Vestibular dos Povos Indígenas: cresce procura por cursos da Unespar

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O Vestibular dos Povos Indígenas 2017 no estado do Paraná registrou um total de 727 inscrições. Dentre os inscritos, 21 escolheram como primeira opção os cursos ofertados pela Universidade Estadual do Paraná (Unespar). Esse dado representa um crescimento de 133,33% no interesse dos vestibulandos pela instituição, uma vez que no ano passado apenas 9 procuraram uma das vagas ofertadas.

Atualmente, existem na Unespar cinco alunos indígenas matriculadas em cursos nos campi de Apucarana, Campo Mourão, Curitiba II e Paranavaí. Neste ano, o vestibular está ofertando 42 vagas, sendo seis para cada uma das sete universidades que integram o sistema estadual de Ensino Superior. Além disso, disponibiliza outras 10 vagas específicas para a Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Conforme detalha a pró-reitora de Ensino de Graduação da Unespar, professora Maria Simone Jacomini Novak, essas vagas não pertencem a cotas dos cursos de graduação. As vagas são suplementares às que já são disponibilizadas por meio do tradicional vestibular e do Sistema de Seleção Unificada (SiSU).

Para o ingresso, os candidatos passam por prova oral, prova objetiva com cinco questões de cada disciplina do Ensino Médio e produção de redação. Neste ano, as provas serão aplicadas nos próximos dias 1 e 2 de outubro, no município de Pinhão.

 

Acesso diferenciado

O Paraná é pioneiro entre os estados brasileiros que possibilitam o acesso diferenciado de povos indígenas à universidade. A Lei Estadual 13.134/2001, por exemplo, determina a destinação de vagas nas universidades estaduais paranaenses para este público.

Os debates sobre o funcionamento do vestibular, a divulgação, o acompanhamento pedagógico, a sensibilização, o envolvimento da comunidade acadêmica e a busca por parcerias são responsabilidades da Comissão Universidade para Índios (CUIA). Segundo a representante da Unespar na comissão, professora Sidinalva Maria dos Santos Wawzyniak, o papel da Cuia não é interferir didaticamente, mas apoiar todo o processo.

Como explica Sidinalva, a principal finalidade dos indígenas na universidade é a inclusão social, atendendo a demanda da necessidade de formação profissional para trabalhar nas aldeias, cumprindo o papel dialogar entre os cursos e a população indígena. “O conhecimento que a Cuia tem sobre o tema ainda está em construção. Questões como interculturalidade, evasão dos acadêmicos indígenas e os impactos culturais para a pessoa e nas comunidades onde vivem ainda precisam ser amplamente debatidas”, argumenta.

 

Índios no Paraná

Dados da Fundação Nacional do Índio (Funai) apontam que a população indígena do Paraná está distribuída em 37 terras indígenas, totalizando um número de 15.552 pessoas. A etnia predominante nas comunidades do Paraná é a Kaingang. Os Guaranis respondem pela segunda maior população indígena do Estado, enquanto o levantamento expõem que os Xetá são representados apenas por 71 indivíduos e da etnia Xokleng são 17 membros vivendo na terra indígena Apucaraninha.

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