A Estação Experimental da Epagri em Lages (EEL) licenciou o cultivar de forrageira Lotus uliginosus SCS313 Serrano para comercialização em diversos países, como Uruguai, Argentina, Nova Zelândia, Austrália, África do Sul, além da Europa. O licenciamento se deu por acordo entre a Epagri e a PGW Sementes Brasil Ltda. Está é a primeira forrageira da Epagri licenciada para o exterior.
O Lotus uliginosus SCS313 Serrano é uma leguminosa perene de clima temperado, ou seja, indicado para a estação fria. É recomendado para melhoramento de campo nativo e pastagem cultivada. A tecnologia foi apresentada em outubro no principal evento de pastagens no Uruguai, o Pasturas 2020.
Foram necessários cerca de 20 anos de pesquisas para desenvolver o cultivar, a partir de material proveniente da Nova Zelândia denominado Maku. “Esse processo de seleção se caracterizou por selecionar genótipos de baixa exigência em fertilidade e com grande capacidade de produção de sementes, pois este é o principal entrave para o cultivo de forrageiras da espécie Lotus uliginosus”, explica o gerente da EEL, pesquisador Ulisses de Arruda Córdova.
A PGW Sementes avaliou o cultivar por cinco ano no Uruguai e na Nova Zelândia. Após esse período, constatou que o SCS313 Serrano é o único capaz de produzir sementes com viabilidade comercial para disponibilizar aos produtores de diversos países.
O cultivar possui características importantes para a pecuária. É estolonífera, o que significa que é indicada para solos com risco de erosão e que se propaga com facilidade através de colmos que enraízam rente ao chão. Também tem sistema de raízes robusto, fixa nitrogênio atmosférico, é tolerante à acidez do solo, além de ser pouco exigente em fósforo, o que o difere da maioria das leguminosas. Prefere solos úmidos e é muito tolerante ao sombreamento. Não provoca timpanismo, que é um distúrbio por acúmulo anormal de gases no estômago do animal que pode levar à morte, e está adaptado às condições de Santa Catarina.
O SCS313 Serrano pode ser consorciado, preferencialmente, com gramíneas e leguminosas perenes hibernais. Em cultivo isolado, recomenda-se usar três quilos de sementes por hectare, e dois quilos em consórcio, quando se cultiva juntamente com outras espécies forrageiras.
Conforme o contrato, as sementes deverão ser comercializadas pela licenciada sob sua correta denominação e associada ao uso da marca “Tecnologia Epagri” e da denominação do cultivar SCS, seguindo a identidade visual e requisitos legais disponibilizados pela Epagri. Também é obrigação da licenciada veicular a marca em todas as suas ações de promoção e comercialização das sementes, incluindo embalagens, folders, cartazes, banners, mala direta e portfólio de produtos, sejam eles eletrônicos ou impressos.
O contrato estabelece ainda que a PGW Sementes assume o compromisso de disponibilizar sementes no mercado brasileiro, o que deverá ocorrer já a partir do próximo ano.
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Ulisses de Arruda Córdova, gerente da EEL, pelo fone (49) 32896400
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Fonte: Governo de SC