla em inglês) em Tsukuba, cidade na província de Ibaraki.

A equipe japonesa repassou para a Nasa, a agência aeroespacial americana, dados sobre a Kounotori 8 e celebrou quando a aeronave foi capturada pelo braço robótico.

A Kounotori 8 tem dez metros de comprimento e 4,4 metros de diâmetro. Ela transportou para a estação espacial aproximadamente 5,3 toneladas de equipamentos e mantimentos, entre eles água e comida para astronautas, baterias e satélites desenvolvidos por universidades.

Consumidor mostra que agora se preocupa mais com preços

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O estudo “Comportamento de Compra do Consumidor de Vestuário”, divulgado esta semana, no Rio de Janeiro, pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial -Iemi -, abordando o comportamento de compra de 1.250 consumidores de vestuário de todas as idades, regiões e poder de compra entrevistados no último mês de agosto, constatou que o preço é o principal fator de escolha, ao contrário do bom atendimento, que prevaleceu no estudo anterior, feito em 2017.

Segundo disse à Agência Brasil o diretor do instituto, Marcelo Prado, os resultados surpreenderam. Em 2017, no auge da crise econômica, eram consumidos produtos de maior valor agregado, mais elaborados, mais chamativos, que “só vendiam por encantamento. Agora, nós estamos vendo um retorno dos consumidores de menor renda ao mercado, que tinham desaparecido na crise, porque essa população mais vulnerável foi a mais afetada”.

Agora, a procura é por um produto mais barato, mais focado em preço, mostra o novo estudo. O formato de venda se transforma, com destaque para produtos mais básicos do que inovadores. “Agora, os básicos ganharam força por conta da demanda reprimida. É essa população voltando aos poucos a recompor o mercado. Tem o preço como orientação e o produto básico como ícone”, disse Marcelo Prado.

Compras pela internet

A pesquisa mostra também que os consumidores, em especial das classes C e D, começam a utilizar as lojas online, apesar de as lojas físicas ainda predominarem na venda de artigos de vestuário, sendo preferidas por 79% dos consumidores. Cerca de 17% dos consumidores disseram ter efetuado sua última compra pela internet, contra 14% na sondagem de 2017. “Mais pessoas estão usando a internet e a tendência é isso ir aumentando”, afirmou Prado.

Segundo ele, a internet passou a ser uma coisa do dia a dia das pessoas, mais usual e comum. “Então, o uso da internet já é um costume mais disseminado. Só que o crescimento no vestuário está bem aquém de outros setores como consumo final”. As compras online representam apenas 1,3% do faturamento do consumo de vestuário.

Por outro lado, Prado informou que estão sendo trazidas muitas marcas de fabricantes e produtores para a internet, o que pode estimular a oferta direta da marca, pulando o varejo tradicional e indo direto para o consumidor. “Isso está mudando e é bem interessante”, opinou.

O estudo revela, ainda, que, entre os consumidores que optaram pelo varejo físico, 50% fizeram sua última compra em shoppings, contra 49% há dois anos. Já a preferência por lojas de rua permaneceu igual, apontada por 32% dos entrevistados. De acordo com o diretor do instituto, a média de peças adquiridas por compra pelos consumidores permaneceu estável em relação a 2017. “Não se pode dizer que é uma tendência, mas a margem de compra está oscilando em torno de três peças”, revelou. O estudo identificou que, no auge da crise, aumentou a frequência de compras e diminuiu a quantidade de peças adquiridas. “Agora, deu uma normalizada”.

Prado prevê retomada do crescimento de vendas do varejo têxtil ao longo dos últimos meses. As perspectivas para o fim do ano são de expansão das vendas do varejo têxtil em torno de 1,7%, mas pode ser um percentual ainda maior, por causa da base comparativa. O diretor do instituto recordou que, no ano passado, houve a greve dos caminhoneiros e um período eleitoral turbulento.

“A estatística tende a melhorar bastante nos próximos meses”. A projeção é vender R$ 230 bilhões este ano só em vestuário, já considerando o aumento de 1,7%, disse.

Parceria

O diretor executivo da Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), Edmundo Lima, afirmou que os estudos feitos pelo Instituto de Estudos e Marketing Industrial levam à entidade insumos na relação com o consumidor, em especial no momento atual que vive o varejo. Para Lima, a pesquisa “reflete bem o momento econômico que a gente vem vivendo, em que o consumidor está sendo afetado por questões econômicas, pelo desemprego, pela necessidade de buscar o sustento da família, às vezes, na informalidade. Em um cenário como esse, ele está fortemente orientado pelo preço”.

Daí, o consumidor brasileiro buscar preço de promoções. “Ele está buscando produtos com uma percepção de qualidade boa, mas com preço bastante atraente. O estudo mostra agora essa preocupação do consumidor em relação ao preço, principalmente nos consumidores das classes mais populares C e D”, informou.