Aconteceu na semana passada
Na última semana, o mercado financeiro brasileiro experimentou uma expressiva alta no Ibovespa, fechando com um ganho de +2,1% e retornando aos patamares de 120 mil pontos. Essa valorização foi impulsionada por uma queda na curva de juros, que animou os investidores. O destaque ficou por conta do início da temporada de resultados, com empresas como WEGE3 e VALE3 divulgando relatórios positivos. No entanto, apesar de alguns resultados promissores, a visão geral para a temporada é mais mista, ganhando tração na próxima semana.
No Brasil
O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), uma importante proxy mensal para o PIB do país, teve uma queda significativa de 2,0% em maio em relação a abril, ficando muito abaixo das expectativas. Além disso, a Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda divulgou novas projeções de crescimento para o país, elevando de 1,9% para 2,5%. No entanto, as discussões em torno da tributação de renda permanecem, com incertezas sobre a possível inclusão no orçamento de 2024, em agosto, ou somente ao final do ano.
Na China
Saíram dados de atividade mais fracos do que o esperado, com o PIB do 2º trimestre crescendo apenas 6,3%. A produção industrial superou as expectativas, enquanto os investimentos em ativos fixos cresceram e as vendas no varejo desaceleraram. O setor imobiliário continua sendo um ponto de preocupação, com seus indicadores piorando ainda mais. Esses resultados levaram economistas a revisarem para baixo as projeções de crescimento para o país asiático. As autoridades chinesas anunciaram medidas de estímulo em resposta ao enfraquecimento econômico, mas sua eficácia em impulsionar a economia é incerta.
Nos EUA
Os principais índices de ações encerraram a semana de forma mista. O S&P 500 e o Dow Jones apresentaram alta de 0,7% e 2,1%, respectivamente, refletindo a temporada de resultados do 2º trimestre, que tem sido positiva, embora com expectativas já baixas. Por outro lado, a Nasdaq-100 fechou em território negativo, caindo -0,6%, devido ao desempenho desfavorável das big techs e preocupações com a divulgação dos próximos balanços. Empresas como Tesla e Netflix influenciaram negativamente o índice após o mercado reagir mal aos resultados divulgados.
Dólar e Juros
O dólar encerrou a semana em queda de -0,18% em relação ao real, cotado em R$ 4,78/US$, próximo da mínima do ano. Na Renda Fixa, os juros futuros tiveram movimentos mistos, porém, mantiveram-se próximos da estabilidade em relação à última sexta-feira. Diversos fatores influenciaram esses movimentos, incluindo declarações mais brandas sobre a continuidade da alta de juros por parte do Fed (EUA) e BCE (Europa), dados fracos do IBC-Br, incerteza dos investidores locais sobre o rali nas taxas e fatores que poderiam piorar a trajetória da inflação no Brasil, como os preços das commodities. A proximidade das decisões de política monetária nos EUA e na Zona do Euro também foi um elemento relevante.
Perspectivas para essa semana
Os mercados globais estarão atentos a diversos eventos importantes. Os índices PMI para as principais economias desenvolvidas, incluindo Estados Unidos, zona do euro e Reino Unido, serão monitorados de perto. Além disso, as decisões dos bancos centrais dos EUA e da zona do euro serão destaque, sendo amplamente esperado que ambos elevem suas taxas de juros de referência em 0,25 ponto percentual. O mercado estará atento à sinalização para as próximas decisões, à medida que os bancos centrais se aproximam do final do ciclo de aperto monetário. No campo da atividade econômica, a publicação da primeira estimativa para o PIB dos EUA do 2º trimestre e o índice de inflação Core PCE Deflator do Federal Reserve serão relevantes para a definição dos próximos passos da política monetária americana.
No cenário nacional, a agenda econômica também traz uma série de indicadores importantes. Destacam-se a publicação do IPCA-15 de julho, que pode mostrar ligeira deflação na comparação mensal, e as principais estatísticas do mercado de trabalho, como o CAGED e a PNAD Contínua, que devem revelar informações sobre o emprego e a taxa de desocupação no Brasil. As contas externas e a concessão de crédito em junho também serão objeto de análise, bem como a divulgação da arrecadação tributária federal e o resultado primário do governo central, que devem apresentar informações sobre o desempenho fiscal do país. Ademais, a nota de política fiscal do Banco Central será aguardada para indicar as perspectivas do setor público consolidado e da dívida pública.
FONTE: https://conteudos.xpi.com.br/morning-call
Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
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