Banco Central Adota Tom Mais Duro
Em diferentes eventos, os diretores do Banco Central reafirmaram seu compromisso firme com a meta de inflação, em linha com as declarações da semana anterior. Gabriel Galípolo, diretor de política monetária, destacou que a possibilidade de elevação da taxa Selic “está na mesa”, refletindo o tom mais cauteloso. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também reforçou que a autoridade monetária fará o que for necessário para atingir a meta inflacionária.
Apesar do dólar ter recuado para R$ 5,50, a preocupação com o aumento das expectativas inflacionárias e a robustez da atividade econômica continua. Nossa projeção de uma taxa Selic estável em 10,50% permanece, mas com tendência de alta.
Indicação do Novo Presidente do Banco Central Pode Ser Antecipada
O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou que a indicação para o próximo presidente do Banco Central deve ocorrer nas próximas semanas. O objetivo é nomear o novo líder antes das eleições municipais de outubro. Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária, é o nome mais cotado para suceder Roberto Campos Neto, cujo mandato termina em dezembro.
Desoneração da Folha de Pagamentos Avança no Congresso
O Senado apresentou um parecer sobre a desoneração da folha de pagamentos de 17 setores e municípios. A proposta foi mantida, mas com uma redução gradual do benefício até 2028, o que trouxe um impacto positivo para o arcabouço fiscal a médio prazo. Para compensar a desoneração, a proposta inclui novas fontes de receita, como a atualização de bens no imposto de renda, repatriação de recursos no exterior, elevação da alíquota de IRRF sobre juros sobre capital próprio, entre outras. Essas medidas devem gerar um impacto de R$ 20,3 bilhões, um valor inferior ao necessário (R$ 26,3 bilhões), mas que ajudará a compensar parcialmente as perdas decorrentes da desoneração.
Renegociação da Dívida dos Estados Avança no Senado
O Senado aprovou um novo projeto de lei que oferece aos estados uma alternativa para a renegociação de suas dívidas com a União, que somam mais de R$ 700 bilhões, principalmente de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A proposta prevê a possibilidade de abatimento dos juros da dívida por meio da entrega de ativos, investimentos em áreas como educação e segurança pública, e a aplicação de recursos em um fundo de equalização a ser criado. O projeto segue agora para a Câmara dos Deputados.
Setor de Serviços e Varejo Mostram Força no 2º Trimestre
O setor de serviços cresceu 1,7% em junho comparado a maio e 0,7% no 2º trimestre em relação ao 1º, superando as expectativas. Já o varejo ampliado cresceu 0,4% em junho, abaixo da expectativa de 1,5%, mas registrou um aumento de 0,3% no 2º trimestre. Com o mercado de trabalho aquecido e a expansão da renda real, espera-se que o consumo continue crescendo nos próximos meses. Nossa projeção para o PIB de 2024, atualmente em 2,2%, tem viés de alta.
Ibovespa Bate Recorde na Semana
O Ibovespa subiu 2,6% em reais e 3,3% em dólares, fechando em 133.953 pontos, alcançando sua máxima histórica na quinta-feira. Globalmente, a redução das preocupações com a economia americana, após a divulgação de dados de inflação, diminuiu os temores de uma recessão. No Brasil, as declarações mais duras de membros do Copom indicaram a possibilidade de elevação da Selic, se necessário, o que levou à abertura das taxas curtas, apesar do fechamento das longas.
Durante a temporada de balanços do 2T24, 38% das empresas cobertas superaram as expectativas de EBITDA, 41% ficaram em linha e 21% abaixo do esperado. O destaque positivo foi o IRB (IRBR3, +52,4%), enquanto a Natura (NTCO3, -16,3%) foi o destaque negativo, após a divulgação de resultados e o anúncio do pedido de recuperação judicial de sua subsidiária Avon International.