Com o verão e o aumento de temperaturas, é comum observar a ocorrência de acidentes com animais peçonhentos. Isso ocorre, dentre outros motivos, pelo maior fluxo de pessoas em regiões de turismo, como matas e o Litoral. Por isso, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) reforça à população para redobrar os cuidados, em especial para quem ainda planeja viajar neste período.
No Litoral, uma das causas mais comuns de acidentes se dá pelo contato de banhistas com águas-vivas. No verão passado, de acordo com o relatório estatístico de serviço diário do Corpo de Bombeiros, o número de casos foi de 1.810 acidentes. Neste ano, até o dia 20, o número registrado é de 1.115 casos. Muitas vezes, seja por acidente, descuido ou curiosidade, o banhista acaba encostando no animal, que libera substâncias na pele que causam envenenamento, conhecido popularmente como “queimadura”.
No caso de contato com águas-vivas, a primeira medida é lavar o local com água do mar sem esfregar as mãos na área afetada. Também é recomendado procurar imediatamente um posto de guarda-vidas para colocar vinagre na área atingida.
“Além do maior fluxo de pessoas, neste período de temperaturas mais quentes e maior volume de chuvas, há também maior movimentação dos animais, seja por busca de alimentos, parceiros sexuais ou simplesmente fugindo para áreas não inundadas”, explicou o biólogo e chefe da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações (DVZI), Emanuel Marques da Silva.
Já os animais peçonhentos se caracterizam pela capacidade de injetar substâncias tóxicas pelas presas, enquanto os venenosos são aqueles que podem causar envenenamento passivo, seja por ingestão ou contato. Em caso de picada por animal terrestre, como serpentes, escorpiões ou aranhas, deve-se lavar o ferimento com água e sabão, mantendo a vítima em repouso e buscando atendimento médico o mais rápido possível.
“Grande parte dos acidentes pode ser evitada com alguns cuidados básicos, como sacudir e verificar roupas e sapatos antes do uso, evitar acúmulo de lixo doméstico e manter quintais limpos, além do uso de vestimentas apropriadas em locais propícios à existência desses animais”, acrescentou o biólogo.
Esta semana em Porto União foram registrados casos de enxame de abelhas e invasão de uma serpente numa residência na rua Sete de Setembro em União da Vitória.
PREVENÇÃO
Além da atenção aos arredores, o uso de roupas apropriadas, como botas de cano alto e perneira, pode impedir o contato com animais terrestres. Inspecionar sapatos, toalhas e roupas no geral também pode evitar acidentes. Caso encontre um animal peçonhento, busque afaste-se com cuidado, mesmo que ele aparente estar morto, e procure alertar a guarda ambiental, agentes de saúde ou autoridade de saúde local.
ACIDENTES
No caso de picadas ou contato com animais peçonhentos, a Secretaria de Saúde orienta para que procure atendimento em uma Unidade de Saúde mais próxima imediatamente. O cidadão deve evitar procedimentos caseiros, como cortar a área do ferimento ou sugá-la. Para dúvidas ou mais esclarecimentos, ligue para o Centro de Informações e Assistência Toxicológica do PR (CIATOX-PR), no telefone 08000 410 148.
Ministério da Saúde faz site para orientação
Para evitar esse tipo de acidente, o Ministério da Saúde preparou uma série de recomendações de prevenção. No caso dos animais venenosos terrestres, em situações ou locais de risco, como em enchentes, florestas e matas, recomenda-se estar sempre com luvas de couro, botas de cano alto e perneira. Também não se deve colocar as mãos em tocas ou buracos na terra.
Inspecionar roupas, calçados e toalhas antes de usá-los também evita acidentes por contato com animais peçonhentos. Em casa, o Ministério da Saúde também orienta que, caso encontre um animal peçonhento, se afaste com cuidado e evite assustá-lo ou tocá-lo, mesmo que pareça morto. Assim, o correto é procurar a autoridade de saúde local, como o agente ou a guarda ambiental para as devidas providências.
Em caso de acidente, o que fazer?
Em caso de picada por animal peçonhento, é necessário procurar atendimento médico imediatamente, de preferência, numa unidade de saúde de referência para tratamento soroterápico. O Ministério da Saúde orienta, ainda, a não amarrar ou fazer torniquete no membro acometido e, muito menos, cortar e/ou aplicar qualquer tipo de substância como pó de café, álcool, entre outros para não provocar infecções no local da picada.
Conheça todas as recomendações na página do Governo Federal sobre acidentes ofídicos: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/saude-de-a-a-z/a/acidentes-ofidicos
O que são animais peçonhentos?
Animais peçonhentos são aqueles que produzem peçonha (veneno) e têm condições naturais para injetá-la em presas ou predadores. Essa condição é dada naturalmente por meio de dentes modificados, aguilhão, ferrão, quelíceras, cerdas urticantes, nematocistos entre outros.
Os animais peçonhentos que mais causam acidentes no Brasil são algumas espécies de: serpentes; escorpiões; aranhas; lepidópteros (mariposas e suas larvas); himenópteros (abelhas, formigas e vespas); coleópteros (besouros); quilópodes (lacraias); peixes; cnidários (águas-vivas e caravelas). Esses animais possuem presas, ferrões, cerdas, espinhos entre outros, capazes de envenenar as vítimas.
Como prevenir acidentes com animais peçonhentos
O risco de acidentes com animais peçonhentos pode ser reduzido tomando algumas medidas gerais e bastante simples para prevenção: usar calçados e luvas nas atividades rurais e de jardinagem; examinar calçados, roupas pessoais, de cama e banho, antes de usá-las; afastar camas das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários; não acumular entulhos e materiais de construção; limpar regularmente móveis, cortinas, quadros, cantos de parede; vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés; utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos; manter limpos os locais próximos das casas, jardins, quintais, paióis e celeiros; evitar plantas tipo trepadeiras e bananeiras junto às casas e manter a grama sempre cortada; limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto ao muro ou cercas.
Proteção individual para prevenir acidentes com animais peçonhentos
No amanhecer e no entardecer, evitar a aproximação da vegetação muito próxima ao chão, gramados ou até mesmo jardins, pois é nesse momento que serpentes estão em maior atividade.
Não mexer em colmeias e vespeiros. Caso estejam em áreas de risco de acidente, contatar a autoridade local competente para a remoção.
Inspecionar calçados, roupas, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes antes de usá-los. Afastar camas e berços das paredes e evitar pendurar roupas fora de armários.