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Mateus H. Passero- Pág 2

Mateus é Sócio da 4Trader Investimentos escritório se assessoria credenciado a XP Investimentos.
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Panorama de Mercado

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Banco Central Adota Tom Mais Duro

Em diferentes eventos, os diretores do Banco Central reafirmaram seu compromisso firme com a meta de inflação, em linha com as declarações da semana anterior. Gabriel Galípolo, diretor de política monetária, destacou que a possibilidade de elevação da taxa Selic “está na mesa”, refletindo o tom mais cauteloso. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também reforçou que a autoridade monetária fará o que for necessário para atingir a meta inflacionária.

Apesar do dólar ter recuado para R$ 5,50, a preocupação com o aumento das expectativas inflacionárias e a robustez da atividade econômica continua. Nossa projeção de uma taxa Selic estável em 10,50% permanece, mas com tendência de alta.

Indicação do Novo Presidente do Banco Central Pode Ser Antecipada

O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a indicação para o próximo presidente do Banco Central deve ocorrer nas próximas semanas. O objetivo é nomear o novo líder antes das eleições municipais de outubro. Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária, é o nome mais cotado para suceder Roberto Campos Neto, cujo mandato termina em dezembro.

Desoneração da Folha de Pagamentos Avança no Congresso

O Senado apresentou um parecer sobre a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores e municípios. A proposta foi mantida, mas com uma redução gradual do benefício até 2028, o que trouxe um impacto positivo para o arcabouço fiscal a médio prazo. Para compensar a desoneração, a proposta inclui novas fontes de receita, como a atualização de bens no imposto de renda, repatriação de recursos no exterior, elevação da alíquota de IRRF sobre juros sobre capital próprio, entre outras. Essas medidas devem gerar um impacto de R$ 20,3 bilhões, um valor inferior ao necessário (R$ 26,3 bilhões), mas que ajudará a compensar parcialmente as perdas decorrentes da desoneração.

Renegociação da Dívida dos Estados Avança no Senado

O Senado aprovou um novo projeto de lei que oferece aos estados uma alternativa para a renegociação de suas dívidas com a União, que somam mais de R$ 700 bilhões, principalmente de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A proposta prevê a possibilidade de abatimento dos juros da dívida por meio da entrega de ativos, investimentos em áreas como educação e segurança pública, e a aplicação de recursos em um fundo de equalização a ser criado. O projeto segue agora para a Câmara dos Deputados.

Setor de Serviços e Varejo Mostram Força no 2º Trimestre

O setor de serviços cresceu 1,7% em junho comparado a maio e 0,7% no 2º trimestre em relação ao 1º, superando as expectativas. Já o varejo ampliado cresceu 0,4% em junho, abaixo da expectativa de 1,5%, mas registrou um aumento de 0,3% no 2º trimestre. Com o mercado de trabalho aquecido e a expansão da renda real, espera-se que o consumo continue crescendo nos próximos meses. Nossa projeção para o PIB de 2024, atualmente em 2,2%, tem viés de alta.

Ibovespa Bate Recorde na Semana

O Ibovespa subiu 2,6% em reais e 3,3% em dólares, fechando em 133.953 pontos, alcançando sua máxima histórica na quinta-feira. Globalmente, a redução das preocupações com a economia americana, após a divulgação de dados de inflação, diminuiu os temores de uma recessão. No Brasil, as declarações mais duras de membros do Copom indicaram a possibilidade de elevação da Selic, se necessário, o que levou à abertura das taxas curtas, apesar do fechamento das longas.

Durante a temporada de balanços do 2T24, 38% das empresas cobertas superaram as expectativas de EBITDA, 41% ficaram em linha e 21% abaixo do esperado. O destaque positivo foi o IRB (IRBR3, +52,4%), enquanto a Natura (NTCO3, -16,3%) foi o destaque negativo, após a divulgação de resultados e o anúncio do pedido de recuperação judicial de sua subsidiária Avon International.

Investindo em Ações Pagadoras de Dividendos: Navegando no Mar da Incerteza

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Investir em ações pagadoras de dividendos é como cultivar um pomar. Você planta as sementes (compra as ações), cuida delas com paciência (mantém o investimento), e com o tempo, colhe os frutos (recebe os dividendos). Este método de investimento pode ser uma estratégia poderosa para construir riqueza a longo prazo, especialmente quando realizado com sabedoria e uma boa dose de coragem durante períodos de desconfiança no mercado.

O Poder dos Dividendos

Sempre que uma empresa listada na bolsa realiza distribuição de lucros aos donos, ela é obrigada a distribuir igualmente o volume de lucros entre todos os acionistas, desde os majoritários até quem possui uma única ação, essa distribuição de lucro é o dividendo. Imagine que você possui uma árvore frutífera que, a cada trimestre, dá frutos. Esses frutos são os dividendos. Ao reinvestir esses dividendos, você está plantando novas árvores no seu pomar, aumentando assim a quantidade de frutos futuros.

O Valor da Paciência e da Consistência

Investir em ações pagadoras de dividendos exige paciência. Assim como um pomar não cresce da noite para o dia, os dividendos também levam tempo para se acumularem de forma significativa. Quanto mais ações você possuir, mais dividendos você irá receber. A chave é escolher empresas sólidas e consistentes, que tenham um histórico de pagamento de dividendos e estejam bem posicionadas em seus mercados.

Comprando na Tempestade: Oportunidades em Meio ao Medo

O mercado financeiro é cíclico, alternando entre períodos de euforia e medo. É durante as tempestades, quando o medo prevalece e os preços das ações caem, que surgem as melhores oportunidades de compra. Lembre-se, os dividendos são distribuídos por quantidade de ação e não por valor investido, ou seja, se o preço da ação cair e você comprar mais ações por valores menores, terá direito a mais dividendos tendo investido menos capital do que teria caso a ação estivesse valorizada. Vamos usar exemplos reais de empresas brasileiras para ilustrar isso:

  1. Petrobras (PETR4):

Em 2022, a Petrobras registrou um dividend yield extraordinário de 58,84% comparativamente ao valor das ações nesse ano, totalizando R$ 16,74 por ação. Em 2023, apesar da redução do yield para 29,58% e dos dividendos para R$ 7,25 por ação, a empresa ainda manteve uma distribuição significativa, especialmente devido aos altos preços do petróleo. Investidores que compraram ações durante os períodos de baixa se beneficiaram grandemente dos dividendos pagos e da recuperação do preço das ações.

Investindo R$ 50.000 na Petrobras em 2023, um investidor receberia R$ 14.790 em dividendos.

  1. Banco do Brasil (BBAS3):

Outro exemplo é o Banco do Brasil, que teve um dividend yield projetado de 11,99% em 2023. Mesmo com os riscos políticos associados às mudanças de governo, a instituição continuou a ser uma boa pagadora de dividendos. Investidores que compraram ações do Banco do Brasil durante períodos de instabilidade política e econômica, quando os preços das ações estavam deprimidos, colheram bons retornos através dos dividendos consistentes pagos pela instituição. Investindo R$ 50.000 no Banco do Brasil em 2023, um investidor receberia R$ 5.995 em dividendos.

  1. Metal Leve (LEVE3)

Em 2023, a Metal Leve foi destaque com um dividend yield de 29,19%, resultando em R$ 9,71 por ação. Parte desse rendimento foi devido a um dividendo extraordinário decorrente de reservas acumuladas e uma oferta subsequente de ações. Investidores que adquiriram ações da Metal Leve durante períodos de baixa se beneficiaram significativamente dessa distribuição extraordinária e dos dividendos regulares subsequentes. Investindo R$ 50.000 na Metal Leve em 2023, um investidor receberia R$ 14.595 em dividendos.

O Paradoxo das Flutuações de preço

Investir em ações pagadoras de dividendos pode ser comparado a investir em imóveis. Quando você compra uma propriedade para alugar, seu principal foco é a renda de aluguel, não a flutuação diária do valor do imóvel. Você não verifica o preço de mercado da sua casa todos os dias, mas sim, garante que ela esteja bem mantida e que seus inquilinos estejam satisfeitos, assegurando um fluxo constante de renda.
Da mesma forma, ao investir em ações pagadoras de dividendos, o foco deve estar nos dividendos recebidos e na saúde financeira da empresa, e não nas flutuações diárias dos preços das ações. Assim como os imóveis podem ter variações de preço devido a fatores econômicos e de mercado, as ações também passam por períodos de volatilidade. No entanto, desde que a empresa continue a pagar dividendos e a manter uma boa performance operacional, essas flutuações não devem ser motivo de preocupação.

Estratégia Prática

Seleção de Ações: Escolha empresas com um histórico sólido de pagamento de dividendos. Verifique a saúde financeira da empresa, seu setor de atuação e as perspectivas de crescimento.

Reinvestimento de Dividendos: Reinvista os dividendos recebidos para comprar mais ações. Isso aumenta seu poder de compounding (juros compostos), acelerando o crescimento do seu investimento.

Compra em Baixas: Monitore o mercado e esteja preparado para comprar ações durante períodos de queda. Mantenha uma reserva de caixa para aproveitar essas oportunidades.

Diversificação: Não coloque todos os seus ovos em uma única cesta. Diversifique seu portfólio para mitigar riscos.

Foco no Longo Prazo: Lembre-se de que investir em ações pagadoras de dividendos é uma maratona, não uma corrida de velocidade. O objetivo é acumular riqueza ao longo do tempo.

Por Fim…

Investir em ações pagadoras de dividendos é uma estratégia eficaz para construir riqueza e garantir uma renda passiva estável. Enfrentar as tempestades do mercado com coragem e visão de longo prazo pode transformar incertezas em oportunidades valiosas. Portanto, cultive seu pomar financeiro com sabedoria e paciência, e esteja pronto para colher os frutos abundantes que ele pode oferecer.

Para maximizar seus resultados, é essencial acompanhar relatórios indicativos de corretoras renomadas e, indispensavelmente, contar com a orientação de um assessor de investimentos qualificado. Eles podem fornecer análises detalhadas e personalizadas, ajudando a tomar decisões mais informadas e alinhadas com seus objetivos financeiros.

Se quiser saber mais sobre como começar a investir em ações pagadoras de dividendos, entre em contato conosco ou faça uma visita ao nosso escritório. Estamos prontos para ajudar você a navegar no mar dos investimentos com confiança e sucesso.

 

Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
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Panorama de Mercado

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Inflação Acima do Esperado a Uma Semana do Copom

O IPCA-15 de julho registrou uma alta de 0,30% em comparação ao mês anterior, superando as expectativas do mercado. Nos últimos 12 meses, a inflação acumulada subiu de 4,06% em junho para 4,45% em julho. Este dado é relevante para a política monetária, pois a média dos núcleos de inflação, que exclui itens com preços mais voláteis como alimentos e energia, também superou as previsões e está bem acima da meta de inflação. O núcleo de serviços, especificamente, apresentou um aumento significativo, o que preocupou o mercado.

Este cenário inflacionário acima do esperado reforça os argumentos daqueles que defendem um aumento da taxa de juros em 2024. No entanto, mantemos a perspectiva de que a taxa Selic permanecerá estável em 10,50%.

Terceiro Relatório Bimestral Mantém Estimativas de Receita

O terceiro Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (RARDP) de 2024, preparado pelo Poder Executivo, projeta um déficit de R$ 32,6 bilhões (0,3% do PIB), excluindo as despesas de ajuda ao Rio Grande do Sul. Este valor compara-se a um déficit de R$ 14,5 bilhões (0,1% do PIB) no relatório anterior. Esse resultado ficou abaixo do limite da meta fiscal de saldo primário (R$ 28,8 bilhões, ou 0,25% do PIB), exigindo um contingenciamento de R$ 3,8 bilhões em despesas. A estimativa de receita líquida diminuiu em R$ 13,2 bilhões desde o primeiro relatório bimestral, enquanto as despesas totais aumentaram R$ 20,7 bilhões.

O aumento nas estimativas de despesas dentro do limite de gastos foi de R$ 13,6 bilhões, resultando no bloqueio de cerca de R$ 11,2 bilhões em despesas discricionárias para cumprir a regra fiscal. As projeções para benefícios previdenciários, entretanto, continuam otimistas.

Desde o início do ano, o governo tem feito ajustes graduais nos relatórios bimestrais, mostrando progresso nas despesas, embora ainda haja necessidade de ajustes nos gastos com previdência. As projeções de receita permanecem acima das expectativas.

Forte Arrecadação de Impostos em Junho

A arrecadação de impostos federais em junho cresceu 11,0% em termos reais comparado ao mesmo mês do ano anterior, totalizando R$ 208,8 bilhões. Este foi o melhor desempenho histórico para o mês, superando as expectativas do mercado. O aumento foi impulsionado principalmente pelo PIS/Cofins, Imposto de Importação, IPI e IRRF sobre ganhos de capital. No entanto, os tributos corporativos e outras receitas administradas pela Receita Federal tiveram um desempenho inferior ao esperado. No acumulado do ano, a arrecadação tributária cresceu 9,1%, atingindo R$ 1.143,0 bilhões.

Acreditamos que a arrecadação tributária deve continuar em tendência positiva, embora abaixo do necessário para atingir a meta de resultado primário deste ano. Esperamos um crescimento de 8,6% na arrecadação de impostos em 2024, totalizando R$ 2.619,2 bilhões.

Cenário Internacional

Projeções do Mercado para o Fed

Após a divulgação dos dados do PIB e inflação nos EUA, o mercado continua projetando um possível início dos cortes de juros pelo Fed em setembro. O PIB dos EUA cresceu 2,84% no segundo trimestre de 2023 em relação ao mesmo período do ano passado, superando as expectativas de 2,0%. Este crescimento foi impulsionado pelo consumo das famílias, apoiado por um aumento robusto do rendimento real e um mercado de trabalho forte. No entanto, parte significativa da surpresa no PIB deveu-se à recuperação dos estoques, um componente volátil.

O deflator do PCE, indicador de inflação mais acompanhado pelo Fed, alinhou-se com o consenso de mercado em junho. O núcleo de inflação, excluindo itens voláteis, subiu 0,18% em relação a maio, acumulando 2,63% em 12 meses. Este resultado foi positivo para as perspectivas de desinflação.

Embora um corte nas taxas de juros americanas em setembro esteja se consolidando, ainda não é certo. Até a reunião do Fed em setembro, mais duas rodadas de dados serão fundamentais para determinar se o abrandamento da inflação é sustentável. Projetamos que o Fed cortará os juros pela primeira vez em dezembro, embora exista a possibilidade de um corte mais cedo.

Biden Desiste da Reeleição e Apoia Kamala Harris

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou que não concorrerá à reeleição, após pressão do partido Democrata. Ele apoiará a atual vice-presidente Kamala Harris para liderar a chapa democrata. Harris já recebeu o apoio de figuras-chave do partido e está bem posicionada para obter a nomeação do Partido Democrata para concorrer contra Donald Trump. De acordo com uma pesquisa não oficial da Associated Press, Harris já conta com o apoio de mais de 1.976 delegados democratas, o suficiente para garantir a indicação do partido.

As pesquisas iniciais mostram uma disputa acirrada, com Trump ainda mantendo vantagem.

Banco Central Chinês Reduz Juros para Impulsionar a Economia

O Banco Popular da China (PBoC) reduziu duas de suas principais taxas de juros. A taxa de um ano, usada para empréstimos a consumidores e empresas, caiu de 3,45% para 3,35%, enquanto a taxa de mais de cinco anos, referência para hipotecas imobiliárias, foi reduzida de 3,95% para 3,85%. A decisão visa estimular a economia chinesa, que apresentou dados mistos de PIB e atividade econômica no segundo trimestre.

Bolsa

O Ibovespa registrou uma queda de 0,1% em reais e 1,4% em dólares nesta semana, fechando aos 127.492 pontos. Globalmente, os destaques foram os dados positivos dos EUA, com o PCE de junho e o PIB do segundo trimestre acima das expectativas. No mercado doméstico, o foco esteve no relatório bimestral de receitas e despesas, confirmando o congelamento de R$ 15 bilhões em gastos, e nos dados do IPCA-15, que vieram acima do esperado. A privatização da Sabesp (SBSP3) foi concluída, com o governo de SP vendendo 32% de sua participação acionária por R$ 14,8 bilhões, levando a uma alta de 15,8% na ação em julho.

O principal destaque positivo da semana foi a Hapvida (HAPV3), com uma alta de 7,5%, enquanto o destaque negativo foi a Usiminas (USIM5), que caiu 25,6% após resultados decepcionantes no segundo trimestre de 2024.

FONTE: https://conteudos.xpi.com.br/economia/economia-em-destaque-inflacao-nos-eua-aumenta-chance-de-cortes-de-juros/ https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/resumo-semanal-da-bolsa-ibovespa-cai-na-semana-em-meio-a-ruidos-fiscais/

Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
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Dólar a R$5,60 está caro?

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A cotação do real brasileiro (BRL) frente ao dólar americano (USD) é uma variável econômica que atrai grande interesse, dada sua relevância para a economia do país. A taxa de câmbio entre essas duas moedas é determinada, em grande parte, pelas forças de oferta e demanda. Quando há uma maior demanda por reais em comparação com dólares, a moeda brasileira tende a se valorizar. Inversamente, uma maior procura por dólares desvaloriza o real. Com a recente cotação do dólar ultrapassando a marca de R$ 5,60, muitos têm buscado entender os fatores que contribuem para esse cenário de valorização do dólar. Compreender os principais fatores que influenciam essa paridade cambial é essencial para investidores, empresários e cidadãos que buscam entender o impacto dessas flutuações em suas finanças e na economia em geral.

Fatores Internos

Política Econômica e Fiscal

A política econômica e fiscal do Brasil tem um impacto direto na cotação do real. Medidas fiscais, como o controle de gastos públicos e a gestão da dívida pública, influenciam a confiança dos investidores na economia brasileira. Recentemente, os dados de déficits fiscais previstos, e a recuso do governo em conter gastos, tem gerado debates sobre sua eficácia em manter a disciplina fiscal e a confiança do mercado.

Taxa de Juros

A taxa Selic, definida pelo Banco Central do Brasil, é outro fator crucial. Em 2023, o Banco Central manteve a taxa Selic elevada em 13,75% ao ano, como forma de combater a inflação. Taxas de juros mais altas atraem investimentos estrangeiros em busca de rendimentos maiores, fortalecendo o real. No entanto, há pressões políticas para a redução da taxa de juros, o que pode afetar a paridade cambial e minar a confiança do investidor estrangeiro, gerando menor interesse por comprar Real e investir no Brasil.

Inflação

Níveis elevados de inflação corroem o poder de compra do real, desvalorizando a moeda. A manutenção de uma inflação controlada é fundamental para a estabilidade cambial. Em 2023, a inflação acumulada foi de 4,65%, dentro da meta estabelecida pelo Banco Central. Esse controle da inflação contribuiu para uma relativa estabilidade do real. Mas o atual cenário de troca do presidente do BC e o elevado gasto fiscal do governo, tendem a pressionar a inflação para cima. Além do fato de que um dólar elevado, por si só já irá alimentar uma elevação na inflação, já que boa parte da cadeia de valor agregado dos produtos nacionais é importada.

Fatores Externos

Política Monetária dos EUA

Decisões de política monetária do Federal Reserve (Banco Central Americano) têm grande influência na paridade cambial. Em 2023, o Fed continuou a aumentar as taxas de juros em um esforço para controlar a inflação nos Estados Unidos, o que fortaleceu o dólar em relação a outras moedas, uma vez que investimentos seguros estavam rendendo mais do que anteriormente nos EUA, houve uma grande migração de capital em direção aos EUA. Desde então o FED está postergando o corte de juros, isso retêm capital nos EUA. E Impede maiores cortes de juros no Brasil.

Preços das Commodities

O Brasil é um grande exportador de commodities, como soja, minério de ferro e petróleo. Em 2023, os preços das commodities mostraram volatilidade devido a incertezas geopolíticas e à recuperação econômica global pós-pandemia. A valorização dessas commodities no mercado internacional fortalece o real, pois aumenta a entrada de dólares que precisão ser convertidos em Reais no país. No entanto, a recente queda nos preços do minério de ferro tem gerado preocupações sobre a balança comercial brasileira e uma menor compra de real com as vendas do minério.

Fluxo de Capitais

O fluxo de capitais estrangeiros, seja por meio de investimentos diretos ou de portfólio, também afeta a cotação do real. A entrada de capital estrangeiro aumenta a demanda por reais, pois os investidores precisam converter seus dólares para realizar investimentos no Brasil. Esse aumento na demanda por reais tende a valorizar a moeda brasileira em relação ao dólar. Em 2023, houve um aumento na entrada de investimentos estrangeiros diretos, impulsionado por um ambiente de negócios mais favorável e reformas estruturais em andamento, porém esse cenário está se invertendo rapidamente, vimos uma retirada líquida recorde nos investimentos estrangeiros.

Cenário Político

A estabilidade política é fundamental para a confiança dos investidores. Incidentes de instabilidade, incertezas eleitorais ou crises políticas podem desvalorizar o real, pois aumentam a percepção de risco. As reformas estruturais, como a tributária e a administrativa, são vistas como positivas para a valorização da moeda. A recente aprovação da reforma tributária no Congresso, que visa simplificar o sistema tributário brasileiro, é um passo importante nessa direção.

Em resumo…

A cotação do real frente ao dólar é influenciada por uma complexa rede de fatores internos e externos. A política econômica e fiscal do Brasil, a taxa de juros, a inflação, as decisões do Federal Reserve, os preços das commodities e o fluxo de capitais são alguns dos principais elementos que determinam essa paridade cambial. A estabilidade política e a implementação de reformas estruturais também desempenham um papel crucial.

Para investidores e cidadãos, é essencial acompanhar de perto esses fatores e entender suas inter-relações. A diversificação de investimentos e a adoção de estratégias que considerem a volatilidade cambial são práticas recomendadas para mitigar riscos e aproveitar oportunidades em um cenário econômico global dinâmico e desafiador. A dinâmica da oferta e demanda por moedas é central para entender a valorização ou desvalorização do real, e o aumento da procura por reais para investimentos no Brasil ilustra como esses mecanismos influenciam a taxa de câmbio.

 

Mateus H. Passero
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No Brasil

Bloqueio de Despesas Acima do Esperado, Mas Desafios Fiscais Persistem

O governo brasileiro anunciou um congelamento de despesas no valor de R$ 15 bilhões. Desse total, R$ 11,2 bilhões representam um bloqueio, ou seja, uma redução de despesas não obrigatórias para acomodar o crescimento das despesas obrigatórias e cumprir o limite de gastos. Os restantes R$ 3,8 bilhões são referentes a um contingenciamento, uma diminuição do total das despesas para atingir a meta de resultado primário.

A notícia do congelamento de despesas foi bem recebida pelo mercado, que viu nisso um esforço maior para o cumprimento das regras fiscais. O bloqueio é considerado significativo, alinhando-se às nossas estimativas de R$ 16 bilhões. Se houver necessidade de novos bloqueios, espera-se que sejam menores. No entanto, o contingenciamento ficou abaixo do necessário, que estimamos em aproximadamente R$ 26 bilhões. Algumas premissas otimistas no relatório do governo reduziram a necessidade de cortes maiores. Caso haja frustração de receitas, novos cortes podem ser realizados ou a meta de resultado primário pode ser revisada.

Prazo para Acordo sobre Desoneração da Folha Prorrogado

O Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Edson Fachin, estendeu até 11 de setembro o prazo para que o Congresso e o governo federal cheguem a um acordo sobre a desoneração da folha de pagamento de 17 setores e municípios. O prazo inicial venceria nesta sexta-feira, mas o Ministério da Fazenda e os senadores ainda não chegaram a um consenso sobre as fontes de compensação para financiar o benefício.

Os senadores propuseram medidas alternativas que, segundo nossas estimativas, gerariam menos de R$ 10 bilhões em receita este ano. O governo insiste em um possível aumento da alíquota da CSLL para complementar a compensação, caso as medidas do Senado não sejam suficientes. Com a elevação proposta da CSLL, o impacto potencial chegaria a R$ 11,6 bilhões, ainda abaixo dos R$ 18 bilhões necessários para compensar a desoneração.

Real se Desvaloriza Contra o Dólar

Nesta semana, o Real desvalorizou cerca de 2% frente ao Dólar, encerrando próximo de R$ 5,60/US$. Essa depreciação ocorreu mesmo com o anúncio de contenção de gastos além do esperado pelo mercado, devido a fatores externos. Na quarta-feira, o Iene se valorizou fortemente contra o Dólar diante de especulações sobre intervenção do banco central do Japão. Isso levou a um rebalanceamento das carteiras, com forte venda de Real e outras moedas emergentes, como as do Chile e da Colômbia, que cederam cerca de 3% na semana. Sem essa interferência internacional, os ativos brasileiros provavelmente teriam respondido de maneira mais positiva às notícias fiscais domésticas.

Cenário Internacional

 

BCE Mantém Taxas de Juros

O Banco Central Europeu (BCE) decidiu manter suas taxas de juros de referência na reunião de julho. A comunicação que acompanhou a decisão foi neutra, indicando que o banco central não está muito preocupado com a inflação, apesar das recentes surpresas altistas. O BCE continua monitorando os riscos de baixa para as perspectivas de crescimento econômico e a sustentabilidade fiscal, especialmente na França e Itália.

Economia dos EUA Mostra Sinais de Reequilíbrio

Apesar da volatilidade dos dados no primeiro semestre, a economia dos EUA parece estar respondendo à política monetária restritiva. As vendas no varejo estagnaram em junho, reforçando a perspectiva de desaceleração do crescimento econômico. Jerome Powell, Presidente do Fed, indicou progressos na convergência gradual da inflação à meta de 2%, com leituras benignas de inflação corrente no segundo trimestre. Falas de diretores do Fed ao longo desta semana corroboraram o discurso de Powell, com Christopher Waller mencionando a aproximação do ciclo de corte nos juros e John Williams afirmando que os dados de inflação estão se movendo consistentemente na direção correta.

Atividade na China Decepciona

Na China, o PIB cresceu 4,7% no segundo trimestre de 2024, abaixo da previsão de 5,1%. Este foi o crescimento anual mais fraco desde o primeiro trimestre de 2023, devido à recessão imobiliária, fraca demanda interna, desvalorização do Yuan e tensões comerciais com o Ocidente. Em relação aos indicadores de junho, as vendas no varejo cresceram apenas 2,0%, o menor acréscimo em quase 17 meses, enquanto a produção industrial aumentou 5,3%, o ritmo mais lento em três meses.

Bolsas de Valores

O Ibovespa interrompeu sua sequência de quatro ganhos semanais, caindo 1,0% em reais e 3,5% em dólares, fechando aos 127.616 pontos. No cenário global, a retórica mais branda do Federal Reserve, combinada com dados de inflação e emprego moderados, indicou uma economia sólida. A rotação de ações de tecnologia para papéis cíclicos continuou, com a Nasdaq caindo 4,0% e o S&P 500, 2,0%, na semana. Domesticamente, o foco esteve nos ruídos fiscais, com o mercado aguardando clareza sobre medidas para cumprir a meta de déficit fiscal.

Destaques da Semana

Positivo: Usiminas (USIM5)

A Usiminas teve alta de 5,8%, impulsionada por uma perspectiva positiva sobre a demanda por aço na América Latina e aumento da participação acionária da BlackRock.

Negativo: Pão de Açúcar (PCAR3)

O Pão de Açúcar caiu 13,4%, pressionado pela abertura na curva de juros.

FONTE: https://conteudos.xpi.com.br/economia/economia-em-destaque-governo-indica-contencao-de-gastos/  https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/resumo-semanal-da-bolsa-ibovespa-interrompe-sequencia-de-altas-semanais-em-meio-a-incertezas-fiscais/

 

Mateus H. Passero
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As Principais Vertentes Econômicas: Ortodoxa e Heterodoxa

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As Principais Vertentes Econômicas: Ortodoxa e Heterodoxa

O debate sobre a escolha do novo diretor do Banco Central tem trazido à tona questões fundamentais sobre as direções possíveis da política econômica no Brasil. A definição do perfil do novo dirigente pode sinalizar uma inclinação maior para políticas ortodoxas ou heterodoxas, influenciando diretamente as estratégias de crescimento econômico, arrecadação e controle da inflação. Neste contexto é importante entender as diferenças entre as abordagens, como cada uma delas busca entregar crescimento econômico, inflação controlada e boa arrecadação ao governo.

Vertente Ortodoxa

A economia ortodoxa, ou neoclássica, fundamenta-se na crença de que mercados livres são eficientes e que a intervenção governamental deve ser mínima.

Crescimento Econômico

A estabilidade macroeconômica é essencial para criar um ambiente favorável aos negócios, reduzindo incertezas e incentivando investimentos privados. Por exemplo, a Alemanha pós-reunificação adotou políticas de austeridade e reformas estruturais que ajudaram a estabilizar a economia e promover o crescimento a longo prazo. No Brasil, o Plano Real implementado em 1994 estabilizou a moeda e controlou a hiperinflação através de uma política monetária restritiva.

Melhora na Arrecadação

A ampliação da base tributária e a simplificação do sistema tributário são estratégias centrais para melhorar a arrecadação. A reforma tributária nos EUA em 2017 buscou simplificar o código tributário e reduzir a evasão, enquanto no Brasil a proposta de reforma tributária visa unificar impostos como PIS e Cofins em um único imposto sobre bens e serviços (IBS). Além disso, a redução de gastos públicos é outra característica da política ortodoxa, focando na austeridade fiscal para equilibrar o orçamento e evitar déficits públicos.

Controle de Inflação

A política monetária restritiva, como a elevação das taxas de juros, é utilizada para reduzir a demanda agregada e controlar a inflação. O Federal Reserve dos EUA aumentou as taxas de juros para conter a inflação em várias ocasiões, incluindo a resposta à crise de 2008. No Brasil, o Banco Central aumentou a taxa Selic em 2021 para combater a crescente inflação pós-pandemia. A disciplina fiscal, buscando a redução do déficit público e a contenção da dívida pública, também é uma prática comum para reduzir pressões inflacionárias.

 

Vertente Heterodoxa

A economia heterodoxa agrupa diversas escolas de pensamento que desafiam as premissas ortodoxas, defendendo maior intervenção estatal e políticas ativas de desenvolvimento. As principais políticas heterodoxas incluem:

Crescimento Econômico

O estímulo à demanda através do aumento dos gastos públicos e políticas de redistribuição de renda é uma estratégia fundamental. Durante a Grande Depressão, o New Deal nos EUA envolveu grandes investimentos em infraestrutura e programas sociais, que estimularam a economia. No Brasil, programas como o Bolsa Família e o Minha Casa Minha Vida incentivaram o consumo e a construção civil, promovendo o crescimento econômico e melhorando o acesso à moradia para famílias de baixa renda.

Melhora na Arrecadação

A progressividade tributária é defendida para que os mais ricos paguem uma proporção maior de seus rendimentos em impostos. Os países nórdicos, como a Suécia, têm sistemas tributários altamente progressivos que financiam robustos estados de bem-estar social. No Brasil, propostas de tributação sobre grandes fortunas e heranças visam aumentar a progressividade do sistema tributário. Além disso, o aumento dos investimentos em infraestrutura e serviços públicos pode, a longo prazo, melhorar a arrecadação através do crescimento econômico.

Controle de Inflação

A política de renda, que inclui controle de preços e salários para evitar que aumentos de custos se traduzam em inflação, é uma prática comum em momentos de crise. Na Argentina, o controle de preços e salários tem sido uma medida heterodoxa para conter a inflação, embora com resultados mistos. No Brasil, durante o Plano Cruzado em 1986, houve congelamento de preços para tentar controlar a inflação, com resultados controversos. A regulação dos mercados essenciais, como energia e alimentos, para evitar flutuações excessivas de preços, também é uma prática defendida pela vertente heterodoxa.

Comparação das Abordagens

A vertente ortodoxa tende a focar na estabilidade macroeconômica e no controle da inflação como pré-condições para o crescimento econômico, acreditando que um ambiente estável naturalmente atrai investimentos e gera crescimento. Em contraste, a vertente heterodoxa acredita que o crescimento econômico pode ser promovido através de políticas ativas de estímulo à demanda e investimentos públicos, mesmo que isso signifique uma maior intervenção estatal e risco de inflação a curto prazo.

No Brasil, essas abordagens têm sido alternadas conforme os governos. Políticas ortodoxas foram adotadas nos anos 1990 para estabilizar a economia e controlar a inflação, enquanto políticas heterodoxas foram mais prevalentes na década seguinte, focando em crescimento econômico e inclusão social.

A escolha entre uma abordagem ortodoxa ou heterodoxa depende do contexto econômico e social específico, bem como dos objetivos de política econômica de cada governo. Compreender as diferenças e as implicações de cada abordagem é fundamental para a formulação de políticas que promovam o desenvolvimento sustentável e equitativo.

Nesse sentido, a escolha do novo diretor do Banco Central não é apenas uma decisão administrativa, mas também um indicativo do caminho que o país poderá seguir em termos de política econômica nos próximos anos.

 

Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
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Panorama de Mercado

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Inflação de Junho Surpreende com Baixa, mas Reajustes de Combustíveis Aumentam Previsão Anual para 4%

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou um aumento mensal de 0,21% em junho, superando as expectativas da XP (0,33%) e do mercado (0,30%). Com isso, a inflação acumulada em 12 meses chegou a 4,2%, ante 3,9% no mês anterior. A queda nos preços dos alimentos foi o principal fator para essa surpresa positiva. O aumento de preços em maio, devido às enchentes no Rio Grande do Sul, foi mais que compensado em junho. Apesar dos bons resultados deste mês, a projeção para o IPCA de 2024 foi revisada de 3,8% para 4,0%, impulsionada pelos recentes reajustes da Petrobras, com aumento de 7% na gasolina e 10% no gás de cozinha. A previsão para 2025 permanece em 4,3%.

Progresso na Regulamentação da Reforma Tributária na Câmara

A Câmara dos Deputados aprovou o primeiro projeto de lei complementar que regulamenta a Reforma Tributária, definindo novos tributos como CBS, IBS e Imposto Seletivo. Após a aprovação do texto-base, houve uma alteração importante: a inclusão de carnes, peixes, queijos e sal na cesta básica, zerando a alíquota de CBS e IBS sobre esses produtos. Além disso, medicamentos agora também se beneficiam de alíquotas reduzidas em 60%. Com essas mudanças, a alíquota de CBS/IBS deve atingir 27,4%, a mais alta do mundo segundo o Banco Mundial. Para evitar que essa alíquota ultrapasse 26,5%, foi inserida uma trava que entra em vigor após o período de transição, obrigando o governo a implementar medidas de redução tributária se o limite for excedido.

Desoneração da Folha de Pagamento: Compensação Ainda Indefinida

O governo apresentou nova estimativa para a perda de receita devido à desoneração da folha de pagamento de 17 setores, calculada em R$ 18 bilhões, abaixo dos R$ 25,6 bilhões iniciais. Apesar disso, pouco progresso foi feito para compensar essa desoneração. O Senado propôs medidas para compensar a perda, mas o Executivo sugere aumentar a alíquota da CSLL em até 1 ponto percentual para garantir receita adicional. Contudo, o Senado rejeita qualquer aumento de carga tributária, adiando a votação do projeto de lei para a próxima semana.

Comércio e Serviços Superam Expectativas em Maio, Apesar das Enchentes no Sul

As vendas no comércio varejista cresceram 0,8% em maio comparado a abril, superando as expectativas que previam uma queda moderada. Embora as enchentes no Rio Grande do Sul tenham afetado setores como veículos, materiais de construção e combustíveis, as vendas nos supermercados aumentaram, refletindo a corrida por produtos essenciais. No setor de serviços, as receitas reais ficaram estáveis, com destaque positivo para os serviços prestados às famílias. O consumo segue forte, apoiado por um mercado de trabalho aquecido e altas transferências fiscais, mantendo a previsão de crescimento do PIB em 0,5% no segundo trimestre e 2,2% em 2024.

Cenário Internacional

Deflação nos EUA Surpreende e Anima Mercados

O índice de preços ao consumidor nos EUA registrou uma deflação de 0,06% em junho, abaixo das expectativas de 0,10%. A inflação acumulada em 12 meses caiu de 3,3% para 3,0%. As medidas de inflação subjacente também mostraram resultados abaixo do esperado, com o núcleo da inflação (excluindo alimentos e energia) subindo apenas 0,06%, a menor taxa desde abril de 2021. Com a inflação e a atividade econômica desacelerando, a probabilidade de cortes de juros pelo Fed no segundo semestre aumentou, beneficiando ativos de países emergentes, como a bolsa e a taxa de câmbio brasileiros.

Biden Reafirma Candidatura à Reeleição

O presidente dos EUA, Joe Biden, reafirmou sua intenção de concorrer contra Donald Trump nas eleições de 2024, destacando-se como a “pessoa mais qualificada” para o cargo, durante uma entrevista após a reunião da OTAN.

Bolsa

Ibovespa Fecha Quarta Semana Consecutiva de Alta

O Ibovespa encerrou sua quarta semana consecutiva de alta, subindo 2,1% em reais e 2,9% em dólares, atingindo 128.897 pontos. Globalmente, o destaque foi a postura mais moderada de Jerome Powell e a deflação do CPI em junho nos EUA, aumentando a expectativa de cortes de juros. No Brasil, a atenção esteve no IPCA de junho e na aprovação da Reforma Tributária na Câmara.

A Embraer (EMBR3) foi o principal destaque positivo da semana, com alta de 12,4%, enquanto a Suzano (SUZB3) teve queda de 4,5% após desistir da compra da International Paper.

FONTE: https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/resumo-semanal-da-bolsa-ibovespa-tem-alta-semana-em-reais-pela-quarta-semana-consecutiva-com-noticias-positivas-do-fiscal-domestico-e-do-macro-externo/ https://conteudos.xpi.com.br/economia/economia-em-destaque-alivio-na-inflacao-do-brasil-e-dos-eua/

 

 

Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
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“Pai rico, filho nobre, neto pobre.”

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Esse ditado expressa a ideia de que a riqueza acumulada pela primeira geração (o pai rico) tende a ser dilapidada pela segunda geração (o filho nobre), resultando na terceira geração (o neto pobre) sem os mesmos recursos.

A essência desse ditado é a dificuldade de manter a riqueza familiar ao longo do tempo sem um planejamento adequado e uma boa governança familiar. A proteção patrimonial e sucessória é um tema essencial para aqueles que desejam garantir a segurança de seus bens e a continuidade de seu legado. Com o aumento da complexidade das relações familiares e a diversificação dos ativos, planejar a sucessão e proteger o patrimônio se tornou uma tarefa ainda mais crucial. É importante entender profundamente o papel das estruturas patrimoniais, a legislação brasileira, o papel do seguro de vida, da otimização tributária e da governança familiar. Isso irá oferecer uma visão abrangente das estratégias disponíveis para proteger e perpetuar o patrimônio familiar e o bem estar das próximas gerações.

Estruturas Patrimoniais

Holdings Familiares

As holdings familiares são empresas criadas para administrar os bens e negócios da família. Elas oferecem vantagens como a centralização da gestão patrimonial e a proteção contra credores. Por exemplo, uma família pode transferir seus imóveis e participações societárias para uma holding, facilitando a administração e a sucessão desses bens. Além disso, as holdings permitem a implementação de regras de governança e distribuição de lucros, garantindo a continuidade dos negócios familiares.

Fundos Exclusivos

Os fundos exclusivos são fundos de investimento destinados a um único investidor ou grupo familiar. Eles oferecem uma gestão personalizada do patrimônio. Por exemplo, uma família pode criar um fundo exclusivo para investir em ações, títulos e imóveis, beneficiando-se da flexibilidade na gestão dos ativos.

Sociedades de Propósito Específico (SPEs)

As SPEs são criadas para realizar projetos específicos, como a construção de um empreendimento imobiliário. Elas limitam a responsabilidade dos investidores ao capital investido na sociedade. Por exemplo, ao desenvolver um condomínio residencial, uma família pode constituir uma SPE para isolar o risco do projeto e proteger o patrimônio pessoal dos sócios.

Testamentos

Os testamentos permitem que uma pessoa disponha de seus bens de forma personalizada após a morte. No Brasil, o testamento pode ser público, particular ou cerrado. Por exemplo, um empresário pode usar um testamento para garantir que sua empresa seja administrada por um herdeiro capacitado, preservando a continuidade dos negócios.

Doações em Vida

 

As doações em vida permitem a antecipação da transferência de patrimônio, reduzindo possíveis conflitos entre herdeiros. Por exemplo, um pai pode doar um imóvel a um filho, com cláusulas de usufruto vitalício, garantindo o uso do bem enquanto estiver vivo.

Pactos Antenupciais

Os pactos antenupciais estabelecem o regime de bens do casamento, protegendo o patrimônio individual. Por exemplo, um empresário pode optar pelo regime de separação total de bens, protegendo seus ativos pessoais em caso de divórcio.

Seguro de Vida no Contexto Patrimonial

Liquidez Imediata

O seguro de vida oferece liquidez imediata para a família em caso de falecimento, ajudando a cobrir despesas emergenciais e impostos devidos. Por exemplo, ao falecer, o seguro de vida de um empresário pode fornecer recursos imediatos para pagar o ITCMD sobre a transferência de sua participação societária.

Equalização de Patrimônio

O seguro de vida pode ser utilizado para equalizar a distribuição de patrimônio entre os herdeiros. Por exemplo, se um pai possui uma empresa que será herdada por um filho envolvido nos negócios, ele pode utilizar o seguro de vida para compensar os outros filhos, garantindo uma divisão justa do patrimônio.

Previdência Privada

A previdência privada é um componente importante na proteção patrimonial e sucessória. Ela oferece uma fonte de renda complementar à aposentadoria oficial, garantindo maior segurança financeira na velhice. Além disso, a previdência privada pode ser utilizada como uma ferramenta de planejamento sucessório, permitindo a designação de beneficiários que receberão os recursos diretamente, sem passar por inventário. Por exemplo, um pai pode investir em planos de previdência privada, assegurando uma renda vitalícia para si e um capital acumulado que será transferido aos filhos de forma eficiente e descomplicada.

Governança Familiar

Conselhos Familiares

Os conselhos familiares são órgãos criados para definir a estratégia e resolver conflitos na gestão do patrimônio. Por exemplo, uma família pode estabelecer um conselho para decidir sobre investimentos e distribuição de lucros, garantindo a participação de todos os membros na tomada de decisões.

Protocolo Familiar

O protocolo familiar é um documento que estabelece regras de convivência e governança. Por exemplo, ele pode definir critérios para a entrada de familiares na empresa, políticas de distribuição de lucros e mecanismos de resolução de conflitos, fortalecendo a coesão e a transparência na gestão do patrimônio.

 Conclusão

A proteção patrimonial e sucessória é um processo complexo e essencial para a preservação do legado familiar. Cada caso é único, exigindo estruturas personalizadas e estratégias específicas para atender às necessidades e objetivos individuais. A criação de estruturas patrimoniais, o entendimento da legislação brasileira, a utilização do seguro de vida, a otimização tributária e a implementação de uma governança familiar eficaz são fundamentais para assegurar a integridade do patrimônio e a continuidade do legado.

Dada a complexidade e a particularidade de cada situação, é imprescindível contar com o apoio de especialistas capacitados. Profissionais de planejamento sucessório, advogados, contadores e consultores financeiros podem fornecer orientações valiosas e desenvolver soluções sob medida para cada família. Investir em um planejamento adequado não só protege o patrimônio, mas também promove a harmonia e a prosperidade das futuras gerações.

Caso tenha interesse em entender mais sobre o assunto, ou mesmo levar a diante uma consulta sobe o tema para sua família, entre em contato, nosso escritório presta esse serviço com parcerias estratégicas de peso!

 

Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
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O Impacto das Políticas Fiscais na Economia

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As políticas fiscais são um conjunto de medidas que o governo utiliza para gerir a economia do país por meio da arrecadação de impostos e dos gastos públicos. Essas políticas têm como objetivo principal influenciar a atividade econômica, controlar a inflação, promover o crescimento econômico e garantir uma distribuição de renda mais justa. Na teoria, esses princípios são eficazes para alcançar esses objetivos. No entanto, na prática, muitas vezes esses princípios são usados apenas em discursos políticos, sem uma implementação efetiva. Este artigo explora os impactos dessas políticas e sugere reformas baseadas em maior eficiência e descentralização como solução para a má gestão centralizada dos recursos públicos.

Crescimento Econômico

Na teoria, políticas fiscais expansionistas, como aumentar os gastos públicos ou reduzir impostos, são estratégias eficazes para estimular a economia em tempos de recessão. Durante a crise de 2008, e a crise advinda da pandemia em 2020 e 2021, muitos países adotaram pacotes de estímulo para evitar uma depressão econômica, e essas medidas foram bem-sucedidas em reverter a queda da atividade econômica.

No entanto, a má gestão centralizada frequentemente impede que esses princípios sejam eficazes na prática. Os recursos são mal geridos, com investimentos ineficientes e falta de planejamento. Projetos de infraestrutura são superfaturados e atrasados, resultando em um impacto econômico muito menor do que o prometido.

Descentralizar a gestão dos recursos, permitindo que estados e municípios tenham mais autonomia para gerir seus próprios orçamentos, pode aumentar a eficiência. Além disso, a privatização de serviços públicos ineficientes pode atrair investimento privado, melhorar a qualidade dos serviços e reduzir o desperdício de recursos.

 Distribuição de Renda

A política fiscal é uma ferramenta poderosa para reduzir a desigualdade. Impostos progressivos e programas sociais bem estruturados, como o Bolsa Família, podem redistribuir a riqueza de forma mais equitativa e melhorar as condições de vida dos mais pobres.

Entretanto, a corrupção e a má gestão desviam recursos que deveriam ir para programas sociais, prejudicando os mais vulneráveis. Um sistema tributário injusto, onde os mais pobres pagam proporcionalmente mais impostos que os ricos, perpetua a desigualdade. Reformas como a simplificação do sistema tributário e a redução da carga tributária sobre os mais pobres podem promover uma distribuição de renda mais justa e eficiente. A introdução de um imposto de valor agregado (IVA) no lugar de vários impostos indiretos pode tornar o sistema mais simples e reduzir a evasão fiscal.

Estabilidade Macroeconômica

A manutenção da estabilidade macroeconômica através do controle do déficit fiscal é crucial para a confiança dos investidores e a saúde econômica de um país. A Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000 foi uma tentativa de impor disciplina fiscal no Brasil, limitando os gastos e a dívida pública.

 

Na prática, porém, essas diretrizes são frequentemente ignoradas. Gastos públicos descontrolados e políticas fiscais mal planejadas resultam em déficits elevados e aumento da dívida pública. A falta de compromisso com a responsabilidade fiscal gera incerteza econômica, afastando investimentos e prejudicando o crescimento a longo prazo. Reduzir o tamanho do Estado e incentivar o setor privado pode ajudar a controlar o déficit fiscal e promover a estabilidade macroeconômica. A implementação de parcerias público-privadas (PPPs) pode trazer eficiência na execução de projetos e reduzir a necessidade de financiamento público.

Impacto da Má Gestão Fiscal no Dólar e na Inflação

Uma má gestão fiscal pode ter consequências graves para a economia, incluindo a desvalorização da moeda e o aumento da inflação. Quando o governo gasta mais do que arrecada, financia esse déficit emitindo dívida. Se a dívida pública se tornar insustentável, os investidores perdem confiança na capacidade do governo de honrar suas obrigações, resultando na saída de capital do país. Essa fuga de capital pressiona a taxa de câmbio, elevando o valor do dólar em relação ao real.

A desvalorização do real aumenta os preços dos produtos importados, elevando a inflação. Além disso, a percepção de risco fiscal pode levar o Banco Central a aumentar as taxas de juros para controlar a inflação, o que, por sua vez, encarece o crédito e desestimula investimentos e consumo. Isso cria um ciclo vicioso de estagnação econômica, alta inflação e desvalorização cambial.

E agora?

Embora as políticas fiscais sejam teoricamente eficazes, sua implementação é frequentemente comprometida por má gestão pública. Desperdício de recursos, corrupção e falta de planejamento são problemas recorrentes que impedem que essas políticas cumpram seus objetivos. Em discursos, os governantes frequentemente prometem responsabilidade fiscal e justiça social, mas na prática, vemos pouca ação concreta e eficiente.

Para resolver esses problemas, é necessário adotar reformas que promovam a eficiência e a transparência na gestão dos recursos públicos. A descentralização dos recursos, permitindo maior autonomia para estados e municípios, pode melhorar a alocação de recursos e reduzir a corrupção. A privatização de empresas estatais ineficientes pode aumentar a competitividade e reduzir a carga sobre os cofres públicos. Além disso, a simplificação do sistema tributário pode reduzir a burocracia e tornar a arrecadação de impostos mais justa e eficiente.

O Papel do Estado: Supervisão e Regulação

O papel do Estado deve ser o de supervisionar e regular a iniciativa privada, garantindo um ambiente justo e competitivo, e não substituir ou punir o setor privado. Ao criar um arcabouço regulatório claro e justo, o governo pode incentivar a eficiência e a inovação, assegurando que as empresas operem de maneira ética e sustentável. Em vez de intervir diretamente na economia, o Estado deve focar em criar condições para que o setor privado prospere, corrigindo falhas de mercado e protegendo os direitos dos consumidores.

 

Mateus H. Passero
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Panorama de Mercado

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No Brasil

Copom Mantém Selic em 10,50%

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu manter a taxa Selic em 10,50%, encerrando temporariamente o ciclo de cortes nos juros. A decisão, tomada por unanimidade, reflete a preocupação do Comitê em atingir a meta de inflação. Em comunicado, o Copom destacou o cenário global incerto e a resiliência da atividade econômica doméstica, além da elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, como motivos para a manutenção da taxa. O Comitê indicou que a política monetária continuará contracionista pelo tempo necessário para consolidar o processo de desinflação e a ancoragem das expectativas inflacionárias.

Essa decisão está alinhada com as previsões de manutenção da Selic em 10,50% até o final de 2025.

Revisão de Gastos Públicos em Discussão

O Presidente Lula se reuniu com os Ministros da Junta de Execução Orçamentária para discutir a revisão de gastos públicos diante das incertezas fiscais e da alta do dólar. O governo considera cortes de despesas que não afetem a população mais pobre e mantém o compromisso com os pisos constitucionais de saúde e educação. Entre as medidas em estudo estão o contingenciamento de despesas e a revisão de cadastros de benefícios assistenciais. A equipe econômica também avalia Propostas de Emenda à Constituição (PEC) para ampliar a Desvinculação de Receitas da União (DRU), visando maior flexibilidade orçamentária. A DRU pode dar mais espaço ao governo para realocar despesas nos próximos anos, sem alterar o cenário de déficit fiscal de 0,6% do PIB previsto para 2024.

STF e a Reforma da Previdência

O Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para derrubar partes da Reforma da Previdência de 2019, incluindo alíquotas progressivas no RPPS, contribuição extraordinária para custeio da previdência e nulidade de aposentadorias sem contribuição ao regime geral. A revisão das alíquotas progressivas, que varia de acordo com a faixa salarial, é uma preocupação do governo, pois busca tornar o sistema mais justo. Caso todos os pedidos sejam acatados pelo STF, o impacto fiscal total seria de R$ 497,9 bilhões.

Cenário Internacional

Fed nos EUA Monitora Inflação

Nos Estados Unidos, diretores do Federal Reserve (Fed) aguardam mais sinais de alívio na inflação. Austan Goolsbee, Presidente do Fed de Chicago, considerou os dados recentes “excelentes”, enquanto Lorie Logan, do Fed de Dallas, alertou que são necessários mais meses de dados positivos para confirmar a trajetória para 2% de inflação. John Williams, do Fed de Nova Iorque, projeta que os juros podem cair gradualmente nos próximos dois anos. A expectativa é que o Fed inicie cortes na taxa básica de juros em dezembro, com possibilidade de antecipação para setembro se a inflação continuar a arrefecer.

Inflação e Salários na Zona do Euro

A inflação ao consumidor na zona do euro subiu 0,2% em maio comparado a abril, e o núcleo de inflação acumulado em 12 meses subiu para 2,9%. Os salários na região cresceram 5,3% no primeiro trimestre de 2024, o maior ritmo desde o último trimestre de 2022, preocupando o Banco Central Europeu (BCE) devido à pressão inflacionária nos serviços. O BCE deve manter as taxas de juros inalteradas na reunião de julho, após iniciar a flexibilização monetária em junho, com projeção de três cortes de 0,25 p.p. até o final do ano.

Decisões de Bancos Centrais na China e Reino Unido

O Banco Popular da China manteve suas taxas de juros de referência, com a taxa de empréstimos de 1 ano em 3,45% e a de 5 anos em 3,95%, refletindo dificuldades para cumprir a meta de crescimento de 5% em 2024. No Reino Unido, o Banco da Inglaterra manteve a taxa de juros em 5,25%, com sinais de possível redução futura. O comunicado pós-reunião destacou uma visão otimista sobre o cenário econômico, com dados de atividade mais fortes e inflação moderada, sugerindo início de afrouxamento monetário em agosto.

PMIs na Europa e EUA

Os PMIs, que medem as condições econômicas, mostraram sinais distintos entre Europa e EUA. Na zona do euro, o índice industrial caiu para 45,6 e o de serviços para 52,6, com destaque negativo para a Alemanha. Nos EUA, os índices industriais (51,7) e de serviços (55,1) superaram as expectativas, indicando expansão da atividade. Os dados reforçam as abordagens distintas dos bancos centrais: cortes de juros na Europa e compasso de espera nos EUA.

Bolsas

O Ibovespa fechou a semana em alta de 1,4% em reais e 0,1% em dólares, aos 121.341 pontos. Globalmente, dados econômicos fracos nos EUA aumentaram a probabilidade de cortes de juros pelo Fed. No Brasil, o foco esteve na decisão do Copom de manter a Selic em 10,50%. O principal destaque positivo foi BRF, com alta de 10,3%, enquanto a Azul teve a maior queda, de 15,8%, devido à alta do dólar e do preço do Petróleo Brent.

FONTE: https://conteudos.xpi.com.br/economia/economia-em-destaque-copom-mantem-a-taxa-selic-em-1050/
https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/resumo-semanal-da-bolsa-ibovespa-registra-a-primeira-alta-semanal-de-junho-retornando-ao-patamar-acima-do-120-mil-pontos/

 

Mateus H. Passero
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Impacto Econômico da Inteligência Artificial

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Como a IA está revolucionando diferentes setores da economia e quais são as implicações para o futuro do trabalho e do crescimento econômico

A Inteligência Artificial (IA) é uma área da ciência da computação que desenvolve sistemas capazes de realizar tarefas que normalmente requerem inteligência humana, como aprendizado, raciocínio, percepção e tomada de decisões. Esses sistemas utilizam algoritmos avançados para analisar grandes volumes de dados, reconhecer padrões e tomar ações de maneira autônoma ou semiautônoma. A IA está se consolidando como uma força motriz da transformação econômica global, redefinindo setores e gerando novas oportunidades de crescimento. Esta revolução tecnológica está impactando profundamente a produtividade, o mercado de trabalho e o desenvolvimento econômico.

O Conceito de Produtividade e Seu Impacto na Economia

Produtividade é uma medida da eficiência com que os recursos, como trabalho e capital, são utilizados para produzir bens e serviços. É frequentemente expressa como a quantidade de produção gerada por unidade de input, como horas de trabalho ou capital investido. A alta produtividade significa que uma economia pode produzir mais com os mesmos recursos, o que é fundamental para o crescimento econômico sustentável.

Quando a produtividade aumenta, as empresas podem reduzir custos, aumentar a produção e melhorar a qualidade dos produtos e serviços. Isso, por sua vez, pode levar a preços mais baixos para os consumidores e maiores lucros para as empresas, impulsionando a economia. A produtividade também é crucial para melhorar o padrão de vida, pois permite que os trabalhadores produzam mais em menos tempo, potencialmente aumentando os salários e reduzindo as horas de trabalho.

IA e a Revolução da Produtividade

A IA está desempenhando um papel crucial na melhoria da produtividade em diversos setores. Ao automatizar tarefas repetitivas e analisar grandes volumes de dados com rapidez e precisão, a IA permite que empresas operem de maneira mais eficiente. No setor manufatureiro, por exemplo, sistemas de IA são utilizados para otimizar processos de produção, reduzir desperdícios e melhorar a qualidade dos produtos. Isso resulta em custos operacionais mais baixos e maior capacidade de resposta às demandas do mercado.

No setor de serviços, assistentes virtuais e chatbots estão transformando o atendimento ao cliente, oferecendo suporte 24 horas por dia, 7 dias por semana, sem a necessidade de intervenção humana. Isso não apenas melhora a experiência do cliente, mas também libera os funcionários para se concentrarem em tarefas mais complexas e estratégicas.

Produtividade e Inflação

Essa melhora na produtividade também tem um impacto significativo na inflação. Quando a produtividade aumenta, a economia pode crescer sem exercer pressão inflacionária. Isso ocorre porque a produção adicional não requer um aumento proporcional nos custos dos recursos. Por exemplo, se uma fábrica pode produzir mais bens sem contratar mais trabalhadores ou sem investir significativamente em novas máquinas, os custos unitários de produção caem, o que pode manter os preços estáveis ou até reduzi-los.

Por outro lado, uma baixa produtividade pode levar à inflação. Se a demanda por bens e serviços cresce mais rapidamente do que a capacidade produtiva da economia, os preços tendem a subir. Isso ocorre porque os produtores ao enfrentar uma demanda superior a capacidade produtiva, são obrigados, ou incentivados, a elevar preços até o nível em que a demanda caia em níveis compatíveis com a capacidade produtiva, quanto mais caro um item, menos pessoas se dispõe a compra-lo, reduzindo assim a demanda.

Impacto da IA no Mercado de Trabalho

A ascensão da IA também traz desafios significativos para o mercado de trabalho. A automação de tarefas pode levar à substituição de empregos em setores que dependem fortemente de atividades repetitivas e manuais. Entretanto, a IA também cria novas oportunidades de emprego em áreas como desenvolvimento de software, análise de dados e gestão de sistemas de IA.

O futuro do trabalho será caracterizado pela necessidade de requalificação e adaptação. Trabalhadores precisarão desenvolver novas habilidades para se manterem competitivos em um mercado cada vez mais orientado pela tecnologia. Programas de educação e treinamento serão essenciais para garantir que a força de trabalho esteja preparada para as demandas da economia digital.

Crescimento Econômico e Inovação

Além de elevar a produtividade, a IA tem o potencial de impulsionar o crescimento econômico ao fomentar a inovação. Startups e empresas estabelecidas estão investindo em IA para desenvolver novos produtos e serviços que atendam a necessidades emergentes. Setores como saúde, finanças e transporte estão entre os mais impactados.

Na saúde, a IA está sendo utilizada para diagnósticos mais precisos, tratamentos personalizados e pesquisas avançadas. Algoritmos de aprendizado de máquina podem analisar imagens médicas com uma precisão que rivaliza com a de especialistas humanos, enquanto sistemas de IA ajudam a identificar padrões em dados genômicos para desenvolver terapias personalizadas.

No setor financeiro, a IA está transformando a análise de riscos, a detecção de fraudes e a gestão de investimentos. As fintechs estão utilizando a tecnologia para oferecer serviços financeiros mais acessíveis e personalizados, aumentando a inclusão financeira.

Desafios e Considerações Éticas

Apesar dos benefícios, a implementação da IA também levanta questões éticas e desafios regulatórios. A privacidade de dados, a transparência dos algoritmos e a equidade no acesso à tecnologia são questões que precisam ser cuidadosamente abordadas. A regulamentação adequada será crucial para garantir que a IA seja desenvolvida e utilizada de maneira responsável e benéfica para a sociedade como um todo.

Concluindo

A Inteligência Artificial está transformando a economia global de maneiras profundas e duradouras. Sua capacidade de aumentar a produtividade, impulsionar a inovação e criar oportunidades de emprego é acompanhada por desafios significativos que precisam ser gerenciados com cuidado. O futuro econômico será moldado pela maneira como sociedades e empresas abraçam a IA, desenvolvem políticas inclusivas e investem em educação e requalificação da força de trabalho.

A revolução da IA está apenas começando, e seu impacto econômico continuará a se expandir nos próximos anos, prometendo um futuro de crescimento e oportunidades sem precedentes.

 

Mateus H. Passero
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Panorama de Mercado

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Inflação de Curto Prazo em Trajetória Benigna, Expectativas de Médio Prazo em Alta

No Brasil, a inflação de curto prazo segue uma trajetória favorável, enquanto as expectativas para o médio prazo aumentam. O IPCA-15 de maio registrou uma alta de 0,44% em relação a abril. Em termos anuais, a inflação desacelerou de 3,77% para 3,70%. Esses dados são consistentes com a previsão de alta de 3,7% no IPCA para 2024. Entretanto, o mercado continua ajustando suas expectativas para cima.

Segundo o Boletim Focus do Banco Central, as expectativas de inflação para 2026 subiram de 3,50% para 3,58%, a primeira elevação desde julho de 2023. Esse aumento reforça preocupações sobre a desancoragem das expectativas de inflação, o que pode influenciar a próxima decisão do Copom sobre a taxa Selic.

O Presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, destacou que a elevação das expectativas ocorreu devido a ruídos recentes, mas espera estabilização e melhora ao longo do tempo. Fatores como ruídos fiscais, credibilidade do Banco Central e especulações sobre a meta de inflação foram citados como influências negativas. O Diretor de Política Monetária, Gabriel Galípolo, afirmou que o Banco Central está comprometido em manter a taxa de juros em um nível restritivo para atingir a meta inflacionária

Mercado de Trabalho Fortalecido em Abril: Desemprego Próximo de 7% e Salários em Alta

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 7,5% no trimestre móvel até abril, ante 7,9% no trimestre anterior, abaixo das expectativas de 7,7%. A taxa de desemprego mensal ajustada sazonalmente recuou de 7,3% para 7,1%, a menor em quase dez anos. Os rendimentos reais do trabalho aumentaram, representando um risco de alta para a inflação de serviços e para a política monetária.

O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) registrou a criação líquida de 240 mil empregos formais em abril, acima das expectativas. De janeiro a abril de 2024, foram criados quase 960 mil empregos formais, comparados a 720 mil no mesmo período de 2023. As condições do mercado de trabalho continuarão impulsionando a atividade doméstica e preocupando o Banco Central quanto à inflação futura.

Limitação do Uso de Crédito do PIS/Cofins para Compensar Desoneração da Folha

O Ministério da Fazenda deve apresentar medidas compensatórias para a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores. A proposta inclui restrições ao uso do crédito de PIS/Cofins, visando fechar brechas de abatimento na base de cálculo do imposto. Estima-se que a medida poderia gerar até R$ 42 bilhões em arrecadação este ano, embora uma restrição parcial seja mais provável, resultando em aproximadamente R$ 25 bilhões.

Câmara dos Deputados Aprova Taxação de Compras Internacionais de Até US$ 50

A Câmara dos Deputados aprovou uma taxa de 20% sobre compras internacionais de até US$ 50, anteriormente isentas. A medida faz parte do Projeto de Lei que institui o Programa de Mobilidade Verde e Inovação (Mover), que amplia as exigências de sustentabilidade e incentiva novas tecnologias em mobilidade e logística. Essa medida visa aumentar a arrecadação para atingir a meta fiscal de déficit primário zero em 2024.

Receita Cresce, mas Não Alcança Meta Fiscal Anual

O setor público consolidado registrou superávit primário de R$ 6,7 bilhões em abril, com o governo central apresentando superávit de R$ 11,1 bilhões. A receita líquida cresceu 8,4% no acumulado do ano, abaixo do necessário para atingir a meta de resultado primário, enquanto as despesas continuam pressionadas. O déficit maior do que o previsto nos municípios é atribuído ao aumento de gastos em ano eleitoral.

Prevemos uma melhoria nas estatísticas do governo central devido ao aumento das receitas, mas não suficiente para alcançar a meta de déficit zero. Mantemos a previsão de déficit primário de 0,6% do PIB em 2024.

Cenário Internacional

Alívio na Inflação dos EUA em Abril, Mas Ainda Acima da Meta

O núcleo do PCE nos EUA aumentou 0,25% em abril, registrando uma variação anual de 2,75%. A inflação de serviços subiu 0,27% no mês e 3,94% no ano, ainda acima da meta de 2%. Esperamos que o processo de desinflação continue, com o PCE encerrando 2024 em torno de 3%, e um possível início do ciclo de corte de juros pelo Fed em dezembro.

 Surpresa na Inflação da Zona do Euro Não Deve Impedir Corte de Juros

A inflação ao consumidor na zona do euro subiu de 2,4% em abril para 2,6% em maio, enquanto o núcleo de inflação aumentou de 2,7% para 2,9%. Acreditamos que o Banco Central Europeu (BCE) iniciará o ciclo de corte de juros em junho, apesar da recente alta na inflação.

PMI na China Indica Necessidade de Estímulos

Na China, o PMI industrial caiu para 49,5 pontos e o de serviços para 51,2 pontos em maio, reforçando a necessidade de estímulos monetários e fiscais para atingir a meta de crescimento econômico de 5% em 2024.

Bolsa

O Ibovespa caiu 1,8% em reais e 3,4% em dólares nesta semana, fechando em 122.098 pontos. No mês de maio, a queda foi de 3,0% em reais e 3,4% em dólares. O destaque positivo foi a Petrobras (PETR3, +6,2%; PETR4, +6,0%), enquanto o principal perdedor foi a Yduqs (YDUQ3, -11,2%).

FONTE: https://conteudos.xpi.com.br/economia/economia-em-destaque-expectativas-de-inflacao-no-brasil-continuam-em-alta/ https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/resumo-semanal-da-bolsa-ibovespa-cai-18-na-semana-e-30-em-maio-aos-122-mil-pontos/

Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
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No Brasil

Expectativas de Inflação para 2025 Crescem e Desafiam o CopM

Nesta semana, a expectativa para o IPCA de 2024 subiu de 3,76% para 3,80%. Mais importante para a política monetária, a projeção para 2025 aumentou de 3,66% para 3,74%, quase 0,1 ponto percentual em apenas uma semana. Não esperamos que as expectativas a curto prazo se alinhem com nossa projeção de 4,0% para o próximo ano, mas o aumento recente destaca um cenário desafiador para o Banco Central continuar reduzindo os juros. Atualmente, o mercado projeta que a taxa Selic será reduzida para 10,0% este ano, em comparação com 9,75% na semana passada, alinhando-se com nossa previsão.

Arrecadação Federal de Abril Registra Melhor Desempenho para o Mês, mas  Abaixo da Meta Fiscal

Em abril, a arrecadação federal alcançou R$ 228,9 bilhões, o melhor desempenho para o mês na série histórica. O crescimento interanual foi de 8,3% em termos reais. Embora significativo, esse aumento está abaixo do necessário para que o governo atinja a meta de resultado primário, que requer um crescimento de aproximadamente 13,5% em termos reais, segundo nossas estimativas.

A análise detalhada da arrecadação foi positiva, mostrando um crescimento distribuído entre diferentes categorias, refletindo o impacto de medidas como a limitação das compensações tributárias.

Projetamos um crescimento real das receitas de 9,3% este ano, atingindo R$ 2.627,3 bilhões, insuficiente para alcançar a meta de resultado primário.

Relatório Bimestral Mantém Meta de Déficit Zero

O Relatório de Avaliação de Receitas e Despesas Primárias (RARDP) bimestral – que monitora o orçamento do Governo Central para garantir o cumprimento da meta fiscal – revisou a projeção de déficit de R$ 9,3 bilhões para R$ 14,5 bilhões (0,1% do PIB), ainda dentro do limite inferior da meta de resultado primário (R$ 28,8 bilhões, ou 0,25% do PIB), sem necessidade de contingenciamento de gastos.

No entanto, acreditamos que o relatório trouxe premissas otimistas sobre arrecadação e subestimou despesas, especialmente as relacionadas a benefícios previdenciários e assistenciais.

Apesar da projeção relativamente baixa do RARDP, nossa estimativa permanece de um déficit de R$ 67,1 bilhões (0,6% do PIB) para este ano. Consideramos provável uma revisão da meta de resultado primário a partir de julho.

 Déficit em Conta Corrente Aumentado pela Renda Primária

A conta corrente brasileira registrou um déficit maior do que o esperado em abril (efetivo: USD 2,5 bilhões; XP: USD 1,2 bilhões; mercado: USD 1,4 bilhões). A surpresa veio principalmente do maior déficit em Renda Primária, devido às maiores despesas com rendas de investimento direto. A balança comercial continua forte. Na conta financeira, os ingressos líquidos de IDP (Investimento Direto no País) acumulados em 12 meses atingiram USD 67,2 bilhões em abril (3,0% do PIB).

Os ingressos líquidos de IDP mantêm uma trajetória de recuperação, fortalecendo o balanço de pagamentos brasileiro. Nossa projeção para 2024 é de USD 67,0 bilhões, equivalente a 2,9% do PIB. Para a conta corrente, projetamos um déficit de USD 33,5 bilhões, ou 1,5% do PIB.

Cenário Internacional

 Sondagem PMI Mostra Atividade Resiliente nos EUA

Nos Estados Unidos, a sondagem PMI com gerentes de compras do setor industrial subiu para 50,9 pontos em maio. Um nível acima de 50 indica expansão da atividade do setor privado. O PMI de Serviços chegou a 54,8, superando as expectativas do mercado de 51,3. Este é o maior crescimento no setor de serviços privados dos EUA em um ano, mostrando a resiliência da economia do país.

Esse resultado pressionou as taxas de juros e afetou o mercado de ações, reforçando a percepção de que o banco central não se apressará para iniciar um ciclo de afrouxamento monetário.

 … E na Zona do Euro

O PMI industrial da Zona do Euro subiu para 47,4 em maio de 2024, seu nível mais alto em 15 meses, embora ainda abaixo da marca de 50 pontos. O PMI de Serviços permaneceu em 53,3 pontos, o nível mais alto em quase um ano, alinhado com as expectativas do mercado de 53,5. Este foi o quarto mês consecutivo de expansão no setor de serviços, indicando um certo ímpeto apesar das preocupações contínuas com o crescimento devido ao prolongado período de política restritiva do BCE.

Banco Popular da China Continua a Estimular a Economia Doméstica

O Banco Popular da China (PBoC) manteve inalteradas as taxas de juros de referência, em linha com as expectativas do mercado. A taxa básica de juros (LPR) de 1 ano, referência para a maioria dos empréstimos a empresas e famílias, foi mantida em 3,45%, enquanto a taxa de 5 anos, referência para hipotecas imobiliárias, permaneceu em 3,95%. Ambas as taxas estão em mínimos históricos. Além das taxas de juros, o governo ofereceu novos estímulos ao setor imobiliário.

A crise no setor imobiliário chinês ameaça a meta de crescimento de 5% do país. Outras medidas poderão ser implementadas para continuar estimulando a atividade econômica.

Presidente do Irã Morre em Acidente

O presidente do Irã, Ebrahim Raisi, faleceu em um acidente de helicóptero no noroeste do país no último final de semana. O país é geopolíticamente relevante devido à sua posição estratégica no Golfo Pérsico, responsável por 25% da produção mundial de petróleo. Recentemente, o ataque do Irã a Israel chamou a atenção do mercado, que teme possíveis aumentos nos preços do petróleo com os conflitos.

 

A morte do presidente iraniano, contudo, teve impactos limitados nos mercados. O preço do barril de petróleo apresentou até uma leve queda ao longo da semana.

 Bolsas

O Ibovespa teve sua pior semana desde março de 2023, caindo 3,0% em reais e 3,8% em dólares, fechando aos 124.306 pontos. Globalmente, os destaques da semana foram a ata da reunião do Federal Reserve de 1º de maio, divulgada na quarta-feira, interpretada como mais dura, e o PMI composto dos EUA, divulgado na quinta-feira, que atingiu seu maior nível dos últimos 25 meses, enquanto as expectativas eram de um leve recuo. Esses dados pressionaram os mercados globais, apesar de um balanço positivo do 1T24 pela Nvidia, divulgado na quarta-feira, que impulsionou o índice Nasdaq a mais um recorde histórico.

No Brasil, o foco foi a projeção da taxa Selic e dados de inflação maiores que o esperado no Boletim Focus, divulgado na segunda-feira, indicando uma deterioração do cenário macroeconômico doméstico e reforçando o tom mais rigoroso da ata da última reunião do Copom, divulgada no dia 14.

A maior alta da semana foi da Yduqs (YDUQ3, +5,7%), após a empresa apresentar projeções de longo prazo positivas para os principais itens do balanço em seu Investor Day.

Em contrapartida, a maior queda da semana foi da Magazine Luiza (MGLU3, -17,0%), após o governo federal afirmar que vetará a taxação de compras internacionais de até 50 dólares, mas está aberto a discussões.

FONTE: https://conteudos.xpi.com.br/economia/economia-em-destaque-expectativas-de-inflacao-preocupam-o-banco-central/ https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/resumo-semanal-da-bolsa-ibovespa-cai-30-na-semana-pressionado-por-macro-global-e-domestico/

 

Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
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No Brasil

Ata do Copom reforça mensagem dura do comunicado pós-reunião

A ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) detalhou a decisão dividida de reduzir a taxa Selic para 10,50%, com uma votação de 5 x 4 a favor de um corte de 0,25 ponto percentual. Os diretores que apoiaram a redução destacaram que o cenário econômico não evoluiu como esperado desde a reunião anterior. Em contrapartida, os que votaram contra o corte argumentaram que as mudanças no cenário não justificavam o custo reputacional de não seguir a orientação prévia de um corte de 0,50 ponto percentual.

Em nossa análise, a ata reforça a mensagem dura do comunicado pós-reunião. Projetamos dois cortes adicionais de 0,25 ponto percentual, reduzindo a taxa Selic para 10,00%, patamar que deve se manter por um período prolongado. No entanto, há o risco de uma taxa terminal mais elevada.

Ajuda já anunciada ao Rio Grande do Sul pode superar R$ 30 bilhões

O apoio federal emergencial ao Rio Grande do Sul, devido à calamidade, está em construção e poderá ultrapassar R$ 30 bilhões. Medidas incluem a suspensão e o perdão dos juros da dívida do estado, com impacto esperado de R$ 23 bilhões em dois anos, e um voucher de reconstrução de R$ 5 mil para cerca de 200 mil famílias, totalizando aproximadamente R$ 1 bilhão.

Com as medidas anunciadas até agora, nossa projeção de déficit primário passou de R$ 67,1 bilhões (0,6% do PIB) para R$ 86,0 bilhões (0,7% do PIB). Ressalta-se que o socorro ao RS não será contabilizado para fins de cumprimento da meta de resultado primário. Atualizaremos nossas estimativas conforme novas informações se tornem disponíveis.

Governo promove troca no comando da Petrobrás

Jean Paul Prates foi demitido da presidência da Petrobras, sendo substituído por Magda Chambriard, ex-diretora-geral da ANP no governo Dilma Rousseff. Fontes indicam que Prates não atendia às demandas do presidente Lula, e a nova gestão deverá estar mais alinhada com o Planalto.

A União, como acionista majoritária, defende que as decisões estratégicas da Petrobras sejam compartilhadas com o Executivo. O anúncio inesperado ocorre em um contexto de alta pressão política.

Setor de serviços desacelera no primeiro trimestre

As receitas reais do setor de serviços cresceram 0,4% em março comparado a fevereiro, ligeiramente acima das expectativas. No primeiro trimestre de 2024, o setor teve um aumento de 0,5% em relação ao quarto trimestre de 2023, com desempenho heterogêneo entre as atividades. O aumento da renda real disponível das famílias, cerca de 4,5% no primeiro trimestre de 2024, apoiou o consumo de bens e serviços.

Projetamos que o setor de serviços, conforme a Pesquisa Mensal de Serviços, crescerá 2,6% em 2024, próximo ao avanço de 2,4% registrado em 2023.

Cenário Internacional

Inflação ao consumidor nos Estados Unidos vem abaixo do esperado, mas serviços seguem resistentes

O índice de preços ao consumidor (CPI) dos EUA subiu 0,3% em abril comparado a março, reduzindo a inflação anual de 3,5% para 3,4%. O núcleo da inflação aumentou 0,3% em abril e 3,6% nos últimos 12 meses, em linha com as projeções. No entanto, o índice “super core”, que exclui habitação, subiu 0,4% no mês e 4,9% anualmente, o maior patamar desde abril de 2023.

A reação dos mercados foi positiva, aumentando a probabilidade de cortes de juros no segundo semestre. Projetamos o primeiro corte de juros em dezembro, mas ele pode ocorrer antes, caso os dados continuem a surpreender para baixo.

Em discurso, Jerome Powell descarta alta de juros

Jerome Powell, presidente do Fed, reforçou que o próximo movimento nos juros será de corte, minimizando preocupações de uma nova alta. A recente inflação ao consumidor e os dados econômicos reduziram essa possibilidade.

Powell também comentou sobre a trajetória insustentável da dívida dos EUA, indicando que a política fiscal expansionista dificulta a convergência da inflação para a meta de 2,0%.

Inflação na China segue baixa, enquanto dados de atividade mostram sinais mistos

Na China, a inflação ao consumidor avançou 0,1% em abril, acumulando 0,3% em 12 meses. A inflação ao produtor registrou variação anual de -2,5% em abril. A produção industrial cresceu 6,7% em abril, acima das expectativas, enquanto as vendas no varejo desaceleraram de 3,1% para 2,3% a/a.

Após a divulgação dos dados, o governo chinês anunciou medidas para reforçar o mercado imobiliário.

Bolsas

O Ibovespa fechou a semana em alta de 0,4% em reais e 1,4% em dólares, aos 128.151 pontos. Destaques globais incluíram dados de inflação nos EUA e estímulos da China ao setor imobiliário.

Domesticamente, o foco foi na ata do Copom e nos resultados do primeiro trimestre de 2024. Dos 150 balanços analisados, 34% superaram estimativas, 51% ficaram em linha, e 15% abaixo.

Destaques positivos foram JBS (+18,6%), Marfrig (+15,8%) e Minerva (+8,4%). Destaques negativos foram Petrobras (-12,6%; -11,8%) após resultados abaixo das expectativas e mudança na presidência.

Mateus H. Passero
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Vamos falar de taxa de juros? (Vale a pena)

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A política de juros de um país é um dos principais instrumentos de sua política monetária, desempenhando um papel crucial na estabilidade econômica. Nos últimos anos, a taxa básica de juros dos Estados Unidos (Federal Funds Rate) e do Brasil (Selic) têm sido foco de análises e debates, especialmente devido ao impacto que a política de juros americana exerce sobre a brasileira. Vamos explorar essa relação, entender como a inflação de ambos os países influencia essas taxas e discutir o papel fundamental da taxa de câmbio nesse contexto.

A Interdependência das Taxas de Juros

Os Estados Unidos possuem a maior economia do mundo, e suas decisões de política monetária, definidas pelo Federal Reserve (Fed), têm repercussões globais. Quando o Fed decide aumentar ou diminuir a taxa de juros, ele influencia o fluxo de capitais internacionais. Taxas de juros mais altas nos EUA tendem a atrair investidores em busca de retornos mais seguros, levando a uma saída de capital de mercados emergentes, como o Brasil.

Essa saída de capital pode enfraquecer a moeda local, aumentar a inflação importada e pressionar o Banco Central do Brasil (BCB) a ajustar a taxa Selic para controlar esses efeitos. Portanto, há uma relação direta onde mudanças na taxa de juros americana frequentemente forçam o Brasil a reavaliar sua própria política de juros para manter a estabilidade econômica.

O Papel da Inflação

A inflação é um dos principais fatores que determinam as políticas de juros de qualquer país. Nos EUA, o Fed monitora de perto a inflação para decidir ajustes na taxa de juros com o objetivo de manter a inflação próxima da meta de 2%. Quando a inflação americana aumenta, o Fed tende a elevar os juros para conter o consumo e o aumento de preços. Essa elevação impacta países como o Brasil, que precisam manter suas economias competitivas e atrativas para investidores estrangeiros.

No Brasil, a inflação também é um determinante crucial da taxa Selic. O BCB utiliza a Selic como ferramenta para controlar a inflação, que pode ser afetada por diversos fatores, incluindo o câmbio. A desvalorização do real pode aumentar os preços dos produtos importados, pressionando a inflação interna. Para mitigar esses efeitos, o BCB pode optar por aumentar a Selic, tornando os investimentos no Brasil mais atrativos e equilibrando a demanda por dólares.

A Taxa de Câmbio e seu Comportamento

A taxa de câmbio é o preço da moeda de um país em termos de outra. No contexto Brasil-EUA, a relação real-dólar é altamente sensível às políticas de juros de ambos os países. Quando o Fed aumenta a taxa de juros, os investidores tendem a movimentar capital para os EUA, fortalecendo o dólar e desvalorizando o real. Essa desvalorização pode ter impactos inflacionários no Brasil, exigindo uma resposta do BCB através de ajustes na Selic.

Além disso, a taxa de câmbio afeta a balança comercial e a competitividade das exportações brasileiras. Um real mais fraco pode beneficiar exportadores, mas encarece as importações, o que novamente impacta a inflação. Dessa forma, o BCB precisa equilibrar cuidadosamente a taxa Selic para controlar a inflação sem prejudicar o crescimento econômico.

Dito isso…

A interconexão entre as taxas de juros americana e brasileira é um exemplo clássico de como as economias globais estão interligadas. A política de juros nos EUA influencia a política monetária brasileira de diversas maneiras, principalmente através dos fluxos de capitais e da taxa de câmbio. Entender essa relação é fundamental para prever movimentos futuros e tomar decisões informadas no campo dos investimentos e da política econômica.

Em um mundo cada vez mais globalizado, as decisões de política monetária não ocorrem em um vácuo. Elas são parte de um complexo sistema de interações econômicas internacionais que impactam diretamente a vida dos cidadãos e a saúde econômica de um país. Portanto, acompanhar essas dinâmicas é essencial para todos que buscam compreender e navegar no cenário econômico atual.

A Politização da Taxa de Juros

Utilizar a taxa de juros como ferramenta política, forçando-a para baixo com o intuito de baratear o capital e fomentar a economia, pode ter consequências desastrosas (lembra do governo DILMA? e da Argentina? então…).

A taxa de juros deve ser determinada com base em critérios técnicos, levando em consideração a inflação, o câmbio e os fluxos de capitais. Manipular a taxa de juros para ganhos políticos de curto prazo pode desestabilizar a economia, causar inflação descontrolada e resultar na perda de credibilidade das instituições financeiras.

O exemplo da interdependência entre as políticas de juros americana e brasileira ilustra a complexidade e a importância de decisões bem fundamentadas, isso que somente falamos da relação entre as políticas monetárias americana e brasileira, adicione as relações globais na equação e fica fácil de entender o tamanho do trabalho do Banco Central e o porquê ele deve ser independente do governo.

A tentativa de forçar a baixa dos juros sem considerar os fundamentos econômicos pode levar a uma espiral inflacionária e a um aumento da volatilidade cambial, comprometendo o crescimento sustentável a longo prazo. Por isso, é essencial que a política de juros seja guiada por análises técnicas e não por interesses políticos imediatistas.

Mateus H. Passero
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