Panorama de Mercado

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Sentimento de Mercado em Pessimismo Extremo: Uma Radiografia do Cenário Atual

O índice de sentimento de mercado da XP, que consolida sete indicadores técnicos, atingiu níveis próximos ao extremo pessimismo. Historicamente, o indicador tem se mostrado um termômetro contrário eficaz, marcando otimismo extremo em períodos de alta e pessimismo em momentos de baixa, como em junho deste ano. Após o mais recente movimento de queda na Bolsa, o indicador voltou a registrar sinais claros de apreensão no mercado.

Pesquisas Reforçam o Cenário de Cautela

A pesquisa com assessores da XP revelou que 40% dos clientes planejam reduzir sua exposição a ações, o que representa um aumento de 22 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Por outro lado, apenas 11% demonstram intenção de aumentar sua alocação em renda variável. A percepção média sobre a Bolsa também recuou de 5,5 para 4,9, numa escala de 0 a 10, alcançando nova mínima histórica. A renda fixa segue como a classe de ativos mais procurada, com 85% de preferência, enquanto ações registraram uma queda significativa no interesse, agora com apenas 18%.

Entre os investidores institucionais, o cenário é menos drástico, mas ainda prudente: 60% pretendem manter a exposição atual em ações nos próximos meses, enquanto 27% sinalizam aumento e 13% consideram reduzi-la. As preferências recaem sobre empresas com forte geração de caixa e baixa alavancagem.

Desafios Macroeconômicos e Seus Impactos no Mercado

O pessimismo dos investidores reflete as condições econômicas adversas. A desvalorização de 26% do real neste ano, a Selic projetada em 16% e a persistência de uma inflação elevada compõem um ambiente desafiador. O Ibovespa, pressionado pelo cenário doméstico, acumula queda de 7,4% em reais e 25,3% em dólares em 2024. Desde novembro, o índice caiu 3,1% em reais e 7,2% em dólares, com desempenho negativo continuando em dezembro.

O pacote fiscal anunciado pelo governo em novembro gerou ainda mais apreensão. Desde o anúncio, o Credit Default Swap (CDS), que é a nota de risco do país, brasileiro subiu 13 pontos-base, atingindo 173 bps, próximo ao pico do ano. A curva de juros também sofreu abertura significativa, com o contrato DI de janeiro de 2034 subindo 118 bps no último mês.

Destaques Semanais e Perspectivas Globais

Na semana, o Ibovespa fechou em queda de 1,4% em reais e 1,3% em dólares, aos 118.533 pontos. O cenário global trouxe sinais mistos: nos EUA, o presidente da Câmara dos Deputados foi eleito em meio a uma votação apertada, enquanto na China, o governo anunciou medidas de estímulo econômico, incluindo a emissão de títulos públicos especiais para fomentar o consumo e o investimento.

Entre os destaques positivos no mercado doméstico, empresas do setor de petróleo, como PetroReconcavo e Petrobras, avançaram, beneficiadas pela alta de 3,3% no preço do petróleo. No campo negativo, Usiminas registrou queda de 8,3%, refletindo o recuo de 1% no preço do minério de ferro.

Conclusão: Um Mercado em Busca de Rumo

O mercado financeiro brasileiro enfrenta uma combinação desafiadora de riscos internos e incertezas globais. Embora os fundamentos de algumas empresas ainda sejam atrativos, a recuperação dependerá de catalisadores concretos, como avanços fiscais e estabilização monetária. Enquanto isso, o sentimento de cautela continua predominante, com investidores buscando refúgio em ativos de menor risco, como a renda fixa, até que o horizonte de incertezas se clareie.

Fonte: https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/resumo-semanal-da-bolsa-ibovespa-comeca-2025-em-queda/
https://conteudos.xpi.com.br/colunas/sunday-xpresso/xpresso-sentimento-com-a-bolsa-brasileira-chegando-em-niveis-extremos-de-pessimismo/

Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
4traderinvest.com.br
41 9 9890 9119

 

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