Vacinação contra o Covid deve começar ainda essa semana em PR e SC

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Governos estaduais receberam a vacina nesta segunda-feira, 18, e começam a distribução para as cidades

Após Anvisa aprovar neste domingo, 17, a vacina desenvolvida pelo Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, a Coronavac, além da desenvolvida por Oxford, em parceria com a AstraZeneca, os governos estaduais receberam nesta segunda-feira, 18, as primeiras doses das vacinas contra o Covid-19.

O estado de Santa Catarina já recebeu ontem pouco mais de 126 mil doses, e deve começar a distribuição das doses para os municípios já em seguida, “Em até 24 horas, nós colocaremos em todos os municípios catarinenses as vacinas que o Governo Federal destinará a Santa Catarina. Juntos nós venceremos”, afirmou o governador do estado, Carlos Moisés. Paraná também deve receber as vacinas na segunda-feira, e iniciar o Plano de Estadual de Vacinação divulgado pelo governador na última semana. Em seu Instagram, o Governador Ratinho Junior postou uma foto ao lado das vacinas, afirmando que “Viemos buscar as primeiras doses da vacina para o nosso Paraná. Estamos preparados para iniciar a vacinação. Caminhões e aeronaves a postos para levar a vacina para todos os municípios paranaenses”, escreveu.

“Sem dúvida, esse é o momento mais aguardado do último ano. Preparamos nossa rede de saúde para que a distribuição de todas as doses aos municípios aconteça ainda hoje em Santa Catarina”, afirmou o governador Carlos Moisés

O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Júnior, avalia positivamente a organização que o estado tem para a distribuição e aplicação das doses da vacina. “Estamos alinhados ao Plano Nacional de Imunização e seguiremos as recomendações para os grupos prioritários.”

De acordo com o governador, o Paraná está preparado para iniciar a vacinação a qualquer momento. “Nosso estado tem uma estrutura de logística excelente, que funciona muito bem. Além disso colocamos toda a nossa frota aérea, com aviões e helicópteros, para a entrega das vacinas nos locais mais distantes.”

Planos de Vacinação Estadual catarinense

Tanto o Paraná quanto Santa Catarina já divulgaram seus Planos de Vacinação, alinhados ao plano federal. Em Santa Catarina, segundo o documento oficial, “a vacinação deve ocorrer em quatro etapas obedecendo a critérios logísticos de recebimento e distribuição das doses pelo Ministério da Saúde (MS). As etapas desenhadas pela equipe técnica do MS priorizam grupos, que levam em conta informações sobre nuances epidemiológicas da COVID-19 entre os brasileiros, bem como, comorbidades e dados populacionais”. O documento não descarta a compra de vacinas diretamente pelo Governo Estadual, “[…] em caso de dificuldades nesta ação por parte do MS, está se discutindo e organizando a possibilidade de aquisição direta se tal movimento se tornar imprescindível”. Os objetivos do Plano são apresentar a população-alvo e grupos prioritários para vacinação, otimizar os recursos existentes por meio de planejamento e programação oportunas para operacionalização da vacinação no estado e orientar os municípios para planejamento da vacinação contra COVID-19 no âmbito municipal. Confira abaixo a tabela com as fases do Plano:

Planos de Vacinação Estadual paranaense

Já o Plano Estadual de Vacinação do Paraná, explica que “As estratégias da campanha de vacinação contra a Covid-19 e o estabelecimento de grupos populacionais prioritários a serem vacinados são de definição do MS e as 4 decisões tomadas baseiam-se em argumentos técnicos, científicos e logísticos, evidência epidemiológica, eficácia e segurança do produto, somados à garantia da sustentabilidade da vacinação para toda população definida. Para caracterização dos grupos alvos, determinando assim a população a ser vacinada, levou-se em conta alguns critérios como: risco de exposição à doença, risco de desenvolver formas graves da doença, risco de transmissibilidade da doença, dificuldade de acesso aos serviços de saúde”. Além desses grupos, outros grupos vulneráveis foram considerados pelo Ministério da Saúde como prioridade e receberão atenção especial no programa de vacinação, como “Trabalhadores de saúde, trabalhadores educacionais, forças de segurança e salvamento, população privada de liberdade, funcionários do sistema prisional, indígenas, quilombolas, população ribeirinha”. Confira abaixo a lista completa com todas as fases do Plano paranaense:

O plano Nacional de Vacinação

O Plano Nacional de Vacinação contra a covid-19, apresentado pelo governo, prevê quatro grupos prioritários que somam 50 milhões de pessoas, o que vai demandar 108,3 milhões de doses de vacina, já incluindo 5% de perdas, uma vez que cada pessoa deve tomar duas doses em um intervalo de 14 dias entre a primeira e a segunda injeção.

O primeiro grupo prioritário, a ser vacinado na fase 1, é formado por trabalhadores da saúde (5,88 milhões), pessoas de 80 anos ou mais (4,26 milhões), pessoas de 75 a 79 anos (3,48 milhões) e indígenas com idade acima de 18 anos (410 mil). A fase 2 é formada por pessoas de 70 a 74 anos (5,17 milhões), de 65 a 69 anos (7,08 milhões) e de 60 a 64 anos (9,09 milhões).

Na fase 3, a previsão é vacinar 12,66 milhões de pessoas acima dos 18 anos que tenham as seguintes comorbidades: hipertensão de difícil controle, diabetes mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica, doença renal, doenças cardiovasculares e cerebrovasculares, indivíduos transplantados de órgão sólido, anemia falciforme, câncer e obesidade grave (IMC maior ou igual a 40).

Na fase 4, deverão ser vacinados professores do nível básico ao superior (2,34 milhões), forças de segurança e salvamento (850 mil) e funcionários do sistema prisional (144 mil). O Ministério da Saúde pondera, no documento, que os grupos previstos ainda são preliminares e poderão ser alterados.

Cadastro

O Ministério da Saúde publicou, nesta segunda-feira, 18, no Diário Oficial da União (DOU), a portaria instituindo a obrigatoriedade do registro de aplicação de vacinas contra a covid-19 nos sistemas de informação disponibilizados pela pasta. A medida vale para as instituições públicas e privadas que realizarem o procedimento de vacinação. No caso das instituições públicas, as informações deverão ser registradas de maneira individualizada.

Segundo a portaria, a medida levou em consideração a necessidade de planejar e executar respostas adequadas para o enfrentamento da pandemia, que “sejam condizentes com a velocidade da mudança no cenário epidemiológico e o potencial esgotamento da capacidade instalada dos serviços de saúde”.

De acordo com o ministério, também foi levada em consideração, a necessidade de articular ações para a integração de serviços de saúde, em especial da vigilância, com o objetivo de dar uma resposta mais rápida para as diferentes situações que possam vir a ocorrer.

Segundo a portaria, as instituições que quiserem vacinar contra o coronavírus deverão estar devidamente licenciadas para a atividade pela autoridade sanitária competente e também estar inscritas no Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (CNES).

Entre outras obrigações, os serviços deverão manter acessíveis à autoridade sanitária documentos que comprovem a origem das vacinas utilizadas contra a covid-19; notificar a ocorrência de eventos adversos pós-vacinação; investigar incidentes e falhas em seus processos que podem ter contribuído para a ocorrência de erros de vacinação.

As instituições terão ainda que registrar as vacinas contra a covid-19 adquiridas ou recebidas, com a identificação dos lotes e laboratórios.

No caso dos serviços de vacinação públicos, eles também deverão controlar e registrar os estoques e a distribuição de vacinas contra a covid-19, por meio de sistema do Ministério da Saúde. Essas instituições deverão ainda registrar e controlar as perdas físicas e técnicas das vacinas.

As instituições públicas terão que manter atualizados os dados cadastrais de residência do cidadão vacinado no Sistema de Cadastramento de Usuários do SUS (Cadsus). Entre outras informações deverão constar dados como o número do CPF ou do Cartão Nacional de Saúde (CNS), nome completo do vacinado, sexo, data de nascimento e nome da mãe do vacinado.

Também serão solicitadas informações adicionais como data da vacinação; a qual grupo prioritário para vacinação pertence a pessoa vacinada; o nome e o código da vacina; número do lote da vacina; nome do fabricante; CPF do vacinador; tipo de dose aplicada e CNES do serviço de vacinação.

A portaria também traz instruções sobre as informações mínimas que devem constar no cartão de vacinação contra a covid-19. São elas o nome completo, documento de identificação e data de nascimento da pessoa vacinada; nome da vacina; dose aplicada; data da vacinação; número do lote da vacina; nome do fabricante; identificação do serviço de vacinação; identificação do vacinador; e data da próxima dose, quando aplicável.

A comprovação da vacinação poderá ser feita por meio do cartão de vacinação, do Certificado Nacional de Vacinação emitido pelo serviço de vacinação ou pelo próprio cidadão, via aplicativo Conecte SUS disponibilizado pelo Ministério da Saúde.

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