Acadêmico de Agronomia da Uniguaçu fará estágio na Unesp

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Tudo começou com o pedido do acadêmico Orlando Van Uffelen, do décimo período de Agronomia da Uniguaçu, para o professor Bruno Vizioli orientar o seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC). “Eu já tinha interesse na área de solos, então convidei o professor Bruno para ser meu orientador. Ele aceitou, ofereceu sua ajuda nos estudos e pesquisas e me auxiliou para que eu conseguisse o estágio na área que pretendia”, explica Orlando.

Após muitos estudos e o aproveitamento do experimento feito pelo professor José Alfredo da Fonseca, na Fazenda Experimental da Uniguaçu, eles puderam ter uma boa base para os estudos dos solos. O tema do estudo é “Atributos físicos de um nitossolo com aplicação de pó de basalto em sistema de plantio direto com diferentes coberturas de solo”.

O experimento consiste em um manejo bem adotado na região que é o uso de plantas de cobertura em sistemas de plantio direto e o uso do pó de basalto (pó de rocha utilizado para rejuvenescer solos pobres).

O pó de basalto é utilizado como fonte de adubação e nutrientes. Porém existem várias pesquisas que comprovam a eficiência do pó de basalto em alguns sentidos para aumentar a fertilidade do solo. “Como o pó de basalto é um formador de solo, a pesquisa do TCC do Orlando vai ser no sentido físico. Se isso melhora também a estrutura, a retenção de água, e diminui a compactação e resistência a erosão. Abordando um critério mais físico e estrutural do solo, além do critério de fertilidade”, afirma o professor Bruno.

Concomitante ao pó de basalto também tem as plantas de cobertura (nabo, aveia, ervilhaca) e os mix (nabo + ervilhaca, nabo + ervilhaca + aveia), que são manejos bem adotados na região. “Por incrível que pareça, por mais que a nossa região seja bem agrícola, e com o manejo altamente adotado na região, são poucas pesquisas em relação a estrutura de solo que relaciona esses manejos”, completa Bruno.

A estrutura do solo tem a importância de conferir resistência de erosão, qualidade de solo, pois não adianta apenas colocar adubo se todo trabalho pode ser perdido via erosão. Além disso, esta estrutura de solo traz um contexto ambiental de grande valia, pois traz mais produtividade, melhora os mananciais e diminui a poluição dos rios.

 

Estágio na Unesp

A parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), no Campus de Jaboticabal (SP), começou a partir de um contato do professor Bruno com a Universidade. “Eu escrevi perguntando se eles tinham interesse e se havia a possibilidade de levar este estudo adiante. Eles aprovaram a parceria e acharam o experimento com boa viabilidade de pesquisa científica”.

A Unesp de Jaboticabal é uma Faculdade de Ciência Agrária e Veterinária, sendo uma das mais importantes faculdades do ramo de agricultura do Brasil. Eles darão o suporte para continuar a pesquisa realizada pelo acadêmico. Esta é uma parceria de estágio e possivelmente de pesquisa com os experimentos realizados da Fazenda Experimental da Uniguaçu, desenvolvendo as pesquisas do cenário de União da Vitória e da região.

 

Ainda esta semana Orlando irá para a Unesp para realizar o estágio. Ele explica que os experimentos foram divididos em três blocos e cada um tem seis tratamentos. Em cada tratamento foram tirados quatro pacotes de solo, retirados da Fazenda, e cada pacote recebe um tratamento diferente. Estas amostras serão levadas para que o acadêmico possa finalizar toda a sua pesquisa. “Estou me sentindo importante, pois o trabalho é bem interessante e esperamos resultados positivos e benéficos”.

Fora o solo e os produtos da fazenda, o acadêmico está utilizando o laboratório de Geologia, Mecânica dos Solos e Topografia da Uniguaçu. O laboratório tem a supervisão e cuidados do auxiliar de laboratório, Robson Nascimento, que dá suporte ao acadêmico e professor nas atividades realizadas e, por vezes, toma parte da aula explicando os procedimentos e o uso dos equipamentos. “Antes das atividades em laboratório, organizo tudo e apresento o que eles têm a oferecer”, complementa Robson.

Orlando comenta que a partir do seu estudo espera aumentar a influência da Uniguaçu. “A faculdade está me ajudando, cedendo o laboratório para processar as análises. Seria uma forma de agradecer a Instituição por esta oportunidade.”

Além de todo o conhecimento a partir dos estudos já feitos, o professor Bruno comenta que este estudo trará dados que vão agregar agricultura para a região. O pó de basalto é utilizado por muitos agricultores, mas não existem pesquisas em relação a isso para o solo da nossa região. “Eu pretendo criar um embasamento científico para o uso de pó de rocha na agricultura. A princípio ele é um resíduo da britagem, e não tem uma utilização específica. Mesmo que o pó não tenha um resultado benéfico ou que o resultado dele seja nulo para o solo, ele pode ser usado, pois estaremos nos livrando de resíduos”, afirma o acadêmico. Isso tudo reafirma que além da teoria, a prática vem de encontro para as melhorias da agricultura.

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