Planalto Norte na luta pelo Gás natural novamente

201 views
10 mins leitura

Representantes de empresas do Planalto Norte, SCGÁS e o Deputado Valdir Cobalchini reuniram-se na tarde da quarta-feira, 25, com a Agência Reguladora dos Serviços Públicos de Santa Catarina (ARESC) para buscar soluções para viabilizar a implantação da rede isolada de gás natural na região. A rede irá atender, principalmente, indústrias do segmento de papel e celulose, com investimentos de cerca R$ 12 milhões, de 2021 até 2023.

A necessidade de uma nova matriz energética com o gás natural, para motivar novos investimentos na região e reduzir custos de produção nas plantas industriais já é uma reinvindicação antiga da região. O ex-deputado estadual Antonio Aguiar em 2011 já fazia esse pedido ao governo do Estado. Havia planos de uma construção de um gasoduto que sairia de Araucária (PR) e chegaria a Mafra, tendo ramificações em São Mateus do Sul e Porto União.

Agora devido à necessidade de adaptação da regulação existente, a SCGÁS solicitou à ARESC revisões em resoluções para viabilização do projeto, em especial pedindo desvinculação de prazo para que a rede isolada alcance a rede principal de distribuição. A rede isolada é um projeto inovador no Brasil e consiste em levar Gás Natural Comprimido (GNC) ou Gás Natural Liquefeito (GNL) por meio de caminhões, para antecipar a oferta de gás natural ao mercado até a chegada da rede principal. A SCGÁS implantou o modelo no ano passado em Lages, onde a rede local está em fase de ampliação para atender quatro indústrias, postos de combustível e comércios da região. O ofício enviado a ARESC também pede o balanceamento dos custos operacionais nas redes de distribuição.

A implantação da rede isolada poderá antecipar o atendimento a indústrias nas cidades de Três Barras, Canoinhas e Mafra, fomentando investimentos e a geração de emprego na região. A construção do Terminal de Gás Sul na Baía da Babitonga também ajudará na viabilização do insumo, por meio de um novo modal de fornecimento de combustível, que poderá alcançar novos mercados através do GNL. Porto União ainda continua fora desse modelo.

Edital

A SCGÁS lançou, na última semana, edital para acolhimento de propostas para o Projeto Piloto de Geração de Energia Elétrica a Gás Natural. O Chamamento Público vai selecionar um cliente do segmento comercial para receber, em regime de comodato, um gerador de energia elétrica a gás natural, com o objetivo de formatar um modelo de uso de Gerador de Energia Elétrica a Gás Natural.

O cliente contemplado terá economia na aquisição do gerador de energia elétrica a gás natural, pois ele será fornecido pela SCGÁS em regime de comodato durante cinco anos. Além disso, o cliente também economizará no consumo de energia elétrica no horário em que o Kwh (Quilowatt-hora) é mais caro, entre 18h30 e 21h30, além da garantia de fornecimento de energia elétrica em caso de falta de suprimento por parte da concessionária de energia elétrica.

“Atualmente, mais de 650 clientes do segmento comercial utilizam gás natural em Santa Catarina. Com este projeto, poderemos formatar um case de uso de geração de energia elétrica a gás natural e agregar conhecimento técnico, possibilitando a SCGAS prestar o apoio necessário aos clientes que buscam uma solução energética segura, limpa e econômica para seus empreendimentos”, comentou Andre Tavares, engenheiro do mercado urbano da SCGÁS.

Biodiesel em Mafra

O Instituto do Meio Ambiente do Estado de Santa Catarina (IMA) concedeu a Licença Ambiental de Operação (LAO) para que a JBS Biodiesel, por meio da Seara Alimentos, opere no município de Mafra. Com o investimento de R$ 180 milhões, a maior fábrica de biodiesel de Santa Catarina vai gerar cerca de 100 vagas de empregos, além de outras 300 novas vagas de trabalho indiretas contribuindo para o desenvolvimento social e econômico da região.

Vale destacar que a produção de biodiesel da companhia utiliza, em sua maior parte, gorduras animais derivadas da cadeia produtiva da JBS. Ao destinar corretamente esses resíduos e transformá-los em biocombustível, a companhia agrega valor a este subproduto e promove a sustentabilidade na sua operação.

“Trata-se de um empreendimento comprometido com as ações de controle ambiental dentro da sua operação, que além de gerar oportunidade e renda para a região, executará programas ambientais fundamentais para preservação do meio ambiente”, destaca o presidente do IMA, Daniel Vinicius Netto.

O município de Mafra está localizado em uma região estratégica para o setor de biocombustível nacional. Além de contar com uma logística eficiente de embarque e desembarque pelos modais ferroviário e rodoviário, está a 120 quilômetros de distância de Araucária (PR), onde está instalada a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar), uma das principais unidades de mistura e distribuição de diesel do país.

“O biodiesel é um combustível renovável que pode substituir ou reduzir a necessidade do óleo diesel. Assim, os automóveis que hoje rodam com diesel poderão aderir a um combustível mais amigável ao planeta. Isto é desenvolvimento sustentável. Investimos no fortalecimento da economia, geramos mais empregos e contribuímos com o meio ambiente”, ressalta o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Luciano Buligon.

A JBS mantém mais de 30 operações da Seara em 18 municípios do estado, entre unidades produtivas de aves, suínos, industrializados, fábricas de ração, centros de incubação, terminais logísticos e centros de distribuição. Além disso, em Santa Catarina, a Companhia conta com mais de 20 mil colaboradores e uma rede de mais de 2 mil produtores integrados.

O que é biodiesel

O biodiesel é um combustível renovável obtido a partir de um processo químico denominado transesterificação. Por meio desse processo, os triglicerídeos presentes nos óleos e gordura animal reagem com um álcool primário, metanol ou etanol, gerando dois produtos: o éster e a glicerina. O primeiro somente pode ser comercializado como biodiesel, após passar por processos de purificação para adequação à especificação da qualidade, sendo destinado principalmente à aplicação em motores de ignição por compressão (ciclo Diesel).

O que é GNC

O GNC é o Gás Natural comprimido e armazenado a uma pressão de 250 bar, transportado e distribuído para regiões não-atendidas pelos gasodutos convencionais.

O produto é transportado em carretas especiais, o Gasoduto Móvel, e cestas de cilindros especialmente desenvolvidas para as demandas de indústrias, postos e plantas de processamento, num raio de até 300 Km da unidade de compressão.

O que é GNL?

Já o gás natural liquefeito (GNL) é o gás natural (GN) no estado líquido. A liquefação (mudança física do estado gasoso para o estado líquido) ocorre após o resfriamento do gás natural à temperatura de 162º C negativos. Nessas circunstâncias, o GN tem seu volume reduzido em cerca de 600 vezes, o que facilita o transporte para grandes distâncias.

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

Publicação anterior

“A região do Planalto Norte clama por atenção”, afirma deputado Ricardo Alba

Próxima publicação

Irineópolis alcançou 100% do público-alvo imunizado com a primeira dose da vacina contra Covid-19