Bala de banana, farinha de pinhão e molho de erva-mate chamam a atenção em feira no Canadá

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Produtos paranaenses do programa Vocações Regionais Sustentáveis (VRS) ganharam destaque nessa semana na Sial Food, maior feira de alimentos da América do Norte, em Toronto, Canadá. Os itens foram expostos pela missão comercial da Invest Paraná e utilizados em receitas servidas no evento.

Os produtos paranaenses do programa Vocações Regionais Sustentáveis (VRS) ganharam destaque nessa semana na Sial Food, maior feira de alimentos da América do Norte, em Toronto, Canadá. Os itens foram expostos pela missão comercial da Invest Paraná, agência de negócios do Governo do Estado, e viraram até ingredientes de receitas servidas no estande do Brasil na feira.

O programa Vocações Regionais Sustentáveis, da Invest Paraná, incentiva o desenvolvimento econômico em áreas de preservação a partir da profissionalização e conquista de mercado, sem deixar de lado processos tradicionais de produção.

Doze produtos de oito pequenos empreendedores do VRS foram levados pela Invest Paraná na missão comercial, que junto com a Câmara de Comércio Brasil-Canadá (CCBC) também assessorou outros empresários paranaenses do ramo alimentício a negociar diretamente com o varejo e indústria canadenses na Sial Food. A missão paranaense conta também com apoio do Ministério da Agricultura e do Abastecimento (Mapa), que contratou uma chef de cozinha que preparou pratos com os ingredientes do VRS.

Foram para o Canadá os seguintes produtos do VRS: chá mate da marca Maisha, de Bituruna; molhos e temperos de pimenta e erva-mate, além de farofa de banana da Tribal Pepper, de Guarapuava; sachês de chá solúvel de erva-mate da Triunfo Brasil, de São João do Triunfo; a tradicional bala de banana de Antonina, produzida pela indústria Soter; mate solúvel, tostado, a granel e em sachê da indústria Erva Mate Paraná, de Curitiba; geleias de frutos sazonais da Mata Atlântica da Conservas Rosana, de Morretes; palmito da Dom Henrique Conservas, também de Morretes; além das farinhas de pinhão e erva-mate para produção de bolos e pães desenvolvidas pela Embrapa Florestas de Colombo.

“Muitos potenciais compradores têm vindo ao estande da feira para conhecer e provar os produtos do VRS. Tanto que já temos três reuniões agendadas para iniciar negociações de exportação e poderemos agendar mais duas ou três”, afirma o diretor de Desenvolvimento Econômico da Invest Paraná, Rogério José Chaves, que lidera a missão no Canadá.

“A perspectiva de fecharmos negócios é boa porque o mercado do Canadá valoriza produtos com certificação de origem, orgânicos e produzidos em áreas de proteção ambiental, qualidades que se enquadram no Vocações Sustentáveis Regionais”, enfatiza Chaves.

COMÉRCIO – Os produtos do VRS já fazem parte das comitivas internacionais do Governo do Paraná como lembranças protocolares entregues pelo governador Carlos Massa Ratinho Junior e outros representantes do Estado a autoridades visitadas fora do país. Foi o que aconteceu na missão paranaense ao Japão e Coreia do Sul.  A missão ao Canadá, porém, é a primeira em que os itens foram expostos comercialmente.

“Ter esses itens nessa missão no Canadá mostra que é possível os empreendedores do VRS levarem seus produtos para novos mercados, incluindo o mercado externo. Isso eleva o sentimento de pertencimento dos produtores às regiões em que atuam e também prova que os produtos têm valor, inclusive internacionalmente. Por isso vamos continuar monitorando aqui do Brasil as negociações iniciadas na missão no Canadá”, ressalta o gerente de Desenvolvimento Econômico da Invest Paraná, Bruno Banzato. “Vamos continuar trabalhando para qualificar esses produtos para novos mercados”.

Ele cita o caso da palmeira juçara da Mata Atlântica, cujo fruto e subprodutos, como sorvete e base para essências e cosméticos, interessam ao mercado canadense. “O juçara do Paraná tem potencial de ser trabalhado. Verificamos no Canadá um mercado interessante para a produção daqui. O fruto do juçara tem sabor semelhante ao do açaí, portanto tem aceitação no mercado externo, em especial na América do Norte”, aponta.

“A última pergunta que o comprador canadense faz é o preço. Ele quer saber a história do produto, o valor nutricional, saber quem produz, se tem responsabilidade na produção com rastreamento, questões sustentáveis que são levadas em conta no VRS”, completa Banzato.

EXPOSIÇÃO – Elodir Klein, proprietário da fabricante de temperos Tribal Pepper, de Guarapuava, teve seus produtos levados ao Canadá. Ele explica que a empresa já exporta ao Paraguai, mas que, sozinha, não teria condições de levar sua produção para outros países. “Aproveitamos essa carona para expor nosso produto no Canadá, o que, não fosse a participação no VRS, não teríamos condições pelo investimento não só de dinheiro, mas também de tempo para ir até lá”, afirma.

Com seis anos de atuação, a Tribal Pepper tem 26 itens em seu catálogo, dos quais foram enviados à feira no Canadá a farofa de banana, o molho verde feito de erva-mate e outros molhos de pimenta. Além das amostras embaladas, os produtos da empresa viraram ingredientes para pratos produzidos pela chef contratada pelo estande do Ministério da Agricultura. A farofa de banana foi servida com picanha assada na brasa, enquanto que o molho de erva-mate com pastel.

Outros dois produtos do VRS que foram para o fogão no Canadá são as farinhas de pinhão e erva-mate. Desenvolvidas pela Embrapa Florestas, unidade paranaense da empresa federal de pesquisa agropecuária em Colombo, na Região de Curitiba, as farinhas podem substituir o trigo no preparo de bolos e pães, tornando-se assim uma alternativa a mais de renda para pequenos produtores rurais.

“A participação dos produtos do VRS nessa feira no Canadá bota o protagonismo em quem merece, que é o pequeno produtor, o coletor de erva-mate e pinhão. Mostra a importância desses produtos para o Estado”, aponta a chefe-adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Floresta, Edina Moresco.

“Nas cidades, é relativamente fácil ter acesso a mercado e comunicação. Mas para esses pequenos produtores, principalmente de áreas mais remotas, é difícil. Por isso é importante essa agregação de valor que o VRS está estimulando: abrir mercado para produtores que não têm acesso a essas aberturas”, conclui Edina.

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