Com a quarentena, uso de internet aumenta no país

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As plataformas tecnológicas vêm sendo muito utilizadas para minimizar o impacto da pandemia da Covid-19, em especial no isolamento social e distanciamento físico. O uso do celular para acessar a internet cresceu no Brasil. Os aparelhos são o principal meio de acesso à rede no País, usados por quase todos os brasileiros. As informações são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua – Tecnologia da Informação e Comunicação (PNAD Contínua TIC) 2018, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Até o ano passado, três em cada quatro brasileiros tinham acesso à internet e, entre eles, o celular era o equipamento mais usado. Entre 2017 e 2018, o percentual de pessoas de 10 anos ou mais que acessaram a internet pelo celular passou de 97% para 98,1%. O aparelho é usado tanto na área rural, por 97,9% daqueles que acessam a internet, quanto nas cidades, por 98,1%.

“A gente fez a investigação do acesso dos domicílios à internet por qualquer aparelho e viu que cresceu – 79,1% dos domicílios têm acesso à rede – e isso aumentou principalmente por meio do telefone celular”, diz a gerente da Pnad Contínua, Maria Lucia Vieira.

Os dados mostram que 79,3% dos brasileiros com 10 anos ou mais têm aparelhos celulares para uso pessoal, com ou sem internet. Esse percentual era 78,2% em 2017. No mesmo ano, 84,4% das pessoas com aparelhos móveis tinham também acesso à rede por meio deles. Esse índice aumentou para 88,5% em 2018.

Entre aqueles que não têm celular no Brasil, 28% alegam que o aparelho telefônico é caro; 24,2%, que falta interesse em ter o equipamento, 19,8%, que não sabem usar; e 16,6%,que costumam usar o celular de outra pessoa.

Enquanto o celular ganha espaço, outros equipamentos perdem. O uso de computadores caiu de 56,6% para 50,7% e de tablets, de 14,3% para 12% de 2017 para 2018.

Mensagens e vídeos

De acordo com o IBGE, 95,7% dos brasileiros que têm acesso à internet usam a rede para enviar ou receber mensagens de texto, voz ou imagens por aplicativos de mensagens, como o whatsApp, telegram, entre outros. O percentual se manteve mais ou menos o mesmo desde 2017, quando era 95,5%.

A maioria, 88,1%, também disse usar a internet para fazer ligações de voz ou vídeo. Esse índice aumentou em relação aos 83,8% de 2017.

Os filmes e as séries ganharam espaço. Aumentou o percentual daqueles que disseram acessar a internet para assistir a vídeos. Esse índice passou de 81,8% em 2017 para 86,1% em 2018. Por outro lado, o percentual de pessoas que acessaram a internet com a finalidade de enviar e receber e-mails apresentou queda, passando de 66,2% para 63,2%.

Junto com o gosto pelos vídeos vem também o aumento do acesso à internet pela televisão. “Um dado interessante é o crescimento do acesso à rede por meio das TVs e isso está alinhado com os motivos para acessar a internet. Uma das principais finalidades que as pessoas alegam, além de enviar e receber mensagens, é assistir a vídeos e séries”, diz Maria Lucia.

A pesquisa mostra que o percentual das pessoas que acessaram a internet pela TV aumentou de 16,3%, em 2017, para 23,1%, no ano passado.

Esta é a terceira vez que a (Pnad) compila dados sobre Tecnologia da Informação e Comunicação. Os dados referem-se ao quarto trimestre de 2018. A pesquisa trata do acesso à internet e à televisão nos domicílios particulares permanentes e do acesso à internet e à posse de telefone móvel celular para as pessoas de 10 anos ou mais de idade, o que equivale a um total de cerca de 181,9 milhões de pessoas.

Um em cada 4 brasileiros não têm acesso à internet, mostra pesquisa

Outro dado obtido pela pesquisa do IBGE, mostrou que uma em cada quatro pessoas no Brasil não tem acesso à internet. Em números totais, isso representa cerca de 46 milhões de brasileiros que não acessam a rede.

Os dados, que se referem aos três últimos meses de 2018, mostram ainda que o percentual de brasileiros com acesso à internet aumentou no país de 2017 para 2018, passando de 69,8% para 74,7%, mas que 25,3% ainda estão sem acesso. Em áreas rurais, o índice de pessoas sem acesso é ainda maior que nas cidades, chega a 53,5%. Em áreas urbanas é 20,6%.

Quase a metade das pessoas que não têm acesso à rede (41,6%) diz que o motivo para não acessar é não saber usar. Uma a cada três (34,6%) diz não ter interesse. Para 11,8% delas, o serviço de acesso à internet é caro e para 5,7%, o equipamento necessário para acessar a internet, como celular, laptop e tablet, é caro.

Sem serviço

Para 4,5% das pessoas em todo o país que não acessam a internet, o serviço não está disponível nos locais que frequentam. Ou seja, mesmo que queiram, não conseguem contratar um pacote de internet. Esse percentual é mais elevado na Região Norte, onde 13,8% daqueles que não acessam a internet não têm acesso ao serviço nos locais que frequentam. Na Região Sudeste, esse percentual é 1,9%.

“Então, talvez, para poder abranger, aumentar esse acesso à internet a toda a extensão do país, investir na questão da disponibilidade na Região Norte seja um caminho”, diz Maria Lucia.

A pesquisa aponta também desigualdades entre áreas rurais e urbanas. O percentual de moradores de áreas rurais que não utilizam a internet porque o serviço não está disponível é 12%, dez vezes maior que a da área urbana, 1,2%. Já o índice daqueles que dizem ser caro o equipamento necessário chega a 7,3% na área rural, enquanto nas cidades é 5%.

Entre 2017 e 2018, no entanto, tanto na área rural quanto na urbana o percentual de pessoas que utilizaram a internet cresceu. Passou de 74,8% para 79,4%, em áreas urbanas, e de 39% para 46,5%, em áreas rurais.

Internet em casa

O índice de domicílios com acesso à internet também aumentou entre 2017 e 2018, passando de 74,9% para 79,1%. “O crescimento mais acelerado da utilização da internet nos domicílios da área rural contribuiu para reduzir a grande diferença em relação aos da área urbana”, diz o texto. De 2017 para 2018, o percentual de domicílios em que a internet era utilizada passou de 80,2% para 83,8% em área urbana e de 41% para 49,2% na área rural.

Em relação à renda, nas casas onde havia acesso à internet, o rendimento médio por pessoa era R$ 1.769, quase o dobro do rendimento nas casas daqueles que não acessavam a rede, que era R$ 940.

Cuidados

Mas com o aumento do uso da internet também aumentou os golpes e infecção de vírus nos computadores, tablets e celulares. O Técnico de Informática (TI), Edilson Appel dá dicas e fala sobre os cuidados com o uso da internet.

Ele passou alguns cuidados para usar a rede como não se conectar em redes pública ou desconhecidas “pelo motivo que outras pessoas podem usar de má fé utilizando técnicas de engenharia social ou de softwares para capturar suas senhas e dados pessoais, sempre procure utilizar a rede de sua casa ou empresa, se estiver usando o celular pode se utilizar os dados móveis como uma opção segura”, comenta.

Segundo ele quando estamos utilizando a internet devemos tomar alguns cuidados como conferir se o site que está sendo acessado é legitimo e seguro “procure observar se ele possui protocolo HTTPS e certificado valido assim garante sua veracidade e proteção. Tenha extremamente cuidado quando for utilizar cartão de crédito ou outra forma de pagamentos, sempre procure usar em sites confiáveis e de boa reputação. Não deixe armazenados os dados de cartão em serviços online”, completa.

Outra dica é sobre armazenamento de arquivos e programas os chamados backups, “sempre procure realizar uma cópia de segurança de seus arquivos, deixando salvo em outro lugar fora de seu dispositivo. Um bom exemplo é backup em nuvem que garante que seu arquivo não seja perdido”, falou.

Sobre programa e aplicativos Appel orienta usar sempre utilizar software licenciado corretamente ou versão Open Source (software livre como Linux e editor de texto Libre office), “quando baixamos e instalamos software pirata, podemos estar instalando algo a mais, como vírus. Procure realizar o download do aplicativo no próprio site do fabricante, na hora da instalação leia o procedimento com atenção para garantir que não seja instalado nada a mais. Sempre desconfie de qualquer aplicativo ou programa que peça para você digitar senha ou alguma informação pessoal”, orienta.

Segundo ele muitas pessoas utilizam o celular para o acesso a internet, plataformas e aplicativos, para descobri se seu celular foi vítima de algum tipo vírus “basta ficar atendo nos seguintes detalhes. Janelas pop-up que abrem toda a hora oferecendo alguma propaganda; envio de mensagem desconhecidas via SMS, ou aplicativo de mensagem instantânea. Aplicativo que foi instalado sem o seu conhecimento ou superaquecimento e bateria acabando muito rápido. Isso pode significar que algum aplicativo está sendo executado em segundo plano”, afirma. Para tentar acabar com o problema deve utilizar antivírus no celular; a desinstalação e qualquer aplicativo que você não reconheça e manter o celular atualizado.

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