Depois de ficar abandonada em administração anterior, Fricesp ganha nova função para o desenvolvimento de emprego e renda

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O Prefeito Santin Roveda assinou na quinta-feira, 29, um Termo de Concessão do espaço do Parque de Exposição Jaime Ernesto Bertaso, localizado na BR 153, para a Rede Iguaçu Atacadista de Alimentos Ltda. Neste mesmo local, ocorria todos anos, exposição de máquinas agrícolas, artesanato e produtos regionais – portas e janelas, por exemplo. Na Feira de Sabores, evento paralelo e promovido no mesmo ambiente, eram comercializados os produtos coloniais, e tendo como nome Feira Regional de Indústria, Comércio e Serviços Públicos, que mais tarde acabou batizando novamente este espaço de Fricesp.

A Rede Iguaçu Atacadista de Alimentos Ltda, vai poder utilizar o local por 15 anos, e a Rede conta com 29 supermercados em 18 cidades de toda a região e irá implantar no local o seu Centro de Distribuição de Alimentos e futuramente deverá implantar a venda de horti-frutis em parceria com o projeto HF de Agricultura Familiar.

Roveda, que fala da importância de estar sendo dado a Concessão do Parque de Exposição para uma empresa assumir e gerar em prol, renda e valorizando a economia local e regional.

“Sou um dos prefeitos mais assim realizados no Paraná. A gente que pegou uma União da Vitória completamente abandonada, depreciada, sem menor cuidado com qualquer situação e estrutura pública, tudo com descuido. Assustou até a gente quando assumimos mas conseguimos recuperar a praça, estamos fazendo quase cinquenta quilômetros de asfalto, recuperamos as praças Expedicionário, Coronel Amazonas, reformamos escolas, postos de saúde, estruturamos a UPA que está com a estrutura de um mini hospital. Então, fizemos muitas coisas boas, mas eu, como empreendedor, vendo essa estrutura da Fricesp sempre quis, trabalhei e busquei para ter uma renovação aqui. Aqui teve seus bons tempos de parque de exposição, de shows, mas esse tempo passou, a prefeitura não tem condição de tocar uma estrutura desse tamanho aqui e ficar mantendo. A gente fez uma complexa licitação e quem foi o vencedor foi um grupo de supermercadistas da nossa região, que se uniram, fizeram um grande grupo que vão fazer aqui um centro de distribuição dos seus produtos e também grande Ceasa a média – longo prazo. Nós temos projeto HF, que pode contribuir, nós temos os produtores da nossa região, que são fortes”, explicou o Prefeito Santin.

Segundo o prefeito a sua administração pensa no município não só no agora e no imediatismo, mas também a médio e a longo prazo com as ações que são e estão sendo realizadas. “Mostramos para todos o nosso empenho, o nosso trabalho, a nossa postura técnica para fazer acontecer. Então, a gente não está aqui fazendo o tempo passar, a gente está aqui tentando deixar um legado e mostrar que União da Vitória é sim a terra de geração de emprego, de grandes oportunidades”, enaltece.

O ex-presidente e atual tesoureiro da Rede Iguaçu Atacadista de Alimentos Ltda, Solimar Haiduk, fala sobre como será utilizado o espaço e de como será feito o trabalho de recuperar o local, para o novo empreendimento.

“Esse projeto existe há quase dez anos. Tudo iniciou dentro da Associação Empresarial de Porto União (ACIPU), em conjunto com União da Vitória, onde iniciamos com um núcleo de supermercado, depois foi transforado numa associação e em seguida num atacado de distribuição de produto”, disse.

Ele explica como funciona essa rede, “ compramos da indústria em conjunto e distribuímos para os associados. Iniciamos com onze e hoje estamos com vinte e nove e tem mais empresas ainda que querem fazer parte do grupo, só que nós tínhamos um problema de espaço físico e a gente já vinha buscando há um ano, um local adequado que que desse para adequar melhor a empresa e não conseguimos êxito tanto em Porto União como União da Vitória. Quando a prefeitura lançou o edital, a gente procurou e viu que tínhamos condições de se enquadrar dentro do edital e a participamos. Então, hoje é uma data importante, porque é assinatura da concessão e é onde a gente está colocando em prática os nossos sonhos. Esse espaço será um centro de distribuição. Compramos das indústrias, o caminhão vem descarrega aqui, a gente refatura e manda para as empresas que é onde a gente tem uma parceria com uma distribuidora que vai distribuir com os caminhões menores nos supermercados das cidades”, explica Solimar.

Segundo ele a primeira reforma será no telhado e em seguida de readequação. Posteriormente será a adequação da energia elétrica e água. “A questão de limpeza e pintura vem em seguida, acreditamos que em três meses poderemos já estar em funcionamento. Talvez demore um pouquinho mais, tendo em vista que algumas empresas que já vieram fazer levantamento e já nos sinalizaram que tem falta de material, mas nossa vontade é de começar logo”, completa.

Projeto HF

Um projeto iniciado pelo Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná-Iapar-Emater (IDR-Paraná) possibilitou que, em apenas quatro anos, hortifrutigranjeiros de dez municípios da região de União da Vitória dessem um salto na profissionalização do negócio e na garantia de clientela o ano todo. Em alguns casos, a renda dos produtores aumentou em dez vezes.

“Nós sabíamos que existia a vontade dos consumidores adquirirem produtos da região, que os produtores precisavam de um mercado mais estável e que os compradores queriam produtos de qualidade”, afirmou o extensionista José Eustáquio Pereira. Mas os produtores não tinham pleno conhecimento da atividade, não identificavam os compradores e tampouco o comércio regional sabia o que era produzido.

Depois de um levantamento de informações e do envolvimento de 78 diferentes instituições, o IDR-Paraná colocou em prática o Projeto HF, de hortifrúti. A partir dele, cresceu o uso de tecnologia nas lavouras, assim como a produção de alimentos agroecológicos e orgânicos, e os clientes tomaram conhecimento e interessaram-se pela compra. A renda dos produtores também aumentou e, ainda este ano, haverá um centro virtual de comercialização.

O princípio do projeto era que todos os segmentos do setor deveriam receber atenção. “Criamos um plano para o setor produtivo com a assistência técnica, foi construída uma agroindústria em Cruz Machado e fizemos um plano de marketing para informar sobre a produção”, disse Pereira. Foi instituído, inclusive, um programa de desconto de IPTU para o comerciante que adquirisse produtos da região e comprovasse a compra com nota.

MARCA HF

Os técnicos do IDR-Paraná capacitaram os produtores para melhorar a qualidade dos hortifrútis. Atualmente, 62 estão ativos no projeto e outros 112, cadastrados a participar. Pelo lado do comércio, o projeto reúne 59 empresas comprometidas com a venda e com a divulgação da marca HF.

Para o produtor, a ampliação do mercado trouxe mais renda. Antes, muitos dependiam do mercado institucional, basicamente a merenda escolar, que era reduzida em período de férias. Agora eles têm mercado contínuo. As famílias do projeto entregam, aproximadamente, 500 quilos de hortifrútis por semana.

“A renda média per capita passou de R$ 400 para R$ 4,5 mil mensais e tem agricultor que ganha bem mais”, destacou Pereira. “Os mercados também aumentaram em 400% as vendas dos produtos com a marca HF.” Isso se refletiu na propriedade, com melhoria das moradias e mais investimentos, como sistemas de irrigação e estufas.

Segundo o extensionista, a modernização das práticas agrícolas é notória. Muitos produtores estão implantando sistemas de hidroponia. Há outros que são orientados por técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) a controlar o uso de agrotóxicos. Outros 25 agricultores já têm a certificação para produção orgânica, enquanto um grupo está em fase de conversão.

Sob orientação dos extensionistas, produtores e compradores participaram de rodadas de negociação. Com o objetivo de manter o equilíbrio, os preços da Ceasa foram usados como ponto de partida.

O Projeto HF mudou a mentalidade do produtor e dos comerciantes. “Antes o produtor só vendia para os mercados locais quando o preço estava muito bom. Agora ele estabeleceu uma relação de confiança com os compradores e tem o compromisso de manter o abastecimento”, disse Pereira. “Queremos que influencie o mercado, oferecendo produto de qualidade.”

Segundo o extensionista, até agora os produtores não sofreram prejuízos em razão da pandemia. “As entregas não sofreram muito impacto e tudo está sendo feito conforme os protocolos de segurança”, garantiu.

A próxima etapa do projeto é lançar um site para vendas eletrônicas. Para isso, foi firmada parceria com o Instituto Federal do Paraná, Campus de União da Vitória, que desenvolve a plataforma. Pereira crê no crescimento do projeto, com a comercialização sendo feita em grupo e a adesão de agricultores que hoje se dedicam à cultura do fumo.

“A indústria fumageira está diminuindo a demanda e hoje conseguimos provar que as hortaliças são muito mais vantajosas, pois um pé de alface rende 14 vezes mais que um pé de fumo”, afirmou. Além disso, a Cooperativa Cresol contratou um agrônomo que dará assistência técnica a um grupo de produtores.

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