Benefícios do aleitamento materno são lembrados no Agosto Dourado

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Fundamental para o desenvolvimento e a nutrição nos primeiros meses de vida de um bebê, o leite materno é considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o “alimento de ouro” e para conscientizar a população sobre a importância da amamentação, o Agosto Dourado, marca a campanha que destaca os benefícios da amamentação.

Em União da Vitória, a Secretaria Municipal de Saúde atua incentivando a amamentação desde o acompanhamento pré-natal, quando a gestante recebe as orientações e o incentivo para o aleitamento materno, e segue durante o acompanhamento de puericultura que é realizado com as crianças até dois anos de idade.

“Durante o pré-natal a gestante já conhece os benefícios do aleitamento materno, o que contribui de forma positiva para a decisão da mãe pelo início e duração do aleitamento materno”, afirmou o secretário de Saúde, Diego Train.

Após o nascimento, a mãe e o bebê passam a ser atendidos pela equipe multiprofissional, que faz ao acompanhamento do desenvolvimento da criança. Atualmente, União da Vitória possui 14 equipes de Saúde da Família e uma equipe de Atenção Primária, que fazem o acompanhamento da mãe e do bebê, sempre oferecendo apoio e incentivo ao aleitamento materno.

Campanha

Com o tema “apoiar a amamentação é cuidar do futuro”, o Ministério da Saúde lançou na segunda-feira, 1º, em Brasília/DF, a Campanha Nacional de Amamentação 2022, em alusão à Semana Mundial da Amamentação. O mês de agosto é conhecido como Agosto Dourado por simbolizar o incentivo ao aleitamento materno – a cor dourada está relacionada ao padrão ouro de qualidade do leite humano.

A iniciativa tem como objetivo fortalecer o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de vida da criança e sua continuidade até os dois anos ou mais, além dar suporte a mulheres e redes de apoio quanto a amamentação segura e seus benefícios. A meta estabelecida pela Organização Mundial da Saúde é de aumentar em 50% a taxa de aleitamento materno exclusivo nos primeiros seis meses de vida até 2025.

Os percentuais referentes ao aleitamento materno no Brasil são positivos, segundo Janini Ginani, coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno da Secretaria de Atenção Primária à Saúde. “Dados recentes mostram que a prevalência de aleitamento materno na primeira hora de vida é de 62%. Esse primeiro contato é extremamente benéfico”, explica. “Temos ainda uma prevalência de aleitamento materno de mais de 60% para crianças menores de dois anos”, acrescenta Janini.

Atualmente, no Brasil, a amamentação exclusiva alcança 45,8% dos bebês com até seis meses. Para as mulheres, amamentar reduz o risco de desenvolvimento do câncer de útero e câncer de mama. Para o bebê, fortalece o sistema imunológico, reduz os riscos de obesidade, desenvolvimento de diabetes, casos de diarreia, infecções respiratórias, hipertensão, colesterol alto, além de reduzir a mortalidade por causas evitáveis em crianças menores de cinco anos.

 

O depoimento de Raquel Gomes Ferreira, mãe da Lara Nakamura, de 5 meses de idade, ressaltou a importância do aleitamento materno. “Eu reforço para todas as mães e até mesmo para as mulheres que querem ser mães um dia, que o aleitamento é a mais linda forma de amor e respeito com os nossos filhos. Enquanto ela quiser e eu puder, vou amamentar”, declarou.

De 2013 a 2021, mais de 60 mil profissionais da Atenção Primária à Saúde foram capacitados na Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil. A portaria nº 13/2022 instituiu a Câmara Técnica de Aleitamento Materno. Em maio, a portaria 1.124 repassou R$ 2,7 milhões para o apoio às ações de aleitamento materno no âmbito da Atenção Primária.

Referência

Reconhecido há anos como uma referência mundial em termos de estímulos ao aleitamento materno, o Brasil busca avançar para garantir que as mães, principalmente aquelas que trabalham fora de casa, tenham condições para amamentar seus filhos pelo máximo de tempo possível.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os 6 meses de idade. E que, mesmo após a introdução dos primeiros alimentos sólidos, sigam sendo amamentados até, pelo menos, os 2 anos de idade.

Segundo o Ministério da Saúde, o aleitamento materno é a forma de proteção mais econômica e eficaz contra a mortalidade infantil, protegendo as crianças de diarreias, infecções respiratórias e alergias, entre outras doenças. De acordo com o ministério, em 1986, o percentual de crianças brasileiras com menos de 6 meses alimentadas exclusivamente com leite materno não passava de 3%. Em 2008, já tinha atingido os 41%. Atualmente, a amamentação exclusiva chega aos 46%. Percentual próximo aos 50% que a OMS estipulou como meta a ser atingida pelos países até 2025. Além disso, seis em cada dez (60%) crianças são amamentadas até completar 2 anos de idade.

“Para nós, o Brasil é uma referência. Pensamos que o país tem a melhor legislação do mundo, o que faz toda a diferença. E há um investimento por parte de várias organizações e do Ministério da Saúde para que essa legislação seja realmente implementada”, disse a representante da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) no Brasil, Socorro Gross.

Coordenada pelo Ministério da Saúde, a iniciativa visa a esclarecer e conscientizar a população sobre a importância da amamentação, e se insere na Semana Mundial do Aleitamento Materno, promovida pela Aliança Global pela Amamentação (Waba).

“Mães e pais sabem a importância de um profissional bem orientado abordar as dúvidas recorrentes no momento inicial da amamentação. Seja para mães de primeira viagem, seja para aquelas que já têm mais de um filho, [a orientação é importante] pois amamentar é sempre diferente. A cada [novo] filho, algo é diferente”, disse a coordenadora de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, Janini Selva Ginani.

Engajamento

Janini destacou a importância do engajamento dos profissionais de saúde para melhorar o índice de recém-nascidos amamentados durante a primeira hora de vida.

 

“No Brasil, nossa prevalência de aleitamento materno na primeira hora de vida é de 62%. É um dado muito superior às médias mundiais, mas que ainda precisamos melhorar, pois é importante esse estímulo, esse primeiro aleitamento durante o que chamamos de A Hora de Ouro”, ressaltou Janini.

A presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Rossiclei Pinheiro, também destacou a importância da capacitação dos profissionais da saúde e de outros agentes para promover a amamentação na primeira hora de vida.

“As dificuldades [e as dúvidas que surgem] nas primeiras horas, nos primeiros dias [após o nascimento], quando há maior risco de desmame, precisam ser acompanhadas por profissionais de saúde bem preparados”, defendeu Rossiclei. “Precisamos estimular cada vez mais a amamentação na primeira hora de vida, independentemente do parto ser normal ou cesárea, pois a ciência já demonstrou que os bebês que mamam na primeira hora conseguem ter mais sucesso [em seguir] na amamentação exclusiva até 6 meses.”

Em nota, o Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) manifestou apoio às iniciativas. “Enfermeiros, parteiras, técnicos e auxiliares de enfermagem já são atores-chave no manejo da amamentação e dos bancos de leito humano. Nosso esforço é garantir que tenham informação e formação humana necessárias para realizar esse papel crucial”, disse a presidente da entidade, Betânia Santos.

“Além de orientar a mãe e atuar no manejo da amamentação, é importante também envolver os familiares no apoio à amamentação. O cuidado com o bebê passa pelo cuidado com a recém-mãe”, acrescentou a conselheira federal Ivone Amazonas, na mesma nota.

Licença maternidade

Eu suas falas durante o evento, as representantes do Ministério da Saúde, Janini Selva Ginani, e da SBP, Rossiclei Pinheiro, também destacaram a necessidade de garantias legais que protejam e estimulem as trabalhadoras a amamentar seus filhos, como a concessão de licença trabalhista que permita que elas se dediquem às crianças pelo máximo de tempo possível.

“Licenças maternidade inferiores a 6 semanas aumentam em 400% a probabilidade da mulher não amamentar o seu filho ou [recorrer ao] desmame precoce”, alertou Janini, pontuando que, no Brasil, já há exemplos de boas práticas, tais como as empresas cidadãs, estimuladas a conceder 180 dias de licença às funcionárias gestantes – 60 dias além dos 120 previstos em lei. “A questão das trabalhadoras informais, contudo, é [um aspecto] no qual precisamos avançar para protegê-las.”

O secretário nacional de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara, fez um alerta. “Na condição de ginecologista, peço especial atenção e carinho a aquelas mulheres que não conseguem amamentar, a fim de evitarmos discriminações. Portanto, não dá para ficar falando que toda mulher consegue amamentar, pois, por diferentes motivos, há as que não conseguem e é importante não colocá-las numa posição de que serão menos mães por causa

Benefícios do aleitamento materno

  • Maior contato entre mãe e filho;
  • Melhora a digestão e minimiza cólicas;
  • As crianças amamentadas possuem menor risco de alergias, infecções, diarreias e menores chances de desenvolver obesidade e diabetes tipo 2;
  • É o alimento mais completo para o bebê e possui tudo o que ele precisa para se desenvolver de forma saudável até os 6 meses de idade.
  • Ajuda no desenvolvimento da arcada dentária;

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