Há poucos dias das festas de fim de ano, o consumidor vê um cenário de incertezas diante da crise causada pela Covid-19. Por isso, o momento deve ser de cautela e de se manter atento aos gastos neste período para não comprometer o orçamento, principalmente se já estiver endividado. De acordo com uma pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em parceria com a Offer Wise Pesquisas, nas 27 capitais do Brasil, 26% dos brasileiros que possuem a intenção de presentear no Natal, possuem contas em atraso. O estudo aponta uma queda de 7 pontos percentuais em relação a 2019.
O levantamento também aponta que 11% dos entrevistados que realizaram compras no Natal de 2019 admitem ter ficado com o nome sujo em razão das compras feitas na data. Destes, 6% continuam negativados e 5% conseguiram limpar o nome. Em média, o valor das dívidas responsáveis pela negativação é de R$ 550.
Para o presidente da CNDL, José César da Costa, a queda no número de endividados demonstra que o brasileiro está mais atento às finanças e ao controle do orçamento, o que foi intensificado pelo cenário de insegurança causado pela pandemia.
“O consumidor sabe que o momento é delicado, por isso está mais cauteloso, o que é importante para evitar compras por impulso que possam causar endividamento das famílias”, diz José César.
“O recomendável é não comprar por impulso e planejar as despesas de acordo com o orçamento, sempre priorizando a quitação de contas. Fazer uma lista prévia do que se deseja e pesquisar preços são as atitudes mais indicadas para não extrapolar as finanças”, destaca Costa.
23% reconhecem gastar mais do que podem com presentes de Natal
Os dados da pesquisa revelam que 23% dos consumidores que pretendem comprar presentes no Natal admitem gastar mais do que podem, percentual que chega a 27% nas classes C e D.
Além disso, a pesquisa aponta que 9% dos entrevistados irão negligenciar compromissos financeiros assumidos anteriormente para realizar compras de presentes típicas deste período. A pesquisa ainda indica que uma pequena parte dos consumidores também agirá de maneira não recomendável: 9% deixarão de pagar alguma conta para realizar as festas de Natal, enquanto 7% não quitarão contas para comemorar o Réveillon.
Os compromissos financeiros mais mencionados, no caso daqueles que deixarão de quitá-los, são: TV por assinatura (24%), cartão de crédito (19%) e contas de água/luz (19%).
Amigo Secreto deve movimentar R$ 6,3 bilhões na economia
Tradicional brincadeira do mês de dezembro, o ‘amigo secreto’ (ou amigo oculto, dependendo da região do país) fará parte das comemorações neste fim de ano de boa parte dos brasileiros. De acordo com um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas, 37% dos consumidores pretendem participar de amigo secreto este ano. Estima-se que 59,7 milhões de pessoas devam participar deste tipo de evento no período do Natal. Entre os que devem entrar na brincadeira, 53% adoram participar deste tipo de evento, 48% consideram que é uma boa maneira de economizar nos presentes e 14% participam apenas para não serem julgados como antissociais.
Por outro lado, entre os 44% que não pretendem participar, 34% afirmam que não gostam da brincadeira, 30% querem evitar aglomeração de pessoas devido à pandemia, com queda de 11 pontos percentuais em comparação à 2020, e 28% não irão participar porque parentes, amigos ou colegas de trabalho não tem o costume de fazer esta brincadeira.
Para o presidente da CNDL, José César da Costa, o amigo secreto é uma excelente forma de driblar os efeitos da crise sem abrir mão do ato de presentear. “Este ano, com o avanço da vacinação, as pessoas estão mais seguras para participar de eventos e confraternizações, e o amigo secreto é uma boa maneira de presentear sem sobrecarregar o orçamento. É uma confraternização coletiva que resolve a obrigação de comprar presentes para várias pessoas, já que cada um se encarrega de presentear apenas um participante e, no fim, ninguém fica sem presente. Neste tipo de brincadeira, todos presenteiam e saem presenteados e é bastante comum estabelecer um limite para o valor a ser gasto”, destaca Costa.
Gasto médio será de R$ 64 por presente
Em média, os consumidores pretendem participar de 1,6 evento de amigo secreto, principalmente entre familiares (75%), com amigos (36%) e com colegas do trabalho (26%). Os consumidores pretendem gastar R$ 64,4 com cada presente, em média. Estima-se que a brincadeira movimente R$ 6,3 bilhões na economia.
Apesar de a brincadeira ter seu lado positivo, Costa alerta para os cuidados com orçamento. “O que à primeira vista parece vantajoso, pode ficar caro se o consumidor decidir entrar em todos os amigos secretos do seu círculo de convivência. A dica é participar apenas de comemorações em que o preço é estipulado com antecedência. Também vale analisar se esse dinheiro não fará falta no orçamento ao final do mês, comprometendo assim o pagamento das contas”, orienta.
Vendas no Natal devem movimentar R$ 68,4 bilhões na economia
O Natal, data mais importante do ano para o comércio, deverá confirmar a força de sua tradição em 2021. Com o avanço da vacinação e o pleno funcionamento das atividades comerciais em todo o país, a expectativa é que 77% dos consumidores presenteiem este ano, retornando ao patamar de consumo pré-pandemia. É o que aponta pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offer Wise Pesquisas. De acordo com o levantamento, estima-se que 123,7 milhões de pessoas devem ir às compras de presentes de Natal, com potencial para injetar aproximadamente R$ 68,4 bilhões na economia.
Entre aqueles que não pretendem presentear no Natal, a principal justificativa é a falta de dinheiro (26%), não gostar ou não ter o costume (19%), seguido pelos que estão desempregados (16%).
Na avaliação do presidente da CNDL, José César da Costa, o avanço da vacinação e a reabertura total das atividades comerciais em todo o país trazem uma expectativa para o setor, mesmo em um cenário de dificuldade econômica.
“Este ano será possível realizar festas e eventos sociais e coorporativos. Isso também estimula as compras e o consumo. Apesar do cenário econômico preocupante, a pesquisa demonstra que a força simbólica e cultural do Natal se sobrepõe às adversidades que os brasileiros ainda lidam com a crise econômica. O Natal é o período mais aguardado do ano para consumidores e comerciantes e dá indícios de que a disposição dos brasileiros para consumir está retornando, ainda que aos poucos”, destaca Costa.