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Panorama de Mercado

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Economia brasileira avança 3,4% em 2024, mas ritmo perde força

A atividade econômica do país cresceu 3,4% ao longo de 2024, conforme dados divulgados recentemente. No entanto, o resultado do quarto trimestre – com expansão de 0,2% em relação aos três meses anteriores – frustrou expectativas do mercado, que projetava algo em torno de 0,4% a 0,5%. Em comparação ao mesmo período de 2023, o avanço foi de 3,6%. A principal surpresa negativa ficou por conta do consumo das famílias, que recuou 1% no trimestre. Por outro lado, o investimento das empresas manteve trajetória positiva, fechando o ano com incremento de 7,3% e alta de 0,4% no quarto trimestre.
Para 2025, estima-se um crescimento de 2%, com destaque para a agropecuária, beneficiada por uma safra recorde de grãos. O mercado de trabalho, embora apresente sinais de acomodação, ainda exibe níveis sólidos de emprego e renda. Medidas anunciadas pelo governo podem oferecer estímulos de curto prazo, contrabalançando a desaceleração econômica.

Governo reforça pacote para baratear alimentos

Seis medidas foram anunciadas com o propósito de segurar os preços dos alimentos. A principal delas zera a alíquota de importação em nove itens (incluindo carnes, café e açúcar). Também estão previstas a ampliação de estoques estratégicos e estímulos a setores específicos. Além disso, o Executivo pretende convencer governadores a zerar o ICMS sobre produtos da cesta básica. Embora o corte de tarifas possa ter efeito limitado na inflação, a remoção desse imposto estadual teria potencial mais robusto de aliviar os preços ao consumidor.

CENÁRIO INTERNACIONAL

Trump adia cobrança de tarifas sobre vizinhos, mas eleva pressão contra a China

O governo dos Estados Unidos voltou a postergar a aplicação de taxas contra produtos do México e do Canadá até 2 de abril, mantendo dúvidas sobre a intensidade da disputa comercial. Já em relação à China, foi concretizado o aumento das tarifas de 10% para 20%. O gigante asiático, em retaliação, também elevou impostos sobre itens importados dos EUA. O chanceler chinês, Wang Yi, criticou Washington e disse estar disposto a negociar, mas que seu país não recuará diante de uma “guerra tarifária”.

Crescem sinais de desaceleração nos EUA, e Fed vê menor pressão para subir juros

Indicadores recentes apontam para um arrefecimento da economia americana. Vendas no varejo vieram abaixo do esperado e o ritmo de geração de emprego ficou aquém das projeções do mercado, com 151 mil vagas criadas em fevereiro. A inflação, por sua vez, segue próxima das metas. Diante desse cenário, as chances de o Federal Reserve elevar os juros neste ano diminuíram, aliviando os temores de parte dos investidores. Os rendimentos dos títulos do Tesouro recuaram, impulsionando mercados emergentes como o Brasil, onde o dólar chegou a cair para cerca de R$ 5,75 após ter encerrado antes do feriado próximo de R$ 5,92.

Europa reduz juros em meio à estagnação e mantém foco na inflação

Na zona do euro, o resultado final do PIB do quarto trimestre de 2024 apontou alta de 0,2% frente ao período anterior, muito próximo de um quadro de estagnação. Com isso, o Banco Central Europeu (BCE) decidiu cortar os juros em 0,25 ponto percentual, fixando-os em 2,5%. Apesar de a inflação dar sinais de queda, os preços de serviços e salários seguem elevados, e as tarifas impostas pelos Estados Unidos podem pressionar custos. O BCE elevou a projeção inflacionária de 2,1% para 2,3% em 2025, acima do objetivo de 2%. O mercado espera um novo corte de mesma proporção na próxima reunião.

Alemanha planeja pacote de 500 bilhões de euros e revê regras de endividamento

Partidos que negociam formar o próximo governo alemão acertaram a criação de um fundo de infraestrutura no valor de 500 bilhões de euros, além da reformulação das normas de empréstimo, visando fortalecer as Forças Armadas e reaquecer a maior economia da Europa. O anúncio elevou os juros dos títulos alemães de dez anos a 2,80%, enquanto o euro se valorizou frente ao dólar.

China prevê 5% de crescimento e amplia déficit para enfrentar tarifas

O governo chinês fixou a meta de expansão econômica em 5% para 2025 e projeta um déficit de 4% do PIB, o mais alto em 30 anos, como forma de atenuar o impacto das tarifas americanas. Embora a atividade venha desacelerando, o país sinaliza estímulos fiscais para cumprir seus objetivos de crescimento. Se essas medidas surtirem efeito, setores exportadores do Brasil podem se beneficiar, dada a relevância da China para a balança comercial brasileira.

BOLSA

Ibovespa avança 1,8% em semana de menor liquidez

O principal índice da B3 subiu 1,8% em reais (3,5% em dólares), fechando aos 125.035 pontos, em semana mais curta devido ao Carnaval. Nos Estados Unidos, o S&P 500 e o Nasdaq recuaram cerca de 3%, pressionados por sinais de desaceleração econômica e incertezas comerciais. Também pesaram fatores técnicos ligados a grandes fundos quantitativos. Em sentido oposto, mercados de Hong Kong (HSI, +5,7%) e Europa (STOXX50, +4,4%) exibiram ganhos, reforçando a tendência de rotação regional. Já no Brasil, o fechamento da curva de juros e a queda do dólar, que encerrou o período em R$ 5,79 (-2,7%), contribuíram para o desempenho positivo das ações, mesmo após dados de PIB mais fracos no quarto trimestre. Entre as empresas locais, papéis ligados ao consumo, como Magazine Luiza e Cogna (MGLU3, +9,9%; COGN3, +8,6%), destacaram-se favoravelmente com a redução das taxas de juros. Já a Petrobras (PETR3, -4,2%; PETR4, -3,6%) refletiu a desvalorização do petróleo no mercado internacional (Brent, -3,9%), liderando as quedas da semana.

 

FONTE: https://conteudos.xpi.com.br/economia/economia-em-destaque-pib-brasileiro-desacelerou-no-final-de-2024/
https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/resumo-semanal-da-bolsa-ibovespa-sobe-em-semana-mais-curta-e-em-meio-a-volatilidade-global/
Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
4traderinvest.com.br
41 9 9890 9119

 

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