Aconteceu na semana passada
Na última semana, o mercado brasileiro registrou resultados positivos, com o Ibovespa fechando em alta de +1,5% aos 118.758 pontos. No mês, o índice já acumula um ganho de 9,6%. Entre os destaques, a Braskem (BRKM5) teve um aumento de 17,1%, impulsionada por rumores de venda da empresa. Por outro lado, as ações da Lojas Renner (LREN3) caíram 6,9% devido ao corte de recomendação do Citibank e ao movimento de alta da curva de juros futuro durante a semana.
No Brasil
O destaque no Brasil foi a revisão positiva dos ratings soberanos do país pela agência internacional S&P Global. Os ratings foram mantidos em ‘BB-/B’ para os prazos de longo e curto, respectivamente. A perspectiva foi alterada de estável para positiva, refletindo uma maior confiança na estabilidade da política monetária e fiscal, no crescimento contínuo da economia e na redução do endividamento do país, fortalecendo sua resiliência institucional. Em termos de dados econômicos, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado uma prévia do desempenho do PIB, registrou um aumento de 0,56% em abril em comparação com março, superando as expectativas do consenso e indicando um crescimento econômico maior do que o esperado para o segundo trimestre de 2023. A equipe de economia da XP revisou suas projeções para o IPCA de 2023 de 5,4% para 4,9%.
Nos EUA
Conforme previsto pelo mercado, o Federal Reserve (Fed) manteve a taxa de juros americana estável entre 5% e 5,25%, após dez aumentos consecutivos. A pausa na elevação das taxas foi acompanhada por uma comunicação agressiva, indicando que o FOMC manterá uma postura rígida ao longo do ano. Apesar disso, o S&P 500 registrou seu quinto ganho semanal consecutivo, encerrando a semana com uma alta de +2,6%, algo que não ocorria desde novembro de 2021. Em relação aos dados econômicos, o Índice de Preços ao Consumidor (CPI) subiu 0,1% no mês passado, após um aumento de 0,4% em abril. Nos últimos 12 meses até maio, o índice aumentou 4,0%, a menor alta desde março de 2021.
Na Europa
Na Zona do Euro, houve uma decisão importante em relação à política econômica. O Banco Central Europeu (BCE) aumentou suas taxas de juros em 0,25 pontos percentuais, de acordo com as expectativas do mercado. Durante o atual ciclo de aperto monetário, o banco central elevou as taxas em um total de 4%, alcançando os níveis mais altos dos últimos 22 anos. Em seu discurso, a presidente do BCE, Christine Lagarde, indicou que serão necessários aumentos adicionais das taxas de juros.
Na China
Na China, o banco central adotou uma postura oposta à do Fed, devido a dados de atividade que continuam abaixo das expectativas. A autoridade monetária reduziu a taxa de empréstimos de um ano de 2,75% para 2,65%, marcando a primeira redução desde agosto. Essa medida foi tomada para estimular a economia do país. Além disso, uma série de dados econômicos divulgados na semana passada indicou uma desaceleração, especialmente nos setores imobiliário e de exportação, sinalizando que a recuperação prevista para 2023 na China está perdendo força.
Câmbio e Juros
O dólar fechou a semana com uma queda de -0,87% em relação ao real, cotado a R$ 4,90/US$. A curva DI para o vencimento de janeiro de 2031 fechou estável na semana, atingindo 11,09%.
Expectativas para esta semana
Na esfera internacional, a agenda de indicadores será relativamente tranquila. Destaca-se a divulgação dos PMIs (índices de gerentes de compras) nas economias desenvolvidas, como Estados Unidos, Zona do Euro, Reino Unido e Japão (na sexta-feira). Os dados de inflação no Reino Unido (quarta-feira) e no Japão (quinta-feira) também serão relevantes para os preços dos ativos. Na segunda-feira 19/06 à noite, os agentes de mercado estarão atentos à decisão sobre as taxas de empréstimos na China, que poderão impactar os mercados de commodities e moedas emergentes.
No Brasil, o destaque será o anúncio da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa Selic na quarta-feira à noite. O mercado espera que a taxa seja mantida em 13,75%. A XP prevê o início de um ciclo de redução da taxa de juros na reunião do Copom em agosto, com a taxa Selic atingindo 12,00% no final de 2023. Por fim, na esfera política, o mercado estará atento à apresentação do relatório do Arcabouço Fiscal e sua tramitação no Senado Federal.
Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
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