Colheita de feijão em Irati. Foto: Gilson Abreu/AEN

Colheita de feijão avança no Paraná e a expectativa é de aumento na produção

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Assunto é tratado no boletim semanal elaborado por técnicos do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. O informativo também aborda fruticultura, milho e soja, trigo e bovinocultura de corte.

Até o fim da última semana, cerca de 4% dos 297 mil hectares cultivados na segunda safra de feijão 2022/2023 já haviam sido colhidos no Paraná e a expectativa é que sejam produzidas 592 mil toneladas. A área para esta segunda safra representa uma redução de 12% em relação ao ano passado, quando foram plantados 338 mil hectares. No entanto, a estimativa indica um aumento de 5,5% em relação à colheita registrada em 2022.

Este é um dos assuntos tratados pelos técnicos do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento (Seab), no Boletim de Conjuntura Agropecuária, referente à semana de 28 de abril a 4 de maio.

Segundo os técnicos, o clima tem favorecido a cultura do feijão até o momento, resultando em 90% das lavouras em boas condições e 10% em condições médias. Porém, os produtores estão preocupados com o comportamento climático nas próximas semanas, pois uma grande parte das lavouras ainda está suscetível, principalmente em relação a geadas.

Com a entrada da nova produção no mercado, os preços recebidos pelos agricultores começaram a baixar. Na última semana, o produtor recebeu em média R$ 350,00 pela saca de 60 kg de feijão tipo cores e R$ 260,00 pela saca de 60 kg de feijão preto. Segundo o Deral, além da oferta de nova safra, ainda existe uma pequena quantidade da primeira safra para ser comercializada.

FRUTICULTURA – O Departamento analisa também a produção de tangerinas. Em 2021 o Brasil colheu 1,1 milhão de toneladas em 55,4 mil hectares, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). São Paulo, principal fornecedor da fruta para o País, contribui com 30,8% do volume de tangerinas provenientes de seus pomares. O Paraná ocupa o 4º lugar na produção e Cerro Azul, no Vale do Ribeira, é o principal município ofertante da fruta no Brasil, respondendo por 9,2% da produção e 8,1% do Valor Bruto da Produção (VBP) nacional da fruta.

MILHO E SOJA – A colheita da soja atingiu nesta semana 99% da área e pode ser considerada encerrada. Com a produção recorde obtida observa-se dificuldades de escoamento e armazenamento. Os armazéns estão cheios e há uma super oferta de soja no mercado brasileiro. Com isso, a pressão sobre os preços é grande. O valor de comercialização da saca hoje é aproximadamente 30% menor do que no mesmo período do ano passado.

A colheita da primeira safra de milho 2022/23 atingiu 90% da área estimada de 385 mil hectares. O restante a colher está concentrado na região Sul do Estado. Já a segunda safra está 100% plantada e, de forma geral, apresenta bom desenvolvimento. No campo, 92% da área tem condição boa, enquanto somente 8% tem condição mediana.

TRIGO – O plantio de trigo continua avançando a contento no Paraná, dada a boa umidade do solo no Estado de maneira geral. Porém, os produtores estão cada vez mais preocupados com os preços, que recuaram novamente em abril. Em média, o produtor recebeu R$ 79,11 por saca, valor 9% inferior ao verificado no mês de março (R$ 87,37) e 16% menor que em abril de 2022 (R$ 93,73).

BOVINOCULTURA DE CORTE – Na análise do Deral, o mês de maio iniciou mantendo a tendência de queda estabelecida no mês anterior. Cotada a R$ 273,35, a arroba bovina apresentou queda de 8% nos últimos 30 dias, devido à falta de apetite dos frigoríficos no país e do valor mais baixo do dólar. O início de mês, quando o consumo costuma ser maior, também não foi o suficiente para impulsionar os preços, mas o Dia das Mães pode estimular um aumento na demanda e elevar, ainda que timidamente, os preços das carnes de forma geral.

PERUS E GENÉTICA AVÍCOLA – Segundo o Agrostat Brasil, no primeiro trimestre de 2023, a exportação nacional de carne de perus atingiu 15.805 toneladas, resultando num ingresso de divisas de US$ 43,953 milhões. No acumulado dos primeiros três meses de 2023, os principais estados exportadores e produtores foram, respectivamente, o Rio Grande do Sul (US$ 24,556 milhões e 7.237 toneladas), Santa Catarina (US$ 15,642 milhões e 6.039 toneladas) e Paraná (US$ 3,730 milhões e 2.525 toneladas).

O Boletim Agropecuário analisa, ainda, as exportações brasileiras de genética avícola, incluindo pintos de 1 dia e ovos férteis, que totalizaram 3,038 mil toneladas em março, superando em 93,7% o resultado registrado no mesmo mês de 2022, quando foram embarcadas 1,569 mil toneladas.

O Paraná é o maior produtor nacional de feijão-preto e um dos principais no cultivo de outras variedades do grão, que tem presença obrigatória no prato dos brasileiros. O Governo do Estado investiu no melhoramento genético para aumentar a rentabilidade do produto e a produtividade das lavouras. O trabalho é feito pelo Instituto Agronômico do Paraná (Iapar). São 39 cultivares já registradas, resultado de anos de pesquisas e cruzamentos genéticos. A mais recente, o feijão-preto IPR Urutau, foi lançada em abril, durante evento em Ponta Grossa. – 04/07/2019 – Foto: Divulgação Iapar
Colheita de feijão em Irati. Foto: Gilson Abreu/AEN
Mercado municipal de Curitiba – vários tipos de feijão expostos no mercado municipal do Curitiba – feijão branco – feijão preto – castanhas

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