Temporal em Curitiba, cuvas de final de tarde. - Curitiba, 21/02/2019 - Foto: Gilson Abreu/ANPr

Saúde alerta para aumento de risco de leptospirose nos períodos mais chuvosos

255 views
6 mins leitura

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) do Paraná alerta para o risco de aumento de casos de leptospirose em áreas litorâneas, urbanas e rurais devido ao período intenso de chuvas nesta temporada. A doença é causada pela bactéria leptospira, presente na urina principalmente de ratos, que com as chuvas, se misturam à água de valetas, lama, lagoas, cavas e até mesmo nos locais com formação de enchentes.

Uma média dos últimos cinco anos aponta que 49% dos casos confirmados de leptospirose ocorreram no primeiro trimestre, onde existe o aumento da ocorrência das chuvas.

“De 2015 a 2019 foram confirmados 1.866 casos de leptospirose no Paraná. A Sesa realiza constantemente capacitações e reuniões com as Regionais de Saúde levando informações e orientações aos profissionais da área para que a população possa receber o melhor atendimento possível”, afirmou a enfermeira da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações (DVVZI), Tatiane Brites Dombroski.

CONTAMINAÇÃO

A infecção humana resulta da exposição direta ou indireta à urina de animais infectados (roedores, caninos, suínos, bovinos, equinos, ovinos, caprinos e eventualmente mamíferos silvestres). A penetração da bactéria ocorre através da pele com pequenos ferimentos ou lesões, da pele íntegra imersa por longos períodos em água contaminada ou através das mucosas.

A leptospirose pode ser adquirida tanto em áreas urbanas como nas áreas rurais, principalmente nas atividades relacionadas ao manejo e alimentação de animais de produção e na limpeza dos locais com maquinários e armazenamento de grãos/ração/silagem.

DIAGNÓSTICO

Após a infecção, o período de incubação da doença é em média de 7 a 14 dias após o contato com a água contaminada. A doença só poderá ser confirmada com a realização de exames laboratoriais (realizados pelo Laboratório Central do Estado), uma semana após o início dos sintomas. Embora 90% dos casos tenham evolução benigna, a doença pode levar a morte se não for tratada de modo correto e precocemente.

SINTOMAS

Os primeiros sintomas da doença são: febre alta, mal-estar, dores de cabeça constantes e intensas, dores pelo corpo, principalmente na panturrilha, cansaço e calafrios. Dores abdominais, náuseas, vômitos, diarreia e desidratação também são sintomas frequentes.

CONTROLE DE ROEDORES

Orientações técnicas sobre controle de roedores pode ser obtidas nas Vigilâncias Sanitárias Municipais de todo o Estado ou nas Unidades de Vigilância de Zoonoses (Araucária, Curitiba, Pinhais, São José dos Pinhais, Foz do Iguaçu e Maringá).

ATENÇÃO

A população deve ficar alerta e não utilizar como medida de controle dos roedores, produtos químicos (raticidas, agrotóxicos e outros) sem a devida orientação técnica de profissional habilitado. Este procedimento pode acarretar em envenenamento de crianças e de animais domésticos e não alcançar o objetivo inicial de eliminar os roedores.

Cuidados importantes antes e depois de enchentes:

• Não jogar lixo ou objetos nos rios e bueiros. Isso represa as águas e com a chuva podem causar enchentes;

• Guardar os alimentos em lugares secos e dentro de recipientes fechados;

• Solicitar água da Sanepar ou Prefeitura no caso de falta de água;

• Não usar água de poço ou reservatório inundado, antes da desinfecção;

• Lavar e desinfetar utensílios e a caixa de água;

• Filtrar e ferver por 15 minutos a água para consumo ou usar hipoclorito de sódio a 2,5% (água sanitária), na seguinte medida: duas gotas para cada litro de água e esperar no mínimo 15 minutos antes de consumir (seguir orientações da Vigilância Sanitária);

• Não brincar ou nadar em lagos, cavas e córregos nem nas águas de enchente;

Depois de enchentes:

• Evitar contato com água e lama, usando sempre botas e luvas de borracha, ou sacos plásticos amarrados nos pés e nos braços;

• Inutilizar alimentos naturais ou preparados assim como medicamentos que entraram em contato com a água da enchente;

• Manter os quintais, terrenos baldios públicos ou privados, sempre limpos, evitando acumular entulhos que favoreçam o esconderijo de ratos.

Deixe um comentário

Your email address will not be published.

Publicação anterior

Consumidor espera saldões para comprar com desconto produto mais caro

Próxima publicação

Para brasileiros, saúde pública e combate ao desemprego devem ser prioridades do país em 2020, aponta pesquisa CNDL/SPC Brasil