Resumo da semana 07 a 14/04

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Panorama de Mercado

 

No Brasil, a inflação de março alivia, mas preocupações persistem

A inflação, medida pelo IPCA, apresentou um aumento de 0,16% em março, resultando em uma redução no acumulado dos últimos doze meses, que passou de 4,50% para 3,93%. Este resultado traz um alívio imediato, especialmente considerando os meses anteriores de alerta em relação aos preços dos serviços. A estabilização dos chamados “serviços subjacentes”, que excluem itens com preços mais voláteis como passagens aéreas, é um sinal positivo após um período de alta.

Apesar dessa estabilidade, as preocupações com a inflação no decorrer do ano permanecem. O aquecimento da demanda interna, que impulsiona os preços dos serviços, pode limitar a queda da inflação para a meta de 3,0%. Nossa projeção para o IPCA deste ano permanece em 3,5%, porém com crescentes incertezas. Para 2025, esperamos uma aceleração para 4,0%.

 

Governo discute ajustes na meta fiscal para 2025

O governo está avaliando a possibilidade de reduzir a meta fiscal para 2025. Inicialmente prevista para alcançar um superávit de 0,5% do PIB, a nova proposta considera um resultado entre 0,0% e 0,25%. A intenção é tornar a meta mais factível diante do desafio de aumentar a arrecadação no próximo ano. Os detalhes dessa mudança serão anunciados no Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, a ser apresentado na segunda-feira, dia 15 de abril.

 

Vendas no varejo surpreendem, mas serviços decepcionam

As vendas no varejo registraram um crescimento de 1,2% em fevereiro, superando as expectativas do mercado e destacando a vigorosa dinâmica do consumo no curto prazo. O consumo pessoal mantém uma tendência sólida de alta, impulsionado pela renda real disponível às famílias, que continua crescendo de forma consistente. Além disso, as concessões de crédito estão em ascensão, influenciadas pelas reduções das taxas de juros e de inadimplência.

Por outro lado, o setor de serviços apresentou um recuo de 0,9% em fevereiro, abaixo das expectativas. Embora a categoria “Serviços Prestados às Famílias” tenha retomado o crescimento, refletindo o aumento da renda, este resultado reduz o otimismo em relação ao crescimento econômico para este ano. Projetamos um crescimento de 2,0% para o PIB em 2024.

 

Mercados

Os mercados globais encerraram a semana em queda, refletindo as preocupações com os juros nos Estados Unidos e as tensões geopolíticas.

O Ibovespa fechou em baixa, atingindo 125.946 pontos, o menor patamar desde dezembro, com uma queda de 0,7% em reais e 2,0% em dólares.

O dólar também teve uma tendência de alta, fechando a R$5,12, o maior valor em seis meses.

Destaque para a inflação ao consumidor nos EUA, que superou as expectativas, impactando as projeções de corte de juros americanos.

Na Bolsa, as maiores altas foram, JBS (JBSS3; +4,0%) devido ao arquivamento de denúncias do TCU contra o BNDES a respeito da compra de ações da JBS, e Petrobras (PETR3, +3,2%; PETR4, +2,2%)  repercutindo notícias apontarem a permanência do CEO da estatal no cargo. Enquanto CVC (CVCB3; -18,0%) após anunciar troca do CFO da companhia; e Azul(AZUL4; -13,9%), em razão de uma combinação de queda no preço das passagens aéreas apontada pelo IPCA, e a alta do dólar.

 

Cenário internacional

 

A inflação nos EUA mostra resistência, o que levanta dúvidas sobre os cortes de juros. Os números recentes praticamente eliminam a possibilidade de um corte em junho, com projeções de redução da taxa de referência do Fed a partir de julho.

O Banco Central Europeu manteve as taxas de juros, mas a expectativa é de um possível início de flexibilização na próxima reunião.

A desvalorização do euro em relação ao dólar é impulsionada pela perspectiva de cortes de juros na Europa e pela postura conservadora do Fed.

Na China, a inflação permanece baixa, refletindo uma economia que responde pouco aos estímulos do governo.

 

O que esperar para essa semana?

Destaque para os indicadores de atividade na China, os índices de preços ao consumidor em várias economias e os discursos dos bancos centrais dos EUA e da zona do euro. No Brasil, o destaque será o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) de 2025, além do IBC-Br.

 

Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
4traderinvest.com.br
41 9 9890 9119

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