• Extração ilegal na Terra Indígena Cachoeira Seca, no Pará

Madeireira local é suspeita de extração ilegal de madeira

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A Polícia Federal cumpriu três mandados da Operação Anhangá Arara em Porto União, nesta quarta-feira, 04, ação investiga quadrilha que coordenava extração de madeiras nobres na Terra Indígena Cachoeira Seca, no Pará. As investigações chegaram a um grupo empresarial composto por familiares, sendo o patriarca o responsável pela coordenação da extração ilegal de madeira em áreas protegidas e por escoar a madeira para empresas do grupo.

Os suspeitos integrantes do grupo criminoso da madeireira local vão responder por desmatamento ilegal, associação criminosa e declaração ilegal de produto de exportação. Os nomes dos suspeitos envolvidos na investigação estão protegidos no processo e não foram divulgados.

A madeira ilegal era enviada ao exterior através dos portos de Belém, Santos, Paranaguá e Itajaí. O empresário do setor madeireiro de Porto União, foi localizado em Santarém (PA) em uma audiência no Ibama. O delegado Yuri Rodrigo de Oliveira, que coordenou as investigações, diz que o processo de “esquentar” a carga de madeira era feito antes da chegada a Santa Catarina. Para a polícia, no entanto, a madeireira que fazia a exportação sabia que se tratava de madeira ilegal. O principal produto de exportação era o ipê, que chegou a ser negociado pelo grupo por um valor 10 vezes menor do que o preço de mercado, de acordo com as investigações.

“A fraude se dava toda no início, não havia irregularidade (quando chegava a SC), exceto terem conhecimento de que, na origem, era ilegal. A madeira passava por uma empresa, que esquentava e transmitia para outra, que transmitia para outra”, afirma o delegado.

De Itajaí e outros portos a carga viajava em contêineres para diversos lugares no mundo. Os principais clientes são Estados Unidos, Panamá e Argentina, na América, França, Reino Unido e Alemanha, na Europa, Emirados Árabes e Coreia do Sul na Ásia.

Embora não tenha havido ilegalidade na liberação da madeira nos portos, já que a carga havia sido “esquentada” antes disso, a Polícia Federal agora vai pedir informações aos terminais sobre os embarques que foram feitos pelo grupo. A intenção é identificar qual a quantidade exata de madeira ilegal que foi enviada ao exterior, número que a investigação ainda não conseguiu levantar.

O dano ambiental, no entanto, já foi calculado e é milionário. Foram R$ 574 milhões somente na extração ilegal de madeira, e outros R$ 322 milhões são estimados como prejuízo ambiental por abertura de áreas onde é feito o chamado corte raso, quando é derrubada toda a vegetação em uma determinada área.

Foi identificado, então, um grupo empresarial composto por familiares, sendo o patriarca o responsável pela coordenação da extração ilegal de madeira em áreas protegidas e por escoar a madeira para empresas do grupo.

Para burlar a fiscalização e dar legalidade a madeira, o grupo fraudava créditos florestais por meio de inserção de dados falsos no Sistema de Comercialização e Transporte de Produtos Florestais (Sisflora), além de utilizar planos de manejo florestal falsos.

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