Foram concluídos no dia 30 de julho os estudos finais de um projeto que visa demonstrar a viabilidade da instalação de uma agroindústria de laticínios no Planalto Norte Catarinense. O estudo, que incluiu projeto técnico, financeiro e análise de mercado, foi realizado através de consórcio de duas empresas de consultoria, uma paulista e outra catarinense, contratadas pela Epagri através do Programa Planorte Leite, com recursos oriundos do Programa SC Rural/Banco Mundial. A demanda pelo estudo surgiu devido à importância da produção de leite na região e também para consolidar as ações do Programa Planorte Leite, criado em 2012 para incentivar a melhoria e aumento da produção da bacia leiteria do Planalto Norte.
O gerente Regional da Epagri de Canoinhas, engenheiro agrônomo Donato João Noernberg, destaca que o plano de ação apresentado pelas empresas demonstrou que, com a viabilização de instalação do empreendimento, pretende-se agregar valor ao leite cru produzido na região, uma vez que atualmente a maior parte da produção do Planalto Norte abastece grandes indústrias localizadas no litoral e oeste catarinense, além do sul do Paraná, percorrendo distâncias de até 300 km das propriedades leiteiras.
O coordenador Regional de Pecuária da Epagri no Planalto Norte, engenheiro agrônomo Waldemiro Sudoski, explica que a análise demonstrou ainda a importância do mercado lácteo para a região, uma vez que dos 84,4 milhões de litros de leite cru produzidos anualmente no Planalto Norte, em média 20 milhões de litros são destinados ao consumo na forma UHT e/ou pasteurizado e aproximadamente 7,3 milhões de quilos são consumidos na forma de derivados lácteos, como iogurtes, manteigas, queijos, bebidas lácteas, creme de leite, nata, etc., que necessitam em média 5 a 10 litros de leite para produzir 1 quilo.
“Com isso conclui-se que o leite produzido na região é inferior ao volume consumido. Contudo, nossa região está localizada próxima a outros grandes centros populacionais como Joinville, Itajaí e Florianópolis, com população estimada em 2,3 milhões de habitantes, podendo-se assim projetar o grande mercado potencial existente”, destaca Sudoski.
O próximo passo que o grupo gestor planeja, é tornar público o projeto através de reuniões locais com produtores, associações, cooperativas, prefeituras e empresários, com o objetivo de apresentar os produtos lácteos sugeridos, a projeção técnico-econômica das instalações e quais os possíveis mercados a atingir. Com isso pretende-se incentivar a criação de uma cooperativa de produtores que tenha como negócio principal a agregação de valor através do processamento do leite.