Artista cria miniaturas de prédios das cidades

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Ao ver as casas e prédios em miniaturas em uma maquete feita pelo artista e ferroviário aposentado Luiz Jorge Ulinik, é difícil de acreditar que todo o trabalho é realizado com papelão, conhecido como cartonagem, artesanato realizado através de diferentes tipos de papéis ou papelão. Os prédios e casas, em sua maioria locais antigos das cidades, mostra a habilidade do artista em ver os imóveis em Porto União e União da Vitória e criar miniaturas perfeitas.

Ulinik conta que após a sua aposentadoria na Rede Ferroviária Federal S/A (RFFSA), passou mais de uma década com trabalhos voluntários como maquinista ferroviário em trens de turismo em Piratuba (SC) até completar o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) no curso de bacharelado em turismo ferroviário. “Regressei a Porto União atuando voluntariamente no trem turístico junto a Associação Amigos do Trem (AAT). Nesse tempo de voluntariado fui coletando dados e informações sobre a vida ferroviária e através de um trabalho artesanal esculpidos na madeira, retratei mais de cento e cinquenta anos de história através da arte, incluindo trens, estações, carros de passageiros e equipamentos. Conjugando a isso, confeccionei outros itens, como automóveis, barcos, aviões, imóveis, bicicletas, motos, instrumentos musicais e curiosidades (pode se ver no Facebook Artes Esculpida na Madeira ulinikiarts”, explica.

Mas as artes em madeira foram paralisadas após problemas de saúde, para não ficar parado e aproveitar a sua habilidade com a criação de miniaturas foi buscar mais informações sobre a arte em papelão ondulado. Há três anos Ulinik cria miniaturas de imóveis importante historicamente em nossas cidades. “O objetivo é resgatar e valorizar nossa história através da arte”, completa.

Segundo ele para fazer as miniaturas foram várias pesquisas de como se deve trabalhar e preparar o papelão ondulado, depois fez cursinhos sobre arquitetura e sobre pinturas. “O propósito é o aproveitamento do tempo, se manter ativo e poder mostrar algo diferente e representativo nas minhas páginas sociais. Meus trabalhos não têm cunho comercial, porém a pedidos, sempre escapa algum do meu acervo cultural particular. Essa arte é demorada, porque se tem que estudar o imóvel, reduzir em escalas, escolher o papelão apropriado e demanda de tempo bom, com sol, para melhor secagem”, esclarece.

Dentre as que Ulinik já fez, há imóveis hoje inexistente, como a livraria Gisa, Casa Falk, Clube Recreativo Operário, Hotel Paraná, Casa Ipiranga entre outros. A busca desses locais acontece através da internet e de alguns imóveis que tenham fundo histórico, para agregar ao seu acervo.

Mas quem quer ver essas artes é só pela página do artista no facebook, pois não há como ir visitar o seu acervo. “Não recebo visitas porque quando tinha minha exposição em madeira, minha residência foi arrombada duas vezes, então achei por bem expor somente via internet”, comenta.

Entre os Imóveis atuais confeccionados estão: antiga escola Serapião em Porto União, atualmente sede do Escoteiro Iguaçu; a atual sede da escola Serapião em União da Vitória; imóvel Kroetz – primeira fábrica de macarrão de Porto União; algumas casas da ferrovia, igrejas; outras casas regionais. “Isso tornou se para mim um hobby, sempre buscando aperfeiçoamento e novas técnicas. Gosto de guardar os registros das minhas atuações, principalmente as impressas para agregar ao meu currículo. Quando me canso numa atividade, dou um tempo e vou para outra, como lidar com o pomar, fotografar pássaros e lidar com a vida de campo. Nossa vida é um aprendizado e só tiramos proveito de fazer alguma coisa útil”, afirma.

A cartonagem

A cartonagem é um trabalho manual que envolve a utilização de papel e papelão combinado com cola e tecidos. Sabe-se que a sua origem é muito antiga e que essas artes está presente na cultura de diversos povos. Porém existe uma controvérsia sobre o seu local exato! Sobre a história e o surgimento da cartonagem, encontramos relatos distintos falando do seu real surgimento.

Há quem diga que ela começou no antigo Egito. O termo Cartonagem se refere à fibra da planta papiro ou do próprio papiro em forma já de papel unificados. Quando molhados, eles eram usados pelas funerárias para envolver os corpos já mumificados, criando uma superfície uniforme que permitia a pintura e decoração com mais facilidade. O método era usado nas oficinas funerárias para produzir invólucros, máscaras ou painéis, os quais cobriam todo ou parte do corpo já mumificado e envolvido nas bandagens.

Apesar da técnica de usar o papel revestido com tecidos ou pintado tenha aparecido pela primeira vez no antigo Egito, tem quem diga que a origem da cartonagem é francesa. Inclusive, muitas pessoas não chamam a técnica apenas por cartonagem; mas sim por “Cartonagem Francesa”, reforçando ainda mais essa ideia de que ela teve a sua origem na Europa. Talvez, enquanto artesanato, seja mesmo!

Foi antes da revolução francesa que os primeiros trabalhos em cartonagem surgiram do modo que conhecemos atualmente. O artesão conhecia todas as etapas para a confecção do produto, era dono das ferramentas e tinha acesso as matérias primas necessárias, ou seja, ele detinha os meios necessários e o conhecimento em relação a todas as etapas de produção.

No século XV, desenvolveu-se o sistema doméstico: o artesão recebia encomendas de homens de negócio para produzir certas peças. Esses empresários forneciam a matéria-prima, pagavam o artesão e revendiam o produto final. Nessa época eram produzidos, principalmente, caixas de papel forradas com tecidos.

Como surgiu o artesanato

A história aponta que o artesanato surgiu na Pré-História, mais precisamente no período neolítico (6000 a.C). Foi nesse período que o homem aprendeu a polir a pedra, fabricar cerâmica, tecer fibras animais e vegetais, etc.

Foi da necessidade de produzir itens de uso do dia-a-dia para sua sobrevivência; ou mesmo da criação de alguns adornos, que começaram a expressar a capacidade criativa e produtiva como forma de trabalho. As pessoas dessa época usavam as peças que faziam manualmente para caçar, confeccionar roupas e até mesmo pequenas estátuas e pinturas.

O trabalho tinha um caráter familiar, muitas vezes todos os integrantes costuravam, cortavam, poliam ou seja produziam as peças juntos.. Começou como uma forma de produção de produtos para sobrevivência da família; mas com o passar dos anos se tornou uma forma de sustento e renda.

A Revolução Industrial

A partir da Revolução Industrial, que iniciou na Inglaterra durante o período de 1760, o artesanato foi fortemente desvalorizado. Essa forma de trabalho deixou de ser tão importante, já que neste período capitalista o trabalho foi dividido colocando determinadas pessoas para realizarem funções específicas. Essas pessoas passaram a trabalhar dentro de fábricas e por esse motivo deixaram de participar de todo o processo da fabricação familiar.

Além disso, os artesãos que restaram passaram a submetidos à péssimas condições de trabalho e baixa remuneração. Uma vez que precisavam competir com um mercado de produção industrial. Muito mais rápido do que o tempo que o artesão levava para montar as suas peças. Porém felizmente, o artesanato voltou a ser valorizado e ter um grande prestígio na sociedade; ainda usa elementos naturais em suas peças e pode ser encontrado e qualquer região do mundo. O artesanato se manifesta de várias formas e é por isso que é uma das partes mais essenciais para a valorização de uma cultura.

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