Conheça a história de alguns dos mais importantes clubes que ainda existem em União da Vitória e Porto União

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Ao longa da história das Gêmeas do Iguaçu, inúmeros clubes existiram na região; alguns não existem mais, outros ainda perduram como uma forte presença nas cidades. Muitos deles se iniciaram como um grupo de reuniões de pessoas da mesma etnia, e então abriram suas portas para membros de todas as etnias. Outros, surgiram como uma sociedade beneficente e expandiram suas áreas de atuação. Todavia, todos eles têm uma coisa em comum, são pilares do alicerce do Vale do Iguaçu. Conheça na série de matérias, que serão publicadas aos finais de semana, a história dos mais importantes clubes da região; como começaram, e como estão no presente.

O Clube Aliança surgiu em 1º de março de 1948, quando foi fundada a Sociedade Beneficente e Recreativa Aliança Operária. A primeira reunião ocorreu na residência de José Kretschek, e reuniu dissidentes do Clube Concórdia, que buscavam fundar uma instituição para confraternização de italianos. Nessa reunião, o primeiro presidente foi apontado, Ampério Romanzini, que ficaria 3 anos à frente da direção do clube, e foi estabelecido que a sede social do Aliança seria na antiga Sociedade Beneficente Anita Garibaldi, que já não existia na época. O prédio foi cedido pelo Clube Concórdia. As atas mais antigas do Aliança, cedidas pelo presidente do clube ao Jornal Iguassú, contam com inúmeros momentos históricos e importantes, como a compra de mesas e cadeiras para mobiliar o salão principal, a construção do bolão, que existe e está em funcionamento até hoje, as várias reformas que aconteceram ao longo dos anos. Já nos anos noventa, foram construídas as piscinas, que rapidamente se tornaram um grande atrativo do clube, que conta com atletas de natação premiados nacionalmente.

Na última década, o Aliança enfrentou dificuldades econômicas graves, como contou Alceu Jung, atual presidente. Foi necessário que Alceu e a diretoria se esforçassem para equilibrar as contas com as reformas necessárias para a instituição, “Quando nós assumimos, o clube estava fechando as portas, com mais de 500 mil de dívida. Nós conseguimos chegar praticamente a 0, eu creio que passando essa pandemia, voltando os eventos, conseguimos normalizar tudo. O clube está indo bem, o pessoal está acreditando de volta na instituição. Estamos tranquilos, segurando as pontas e logo quando passar essa pandemia e deixar o clube como era antes”, contou o presidente. Quando perguntado sobre o motivo do clube se encontrar com muitas dívidas quando assumiu, Alceu disse que não sabia, “O que aconteceu para trás, nós não podemos saber. Mas quando nós assumimos, a piscina estava fechando. Fomos procurando formas de gastar menos, e conseguimos ir pagando as contas. Estava dando tudo certo, até chegar a pandemia. Mas o clube não está ruim, o clube está andando bem por sinal, com todo esse problema. Vamos segurar firme, e se Deus quiser, voltando os eventos do clube vamos ter uma melhoria”, afirmou. Felizmente, isso foi possível, e o presidente, juntamente com a diretoria, conseguiu cortar gastos, pagar dívidas e ainda sim investir na infraestrutura do clube, que hoje conta com o documento “Habite-se”, que atesta que as instalações seguem 100% das diretrizes de segurança dos bombeiros. Segundo Alceu, o clube se encontrava fora das diretrizes dos bombeiros, mas graças ao trabalho duro da diretoria e enorme investimento, foi possível normalizar toda a infraestrutura. Atualmente, o Aliança é o único clube da cidade com a certificação “Habite-se”, segundo Flávio Canabara.

Sobre as dificuldades do período da pandemia, Alceu explicou que, como o custo de manter o clube é muito alto, foram necessárias alterações no funcionamento, “Conseguimos segurar as pontas até hoje, e estamos tranquilos. Nossos funcionários estão todos em dia. Junto com nosso tesoureiro e nossa equipe, estamos segurando firme. Não é fácil, pois nossos eventos do clube não acontecerão”, relatou.

Segundo Alceu, “O nosso carro chefe hoje é a piscina. Também temos o salão, a disco, a academia, a lanchonete. Nós temos 4 professores que dão aula de natação e de hidroginástica”, disse. A piscina é aquecida e tratada com Ozônio, uma opção mais saudável para o tratamento da água, e a equipe de natação do Aliança é uma das mais fortes de Santa Catarina, apesar de que, segundo Flávio Canabara, o tesoureiro do Clube, é cada vez mais difícil conseguir novos atletas. Flávio Canabara  também disse que algumas modalidades que já foram extremamente populares, como o bolão, hoje em dia não são muito usadas pelos membros, “Mudou a cultura do povo. Não usam mais tanto o clube”, disse. Alceu também explicou mais sobre os projetos para o futuro do clube, “Precisamos primeiro reestruturar, melhorar o que já temos. O passo principal é comprar uma caldeira nova”, contou. Atualmente, o aquecimento da piscina é à lenha, um sistema obsoleto. “Procuramos uma outra fonte de calor, solar ou a gás, uma energia mais limpa”, disse Flávio Canabara. Outros projetos para o futuro são a reforma das escadas, do hall de entrada e do salão principal.

“O clube hoje funciona como uma empresa. Se algum empresário quiser trazer um evento para cá, nós podemos fazer qualquer negócio. Para nós, o interessante é trazer gente para dentro do clube e fortalecer o sócio.

O Baú Clube de Campo existe desde fevereiro de 1969, quando foi fundado no local onde funcionaria a sede, na Rua Horácio Ribeiro, onde foi idealizada uma associação campestre, que tinha o objetivo de incentivar a prática de esportes e confraternizações ao ar livre. Atualmente, a instituição conta com aproximadamente mil sócios, e sua missão é “Proporcionar e desenvolver atividades culturais, práticas de esportes amadores em geral e recreações que estimulem a união, a solidariedade, o espírito de compreensão e o companheirismo entre os associados”, informou Simone Cristine Alves Lourenço, atual presidente do Clube. Ela também desmistificou o nome da associação, “Não temos esta informação escrita em arquivos, porém antigos moradores e funcionários contam que durante a inauguração foi colocada em frente ao clube um baú para sugestões de nomes, e nas sugestões teve a aprovação unânime dos presentes no dia da inauguração o nome de ‘Baú Clube de Campo’”, disse. O clube conta com 3 piscinas, duas delas com aquecimento solar, 8 chalés, quadras de basquete, tênis, vôlei, campo de futebol, mais de 30 churrasqueiras, além de diversas outras instalações.

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