A Rede Feminina de Combate ao Câncer (RFCC) e Casa Bebel iniciariam o mês de conscientização do Outubro Rosa na tarde desta quarta-feira, 01, com um evento diferenciado. Foi realizado o 1º Bebel Drive Thru, onde as pessoas podem passar e buscar mais informações sobre a saúde da mulher e também comercializando os produtos do Outubro Rosa e os trabalhos feitos pelas voluntárias da RFCC.
Esse ano devido a Pandemia do Covid-19, a caminhada e outros eventos foram cancelados e as orientações acontecerão durante o mês inteiro com mais atividades on line. O evento que iniciou às 14h foi até às 18h30 foi um sucesso.
O Governo do Paraná iniciou a segunda edição do Paraná Rosa, campanha promovida dentro do Outubro Rosa para fortalecer iniciativas de conscientização sobre a prevenção do câncer de mama e de colo de útero, além da saúde da mulher em geral.
Por meio de uma transmissão online pelo Youtube, a campanha foi anunciada pelo secretário estadual da Saúde, Beto Preto, e a primeira-dama do Estado, Luciana Saito Massa, idealizadora do projeto.
O atual cenário da pandemia também não permitiu a realização da caravana, que passou por diversos municípios em 2019. A Secretaria de Estado da Saúde propôs para este ano ações não presenciais, direcionadas à promoção de hábitos saudáveis de vida para a mulher, visando a redução dos fatores de risco para doenças crônicas.
“Embora a prevenção deva ser feita o ano todo, o mês de outubro dá destaque para a causa”, alerta o secretário Beto Preto. Segundo ele, os bons hábitos alimentares, práticas de exercícios físicos, exames periódicos e demais cuidados de rotina ainda são a melhor estratégia de prevenção, pois quando diagnosticado e tratado precocemente as chances de cura do câncer são muito grandes.
Luciana Saito Massa falou sobre a relevância em levar a informação para todas as mulheres do Paraná. “Outubro é um mês dedicado à saúde da mulher. Temos que aproveitar esse engajamento nacional para levar a informação sobre os cuidados e mostrar que a prevenção é sempre o melhor caminho”, afirmou a primeira-dama. “O Paraná Rosa não é somente um programa de alerta e de cuidado com a prevenção e diagnóstico precoce do câncer, mas sim com a saúde integral e o bem-estar da mulher”, acrescentou.
AÇÕES
Durante o mês, entre as atividades já promovidas pela Secretaria da Saúde, está o apoio aos municípios para o rastreamento de câncer de mama e colo de útero, a vacinação contra o HPV, além da elaboração de Nota Técnica nº 20/2020 que reforça as medidas de prevenção e contágio da Covid-19 e segurança dos usuários com relação à coleta do exame citopatológico do colo do útero e mamografias.
DADOS
O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima que, em 2020, o Brasil registre 66.280 novos casos de câncer de mama. No Paraná este número pode chegar a 3.470.
Em 2019, 993 mulheres morreram pelo câncer de mama no Estado. Além disso, segundo dados de 2018, o câncer de mama é a primeira causa de mortalidade prematura em mulheres entre 30 e 69 anos.
Já para o câncer do colo do útero, a estimativa nacional é de 16.590 casos e, no Paraná, de 990 novos casos. O número de óbitos em 2019 foi de 336 mulheres.
Até o mês de junho deste ano, o Estado já fez 92.642 mamografias e 181.674 exames citopatológicos do colo do útero. Para oferecer os testes gratuitamente, o Paraná conta com 184 mamógrafos no Sistema Único de Saúde (SUS) distribuído nas 22 regionais de Saúde.
Após o início da Covid-19, houve diminuição em 56% na realização de mamografias e de 59% nos exames citopatológicos do colo do útero no Estado.
A Secretaria salienta que nas situações de sintomas suspeitos de câncer ou resultados anteriores alterados, a orientação é fazer os exames.
EXAME
A mamografia deve ser realizada a cada dois anos em mulheres de 50 a 69 anos. Fora da faixa etária e periodicidade, o exame é recomendado somente para mulheres com sinais ou sintomas de câncer de mama, como nódulo, retração do mamilo e outros; ou com histórico familiar em parente de primeiro grau, como mãe, irmã ou filha.
Em relação ao câncer de colo de útero, a recomendação é que o exame seja feito nas mulheres de 25 a 64 anos, que já iniciaram a vida sexual. Os dois primeiros exames com intervalo de um ano, e se os resultados forem normais os próximos podem ser a cada três anos. Os exames fora deste critério podem ter resultados falso-negativos.
O Paraná disponibiliza anualmente aos municípios 720 mil kits para exames citopatológicos do colo do útero e mais de 230 mil exames de mamografia. Para a vacinação do HPV a meta do Estado é vacinar 458 mil meninas de 9 a 14 anos.
Pesquisa mostra que mulheres deixaram de ir ao médico na quarentena
A quarentena imposta pelo novo coronavírus levou muitas mulheres brasileiras a deixar de ir ao ginecologista ou ao mastologista para fazer prevenção ou tratamento do câncer de mama. É o que revela a pesquisa Câncer de mama: o cuidado com a saúde durante a quarentena, feita pelo Ibope Inteligência para a empresa Pfizer entre os dias 11 e 20 de setembro, por plataforma online. Foram ouvidas 1.400 mulheres na faixa etária de 20 a mais de 60 anos, das classes A,B e C, moradoras da cidade de São Paulo, do Distrito Federal e das regiões metropolitanas do Rio de Janeiro, de Belém, Porto Alegre e do Recife.
De acordo com a sondagem, 62% das entrevistadas não foram a seus médicos durante o isolamento social, por medo de contrair a covid. Com isso, deixaram de fazer exames de rotina que poderiam ajudar na prevenção da doença. No grupo considerado de risco, que abrange as maiores de 60 anos, 73% afirmaram estar esperando o fim da pandemia para marcar uma consulta ou realizar exames de rotina.
A chefe de Coordenação de Prevenção e Vigilância do Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), Liz Almeida, afirmou que as mulheres que não foram aos médicos durante o isolamento social agiram de forma correta. “Elas tiveram toda a razão de não sair de casa”. A Organização Mundial da Saúde (OMS) orientou que se a mulher é assintomática, sem qualquer sinal da doença, o fato de ela adiar um exame de detecção precoce de câncer, no caso o câncer de mama, não vai ter grandes impactos em sua vida.
Mamografia
Liz Almeida informou que a orientação do Ministério da Saúde é que mulheres entre 50 e 69 anos devem fazer um exame mamográfico a cada dois anos. “Então, você tem dois anos para fazer esse exame. A OMS considera que alguns meses não vão provocar grandes desastres nessa detecção”. Advertiu, entretanto, que se a mulher observar qualquer sinal ou sintoma na sua mama, a orientação da OMS é examente o contrário. “Não espere um único dia. Saia de casa e procure um profissional de saúde para ser examinada e fazer todos os exames que ele pedir. Então, as mulheres não terem saído de casa foi absolutamente correto”.
Segundo informou o diretor executivo da Fundação do Câncer, Luiz Augusto Maltoni, levantamento feito pela instituição verificou que houve redução de 84% de exames de mamografia durante a pandemia, este ano, em comparação ao ano passado. Ele destacou que as mulheres não devem, porém, deixar de procurar os serviços médicos quando têm algum sintoma. “Principalmente aquelas que já têm diagnóstico de câncer, para não interromper o tratamento, tomando todos os cuidados, como uso de máscara, entre outros”.
Atenção aos corpos
A orientação geral é que as mulheres prestem atenção aos seus corpos. Ao sinal de qualquer caroço ou mancha escura na mama, ou ainda de mudança no ritmo intestinal, por exemplo, deve ir ao médico porque deve ser uma lesão benigna. “Mas não paga para ver”, orientou a chefe da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca. “Vai lá, marca a sua consulta e faz o exame”.
Segundo a pesquisa, a prevenção à doença ainda é tardia entre as brasileiras. Embora 72% das mulheres consultadas disseram ir regularmente ao ginecologista ou ao mastologista,pelo menos uma vez por ano, e 75% relataram que conversam com seu médico sobre a importância de realizar exames periódicos, uma entre quatro representantes do sexo feminino disse não falar com o médico sobre prevenção e 12% não costumam abordar o assunto.
Este ano, o Ministério da Saúde centralizou a série de eventos alusivos ao Outubro Rosa. No próximo dia 8, está prevista entrevista coletiva da diretora-geral do Inca, Ana Cristina Pinho Mendes Pereira, sobre o câncer de mama.
Como surgiu o Outubro Rosa
O movimento popular internacionalmente conhecido como Outubro Rosa é comemorado em todo o mundo. O nome remete à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama e estimula a participação da população, empresas e entidades. Este movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referente ao câncer de mama e ou mamografia no mês de outubro.
A história do Outubro Rosa remonta à última década do século 20, quando o laço cor-de-rosa, foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure e distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York, em 1990 e, desde então, promovida anualmente na cidade (www.komen.org).
Em 1997, entidades das cidades de Yuba e Lodi nos Estados Unidos, começaram efetivamente a comemorar e fomentar ações voltadas a prevenção do câncer de mama, denominando como Outubro Rosa. Todas ações eram e são até hoje direcionadas a conscientização da prevenção pelo diagnóstico precoce.
A ação de iluminar de rosa monumentos, prédios públicos, pontes, teatros e etc. surgiu posteriormente, e não há uma informação oficial, de como, quando e onde foi efetuada a primeira iluminação. O importante é que foi uma forma prática para que o Outubro Rosa tivesse uma expansão cada vez mais abrangente para a população e que, principalmente, pudesse ser replicada em qualquer lugar, bastando apenas adequar a iluminação já existente.
A primeira iniciativa vista no Brasil em relação ao Outubro Rosa, foi a iluminação em rosa do monumento Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como o Obelisco do Ibirapuera), situado em São Paulo-SP. No dia 02 de outubro de 2002 quando foi comemorado os 70 Anos do Encerramento da Revolução, o monumento ficou iluminado de rosa “num período efêmero” como relembra o secretário da Sociedade Veteranos de 32 – MMDC, o Coronel PM (reformado) Mário Fonseca Ventura.
Essa iniciativa foi de um grupo de mulheres simpatizantes com a causa do câncer de mama, que com o apoio de uma conceituada empresa européia de cosméticos iluminaram de rosa o Obelisco do Ibirapuera em alusão ao Outubro Rosa.
Em maio de 2008, o Instituto Neo Mama de Prevenção e Combate ao Câncer de Mama sediado em Santos (SP), em preparação para o Outubro Rosa, iluminou de rosa a Fortaleza da Barra em homenagem ao Dia das Mães e pelo Dia Estadual (São Paulo) de Prevenção ao Câncer de Mama comemorado todo terceiro domingo do mês de maio.
Em outubro de 2008, diversas entidades relacionadas ao câncer de mama iluminaram de rosa monumentos e prédios em suas respectivas cidades.