O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, se deslocou de Florianópolis para Blumenau assim que foi informado sobre o ataque a uma creche que resultou na morte de quatro crianças, duas de 4 anos, uma de 5 e uma de 7 anos, na manhã desta quarta-feira, 5. “É um momento de muita dor para Santa Catarina, para o Brasil. Suspendemos as aulas da rede estadual no município hoje e amanhã, agora estamos aqui para prestar solidariedade, estamos em um momento triste para a sociedade. Todas as nossas forças de segurança estão em Blumenau, pedimos calma, cuidado com as informações na rede social. É momento de entender, agir, colocar a cabeça para funcionar. Só quem passa por uma dor dessa pode saber o tamanho dessa tragédia.”
Outras vítimas do atentado foram atendidas pelo Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina e encaminhadas aos hospitais Santo Antônio e Santa Isabel e estão sendo acompanhadas. São cinco crianças que se encontram em situação estável e sem risco de morte. O autor dos fatos se entregou na guarda do 10º Batalhão de Polícia Militar (BPM), sendo preso e encaminhado à delegacia de Polícia Civil para providências. O fato trata-se de um caso isolado e está sob investigação.
O Governo do Estado cancelou nesta quarta-feira, 5, e quinta, 6, as aulas da rede estadual na cidade de Blumenau e declarou luto oficial de três dias pelo assassinato das quatro crianças que estavam na creche Cantinho Bom Pastor.
“A educação catarinense e brasileira está em luto e neste momento nos solidarizamos com todas as famílias e a comunidade em geral. Por ordem do governador, determinamos cuidado e prevenção nas escolas e estamos em diálogo com outras entidades para aumentar a segurança nas escolas. Entendemos que o trabalho em regime de colaboração também é importante para a segurança”, afirmou Patrícia Lueders, secretária adjunta de Estado da Educação.
Atuando em conjunto com o município, os gestores das unidades escolares de Blumenau participarão de reunião com a prefeitura na quinta-feira, 6, sobre o andamento do retorno às aulas na cidade, na próxima segunda-feira.
Em coletiva de imprensa na tarde desta quarta, com as forças de Segurança do Estado, o delegado-geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, disse que o Governo do Estado criou na última semana um grupo de trabalho integrado por equipes das polícias Civil, Científica, e Militar, Corpo de Bombeiros Militar, secretarias de Assistência Social, da Saúde e da Educação. “O objetivo do grupo é estabelecer um protocolo para a atuação preventiva, com análise das estruturas escolares, para garantir mais segurança no ambiente escolar e também como atuar em situações como a tragédia ocorrida hoje”, disse.
Outro fato destacado pelo delegado-geral é o uso da inteligência policial para intensificar as ações preventivas e de monitoramento da web. Ele ressaltou que esta já é uma prática da PCSC que constantemente faz operações policiais na casa dos indivíduos que disseminam ameaças.
Ulisses Gabriel destacou também que o governador Jorginho Mello vai autorizar investimentos na área de tecnologia para ampliar os serviços de monitoramento e também vai analisar a situação da contratação de novos policiais civis por meio de concurso.
O comandante-geral da PMSC, coronel Aurélio Pelozato da Rosa, afirmou que o ocorrido na data de hoje se trata de um caso isolado. O comandante-geral relatou que recentemente foram realizados treinamentos com professores da região e no estado, com técnicas para estarem preparados para circunstâncias parecidas com a desta quarta. Além disso, providências serão tomadas para que a Segurança nas escolas seja intensificada. “Estamos realizando uma mudança na rotina dos instrutores do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd) para que as aulas sejam feitas no primeiro turno escolar e, assim, o policial permanecer no local depois até o fim do turno escolar”, completou.
A perita-geral da Polícia Científica, Andressa Boer Fronza, destaca que foi efetuada a coleta e análise dos vestígios com o objetivo de materializar os fatos e compreender a dinâmica do crime. Também foram iniciados os exames necroscópicos e a identificação das vítimas no Setor de Medicina Legal da PCI.
O perito-superintendente regional em Blumenau, Tiago Lucheta, mobilizou todo o efetivo da unidade em torno do caso. Na sequência, foram iniciadas as análises e exames periciais complementares que subsidiarão as investigações da Polícia Civil. Os trabalhos contam ainda com o apoio da Superintendência da PCI em Joinville, que atua na análise e extração de dados de um dispositivo celular apreendido, assim como do setor de Inteligência do órgão pericial, que trabalha de forma integrada à Inteligência da Polícia Civil.
Também participaram da coletiva o prefeito de Blumenau, Mario Hildebrandt, a secretária adjunta de Estado da Educação, Patrícia Lueders, delegados da Divisão de Investigação Criminal de Blumenau, Rodrigo Raitez e Ronnie Esteves e o comandante do 3º Batalhão de Bombeiros Militar, tenente-coronel, Diogo de Souza Clarindo.