Aulas presenciais ainda devem demorar para retornar

806 views
9 mins leitura

A Secretaria de Estado da Educação e do Esporte em nota esclareceu que ainda não há data definida para o retorno das aulas presenciais no Paraná. A informação de que a volta estaria marcada para 17 de agosto é falsa. A secretaria alerta que qualquer definição de retorno será informada pelos canais oficiais da Educação: o site http://www.educacao.pr.gov.br e as redes sociais oficiais da Seed (Facebook e Instagram).

Nas últimas semanas foi oficializado um comitê de retorno das aulas presenciais no pós-pandemia. Além da Secretaria da Educação e da Casa Civil, estão envolvidas as secretarias da Saúde e do Planejamento e Projetos Estruturantes, representantes de escolas particulares e professores.

O comitê tem o objetivo de estabelecer um plano robusto e unificado de retorno das aulas presenciais em todo o Paraná. Só com este plano definido e a partir do monitoramento da pandemia feito pela Secretaria da Saúde é que a data de retorno presencial será definida.

O diretor-geral da Secretaria da Educação, Gláucio Dias, explica que a intenção do comitê, além de trazer segurança aos paranaenses, é justamente evitar especulações e trazer informações precisas sobre a volta das aulas presenciais.

“Antes de definirmos data, vamos definir como faremos a volta. Isso passa por questões como a gestão de pessoal, com a preocupação de não expor ninguém, em especial do grupo de risco”, destacou o diretor.

“Queremos trazer segurança para as famílias paranaenses, e isso se faz com planejamento sério e informação. Este é o momento crítico da doença. Estamos acompanhando de perto o trabalho feito pela Secretaria da Saúde e só voltaremos quando pudermos garantir a segurança de todos, dos alunos, dos pais e mães e também dos professores e servidores da Educação”, finalizou.

Santa Catarina

No artigo “Retomada responsável das aulas presenciais em Santa Catarina”, publicado essa semana pelo Promotor de Justiça João Luiz de Carvalho Botega, aborda o que os órgãos públicos têm feito para que o retorno às aulas presenciais seja responsável e não prejudique a aprendizagem dos estudantes catarinenses, tendo em vista a complexidade da medida em tempos de pandemia.

No estado, as aulas presenciais na educação básica podem ser retomadas a partir de 3 de agosto, mas cabe a cada município definir a data adequada, a partir das evidências científicas e análise da situação da região.

Para debater o tema, Santa Catarina, de forma pioneira, instituiu um comitê estratégico composto por 15 instituições, entre órgãos municipais e estaduais, conselhos de educação, sindicatos e órgãos de controle.

Nos últimos meses a infecção causada pelo novo coronavírus impôs ao mundo uma outra configuração de sociedade. Na educação, a interrupção abrupta das aulas presenciais demandou dos sistemas de ensino a implementação de atividades remotas que busquem manter o vínculo e os alunos pedagogicamente estimulados, de modo a minimizar os impactos na aprendizagem.

Os estudos técnicos e as experiências internacionais de retorno das aulas presenciais demonstram a complexidade da matéria, considerando as rigorosas medidas sanitárias que devem ser adotadas, como um possível revezamento de alunos, o que dificulta ainda mais a reorganização do calendário escolar.

“O Ministério Público de Santa Catarina, como defensor dos direitos da sociedade, tem acompanhado atentamente os trabalhos do comitê e tem atuado, por meio de seu Gabinete Gestor de Crise e de suas Promotorias de Justiça, para orientar, fiscalizar e exigir dos gestores públicos e das entidades privadas a tomada de medidas efetivas para minimizar os impactos da pandemia no futuro de nossas crianças e adolescentes”, afirmou em artigo.

MEC

O Ministério da Educação (MEC) definiu um protocolo de biossegurança para a retomada gradual das aulas nas instituições do sistema federal de ensino, como medida de prevenção à disseminação do novo coronavírus. A portaria foi publicada na semana passada no Diário Oficial da União e diz que o cronograma de retorno das atividades deve ser orientado pelo governo local e pelas autoridades sanitárias.

O protocolo está disponível no portal do MEC e traz orientações sobre medidas de prevenção individual e coletiva, como aferição de temperatura, limpeza e ventilação de ambientes, uso de máscara, disponibilização de álcool gel 70% e respeito às regras de etiqueta respiratória e de distanciamento social. Também deve ser feito o escalonamento do acesso de estudantes a refeitórios e praças de alimentação.

“No uso de bebedouros, deverá se evitar contato direto com a superfície, devendo ser utilizado papel toalha com possibilidade de descarte em coletor de resíduos com acionamento sem contato manual e posteriormente, realizar a higienização das mãos. Na impossibilidade do cumprimento de tais orientações, recomenda-se a interdição dos bebedouros”, diz o documento sobre uma das recomendações.

De acordo com o protocolo, deve-se considerar manter o trabalho e o ensino a distância para servidores e estudantes que fazem parte do grupo de risco para o novo coronavírus, como pessoas acima de 60 anos, gestantes e lactantes, portadores de doenças crônicas ou responsáveis pelo cuidado de pessoas com suspeita ou confirmação de infecção por covid-19. No caso de estudantes de grupo de risco, a instituição deve considerar a adoção de estratégias para reposição das atividades, após o fim da pandemia.

As instituições de ensino devem constituir comissão, com a comunidade escolar, para definição e adoção de protocolos próprios, que considerem as regras do estado e município, com análise dos dados epidemiológicos da doença e orientações das autoridades sanitárias.

O protocolo divulgado hoje poderá, no que couber, ser utilizado pelos demais sistemas de ensino.

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

Publicação anterior

CTB deve ser alterada

Próxima publicação

Os casos de hepatites caíram no Brasil em 2019