Assassinato programado

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Na terça-feria tive que ir a Curitiba resolver alguns assuntos e me assustei na ida com a condição em que está o asfalto da BR-476, principalmente entre as cidades de São Mateus do Sul e Lapa.
Tanto que na ida um caminhão que ia na minha frente invadia ‘voluntariamente’ a pista contrária em curvas fechadas, criando risco para qualquer veículo que viesse em sentido contrário. Outros caminhões e automóveis também acabavam involuntariamente invadindo a pista contrária para tentar evitar um buraco, mas sempre criando situações de risco.
Pensei naquela situação e no que os responsáveis por aquele trecho (DNIT) estavam fazendo naquele momento.
Por uma infelicidade minha ao retornar pela mesma estrada, na mesma curva fechada aonde vi o caminhão invadir voluntariamente a pista contrário, havia acabado de acontecer um acidente. Dois veículos envolvidos, havia pouca sinalização, apenas um carro da polícia militar da Lapa e uma ambulância que haviam me ultrapassado momentos antes, iniciavam a sinalização do local. Uma família que estava em viagem de férias e presenciou o acidente tentava sinalizar a estrada com matos e piscando celulares para tentar evitar um novo acidente.
Parei também, uma mulher estava presa nas ferragens de um dos carros que estava completamente destruído, outro senhor dentro do outro carro, que segundo as testemunhas do acidente rodou após passar em um buraco na curva e acabou batendo a lateral do passageiro na frente do veículo conduzido pela mulher. Ambos estavam acordados.
Os policiais militares amparavam os dois e tentavam acalmar as vítimas enquanto os socorristas do corpo de bombeiros se preparavam para retirá-los dos automóveis.
Uma cena que choca qualquer um.
Só não choca os culpados por este acidente.
Como o empreiteiro que fez um asfalto de baixa qualidade e que após poucos anos de uso se desfaz com a chuva que caiu neste mês.
Bem como os políticos e funcionários públicos que receberam suas comissões para que aquele asfalto fosse feito com baixa qualidade.
Muito menos os responsáveis pela manutenção da estrada, que deveriam pelo menos sinalizar os locais mais críticos.
Enfim, a responsabilidade destes sobre aquelas vítimas é quase que um assassinato premeditado. E para quem for viajar por este trecho, tome cuidado.

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