Panorama de Mercado

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Inflação Surpreende para Baixo em Abril, mas Preocupações Persistem para 2025

A prévia da inflação de abril, medida pelo IPCA-15, registrou uma surpresa para baixo, atingindo 0,21%, abaixo das expectativas de mercado. Embora esse alívio ofereça um respiro de curto prazo, as projeções para a inflação em 2025 continuam a preocupar, com revisões ascendentes devido ao baixo nível de desemprego, o dólar valorizado e incertezas fiscais e externas. Segundo o boletim Focus desta semana, as estimativas indicam uma inflação de 3,60% para o próximo ano, marcando o terceiro aumento consecutivo e se distanciando da meta de 3,0% estabelecida pelo Banco Central. Caso essas projeções se afastem ainda mais da meta, as futuras decisões sobre a taxa de juros podem ser influenciadas.

Gabriel Galípolo, diretor do Banco Central, destacou que a política monetária não deve reagir às flutuações de curto prazo. Isso sugere que pode ser prematuro antecipar uma desaceleração no ritmo de redução da taxa de juros na próxima reunião do Copom. O presidente do Bacen Roberto Campos, durante as reuniões de primavera do FMI, indicou uma postura semelhante, sugerindo uma abordagem mais cautelosa em meio ao aumento da incerteza econômica

Dólar Recua para Cerca de R$5,10 Após Semana de Inflação Favorável

Após uma semana marcada por uma série de fatores domésticos e externos, o dólar apresentou um ajuste para níveis mais baixos, encerrando a semana em torno de R$5,10. Esse movimento representa um alívio após o estresse observado na semana anterior.

Dividendos da Petrobras e Suspensão da Desoneração da Folha de Pagamentos Impactam as Contas Públicas

O Conselho de Administração da Petrobras decidiu pelo pagamento de 50% dos dividendos extraordinários retidos, enquanto a outra metade recebeu aval para distribuição no segundo semestre deste ano, totalizando cerca de R$ 12 bilhões adicionais para o governo. Paralelamente, a suspensão da desoneração da folha de pagamentos para 17 setores da economia e municípios, em decisão liminar do ministro do STF Cristiano Zanin, pode gerar um ganho arrecadatório de até R$16 bilhões neste ano, caso a liminar seja confirmada.

Arrecadação Abaixo do Esperado Ameaça Meta Fiscal

A arrecadação federal de março, embora tenha apresentado um crescimento real de 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior, ficou aquém do necessário para atingir a meta de resultado primário. Se essa tendência persistir, o governo enfrentará desafios para cumprir suas metas fiscais, mesmo com as medidas positivas recentes.

Aprovação do Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) e Regulamentação da Reforma Tributária

A Câmara dos Deputados aprovou o Perse, que prevê a renúncia fiscal de até R$ 15 bilhões pelo governo. Esta medida, somada à regulamentação da reforma tributária, traz implicações significativas para as contas públicas e o cenário econômico do país

Cenário Internacional

Desaceleração Gradual da Economia dos EUA Reforça Postura Cautelosa do Fed

O PIB dos Estados Unidos cresceu 1,6% no primeiro trimestre de 2024, abaixo das expectativas, refletindo uma desaceleração gradual da atividade econômica. A inflação permanece pressionada acima da meta, mas dentro do esperado, evidenciando a necessidade de uma postura cautelosa por parte do Fed em relação à política monetária.

Estabilidade do Yuan Chinês e Volatilidade do Petróleo Brent

O Banco Central Chinês manteve suas taxas de juros de referência inalteradas para conter a depreciação do yuan. Enquanto isso, os futuros do petróleo Brent voltaram a se aproximar de US$ 90 por barril, impulsionados pelas tensões geopolíticas no Oriente Médio e pela redução dos estoques de petróleo bruto nos EUA.

Bolsas

Na Bolsa, o Ibovespa teve uma semana positiva, subindo 1,1% em reais e +2,8% em dólares, fechando em 126.526 pontos. Isso aconteceu depois de três semanas seguidas de perdas, marcando a primeira semana positiva do mês.

No cenário global, os dados econômicos dos EUA foram o destaque, com a prévia do PIB do primeiro trimestre de 2024 abaixo do esperado na quinta-feira. Mas como PCE divulgado na sexta-feira veio de acordo com o esperado, impulsionou os mercados.

No mercado interno, o IPCA-15 ficou abaixo do esperado na sexta-feira, aumentando o otimismo em relação a possíveis cortes de juros. Por outro lado, o setor de Mineração enfrentou desafios devido a preços mais baixos do minério de ferro.

Durante a semana, os destaques positivos foram os papéis de empresas educacionais como YDUQ3 (+11,0%) e COGN3 (+10,2%), após um banco de investimento aumentar a recomendação desses papéis para compra. Outro destaque foi a Petrobras (PETR3, +5,1%; PETR4, +5,0%), que anunciou a distribuição de dividendos extraordinários.

No lado negativo, Usiminas (USIM5, -17,9%) teve um desempenho ruim após reportar resultados do primeiro trimestre de 2024 abaixo do esperado. Casas Bahia (BHIA3, -12,5%) também sofreu com uma abertura na curva de juros devido a dados econômicos negativos.

Fonte: https://conteudos.xpi.com.br/economia/economia-em-destaque-brasil-e-estados-unidos-desafiados-por-inflacao-resistente/
https://conteudos.xpi.com.br/acoes/relatorios/ibovespa-tem-a-primeira-semana-positiva-de-abril/

 

Mateus H. Passero
Assessor de investimentos
4traderinvest.com.br
41 9 9890 9119

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