Secretarias de Saúde e Fiocruz promovem ações contra a hantavirose em Irati

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A Secretária Municipal de Saúde de Irati, a Secretaria de Estado da Saúde (SESA) e o Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) promoveram na última semana, na área rural, uma ação de pesquisa e investigação de circulação viral do hantavírus entre os roedores. A iniciativa foi necessária devido a um caso registrado no município. O objetivo foi aperfeiçoar as ações de prevenção e controle da hantavirose, doença transmitida por ratos-silvestres, e fornecer uma análise de situação de risco em Irati.
Entre as ações desenvolvidas pelas equipes estão a instalação de armadilhas para captura e identificação das espécies de roedores silvestres e coleta de amostras biológicas para a pesquisa de infecção por hantavírus. “Nosso objetivo é fornecer para as equipes de vigilância e saúde um diagnóstico da circulação do vírus. A ação é feita, em um primeiro momento, com a instalação das armadilhas em várias localidades de mata fechada para capturar os roedores. Na segunda etapa essas espécies são levadas ao laboratório de campo, onde é feita a coleta das amostras para serem enviadas aos laboratórios parceiros da Fiocruz Rio e Paraná”, conta a responsável técnica pela hantavirose e leptospirose da SESA, Silmara Aparecida Ferreira de Carvalho.
A técnica também explica como os laboratórios direcionam as pesquisas para identificar o vírus e as espécies de roedores: “cada laboratório da Fiocruz faz uma pesquisa diferente. Aqui no Paraná é voltada ao vírus e a prevalência de circulação que ele tem, isto é, o percentual de roedores portadores da hantavirose. No Rio de Janeiro a pesquisa é voltada aos roedores encontrados, pois nem todas as espécies silvestres transmitem o vírus”, explica.
As pesquisas e resultados levam cerca de seis meses para serem concluídos. Durante este período, os gestores e secretarias de saúde devem oferecer diversas ações de orientação para a população, treinamentos com os profissionais de saúde, para que eles estejam preparados para receber os pacientes, visando assim a prevenção para que menos pessoas se exponham aos riscos da hantavirose. “Por ser uma doença com alta e rápida letalidade, o manejo de forma correta é importante. É fundamental a população estar ciente da existência do vírus e assim tomar o máximo cuidado para evitar o contágio”, reforça Silmara.
O Secretário de Saúde de Irati, João de Almeida Junior, reforçou que a parceria entre Estado, Município e Fiocruz é muito benéfica para traçar um panorama da realidade enfrentada em Irati e serve para nortear ações a serem desenvolvidas. “Após estudo, já com os dados consolidados, vamos analisar quais ações serão tomadas, seja de orientação ou de eliminação dos roedores. Essa é uma das etapas finais de um trabalho que começou no ano passado”, aponta.
HANTAVIROSE — A doença é transmitida por ratos do campo, com a inalação de partículas virais que ficam no ar vindas da urina e fezes desses roedores infectados. Alguns locais ou atividades podem ser mais suscetíveis a contrair a hantavirose, como onde há culturas de grãos.
Ela é uma doença aguda e de rápida evolução e deve ser notificada em até 24 horas, tanto para as secretarias municipais e estaduais de saúde, quanto para o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS).
Os sintomas são semelhantes a uma gripe forte, com febre, dor de cabeça, dores no corpo, tosse seca e falta de ar. Também podem ocorrer náuseas, vômitos e diarreias.
Medidas de controle como manter o entorno da casa sempre limpo e sem lixo acumulado, deixar os alimentos dos animais domésticos em potes bem fechados e em locais mais elevados do nível do solo ajudam a conter a aproximação dos roedores.
Locais como galpões e paióis fechados há muito tempo devem ser arejados e abertos 30 minutos antes da limpeza. A orientação é que a varredura seja sempre úmida, de forma que não levante pó. Uma solução muito útil é a mistura de água e hipoclorito ou água sanitária.

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