Tempo seco: Saúde reforça cuidados necessários com as crianças

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Com o Paraná em estado de emergência por causa da estiagem que atinge vários municípios e a previsão de que o Estado atravesse nesta semana o período mais crítico para a ocorrência de queimadas florestais, é preciso estar atento à saúde. Em especial dos pequenos. A sequência de dias com altas temperaturas e baixa umidade relativa do ar, com índices menores de 30% e até 20% em algumas regiões, pode trazer grande risco, principalmente para as crianças.
Com o tempo seco, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) alerta pais e responsáveis para as principais preocupações com a saúde dos pequenos: hidratação e problemas respiratórios, além dos cuidados com a alimentação.
Tosse, coceira no nariz (em crianças menores pode até ocorrer sangramento nasal), espirros, garganta seca, irritação nos olhos e falta de ar são alguns sinais de que o organismo está sentindo o ressecamento do ar.
Segundo o Simepar, a média da umidade relativa do ar mínima para a semana pode ser inferior a 20% nas regiões Norte, Norte Pioneiro e Noroeste e menor do que 30% nas regiões Central e Sudoeste do Paraná. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), a umidade relativa do ar ideal é quando o índice está em torno de 60%. Níveis inferiores a 30% já são considerados preocupantes. Apesar do clima seco, é possível minimizar os efeitos, possibilitando às crianças mais conforto e menos ressecamento das mucosas.
“Em primeiro lugar, a recomendação é ficar atento à hidratação. É fundamental oferecer bastante líquido e orientar a ingestão, caso não esteja por perto. A hidratação é essencial para a manutenção da vida, corresponde a aproximadamente 75% do peso na infância, e com o tempo seco ela se torna ainda mais importante”, ressaltou a diretora de Atenção e Vigilância da Sesa, Maria Goretti Lopes.
Para crianças menores de seis meses em aleitamento materno exclusivo não é recomendado ofertar água, pois o leite materno é suficiente nessa fase para fornecer toda a hidratação que a criança precisa. Após os seis meses, com a alimentação complementar, aí sim é necessário a ingestão de água nos intervalos das refeições.
As crianças muito pequenas não percebem que estão com sede e não pedem água, e até mesmo as maiores, por preferirem não dar pausas nas brincadeiras. Por isso, mesmo que a criança não peça, ofereça. Deixar sempre um recipiente com água por perto também é uma boa estratégia.
A quantidade de água que a criança precisa é muito variável e depende da idade, do peso, do ritmo de brincadeiras ativas e da temperatura. Para saber se o volume ingerido está adequado, uma dica é observar a coloração da urina, que deve estar sempre clarinha.
Em casa, a higiene do ambiente com pano úmido no chão e nos móveis é fundamental para eliminar o acúmulo de poeira e evitar crises de alergia. Outra dica é deixar baldes de água no quarto das crianças durante a noite para aumentar a umidade do ar. Atividades ao ar livre também são desaconselhadas entre 11h e 16h – além de o sol estar quente, o tempo fica mais seco nesse período.
Os alimentos in natura ou minimamente processados como leite, frutas, legumes, verduras, arroz e feijão também possuem alta quantidade de água em sua composição. Além da ingestão de água pura, ofertar uma alimentação saudável para as crianças baseada nesses itens e preparações também é muito importante.

CUIDADOS NAS ESCOLAS – Os cuidados não são apenas no ambiente doméstico, mas também se estendem fora dele, caso das escolas. Nas instituições públicas de educação básica, municipais, estaduais ou federais, a alimentação é ofertada pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar, que possui normativas para garantir a oferta e promoção de uma alimentação saudável, contribuindo para a saúde dos estudantes.
“Todavia, não podemos descuidar da hidratação. Levar uma garrafinha de água para ter sempre à mão, para que possa ser reabastecida nos intervalos, vai auxiliar na hidratação também nesse ambiente”, complementa a nutricionista da Divisão de Promoção da Alimentação Saudável e Atividade Física da Sesa, Cristina Klobukoski.
“As crianças e jovens passam boa parte do dia na escola, muitos inclusive em período integral. Ressalto a importância de os pais orientarem seus filhos para manter o hábito de ingerir água pura constantemente, mesmo quando não sentirem tanta sede”, ressaltou Cristina.

QUANDO PROCURAR UM MÉDICO – Se a tosse da criança vier acompanhada de febre e falta de ar é preciso consultar o especialista imediatamente, porque o ressecamento das vias aéreas pode provocar crises de alergia, como asma. O mesmo deve ser feito caso os olhos da criança permaneçam irritados por mais de três dias, mesmo depois da higienização com o soro.

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