Felicidade e Autoaceitação em tempo de pandemia

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O livro publicado pela editora Crescer, sob o título: “Felicidade: um trabalho interior”, do escritor e religioso Jonh Powell, ajuda a refletir os seus leitores sobre os conceitos de Felicidade e Autoaceitação em duas dimensões: espiritual e afetiva, para quem quiser avançar no “Ato evolutivo”, e na “travessia” pessoal.
Powell, nos alerta, para que abandonemos algumas idéias arcaicas, que, até agora, estagna o nosso crescimento pessoal. O leitor é convidado a aprender a desvencilhar-se da imagem estática que tem de si em muitas fases da existência. Se quisermos crescer, precisamos nos desvencilhar do nosso passado. Precisamos assumir a responsabilidade de que somos pessoa única, em meio a um processo – sempre aprendendo, mudando, crescendo, se reformando, uma vida vivida como “Ato Evolutivo” e “Travessia” e não como mero espectador da existência, como diria o gigante João Guimarães Rosa.
Lançado o desafio, Powell, menciona dez sinais que precisamos cultivar continuamente para que a Felicidade e a Autoaceitação se torne realidade em nossa existência. Não é uma felicidade efêmera que compramos em shopping center. Em tempo de isolamento social é necessário e urgente buscar caminhos e estratégias para que o “Ato evolutivo” e a “travessia” sejam sinônimos de Felicidade e de aceitação ampla do nosso mundo interior e exterior. Vejamos, então, o caminho proposto por Powell:
1) – As pessoas que se aceitam são pessoas felizes: o primeiro sinal da verdadeira autoaceitação é a própria felicidade – como um círculo vicioso. As pessoas que gostam de ser quem são, de verdade, estão sempre em boa companhia consigo mesmo. A felicidade é uma marca do círculo social em que pertencemos. Além de todas as coisas ser feliz é um “Ato evolutivo” e uma “travessia” que respira otimismo.
2) – As pessoas que se aceitam vão ao encontro das outras com facilidade: Quanto mais nós aceitamos como somos, mais esperamos que os outros gostem de nós também. Se nos amarmos de verdade, vamos também desfrutar os momentos de solidão. Para aquele que se aceite com alegria, estar sozinho é um momento de grande paz. Para aquele que não se aceita, estar sozinho pode significar uma dolorosa solidão, a experiência de estar só é um vácuo que precisa ser preenchido com distrações. A felicidade é um trabalho interior, uma “travessia” constante que nunca se revoga como “Ato evolutivo”.
3) – As pessoas que se aceitam estão sempre prontas a receber amor e elogios: se me aceito de verdade e gosto de ser eu mesmo, vou achar natural que os outros também me amam. Vou ser capaz de receber seu amor com gratidão. Também vou ser capaz de aceitar e assimilar comentários favoráveis e elogios. O “Ato evolutivo” é a premissa necessária para realizar a “Travessia”.
4) – As pessoas que se aceitam são autenticas: Se me aceito como sou, vou ser capaz de uma autenticidade que surge apenas da autoaceitação genuína. Em outras palavras, preciso me aceitar para poder ser eu mesmo, para poder ser autêntico. Não vou me preocupar com a possibilidade de ser mal compreendido ou mal interpretado, nem com a reciprocidade dos sentimentos de outra pessoa. Enfim, estarei livre de ser eu mesmo. O “Ato evolutivo” e a “travessia” são caminhos para a liberdade.
5) – As pessoas que se aceitam convivem consigo mesmas como estão no presente: O “eu” de ontem é história. O “eu” de amanhã é desconhecido. Livrar-me de meu passado e não antecipar o futuro não são tarefas simples ou fáceis. O “eu” precisa aprender a conviver com o “Ato evolutivo” e a “travessia da existência”. Felicidade é uma consequência da maturidade.
6) – As pessoas que se aceitam são capazes de rir de si mesmas, com frequência: Levar-se a sério demais é quase sempre um sinal de insegurança. Um velho ditado chinês diz: “Abençoados aqueles que conseguem rir de si mesmos. Jamais deixarão de se divertir”. Ser capaz de admitir e rir de sua própria fragilidade requer uma segurança interior que se encontra apenas na autoaceitação da “travessia” e do “Ato evolutivo” constante.
7) – As pessoas que se aceitam têm a habilidade de reconhecer e atender suas próprias necessidades: As pessoas que se aceitam estão em contato com suas próprias necessidades – físicas, emocionais, intelectuais, sociais e espirituais. O “Ato evolutivo” e a “Travessia” estão inserido em uma constante transformação.
8) – As pessoas que se aceitam são pessoas autodeterminadas: Os caminhos verdadeiros são traçados a partir de uma orientação interna, não externa. Se me aceito de verdade, vou fazer o que considero adequado, não o que os outros dizem ou pensam que devo fazer. A autoaceitação me torna imune as pressões psicológicas ou a atos espirituais milagreiro e fantasioso. O “Ato evolutivo” e a “travessia” são sempre um processo real.
9) – As pessoas que se aceitam têm um bom contato com a realidade: Podemos compreender melhor o que é um bom contato com a realidade se pensarmos no oposto: sonhar acordado, imaginar-se em outra vida ou como outra pessoa. Convivo com a minha pessoa real e com os outros como realmente são? Não perco minha energia me lamentando por não ser diferente? Desfruto e vivo a vida como ela é, realmente? Não fico divagando sobre o que poderia ser? O “Ato evolutivo” e a “travessia” não flertam com o pessimismo.
10) – As pessoas que se aceitam são assertivas. O último sinal de autoaceitação é o que chamamos de assertividade. Como uma pessoa que se aceita, reivindico meu direito de ser levado a sério, de ter minhas próprias opiniões e fazer minhas próprias escolhas. Só entro nas relações em situação de igualdade. Não quero ser o “coitado” nem o eterno ajudador dos desamparados. Reivindico também meu direito de errar. Sem erros não existe verdadeiro aprendizagem. O “Ato evolutivo” e a “travessia” não negam e nem rejeitam as fragilidades.
Para Powell, a felicidade e a autoaceitação desafia a todos a fazer um “ato evolutivo” em todos os momentos da existência. Semear novos projetos, construir novos pensamentos. Aceite a pessoa que te ama sem pedir nada em troca. Ame a pessoa que te ama de verdade. Felicidade é uma questão interior. Muitas pessoas são infelizes porque esperam a felicidade no lugar e da forma errada. Renunciamos ao amor ou a felicidades porque esperamos sempre a felicidade imaginada e não a real. A maioria das infelicidades estão carregadas de expectativas românticas. A infelicidade é produto da negação do “Ato evolutivo”. Negar a travessia da existência é negar a possibilidade de ser feliz consigo mesmo. João Guimaraes Rosa, nos ajuda a entender, que “O real não está na saída nem na chegada; ele se dispõe para a gente é no meio do caminho”.
Toda “travessia” é complexa e muitas vezes dolorida. Por isso é oportuno se perguntar: Que parâmetro de felicidade e de autoaceitação temos construído em nossa Existência em tempo de isolamento social? A pergunta, caro leitor, está lançada, agora, cabe a cada um de nós responder com o “Ato evolutivo” e a “travessia” da experiência vivida e vivenciada até agora.

  • Daniel Andrés Baez Brizueña é formado em Teologia, Ciencia das religiões, Marketing, Letras e Filosofia.

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