Promovida pela prefeitura, por meio da secretaria de agricultura, a tarde de palestras e informações reuniu autoridades, produtores, representantes de empresas, sindicatos e entidades que atuam na defesa da cadeia produtiva de tabaco. O evento aconteceu na propriedade de Alexandre Konig, em Colônia Velha.
Principal fonte de receita do município, o cultivo do tabaco garante renda para cerca de dois mil produtores em Irineópolis. De acordo com dados da secretaria de Agricultura, em 2016 o faturamento total desta atividade chegou a R$51 milhões. Mesmo com o Brasil sendo o segundo maior produtor de tabaco do mundo, a criação de novos tributos e leis antitabagistas no País têm preocupado as mais de 160 mil famílias da região sul que tiram seu sustento do setor fumageiro.
Integrante da comitiva que defendeu os produtores em Brasília durante audiência realizada nesta semana, o prefeito Juliano Pozzi Pereira, que também é vice-presidente em Santa Catarina da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), abriu a tarde de palestras falando sobre a importância de sensibilizar o congresso nacional para a realidade social do tabaco, ou seja, a geração de emprego e renda às muitas famílias que dedicam-se a esta atividade. “Dos políticos que estão em Brasília, são poucos os que conhecem o benefício que o cultivo do tabaco traz para as pequenas propriedades. Estivemos lá juntamente com oito prefeitos em uma audiência pública que discutiu a criação de mais um imposto sobre a cultura do tabaco. Nosso papel é defender vocês”, afirmou Pereira.
O prefeito comentou ainda sobre projetos que tramitam no congresso e de alguma forma, buscam cercear o plantio de tabaco. A justificativa das proposições é a obtenção de recursos para a saúde, mas para cidades como Irineópolis e aquelas que tem na fumicultura mais 50% de sua receita, a queda na produção impacta negativamente em diversas áreas, entre elas a saúde. “Se diminuir o plantio, diminui o movimento econômico e, com isso, automaticamente diminuem os impostos que voltam para o município, como por exemplo, o ICMS. Se baixam os impostos, reduz também o dinheiro que o município tem para aplicar na saúde”, explicou o prefeito, argumentando ainda que se os agricultores não tiverem a opção da fumicultura na região, buscarão oportunidades de trabalho em outras cidades. “Tendo êxodo, diminui o número de habitantes e, com isso, diminui o repasse que vem do governo federal, o Fundo de Participação dos Municípios, diminuindo também os recursos da saúde”, enfatizou.
A importância socioeconômica do tabaco no município também foi comentada pelo secretário de Agricultura, Eraldo Konkol, que apresentou dados da Afubra, IBGE e prefeitura sobre a produção em Irineópolis. O secretário também chamou a atenção para o preenchimento correto das notas de produtor rural e falou ainda sobre programa que deverá ser implantado no município para orientar sobre uso e manejo adequado do solo, buscando a preservação das estradas rurais.
O presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Benício Antônio Werner, falou sobre a instituição e também expôs informações sobre o seguro oferecido pela Afubra aos produtores de tabaco. Werner apresentou ainda dados sobre o mercado no setor fumageiro. Já o representante do Sindicato das Indústrias do Tabaco (Sinditabaco) fez uma explanação sobre a lei da integração, novas regras e organização da cadeia produtiva do tabaco.
Consultor da Amprotabaco, o ex-prefeito do município de Dom Feliciano (RS), Dalvi Soares de Freitas reiterou as palavras do prefeito Juliano Pozzi Pereira, ressaltando o importante papel que a associação dos municípios produtores de tabaco exerce, disseminando informações e representando todos os envolvidos na cadeia produtiva de tabaco.