Dedica Municipal presta homenagens aos educadores, pelo dia do Professor

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O VII Dedica Municipal de União da Vitória, nesta terça-feira (13/10), teve como temática ‘A Fundamental Importância do Professor na Rede Pública de Ensino’. Marcado por homenagem e falas em torno da valorização dos professores, sendo o ‘mais especial de todos os eventos do ano’, por conta da comemoração do dia do Professor (15 de outubro) e ‘sustentado na indiscutível importância do papel’ de cada educador.

A atividade teve uma mesa redonda virtual, numa live transmitida pela Escola da Magistratura (EMAP), com o juiz da Vara da Infância e Juventude (e coordenador do CEJUSC), Carlos Mattioli, promotor de Justiça, Júlio Ribeiro de Campos Neto, e secretário Municipal de Educação, Ricardo Brugnago. O sistema visa formação continuada e controla frequência para inscritos, permitindo a geração de certificados.

Com mensagem positiva, incentivo à força interior, renovação e apresentações culturais, o VII Dedica abordou a professora e o professor e alcance de objetivos pela persistência, ‘sendo um campeão’ de acordo com a mensagem. Para o secretário municipal de Educação, Ricardo Brugnago, nenhuma professora ou professor recebeu instrução para ministrar aulas online, mas se superou e a educação em plataforma virtual foi mantida.

Os dados do Índice de Desenvolvimento de Educação Básica (IDEB) foi destacado por ele. “Temos um trabalho de excelência sendo feito e temos uma gratidão”, citou mencionando o papel dos educadores e a efetividade de um trabalho. Segundo ele, de maneira singela, a secretaria, o juizado e promotoria resolveram prestar a homenagem aos professores do município em reconhecimento ao trabalho educacional.

O juiz da Vara da Família, Carlos Mattioli, frisou de que sua fala seria breve, mas a mais importante do ano, pela homenagem aos educadores. “A fala mais especial e a mais importante, deste Dedica de 2020, porque é a homenagem aos nossos educadores e educadoras”, afirmou. Citando o quanto fica sensibilizado ao lado dos professores no trabalho em conjunto e a importância do projeto de combate à evasão escolar, existente há 12 anos na região.

Ainda, ele fez questão de destacar a prioridade da educação na Vara da Família, Tribunal de Justiça e Centro Judiciário de Soluções de Conflitos e Cidadania (CEJUSC).  Falando em nome da promotoria da Infância, Júlio Ribeiro de Campos Neto apontou a necessidade da formação para um futuro melhor. Citando a importância do professor, de ‘obviedade gritante’ que muitas vezes sequer é valorizada. “De indiscutível importância”, segundo ele.

Justamente num momento delicado de dificuldades, com necessidade de adaptação à nova sistemática de vida e ensino. Mas a distância social não foi barreira e nem adversidade para manter a qualidade. Sendo chamado para muitas tarefas, o papel do professor passa da função de apenas educar. Suprindo a ausência dos pais e responsáveis em alguns quesitos. Fato que, com a pandemia, fez as famílias assimilarem ao ato de educar.

De acordo com o promotor, isso fez as famílias darem mais valor ao papel do professor. A educação passa a ser acompanhada pelos pais. Citando o exemplo da própria filha, Júlio Ribeiro reafirmou a intensidade da vida escolar e empenho dos professores. “Vocês saem muito mais fortes e valorizados deste momento”, disse. Pela ausência física é que se deu a referida valorização, ainda maior, de cada educador segundo ele.

Fizeram parte das homenagens, músicas, apresentações, mensagens de incentivo e um vídeo, produzido pela secretaria de Educação, com alguns componentes do sistema educacional de União da Vitória. Essa iniciativa visou celebrar o momento, com as professores e professores, mesmo que de forma virtual em reconhecimento ao dia dedicado aos educadores. “Celebrar a importância da [o] professora [o]”, completou Carlos Mattioli. (Com informações e imagens CEJUSC)

Mudança na forma de dar aula

Sete meses após a adoção de medidas de distanciamento social e da interrupção das aulas por causa da emergência sanitária, os professores continuam se reinventando. Nesse período, eles foram obrigados a refazer todas as aulas, passar novos exercícios, escrever apostilas, gravar em vídeo os conteúdos das disciplinas, criar canais próprios em redes sociais, mudar avaliações, fazer busca ativa de alunos e se aproximar das famílias dos estudantes.

O suporte da mudança foi a internet, mas o episódio não se restringiu a uma revolução digital. Houve uma transformação comportamental dos professores para não perder a conexão com os alunos e manter a aprendizagem.

Aprender, em tempo recorde, a usar ferramentas digitais para ensinar foi o primeiro desafio dos professores. O trabalho de mobilizar as famílias feito pelos professores para manter a rotina de acordar cedo, tomar banho, tomar o café e vestir o uniforme do colégio.

Sem acesso

A dedicação dos professores, o amor dos pais, o computador em casa e o sinal de internet permitiram que muitos alunos conseguissem acompanhar as aulas.

Mas essa não é uma realidade para todos os alunos da rede pública que, em geral, não têm acesso facilitado à internet ou um computador à disposição. Isso fez com que os professores se reinventassem para o conhecimento chegar aos alunos. Nesses casos, alguns professores têm optado por criar apostilas impressas e fazer as cópias na escola. Os pais ou os alunos têm que buscar toda semana o novo material e deixar na escola os exercícios feitos da apostila passada – o que faz parte da avaliação e das notas dos alunos.

Mas o whatsapp virou mais uma ferramenta que os professores passaram a usar para trocar vídeos com os estudantes. Ela traz a teoria, contextualiza o assunto e passa exercícios práticos, que devem ser gravados pelos estudantes e enviados de volta.

Apoio aos professores

O ano de 2020 reservou muitos desafios para a educação. A continuidade da aprendizagem, entretanto, não pode depender exclusivamente dos esforços individuais dos professores.

É necessário engajamento de toda a rede de ensino e das unidades federativas para que o ensino seja garantido aos estudantes.

Com a perspectiva de que o ensino remoto se estenda para o próximo ano letivo, será preciso oferecer formação aos profissionais.

Em todo o mundo, de acordo a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), mais de 180 países determinaram o fechamento de escolas e universidades, afetando 1,5 bilhão de crianças e jovens, o que corresponde a cerca de 90% de todos os estudantes no mundo. Aos poucos as atividades vão sendo retomadas. Os dados mais recentes mostram que cerca de um terço dos estudantes do mundo seguem sendo impactados pela pandemia. 

Uso irreversível

O presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), Luiz Miguel Martins Garcia, avalia que ainda está em tempo de se adotar uma política de articulação nacional de ação emergencial para garantir as atividades escolares em meio à covid-19, atender quem deixou de aprender, capacitar professores e preparar a acolhida dos alunos quando a pandemia passar.

Ele pondera que, mais do que possível, a ação é necessária, uma vez que o uso de tecnologias para lecionar “é irreversível”.

Já a presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), Maria Helena Guimarães, afirma que há recursos públicos disponíveis para equipar escolas e apoiar professores e alunos.

Segundo ela, cerca de R$ 30 bilhões do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), criado em 2000, podem ser usados com essa finalidade.

Para Maria Helena Guimarães, a pandemia fez com que a educação básica vivesse um novo momento, não só no Brasil. Ela acredita que haverá aprofundamento das mudanças após o retorno do funcionamento dos colégios e aposta na adoção do ensino híbrido, no incremento de atividades complementares nas escolas e de ensino por projetos e em mais atividade de pesquisa para os alunos.

Ela alerta, no entanto, que há risco de “acirramento das desigualdades” entre as escolas da rede privada e da rede pública, e que os alunos de colégios particulares devem sair na frente.

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